MANAUS, DOMINGO, 31 DE AGOSTO DE 2014
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Os imóveis e as eleições Os comitês centrais e as bases eleitorais revelam negócios em várias zonas da cidade
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uando chega o ano eleitoral é comum que candidatos e partidos comecem a procurar imóveis para estabelecer os seus centros administrativos e para estocar o material de divulgação da campanha política. Essa procura começa, geralmente, três meses antes das votações e movimenta o mercado imobiliário da região, criando boas oportunidades para os profissionais da área. Corretora há 8 anos, Márcia Cohen conseguiu fechar três negócios com partidos e candidatos políticos nessa época do ano. “É uma ótima chance para nós corretores, pois a abrangência do ne-
gócio cobre toda a cidade”, afirma a profissional. Márcia explica que as zonas da cidade procuradas pelos clientes mudam em relação ao objetivo destinado ao imóvel. “Os comitês centrais, que é onde ficam os candidatos e sua equipe de assessoria e também onde eles se reúnem com outros políticos, são procurados nas áreas nobres, como os bairros Vieralves, Aleixo, Adrianópolis e outros. Já as bases eleitorais, que ficam na responsabilidade de divulgar o material de campanha, ficam em bairros descentralizados e mais populosos”, esclarece a corretora que buscou imóveis para os dois tipos de negócio.
Como os alugueis são por temporada, tendo prazo até o dia das votações, o preço é mais caro. “Para um comitê central, geralmente eles buscam casas de alto padrão de até dois pisos e pelos três meses o preço pode chegar de R$ 15 a R$20 mil. Para uma base eleitoral, as casas ficam em bairros não tão nobres e o preço fica na média de R$ 4 a R$ 5 mil”, revela Márcia. Presidente do Sindicato de Corretores de Imóveis do Amazonas (SindimoveisAm), Almir Taveira afirma que diversos negócios foram fechados pelos corretores da região. “Com o cadastro de hospedagem alternativa que fizemos para
Para um comitê central, geralmente eles buscam casas de alto padrão de até dois pisos e pelos três meses, o preço varia de R$ 15 a R$ 20 mil Márcia Cohen, corretora de imóveis
a Copa do Mundo, tínhamos cerca de 500 a 600 móveis que podíamos contatar para conseguir um negócio. Dependendo da área e da demanda, ligávamos para o corretor mais próximo que
pudesse resolver”, relata. Taveira aponta que, dos negócios concluídos, a maioria se concentrou em bases eleitorais, com imóveis pesquisados nas zonas Norte e Leste de Manaus. “O imóvel procurado tinha no mínimo até 300 metros quadrados, com dois pisos, localizado em ruas largas devido ao movimento de carros que chegam nas bases eleitorais. A faixa de preço para os três meses ficava por R$ 8 mil”, ressalta o presidente do Sindimoveis-Am. “É uma ótima oportunidade e mostra o quanto mercado é volátil para os profissionais”, conclui. O presidente do Conselho Regional dos Corretores
do Amazonas e Roraima (Creci-AM/RR), Paschoal Rodrigues, constata que, apesar de que os grandes partidos políticos tenham suas sedes definitivas, o mercado ainda consegue produzir grandes chances para os profissionais. “As aquisições nesse período são normais e espantam qualquer comentário de crise no mercado imobiliário. Assim como aconteceu na Copa do Mundo, quando houve um trabalho fantástico na área imobiliária, há mercados que ficam disponíveis e é preciso profissionais que saibam aproveitar o momento. Sem dúvidas, o corretor sabe como”, comenta o presidente.