Caderno F
MANAUS, DOMINGO, 15 DE MARÇO DE 2015
DIVULGAÇÃO
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Ervas medicinais contra a
má digestão As ervas medicinais foram a primeira opção terapêutica para tratar doenças em toda a história da humanidade
A
final, quem nunca fez a pergunta sobre o que é fitoterapia? A resposta é simples e animadora. Trata-se de uma ciência que usa, exclusivamente, matérias-primas vegetais para tratamento e prevenção de doenças. Trocando em miúdos, fitoterapia é a utilização de plantas medicinais ou bioativas, ocidentais e/ou orientais, in natura ou secas, plantadas de forma tradicional, orgânica e/ou biodinâmica, apresentadas como drogas vegetais ou drogas derivadas vegetais, nas suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas isoladas e preparadas de acordo com experiências populares tradicionais ou métodos modernos científicos. A nutricionista Vanderlí Marchiori explica a diferença entre os fitoterápicos e medicamentos sintéticos. “Os medicamentos fitoterápicos são obtidos com emprego exclusivo de matérias primas ativas vegetais, diferente do que ocorre com os medicamentos sintéticos (feitos a partir da síntese química em laboratório)”. Além disso, dentro do universo da fitoterapia, existem os medicamentos fitoterápicos, comercializados na maioria das vezes em diferentes formas farmacêuticas, como óleos, cápsulas e extratos concentrados. Diferente das receitas caseiras que são baseadas apenas no conhecimento popular, os fitoterápicos obedecem às rigorosas normas de aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) da mesma forma que um medicamento tradicional. Além disso, sua prática e eficácia são validadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 1998. Fitoterápico, de acordo com a legislação sanitária brasileira, é o medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas vegetais, cuja eficácia e segurança são validadas por meio de levantamentos etnofarmacológicos, de utilização, documentações tecnocientíficas ou evidências clínicas. É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. É importante frisar que não se considera medicamento fitoterápico aquele que inclui na sua composição substâncias ativas isoladas, sintéticas ou naturais, nem as associações dessas com extratos vegetais. Alívio As ervas medicinais foram a primeira opção terapêutica para tratar doenças em toda a história da humanidade. E o interessante é que hoje, com toda a evolução na indústria química e farmacêutica, os medicamentos fitoterápicos, extraídos das plantas, continuam em alta. Por esse motivo, certos desconfortos como a má digestão podem ser aliviados com o uso de fitoterápicos. Uma das principais plantas para tratar esse problema é o boldo que, devido às suas propriedades farmacológicas e ao seu princípio ativo - boldina, um alcalóide responsável pelas suas propriedades hepáticas e gastrointestinais -, é indicado também para diversos males de saúde. “A erva contribui para a proteção do fígado e estimula a vesícula biliar. Além disso, ela melhora as funções digestivas, auxilia no tratamento da prisão de ventre e é considerado um diurético”, explica. O ruibarbo, originário de montanhas asiáticas, é uma planta comestível, largamente utilizada como fitoterápico graças às suas propriedades medicinais cientifi-
camente comprovadas. Este fitoterápito também colabora para melhorar as funções estomacais, pois ajuda na digestão e tem ainda ação laxativa e adstringente, e alivia a azia e o enjoo. Vanderlí fala ainda da cáscara sagrada, planta originária dos EUA muito bem adaptada no Brasil, pode ser encontrada em todas as regiões do nosso país. “A erva tem propriedades digestivas, diuréticas e laxativas. Ela auxilia no combate a prisão de ventre, facilitando a eliminação das fezes. Portanto, contribui para a finalização do processo digestivo”, destaca. Para quem tem problemas como a gastrite, os especialistas recomendam a folha da espinheira-santa. Estudos realizados na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) demonstraram que a planta também é capaz de incrementar a barreira da mucosa do estômago, graças a uma substância chamada de friedenelol, presente em sua composição. “A espinheira também é rica em flavonoides, o que justifica seu uso como anti-inflamatório e preventivo para a formação de úlceras. Esses flavonoides inibem a ação de determinadas enzimas,
reduzindo a produção de ácidos e óxido nítrico no estômago”, diz a profissional. A erva-cidreira é ideal para quem sofre com a azia, já que alivia a sensação de queimação que é típica do incômodo, pois confere proteção extra à mucosa do estômago. Seus mecanismos de ação são desconhecidos. Esses, e muitos outros, são recomendados para o tratamento de diversos problemas, mas a especialista diz que é preciso ficar atento as contraindicações. “Alguns fitoterápicos não são recomendados para crianças, gestantes, lactentes, pessoas com pressão alta ou baixa. A automedicação não é recomendada, e é sempre a melhor saída consultar um profissional especializado”, conclui.
Páginas 4 e 5