Caderno F
MANAUS, DOMINGO, 1º DE FEVEREIRO DE 2015
DIVULGACÃO
Saúde
e bem-estar
saudeebemestar@emtempo.com.br
Depressão não é frescura
(92) 3090-1017
Páginas 4 e 5
Jovens apresentam
distúrbios do sono Insônia e queda de rendimento ao longo do dia estão entre os principais transtornos, de acordo com pesquisa MELLANIE HASIMOTO Equipe EM TEMPO
O
s jovens brasileiros estão dormindo mal e enfrentando distúrbios ligados ao sono. De acordo com a pesquisa do Ipom (Instituto de Pesquisa e Orientação da Mente), realizada em parceria com o Instituto Sou + Jovem, 88% avalia seu sono como ruim ou insatisfatório, declarando que encara dificuldades para dormir. Um exemplo dessa realidade é a universitária Kelly Almei-
da, 20. Ela conta que dorme mal, e dorme pouco. “Fico preocupada com o que tenho que fazer no outro dia, com coisas relacionadas à faculdade. Mas piorou quando decidi largar meu estágio, que também não estava acrescentando muita coisa em minha vida acadêmica”, conta. Kelly diz que chega em casa da faculdade às 22h. “Tento fazer o que preciso, estudo, mas na hora de deitar não consigo ‘pregar’ os olhos. Aí fico na internet, falando com os amigos pelas redes sociais. Sei que deveria dormir na hora certa e aproveitar o dia, mas não consigo. Fico até altas horas acordada, e de dia durmo, mas
já acordo cansada”, explica. Como consequência, Kelly Almeida conta que o aspecto da sua pele piorou, suas taxas estão alteradas, e já começam a surgir complicações por conta do sono desregulado: ganho de peso, mau humor e rendimento baixo. Preocupados A história da universitária não é única. Quase a maioria dos pesquisados, 47%, afirmou que acorda e dorme várias vezes ao longo da noite, enquanto 43% dormem de 3 a 5 horas por noite. Desse universo, 58% já acordam cansados e 94% declaram que sentem sonolência ou queda de rendimento ao longo do dia. Para compensar a fadiga pelas noites insones, 59% costumam dormir cerca de cinco horas a mais aos finais de semana. A insônia é a campeã de queixas entre os 1.830 jovens de 14 a 18 anos que participaram de pesquisa, realizada pelo Ipom no último trimestre de 2014 nas principais cidades brasileiras. O total de 53% dos pesquisados alegaram que têm perdido o sono em função de preocupações ligadas aos estudos, enquanto outros 53% apontaram que as preocupações financeiras têm levado o sono embora.
A pesquisa também revelou que 82% dos pesquisados dormem com o celular ligado ao lado da cama, 45% com a TV e 22% com o computador. Para a psicoterapeuta e presidente do Ipom, Myriam Durante, o resultado do estudo é preocupante e as noites mal dormidas estão se tornando um problema. “Hoje, os jovens estão levando uma vida tão corrida que mal sobra tempo para cuidar de si mesmo. Eles estão sempre acelerados e plugados, o que dificulta muito o relaxamento físico e mental. Muitas vezes eles só conseguem ‘apagar’ por exaustão, estando sujeitos às complicações de saúde física e mental”, explica a especialista. A médio e longo prazo, a má qualidade do sono provoca vários distúrbios comprometedores, como alterações de humor e comportamento. A pessoa que não dorme bem passa o dia se sentindo sonolenta, tem sua concentração afetada, dificultando as reações rápidas. “Para os jovens, dormir mal tem um preço alto, pois interfere no aprendizado. Sem um sono reparador, eles têm um desempenho escolar muito inferior ao que poderiam ter, pois não conseguem reter tudo aquilo que aprendem”, diz Myriam.