Imóveis & decor - 5 de julho de 2015

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MANAUS, DOMINGO, 5 DE JULHO DE 2015

Cuidados com a A umidade afeta diretamente a construção civil. Mas não é apenas a proveniente da floresta Amazônica que precisa ser alvo de cuidados

A

cidade de Manaus está encravada no coração da Amazônia. Região tropical que tem como uma das características climáticas mais importantes a umidade, algo que reflete diretamente na construção civil. Mas não é apenas a umidade proveniente da floresta que precisa ser alvo de cuidados. “Paredes são afetadas diferentemente de lajes, por exemplo. Cada parte de uma construção pode ser afetada pela umidade e apresentar formas bem distintas. Além disso, saber a origem da umidade também é de suma importância, para determinar a quantidade, frequência e até pressão exercida sobre a estrutura. Por exemplo, a umidade vinda do solo (a partir de lençóis freáticos que umedecem a terra) é diferente da umidade vinda da chuva ou de um rio” explica o arquiteto e empresário Leandro dos Santos, responsável pelo portal Guia da Obra (www. guiadaobra.net).

e outras doenças respiratórias, como falta de ar e opressão (no caso de asma), coceira e obstrução nasal (no caso de rinite alérgica), podem aparecer caso se permaneça por muito tempo em lugares fechados com excesso de umidade. Além da saúde, as consequências para a obra são inúmeras, afirma o arquiteto. “Geralmente variam conforme cada tipo de construção e de solo onde se encontra. A umidade, inicialmente, pode apenas gerar incômodos visuais com manchas e bolhas na pintura, de saúde pela presença de mofo e bolor, mas também pode afetar a estrutura da construção caso a umidade chegue até a ferragem no interior de estruturas fundamentais para a sustentação da construção, como colunas, vigas, lajes, etc. Neste caso, a umidade causará a oxidação da ferragem reduzindo sua resistência e separando-a do concreto, que geralmente apresentará manchas e/ou fissuras em casos mais avançados”.

Saúde “Parece óbvia a resposta: a presença de água. Porém, deve-se analisar a origem da água que causa a umidade na construção, que pode ser proveniente de fatores externos, como nascentes, solos brejosos ou com lençol freático próximo, passagem de águas pluviais (chuvas) e fluviais (rios e córregos), além de fatores internos, como vazamento em encanamentos de água, esgoto e de drenagens” orienta. Por conta disso, conviver com a umidade também pode trazer prejuízos para a saúde. Sintomas como congestão nasal, coriza, espirros, irritação na garganta, tosse, chiado no peito

Como recuperar Para recuperar uma área afetada pela umidade não existe mágica, alerta Santos. “Dependendo do grau de comprometimento da construção, geralmente causado pela excessiva exposição à umidade e principalmente por prolongados períodos de tempo, não há o que se fazer a não ser considerar até mesmo a demolição da área afetada e reconstrução, mas esses seriam os casos mais graves”, explica o profissional. O fato é, completa Santos, que se deve atacar a fonte do problema, ou seja, a água. Neste caso, cada caso tem uma solução diferente.

Paredes e lajes são afetadas de formas diferentes pela umidade, e a saída é garantir a impermeabilidade no início da obra

Soluções e dicas para impermeabilização “Numa laje com infiltração, deve-se remover a camada superior de acabamento, seja uma massa fina ou piso e refazê-la com material impermeabilizante. Caso a laje fique exposta à chuva, aumentar o percentual de queda para facilitar o escoamento é recomendado”, indica. Já numa construção em terreno brejoso ou com lençol freático próximo, deve-se avaliar a topografia e considerar a construção de um

dreno ao redor da construção para escoamento da água e/ou o rebaixamento do lençol freático. “E, na dúvida quanto a vazamentos, verifique se quando sem alguma utilização o hidrômetro continua ‘virando’. Se a resposta for sim, há vazamento que poderá comprometer a construção na região do vazamento ou ainda, ‘minar’ o solo tornando-o demasiadamente úmido e menos estável”, alerta. Na dúvida, o melhor é pre-

venir. “Em primeiro lugar sempre contratar um profissional da área, de preferência um engenheiro civil com registro no CREA do seu Estado. Novamente, elimina-se (ou previne-se) do problema afastando-se da água. Se a origem da água é a chuva, considere melhorar ou reparar o telhado, ou na sua ausência, aumentar o percentual de queda de lajes, dentro do aceitável” ensina o arquiteto. “Para terrenos brejosos ou

demasiadamente úmidos, realizar a devida impermeabilização da construção, desde os alicerces e em locais de contato com a, não esquecendo de utilizar impermeabilizante na massa, pintar e construir drenos para escoamento da umidade, evitando que ‘suba’ pelas paredes, afinal, todo material seco, como blocos e tijolos, tendem a ‘sugar’ a umidade, como uma folha de papel ao entrar em contato com a água” conclui.


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