Saúde - 15 de dezembro de 2013

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Caderno F

MANAUS, DOMINGO, 15 DE DEZEMBRO DE 2013

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Fisioterapia ajuda crianças com câncer Saúde e bem-estar F4

De mal com a vida

Na psicologia, o mau humor crônico é chamado de distimia, e precisa ser tratado para não atrapalhar a vida. Saiba como reconhecer os principais sintomas da doença e a hora certa para procurar ajuda especializada MELLANIE HASIMOTO Equipe EM TEMPO

U

m mau humor sem fim. Irritabilidade constante. Gente de mal com a vida. Apesar de esses sentimentos aparecerem de vez em quando em qualquer ser humano, a permanência por um longo tempo pode caracterizar um distúrbio. Na psicologia, o mau humor crônico é chamado de distimia e precisa ser tratado para não atrapalhar a vida. A distimia é uma doença que atinge 3% da população mundial, o que significa cerca de 180 milhões de pessoas no mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). A psicóloga Myriam Durante explica que a palavra vem do grego e significa mau humor. “Durante muito tempo a palavra foi

usada para caracterizar a pessoa mal-humorada, que está sempre irritada, de mal com a vida. Hoje em dia o termo já é empregado para assinalar um distúrbio”. Doença séria Na verdade, ressalta a psicóloga, a distimia vai muito além de apenas um mau humor crônico. “É um tipo de depressão crônica de moderada intensidade e se manifesta já na adolescência. Por ter sintomas mais leves do que a depressão, às vezes leva mais tempo para as pessoas procurarem tratamento”, completa. Ou seja, por acreditar que se trata de um traço de personalidade, quem padece desse distúrbio acaba se acostumando a ser mal-humorado e passa a achar normal viver irritado ou aborrecido. Segundo a Organização

Mundial de Saúde (OMS), 3% da população mundial, sofrem de distimia, sendo o mau humor mais comum são em mulheres, por causa das oscilações hormonais. “No entanto, as causas determinante do humor são três: 10% vem de circunstâncias da vida, isto é, acontecimentos felizes ou não, a genética com 50% e atividades intencionais 40%. Entre essas atividades estão ser otimistas, focar metas pessoais, cultivar relação com outras pessoas, práticas espirituais e ações relacionadas com o corpo”. Sintomas O principal sintoma é a irritabilidade, mas existem outros, como o mau humor, baixa autoestima, desânimo e tristeza, predominância de pensamentos negativos, al-

terações do apetite e do sono, falta de energia para agir, isolamento social, além das tendências ao uso de drogas lícitas, ilícitas e de tranquilizantes. “Quem tem distimia não consegue ver o lado bom das coisas. Coloca defeito em tudo, não sabe lidar com imprevistos, se sente injustiçado, leva tudo para o lado pessoal e parece que carrega um grande peso nas costas. Não sabe rir dos problemas e das situações que fogem ao seu controle, sofrendo muito quando algo em seu planejamento não dá certo”, diz Myriam. O dado mais importante a considerar é a manifestação destes sintomas, durante pelo menos 2 anos consecutivos para adultos e 1 ano para crianças e adolescentes.

Ajuda A psicoterapeuta alerta que a doença não pode ser subestimada. Quem apresenta mau humor com muita frequência corre um risco 30% maior de desenvolver depressão ou algum tipo de fobia. Também há um grande risco da pessoa se envolver com drogas ou álcool, na busca ilusória de acabar com a irritação. A distimia pode aparecer na infância e se estender por toda vida, prejudicando bastante a qualidade de vida de quem a possui e de quem estão ao seu redor. “O mais comum, porém, é que surja na adolescência. A evidencias de que muitos idosos já tenham manifestado sinais dos sintomas na adolescência”, acrescenta. “Não há dúvidas de que a combinação de psicoterapia e antidepressivos é

tratamento ideal para aliviar os sintomas da distimia, problemas que atinge uma série de neurotransmissores em regiões do cérebro que comandam o humor, como o sistema límbico, o hipotálamo e o lobo frontal. Eles ajudam a restabelecer o equilíbrio da seratonina e noradrenalina”, reforça a especialista. “O importante é, quando perceber um quadro geral da doença, procurar ajuda médica para diagnosticar o distúrbio. Em muitos casos a ajuda de um bom psicoterapeuta já é capaz de curar a doença. Em outros, mais graves, é necessário também o uso de medicamentos. Praticar atividades físicas que liberam endorfina e serotonina também ajudam a melhorar o humor, além de aumentar a autoestima”, afirma a psicoterapeuta.


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