Saúde - 15 de junho de 2014

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Caderno F

MANAUS, DOMINGO, 15 DE JUNHO DE 2014

DIVULGAÇÃO

Saúde

e bem-estar

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Qualidade do sono muda com a idade Saúde e bem-estar F6

‘Brasileirinhos’ não vão ao dentista como deveriam ir País concentra grande parte dos dentistas do mundo, mas o acesso a estes profissionais ainda é restrito e desigual

A

pesar de o Brasil concentrar 19% dos dentistas do mundo, uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde traz dados alarmantes sobre a fragilidade do quadro da saúde bucal de crianças e adolescentes do país. Aos 12 anos de idade, 60,8% dos indivíduos do Brasil relataram necessidade de tratamento dentário. O mesmo foi observado na faixa etária entre 15 e 19 anos, com o percentual de 65,1%. Os dados são da última Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (2010). Os indicadores relevam um cenário ainda mais preocupante se notarmos que, mesmo o país possuindo a maioria dos profissionais de odontologia do mundo (são 219.575), 18% das crianças brasileiras com 12 anos nunca foram ao dentista. A idade é usada como parâmetro já que é neste período que a criança costuma alcançar sua dentição permanente. A carência da assistência odontológica de qualidade gera impactos reais na vida diária das crianças e adolescentes, os quais serão prolongados até a vida adulta. Dificuldade para comer, incômodo para escovar os dentes, apresentar-se irritado ou nervoso e vergonha para sorrir são as consequências mais prevalentes de acordo com a Pesquisa. Aos 12 anos de idade, 34,8% dos jovens apresentaram alguma dessas dificuldades. Nos adultos, esse impacto foi apresentado em mais da metade da população. Desigual Um grande impasse é a desigualdade observada entre as re-

giões do Brasil quando são analisados fatores da saúde bucal da população. A Região Sudeste tem 55,3% dos dentistas do Brasil, sendo que só o Estado de São Paulo concentra 30,3% deles. Além disso, a taxa de CPO (dentes obturados, cariados e perdidos) relativa à Região Norte (3,16) é 84% maior que a apresentada no Sudeste (1,72), indicando que o maior ataque dos problemas bucais combina-se com menor acesso aos serviços odontológicos. Comparativamente ao observado na primeira versão da pesquisa nacional (2003), esse padrão de desigualdades regionais se mantém. Por outro lado, a saúde bucal no Brasil deu alguns sinais de melhora nos últimos anos. Isso se deu a partir de uma melhor inserção da odontologia nas ações de políticas públicas. Hoje, estamos entre os países com baixa incidência de cárie, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Porém, além da má distribuição dos profissionais, ainda há muitas barreiras a serem enfrentadas. O que está sendo feito No início do milênio, quando o governo federal teve a iniciativa de criar um projeto de atenção à assistência odontológica do Brasil, a situação da saúde bucal era muito mais grave em todas as faixas etárias. A partir de março de 2004, foi instalado o programa Brasil Sorridente, que tem como principais linhas de ação a reorganização da atenção básica em saúde bucal, a ampliação e qualificação da atenção especializada e a viabilização da adição de flúor nas estações de tratamento de águas de abastecimento público. Junto à Política Nacional de Saúde Bucal, outras iniciativas não governamentais passaram a buscar a transformação do cenário brasileiro. É o caso do programa Adotei um Sorriso, da Fundação Abrinq – Save the Children, que desde 1997 mobiliza profissionais de saúde, entre eles dentistas, pediatras, oſtalmologistas, nutricionistas, psicólogos e fonoaudiólogos para atender voluntariamente crianças e adolescentes, seja em organizações sociais ou em seus próprios consultórios.


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