Caderno F
MANAUS, DOMINGO, 14 DE DEZEMBRO DE 2014
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Sem barriga de
trigo Tirar o trigo do cardápio pode ser uma tarefa complicada em uma cultura que insere o cereal em boa parte de seu cardápio tradicional VERA LIMA Equipe EM TEMPO
I
magine ficar livre daqueles abomináveis pneuzinhos nas laterais da cintura, daquela distenção abdominal que incomoda e da possibilidade de doenças como diabetes, artrite, urticárias, cardíacas e até câncer. Imaginou? Pois é, segundo o cardiologista William Davis autor do best seller norte-americano ‘Barriga de trigo’, isso é possível. Davis, ao que tudo indica, não é muito fã do pão nosso de cada dia e propõe uma dieta radical completamente livre do cereal integral, o que acaba tornando a dieta um tanto quanto difícil de seguir, já que o trigo está entre os cereais mais consumidos do mundo. Só para dar uma ideia da enormidade da tarefa, são mais de 700 milhões de toneladas produzidas anualmente e todo esse trigo está presente em massas, pães, biscoitos e bolos até farinhas, cereais matinais, cerveja e doces. Mas essa totalidade não parece impressionar o autor que rejeita o trigo em nome de todas as alterações genéticas pelas quais o cereal passou nos últimos 50 anos. Dá para entender o ataque ao cereal, afinal, para aumentar a produtividade e a resistência da planta à seca e às pragas, a ciência fez uma série de cruzamentos e modificações
genéticas nas linhagens. O que isso iria provocar no ser humano ao longo dos anos provavelmente não foi questionado. Mas, segundo William Davis, os males estão presentes na dieta com trigo e entre eles destacam-se os picos exagerados de açúcar no sangue, que alternam uma sensação de saciedade com um aumento do apetite e a elevação do nível de glicose ao longo de períodos constantes, o que resulta na deposição de gordura, principalmente no abdômen. Eis o resumo da ópera e a razão do nome do livro. Nos homens, o efeito pode ser um tanto constrangedor já que se estende às mamas, que ficam maiores à medida que mais estrogênio é produzido pelo tecido adiposo. A dieta propagada pelo Dr. William Davisen conta com certa resistência por outros especialistas da área. Segundo o Dr. Gabriel Cairo Nunes, nutricionista pós-graduado em cuidados nutricionais do paciente e do rsportista pela Unesp e pós-graduado em nutrição clínica e em transtornos alimentares pela Faculdade de Medicina da USP, a adoção de medidas radicais não são recomendadas. “Eu, particularmente, não acho que seja assim que devemos orientar os pacientes. Acho que deva ser feita a retirada dos alimentos que fazem mal ao organismo quando houver comprovação laboratorial sobre os danos. De fato, há doenças relacionadas ao glúten, como a doença celíaca. Mas se a pessoa não tiver esta restrição, não oriento a retirada do trigo da alimentação, pois, assim como outros nutrientes, ele tem sua importância no nosso organismo”.
O que comer sem restrição, segundo William Davis » Vegetais (exceto batata e milho) » Castanhas e sementes cruas (amêndoas, nozes, pecãs, avelãs, castanhas-do-pará, pistaches, castanhasde-caju, macadâmias, amendoins, sementes de girassol e de abóbora, gergelim, farinha de castanhas) » Óleos (azeite de oliva extravirgem e óleos de abacate, nozes, coco, man-
teiga de cacau, linhaça, macadâmia e gergelim) » Carnes e ovos » Queijos » Outros: semente de linhaça (moída), abacate, azeitonas, coco, especiarias, chocolate (não adoçado) ou cacau. FONTE: LIVRO ‘BARRIGA DE TRIGO’, DE WILLIAM DAVIS
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