Pódio - 29 de Maio de 2015

Page 1

DIVULGAÇÃO/FLUMINENSE

Caderno E

Meia pode trocar Flu pelo Barça MANAUS, SEXTA-FEIRA, 29 DE MAIO DE 2015

esportes@emtempo.com.br

(92) 3090-1017

Página E3

Sede da CBF amanhece sem nome de Marin na fachada sede sem nome”, disse Feldman à reportagem. A fachada do prédio da CBF amanheceu ontem (28) sem as letras que formavam o nome de José Maria Marin. Inaugurado no ano passado, às vésperas da Copa do Mundo, o edifício, localizado na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, homenageava o dirigente. Ele ocupava o cargo de vice-presidente da gestão comandada por Marco Polo Del Nero, mas foi afastado pela confederação. As prisões de quarta foram realizadas a partir de pedido da promotoria de Nova York, que investiga supostos subornos e comissões desde o início dos anos 90 até a atualidade. Os detidos estavam em um hotel e participariam do Congresso da Fifa, que elegeria, inclusive, o presidente da entidade, até esta sexta-feira (29).

TOMAZ SILVA/AGÊNCIA BRASIL

Zurique (Suíça) - O expresidente e atual vicepresidente da CBF, José Maria Marin, 83, está em uma cela em um presídio na região de Zurique e passa bem, segundo informou à reportagem o Ministério da Justiça da Suíça. Segundo a assessoria do ministério, o cartola, detido na quarta-feira (27) sob acusação de corrupção nos EUA, não apresentou problemas de saúde até o momento. “Ele está sendo tratado com todos os direitos humanos respeitados”, disse o ministério à reportagem. Segundo o governo suíço, Marin foi levado a um presídio normal, onde ocupa uma cela pequena, com banheiro particular. “Normalmente é uma cela só para ele, com os padrões normais para esse tipo de preso, e boa alimentação”, disse. O governo suíço informou também que, por enquanto, não pode revelar o endereço do local por

“questões de segurança”. A assessoria do ministério não confirmou se o expresidente da CBF está no mesmo presídio dos outros seis cartolas presos na operação de quarta-feira - especula-se que eles te-

CARGOS

José Maria Marin era presidente da CBF até o começo deste ano. Com a escolha de Del Nero para o cargo, ele passou a ocupar a vice-presidência da entidade brasileira nham sido separados. O ministério confirmou que Marin terá de esperar o processo de extradição para os Estados Unidos, caso se recuse a ser transferido imediatamente para o país, responsável pelas investigações que o acusam de corrupção.

Após prisão do dirigente na Suíça, Del Nero mandou retirar letreiro com o nome de Marin

Presidente da Rússia contesta investigações

Cartola está em cela individual

José Maria Marin está preso em local não divulgado

Antes, fachada da sede da CBF levava nome o ex-presidente da entidade, José Maria Marin

ARIEL SUBIRÁ/FUTURA PRESS

S

ão Paulo (SP) - De Zurique, onde participa do Congresso da Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa), o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, via telefone, deu o aval para que a sede da entidade, localizada na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, não tenha mais o nome de seu antecessor, José Maria Marin. A conversa com o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, aconteceu no início da manhã de ontem, horário do Brasil. José Maria Marin, que presidiu a entidade de março de 2012 a abril de 2015, está preso desde quarta (27), na Suíça, acusado de participar de um esquema de corrupção entre entidades desportivas e empresas de marketing esportivo. “A sede não tem mais o nome do Marin. Hoje, é uma

ALEXANDRE MACIEIRA/RIOTUR

Localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, edifício da entidade não levará mais o nome do ex-presidente, detido em Zurique, na Suíça

São Paulo (SP) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou ontem (28) os Estados Unidos de interferência fora de sua jurisdição na operação que resultou na prisão de dirigentes da Fifa. Putin disse que as prisões realizadas na Suíça na quarta (27) foram uma “tentativa óbvia” de tentar impedir a reeleição do presidente da Fifa, Joseph Blatter, 79, apoiado pela Rússia. O presidente da União de Futebol da Rússia (UFR), Nikolai Tolstykh, insistiu que seu país apoiará Blatter. “A UFR apoiará a candidatura de Blatter, um presidente que fez muito pelo mundo do futebol”, disse Tolstykh. Tolstykh também assegurou que a UFR não apoia o adiamento das eleições, às quais também concorre o príncipe jordaniano Ali Bin al-Hussein, previstas para esta sexta-feira (29). “Na minha opinião, na sexta-feira devem ser realizada eleições para presidente da Fifa e o senhor Blatter tem todas as possibilidades de ser eleito”, disse Putin. O presidente russo acrescentou que a detenção de vários altos responsáveis da Fifa por acusações de corrupção em uma investigação aberta nos EUA “é uma clara tentativa de não permitir a reeleição de Blatter como presidente da Fifa”. As autoridades suíças também anunciaram uma investigação criminal na escolha das sedes das próximas duas Copas do Mundo, incluindo o torneio de 2018, na Rússia.

“Se algo aconteceu, não aconteceu em território norte-americano e os Estados Unidos não têm nada a ver com isso”, disse Putin. “Esta é outra tentativa descarada [dos Estados Unidos] de estenderem sua jurisdição para outros países”, acrescentou. Citando o ex-prestador de serviço de agência de inteligência dos EUA Edward Snowden e o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, ambos se escondendo no exterior da Justiça dos EUA, Putin questionou o direito de Washington em pedir a extradição de autoridades da Fifa. “Infelizmente, nossos parceiros norte-americanos usam tais métodos para alcançar seus objetivos egoístas e perseguir pessoas ilegalmente. Eu não descarto que no caso da Fifa, é a mesma coisa”, disse Putin.

Base legal Há, no entanto, base legal para as detenções. Os dirigentes presos na Suíça tinham ligações com a Fifa, organização com sede na Suíça, dirigem ou dirigiram confederações em outros países e são acusados de pagar propinas em diversos locais do mundo. Ainda assim, foram presos por determinação da Justiça dos Estados Unidos. Isso porque, ainda que parte dos crimes investigados não tenha acontecido em solo americano, as autoridades dos EUA têm instrumentos legais para processar e condenar cidadãos ou empresas estrangeiras por atos de corrupção desde que eles tenham conexão com atividades no país. De acordo com a secretária de Justiça, Loretta Lynch, os acusados usaram bancos e sistemas de remessa de dinheiro americanos para

distribuir pagamentos de propinas oriundos do esquema. “Quem encosta nas nossas fronteiras com empreendimentos de corrupção por meio de reuniões ou do uso do nosso sistema financeiro será considerado responsável. Ninguém está acima ou abaixo da lei”, disse James Comey, diretor do FBI, polícia federal norte-americana. Um dos instrumentos que pode ser usado pelas autoridades americanas é a lei de combate à corrupção no exterior, conhecida como FPCA. Em vigor desde o ano de 1977, o texto se aplica a empresas e indivíduos norte-americanos, mas também a estrangeiros com atividades ou que tenham propriedades no país. O mercado do “soccer” (futebol) cresceu exponencialmente nos últimos anos, o que daria razões econômicas para as investigações. Segundo a revista “Forbes”, o faturamento da liga americana subiu quase 200% entre os anos de 2008 e 2012. Lynch ainda usou como exemplo a realização nos Estados Unidos, em 2016, da Copa América. “O que deveria ter sido uma expressão de espírito esportivo internacional foi usado como veículo para um esquema de propinas”, disse. Para Vladimir Putin, ação da Justiça americana é ilegal


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.