Saúde - 16 de setembro de 2012

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Caderno F

Saúde MANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012

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Nutrientes essenciais ao organismo Saúde e bem-estar E4 FOTOS: DIEGO JANATÃ

Sem limites para ser um vencedor

Não existem barreiras pela busca do lugar mais alto do pódio, e para serem verdadeiros campeões os atletas superam seus próprios limites físicos, na certeza que o mais importante é participar ALITA MENEZES Equipe EM TEMPO

Q

uando tinha apenas 10 anos de idade, Eric Costa da Silva foi atropelado por um ônibus e teve sua perna direita parcialmente amputada. Hoje, aos 18 anos, ele diz que toda dor, depressão e sofrimento são, literalmente, águas passadas. “Há cinco anos faço natação na Vila Olímpica e foi graças ao esporte que consegui resgatar a minha vida. Antes eu tinha vergonha da minha condição física, mas agora faço tudo que sinto vontade sem receio quanto a minha deficiência”, conta o paratleta. Medalha de ouro nos 400 metros e prata nos 50 e 100 metros livres do campeonato Norte/Nordeste de Natação Paralímpica, realizado no ano passado, Eric agora se prepara para participar da sexta edição dos Jogos Escolares Paralímpicos Brasileiro, que acontecerá do dia 15 a 20 deste mês, no Estado de São Paulo. Para garantir a vitória o jovem treina todos os dias, de segunda a sexta-feira, das 14h às 16h. De acordo com o professor Joaquim Manoel Pinheiro Filho, formado em educação física, especializado em fisioterapia e em educação especial, o treinamento dos paratletas é igual e até superior ao oferecidos aos demais atletas de alto rendimento. “Eles também precisam bater metas para conseguir destaque e incentivos do governo, com o adendo que precisam se esforçar em dobro para realizar uma atividade que para um atleta livre de limitações físicas acaba sendo mais fácil”, explica. Na natação, por exemplo, se uma atleta possui deficiência no membro superior, ele precisará fazer um esforço maior para manter o equilíbrio na raia, além de readequar sua respiração para a lateral que fizer a remada, em vez dos dois lados, como de costume. Para os portadores de deficiência física inferior, devem ser mais desenvolvidas as técnicas de força e velocidade nos braços, lembrando que mesmo sem uma ou as duas pernas o movimento de batida inferior deve ser mantido. Já no caso dos deficientes visuais (cegos) a preparação física segue os padrões tradicionais, sendo intensificada a noção de direção para que os mesmos se mantenham nos limites das raias. “Alguns paratletas iniciantes, que perderem uma das pernas, sentem dificuldade em movimentar a outra perna, porque

não se desligam da deficiência e esquecem que ainda possuem um membro inferior, comenta o professor Joaquim Filho. Para o profissional, muito mais que preparar o atleta fisicamente, a natação reensina a viver. “Na atividade eles se encontram consigo mesmo e com a sua nova condição física, ganhando estímulo extra pela competição e melhorando a autoestima”, completa. Preparação e adaptação A preparação física dos paratletas tem níveis e focos diferentes, dependendo do esporte praticado e das adaptações ao grau de deficiência do atleta. Os treinos são feitos com especialistas em esportes paralímpicos, beneficiando, principalmente, a musculatura adequada para a modalidade que será disputada. Cardiologistas vasculares, ortopedistas, neurologistas, fisioterapeutas e psicólogos fazem parte da equipe médica que

Na atividade eles se encontram consigo mesmo e com a sua nova condição física, ganhando estímulo extra pela competição Joaquim Manoel Pinheiro, professor de educação física

acompanha o rendimento dos competidores especiais. Atualmente, as modalidades disputadas por brasileiros portadores de necessidades especiais são atletismo, basquete, bocha, ciclismo, esgrima, futebol, goalball, halterofilismo, hipismo, judô, natação, remo, rugby, tênis de mesa, tênis tiro com arco, tiro esportivo, vela e voleibol. O desempenho do paratleta vem sempre carregado de desafios que vão além de alcançar o primeiro lugar. A cada dia, seus limites corporais auxiliam na sua reabilitação, equilíbrio, coordenação motora e musculatura. “É muito gratificante participar do treinamento de atletas dessa categoria, uma vez que eles ultrapassam seus limites para se tornar vencedores dentro e fora dos campeonatos”, declara Joaquim, concluindo que o esporte é a continuação do trabalho de fisioterapia e reabilitação.

O atleta, que é portador de necessidades especiais, tem que se esforçar mais para poder se destacar nas competições


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