Saúde - 12 de fevereiro de 2012

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Caderno E

Saúde

DIVULGAÇÃO/STCK

e bem-estar

ALTA MANAUS,, DOMINGO, 12 DE FEVEREIRO DE 2012

saudeebemestar@emtempo.com.br

(92) 3090-1017

A luta por alguns quilos a mais

Saúde e bem-estar E4

TENSÃO

As insatisfações cotidianas e a carga excessiva de atividades são os desencadeadores do estresse ALITA MENEZES Equipe EM TEMPO

A

palavra até já virou moda e quase tudo é sinônimo de estresse. Trânsito, família, trabalho, relacionamento, estudo, a busca pelo corpo ideal e vários outros motivos são apontados como causas. Na verdade, não é a situação isolada que gera o quadro de insatisfação, mas a somatória de todos os problemas do dia a dia. A neurologista Terezinha Ribeiro explica que o sentimento de frustração mexe com o sistema nervoso central, ocasionando um trauma ao cérebro. “Quando o cérebro não consegue se desvencilhar daquilo que é indesejado, ele entende a ocorrência como uma agressão, e é essa agressão que suscita uma série de reações físicas e mentais”, afirma. Apesar de não haver uma teoria definitiva para o mal, segundo a chamada síndrome geral de adaptação, diante uma situação de estresse o organismo se adapta naturalmente para enfrentá-la e

depois que a tensão desaparece o corpo volta a relaxar para manter o equilíbrio entre descanso e excitação, necessário para a saúde. O problema surge quando a pessoa não

Pode ocorrer alteração no humor, insônia, perda de memória, tremores e problemas circulatórios e cardiovasculares Terezinha Ribeiro neurologista

consegue se desligar da situação de conflito, impedindo o organismo de voltar ao estágio de relaxamento inicial. “Alteração no humor, insônia, perda de memória, tremores nos braços e pernas, além de outros problemas podem ocorrer nos níveis mais elevados de estresse”, cita a especialista.

Entenda o processo

Cura independente

Terezinha Ribeiro descreve que diante de um fenômeno estressor primeiramente há uma maior liberação de adrenalina no organismo. “Em uma quantidade excessiva essa adrenalina pode deixar a respiração mais ofegante e o coração com os batimentos mais acelerados, gerando a sensação de falta de ar e taquicardia”, esclarece. A adrenalina também age sobre as glândulas

Mesmo que seja preciso a intervenção médica e que se faça o uso de medicamentos para tratar os sintomas do estresse a cura definitiva para o problema depende muito mais do paciente que do especialista. “Geralmente fazemos uso de calmantes não sedativos, porque apesar do paciente necessitar de relaxamento, ele não pode se sentir indisposto para continuar realizando suas atividades normalmente”, diz Terezinha. Ainda de acordo com a neurologista, para cada paciente é aplicado um tratamento específico, levando em conta sua rotina e as coisas que o desagradam. “O que procuro é mostrar para cada pessoa qual é o seu limite e estimular para que ela busque a saída em momentos que lhe tragam prazer e aprendendo como passar pelas situações difíceis com mais serenidade”, conta Terezinha. Franklin Teixeira, 42, empresário, é um exemplo do que o estresse em seu estágio mais severo pode ocasionar. Ano pas-

suprarrenais, que passam a secretar cortisol, que por sua vez inibe a síntese proteica e aumenta a quebra de proteínas nos músculos, ossos e nos tecidos linfáticos. Além de aumentar o nível de açúcar no sangue, o processo atinge o sistema imunológico. “É como se fosse uma bola de neve que desencadeia uma série de problemas, onde o último estágio é o esgotamento”. finaliza a neurologista. FOTOS: DIVULGAÇÃO/STCK

O estresse crônico pode gerar até perda de memória

sado, quando ainda era gerente de uma panificadora, apresentou sinais de esgotamento. “Eu sentia muita sonolência, ao ponto de estar conversando com alguém e por alguns segundos apagar. Certa vez até bati o carro em um desses desligamentos”, recorda. O empresário conta que ao retornar à consciência não lembrava do que estava fazendo ou falando, sem falar nos episódios em que ele esquecia o nome das pessoas. “Quando essas situações começaram a se tornar mais frequentes foi que eu procurei ajuda, fiz vários exames, incluindo tomografia, e nenhuma doença foi encontrada”, revela Franklin. Foi em uma viagem ao Rio de Janeiro que ele descobriu que seu problema era estresse, devido a sua excessiva carga de trabalho, além das noites sem dormir. “O especialista que me atendeu no Rio foi quem me deu o diagnóstico e me aconselhou a relaxar”, fala, aliviado, o empresário. A doença causa alteração de humor, insônia e até tremores


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