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MANAUS, DOMINGO, 24 DE MAIO DE 2015
Crise não é obstáculo para financiamento Segundo especialista, sempre é um bom momento para quem sonha com a casa própria, mesmo com crise econômica do país
O
atual momento de crise na economia brasileira significa para muitos setores estagnação e marasmo. Ainda mais com governo e mercado financeiro adotando termos como “contenção de gastos” e “austeridade” como um verdadeiro mantra. Entretanto, mesmo em quadro desfavorável é possível financiar um imóvel. “Sempre será um bom momento para quem sonha com a casa própria e independentemente da crise os critérios sempre serão os mesmos. O mercado imobiliário se comporta de forma cíclica. Existem ciclos de altas e de baixas, no entanto o momento é de estabilidade. Após o “boom” imobiliário o que temos hoje é uma estabilidade acompanhada de desaceleração nos volumes de vendas e nos preços dos imóveis”, explicou Márcia Chagas Cohen, corretora e membro do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Amazonas (Sindimoveis). O momento de crise, inclusive, pode oferecer um efeito colateral interessante. “Quem fez o dever de casa, acumulando recursos e aumentando os investimentos quando a situação era positiva, vai aproveitar este momento para ir às compras em busca de descontos de 30% a 40%”, explica Márcia Cohen. Márcia afirma que sempre existem bons negócios no mercado e uma pesquisa bem feita pode trazer boas alternativas ao comprador. O ideal, segundo ela, é sempre procurar um corretor credenciado. Esse tipo de profissional terá sempre uma solução a oferecer. O segundo passo é procurar por vantagens e
descontos. “O único risco que você corre pedindo grandes descontos é receber um “não” como resposta. Cada caso é um caso que deve ser avaliado. Só não pode esperar que as incorporadoras e proprietários de imóveis ofereçam descontos sem pedir”, analisa. No entanto, em casos onde o imóvel em questão for realmente bom, muito bem localizado, haverá interesse de outros investidores e o proprietário dificilmente estará disposto a baixar tanto o preço. A corretora orienta ainda que a pessoa interessada em adquirir um imóvel pondere se a entrada é suficiente para permitir arcar com as prestações. É importante também avaliar se vale à pena prolongar o prazo do financiamento por conta das taxas de juros. Trato Uma dica importante para quem deseja financiar um imóvel é pesquisar o chamado Custo Efetivo Total (CET) em diferentes bancos. E assim analisar todas as condições oferecidas pela empresa ou grupo que pretende negociar o seu imóvel. As empresas são obrigadas a fornecer o documento antes da contratação de operações de crédito e de arrendamento mercantil financeiro. O site do Banco Central, explica que o CET corresponde a todos os encargos e despesas incidentes nas operações de crédito e de arrendamento mercantil financeiro, contratadas ou ofertadas a pessoas físicas, microempresas ou empresas de pequeno porte.
Nessa documentação, devem ser explicitados, além do valor em reais de cada componente do fluxo da operação, os respectivos percentuais em relação ao valor total devido. Exemplo da planilha está disponível na Carta-Circular 3.593, de 2013, também disponível no site do Banco Central. A planilha deve ainda constar no contrato de forma destacada, caso a operação seja contratada. Com isso em mãos, fica mais fácil decidir qual formato e instituição escolher, além de poder usá-lo como parâmetro para negociar taxas melhores. A fórmula com o cálculo completo você encontra no site do Banco Central (www.bcb.gov.br). A instituição escolhida para fazer seu financiamento deve ter certeza, na data da contratação, de que expôs a você os fluxos considerados no cálculo, além de deixar claro que essa taxa percentual anual representa as condições vigentes na data do cálculo. Indicadores A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) divulgou indicadores do mercado em março de 2015. Na análise, o volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis somou R$ 8,5 bilhões, alta de 31,6% em relação a fevereiro e de aproximadamente 3% em relação a março do ano passado. Em valores nominais, portanto, foi o melhor mês de março da série histórica do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), iniciados em 1995 e que avalia esse segmento do mercado.