MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014
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Imóveis compactos ganham destaque no mercado local O metro quadrado desses apartamentos custa de R$ 2 mil a R$ 6,5 mil
A
diminuição da metragem em apartamentos já é uma realidade em Manaus há alguns anos. Essa tendência do mercado imobiliário tem sido estimulada por fatores como uma adequação à renda – das classes C e D, por exemplo – e o perfil desse consumidor – geralmente solteiros, casais recém-casados sem filhos ou famílias com poucos filhos em busca do primeiro imóvel e ainda idosos. O tamanho desses imóveis compactos varia de 40 a 55 metros quadrados, que custam em média de R$ 2 mil a R$ 6,5 mil. Essa variação no custo do metro quadrado, em Manaus, depende da construtora, do padrão de construção e da localização do imóvel, de acordo com a gerente comercial Deborah Goulart, da Direcional Engenharia. Como fatores determinantes para essa tendência, Deborah cita a diminuição do tamanho das famílias, que hoje são menos numerosas do que no passado, e a relação entre renda e ampliação do crédito imobiliário. “Devido às facilidades de crédito imobiliário e aumento da renda individual nos últimos anos, hoje as pessoas conseguem sair de casa mais cedo, muitas vezes ainda solteiras”, analisa. A arquiteta Leila Barakat classifica esses imóveis compactos como “funcionais” e observa que, há 15 anos, não havia esse tipo de oferta em Manaus para esse público. “Antes, o jovem ou alugava um quarto ou continuava morando com os pais. Mas, houve uma evolução nesse sentido e, atualmente,
você percebe possibilidades”, comenta. Ela lembra ainda que, antes, só existiam na cidade imóveis pontuais em lugares como os conjuntos dos Jornalistas, Eldorado, Tocantins e o Parque dos Ingleses. Na opinião de Leila, esse mercado é muito interessante numa capital como Manaus, pois representa um benefício muito grande para a qualidade de vida de seus moradores. Deborah Goulart inclui ainda na lista de fatores determinantes a diminuição de custo da unidade. “Com a metragem reduzida, isso impacta significativamente no custo final do produto. Uma vez com o
Devido às facilidades de crédito imobiliário, hoje as pessoas conseguem sair de casa mais cedo, muitas vezes ainda solteiras Deborah Goulart, Direcional Engenharia
custo menor, isso é repassado ao cliente final. Quanto menor o custo, mais pessoas e famílias se enquadram financeiramente e ficam aptas a conseguirem comprar a sua casa própria”, explica. A gerente de marketing da Patrimônio Manaú, Elizabeth Carvalho, lista também a rotina do consumidor para determinar essa tendência. “As novas necessidades é que
direcionam a oferta de mercado. Atualmente, o consumidor busca simplificar a vida, com novas rotinas diárias, buscando soluções práticas com menos tempo”, diz. “É uma tendência de mercado, oferecendo produtos com mais conceitos e com isso reflete em uma redução no preço e metragem dos produtos”. Negócios Rodrigo Oliveira, representante comercial da Capital Rossi, considera crescente esse mercado de apartamentos menores e destaca o grande volume de negócios nas classes C e D. “Uma pressão forte de preços de insumos e mão de obra força um pouco a construção de imóveis mais compactos. Isso ocorre para conseguirmos preço de venda mais atraente às famílias das classes C e D”, afirma. Ainda a respeito do perfil do consumidor interessado nesse tipo de imóvel, Deborah Goulart comenta que, hoje, esse perfil é variado e muda de acordo com a classificação econômica do imóvel. A busca por imóveis de médio e alto padrão é feita, normalmente, por pessoas jovens solteiras, entre 23 e 40 anos, ou casal sem filhos. “São pessoas que têm uma vida mais dinâmica e ficam pouco em casa devido a compromissos sociais e de trabalho”, analisa a gerente comercial. “Já nos imóveis econômicos são famílias que estão conseguindo pela primeira vez adquirir sua casa própria com a ajuda do programa federal de incentivo, o ‘Minha casa, minha vida’”.
Futuros lançamentos em Manaus Nos empreendimentos da construtora Capital Rossi, a metragem mais comum de apartamentos compactos varia de 40 a 55 metros quadrados. Rodrigo Oliveira informa que já foram entregues pela empresa mais de 1,6 mil unidades e mais de 2 mil estão previstas para ser entregues nos próximos meses. “Estamos avaliando algumas oportunidades de terrenos que se encaixem
Rodrigo Oliveira, representante comercial da Capital, afirma que esse mercado é crescente e destaca o grande volume de negócios na classe C e D
nesse perfil para lançamento próximo”, revela. No caso da Patrimônio Manaú, Elizabeth Carvalho explica que a empresa ainda não tem nenhum empreendimento com essa característica, e a menor metragem comercializada é de 60 metros quadrados. “Mas estamos estudando e avaliando a possibilidade de um empreendimento nesse padrão e com esse
perfil”, adianta a gerente de marketing. Em média, o metro quadrado de apartamentos compactos da Direcional Engenharia varia de 40 a 54. “Dentro dessa tendência, trabalhamos com imóveis econômicos, onde podemos citar o Total Ville, em Santa Etelvina, e o Allegro, na avenida Torquato Tapajós, já entregues”, conta Deborah Goulart.
FOTOS: RICARDO OLIVEIRA
Construtoras têm investido em apartamentos que variam de 40 a 55 metros quadrados para atender adequação de renda