MANAUS, DOMINGO, 16 DE NOVEMBRO DE 2014
(92) 3090-1017
Cuidados com a
REPRODUÇÃO
instalação elétrica
A
instalação elétrica é parte essencial de um projeto imobiliário, porém, muitos erros são cometidos ao esquecer a falta de planejamento, tanto para residências como para prédios comerciais. Um profissional bem qualificado pode conceber um projeto que poupe o cliente de gastos excessivos ou prováveis danos no futuro, além de oferecer dicas sobre redução de consumo. No entanto, nas palavras do engenheiro eletricista Raimundo Onety, “todo mundo é um eletricista” e na maioria das vezes não se busca a consultoria adequada. “As pessoas chamam um conhecido ou tentam resolver sozinhas o problema e conseguem. O problema aparece depois de alguns anos, quando a casa ou o comércio expandem e o projeto original, que previa uma certa quantidade de entradas para a energia, é alterado”, diz o profissional que atua há 25 anos e já deu consultorias a empresas do Distrito Industrial. Onety explica que um projeto, em uma casa, pode começar com dois pontos de tomada e um ponto de luz e um ponto de ar-condicionado. “Quando começa com esse tipo de planejamento, colocamos cabos, tubulações e disjuntores pequenos. Mas, depois, a casa expande seus cômodos. De repente, há mais aparelhos conectados em uma instalação que não estava preparada para isso. As pessoas não pensam no próximo passo, usam do imediatismo. Se aumentam o metro, é preciso gastar com novos quadros e novos circuitos”. O engenheiro esclarece que o erro também acontece em prédios comerciais, o que compromete o orçamento desses empre-
endimentos e o desempenho dos equipamentos ligados à energia do local. “Lojas no centro da cidade, por exemplo, fazem muito isso. Elas começam planejando um primeiro andar, onde fica a loja e o depósito, usando 24 circuitos. Depois de três meses a mesma loja está com mais dois andares e dois outros quadros de 36 circuitos. Resumindo: a entrada não estava planejada”. Na indústria, Onety aponta a falta de conhecimento dos administradores, que acaba prejudicando a estabilidade do sistema. “Tem investidor que chega na cidade querendo montar um grande sistema elétrico para a sua empresa. Porém, essas são empresas são fechadas pelo ministério público do trabalho por não fazerem aterramento. E não é só o aterramento, eles também esquecem os protetores das malhas de aterramento”, critica. Segundo Onety, as consequências da falta de planejamento para uma instalação elétrica podem ser drásticas, como os casos de incêndio. “Tudo se deve ao conhecimento. Na minha opinião, deveria haver uma campanha de conscientização para que as pessoas soubessem do perigo que está próximo delas. Principalmente nos casos de ligações clandestinas, os gatos, onde o aumento de temperatura nos fios tem uma grande chance de causar incêndios”. Condições O engenheiro elétrico afirma que a redução de consumo depende de certas condições, mas, na essência o consumidor ainda é o principal fator responsável pela conta de luz mais barata. “Todos reclamam de que o preço da energia está mais caro, no entanto, ninguém quer fazer sacrifícios. E isso vale para empresas e residências”, diz. Assim como nas indústrias, Onety também já identificou erros cometidos em outros empreendimentos como nos condomínios. “Os administradores desses empreendimentos sempre procuram reduzir o consumo de alguma fora. Geralmente, eles procuram trocar as lâmpadas, por aqueles produtos mais eficientes e que consomem menos. Porém, é preciso estar atento”, informa. Por exemplo, ao trocar todas as lâmpadas incandescentes por lâmpadas elétricas (PL), mas, não dar as condições
exatas de durabilidade, pode sair ainda mais caro. “Já conheci casos onde houve essa troca, mas com o uso do sensor de movimento dos corredores do condomínio, que desligava e ligava as lâmpadas várias vezes ao dia, as horas de vida útil foram reduzidas rapidamente. Essas lâmpadas duram mais quando ficam ligadas ou desligadas por um longo período. O administrador acabou pagando mais”, garante o engenheiro. Em casa, Onety indica que o segredo está em atentar para o horário em que são ligados os equipamentos. “Ligar os equipamentos todos de uma vez, no horário de pico da cidade, que está entre 18h e 19h, vai influenciar na conta, sem dúvida alguma. O medidor calcula a potência em um certo espaço de tempo. Se a pessoa liga todos no mesmo momento, o medidor vai somar e no final do dia o resultado é justo. A pessoa paga mais”.
RICARDO OLIVEIRA
Um projeto adequado ao imóvel pode reduzir gastos no futuro, tanto na conta de energia quanto nas possíveis mudanças
Raimundo Onety afirma que planejamento é indispensável em uma construção