Saúde - 16 de fevereiro de 2014

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Caderno F

Saúde MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014

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Jovens estão morrendo de infarto Saúde e bem-estar F5

Muito cuidado com os

produtos milagrosos Emagrecimento rápido e sem esforço não existe, mas há uma indústria que se beneficia na crença de pessoas que querem resultados fantásticos e imediatos MELLANIE HASIMOTO Equipe EM TEMPO

A

indústria de cosméticos há décadas lança produtos que prometem milagres. Cremes para eliminar acne, pílulas para celulite, loções para estrias são apenas alguns dos produtinhos supostamente infalíveis. Mas, se pararmos para pensar, eles podem ser até considerados paliativos, já que o exterior reflete o que ingerimos, ou seja, nossa dieta fala muito mais sobre a nossa saúde que os produtos que passamos no rosto. E é aí que entra a indústria alimentícia, que também se aproveita dessa eterna busca pela beleza para lançar alimentos supostamente infalíveis, que eliminam gordurinhas ou aceleram o metabolismo. Mas será que eles realmente funcionam? A nutricionista Tamara Araújo afirma que é preciso ter cuidado na hora de consumir esses alimentos, já que muitos ainda nem tiveram os efeitos comprovados em estudos sérios. “Muitos prometem milagres, mas na verdade, não é bem assim que funciona. Principalmente porque não adianta comer a semente da planta X ou o óleo da fruta Y e ficar sentada no sofá esperando fazer efeito. Uma dieta balanceada, aliada a exercícios físicos são muito mais eficazes para quem quer emagrecer”, observa. O combo, realmente, é o que mais faz efeito, mas ainda assim, muitas publicações insistem em ressaltar apenas o

benefício, sem mostrar o outro lado da moeda, ou seja, as contraindicações. O óleo de coco é um exemplo disso – blogueiras, revistas e sites “especializados” em saúde e cheios de fãs e seguidores entraram em êxtase com a novidade, que promete emagrecer e ainda eliminar a barriga em pouco tempo. Nessas publicações, o óleo de coco extra-virgem é recomendado em cápsulas, adicionados à comida ou ingerido a “colheradas”. Mas como um óleo pode levar ao emagrecimento? Vivemos escutando sobre os malefícios do excesso de gordura na alimentação e de repente a tribo “fitness” recomenda um óleo “prometendo” emagrecer? O óleo de coco é um óleo vegetal composto 90% de gordura saturada. É rico em triglicerídeos de cadeia média (80%), que é rapidamente absorvido e metabolizado, não se acumulando no organismo na forma de gordura. É transformado em energia no fígado. Tamara Araújo explica o funcionamento do produto. “Como não é armazenado no organismo na forma de gordura, o uso excessivo tem aumentado a gordura no fígado (Esteatose Hepática) e os valores de colesterol sanguíneo. É um óleo mais caro e com pouca palatabilidade, não sendo recomendado para emagrecimento. E, se consumido em excesso, pode dar diarreia”, diz. Portanto, o ideal é olhar esses supostos milagres com cautela, já que esse produto, especificamente, tem sido vendido como algo que “impede câncer”, “dissolve pedras nos rins”, “elimina gordura” - pelo menos é o que diz um distribuidor do produto, em seu site. E, se você acredita em todo esse burburinho na Internet, o óleo de coco pode até curar o Mal de Alzheimer’s ease.

Os alimentos termogênicos Amigos da dieta, aliados do emagrecimento e queimadores de gordura são alguns dos termos utilizados quando se faz referência aos termogênicos. Com a capacidade de aumentar o gasto energético durante a digestão, eles se tornaram febre entre os que desejam perder peso. Mas de acordo com a nutricionista Tamara Araújo nem tudo que se fala sobre os termogênicos é bem explicado. “E, muitas vezes, isso acaba sugerindo que basta ingerir algum deles para garantir o corpinho

tão desejado”, aponta. Pimenta vermelha, canela, gengibre, café, abacaxi, chá verde e chá de hibisco são alguns dos exemplares mais famosos deste grupo. “Alimentos termogênicos são aqueles que aceleram o metabolismo e aumentam a temperatura corporal, sendo também conhecidos como queimadores de gordura corporal. O consumo desse tipo de alimento faz com que o corpo gaste mais energia, resultando na queima de calorias”, explica

a nutricionista. E é este detalhe que precisa ser visto com atenção: a questão do emagrecimento não chega a ser exatamente uma verdade completa, já que a queima de calorias com a ingestão desse tipo de comida é apenas 5% superior ao gasto metabólico normal. No entanto, eles podem ser estimulantes, como o guaraná, dando um gás a mais para a realização das atarefas diárias e exercícios físicos.

Dieta balanceada e exercício Quem está sempre à procura de alguma receitinha para emagrecer certamente já ouviu falar de chia, linhaça, blueberry, gojiberry, aveia, soja, gergelim, quinoa, semente de girassol, amaranto, painço, e muitos outros. Não dá para negar os benefícios nutritivos dessas sementes, ricas em proteínas e fibras, o que, claro, colabora com a dieta. Mas, para os eternos inimigos da balança, uma coisa

precisa ficar clara: todos os anos há novidades na área do emagrecimento. As promessas chegam, mas a verdade é que nenhum produto faz derreter as gorduras. Outro problema são as dietas baseadas num único alimento - elas são, sem dúvida, hipocalóricas, mas também perigosamente desequilibradas. Por conta disso, apesar de muita gente considerar um “papo” chato e careta, a

realidade é que não dá para perder aqueles três quilinhos que insistem em ficar na barriga (ou coxas, braços) sem o comprometimento com uma mudança de hábitos. “A maioria dos profissionais da área concorda com apenas uma coisa: para quem quer emagrecer, a receita milagrosa mesmo é levantar do sofá, fazer exercício e se alimentar de maneira saudável”, finaliza Tamara Araújo.


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