Pódio - 23 de abril de 2015

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Caderno E

São Paulo se classifica na Libertadores MANAUS, QUINTA-FEIRA, 23 DE ABRIL DE 2015

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No topo do MMA, ‘Loro’ relembra trajetória difícil

Dono do cinturão dos peso galo do Bellator, amazonense fala do passado e de como é ser referência no esporte

A

os 33 anos, ele conseguiu e realizou seu sonho. Marcos “Loro” Galvão, atleta manauense, conquistou no último dia 27 de março o cinturão do peso galo do Bellator. A vitória sobre o americano Joe Warren por leg-lock (chave perna) foi a primeira de Loro por finalização na carreira. No total, o amazonense tem 17 vitórias e seis derrotas em seu cartel. Antes dessa disputa de cinturão, Marcos “Loro” teve a oportunidade de se sagrar campeão em 2013, porém, perdeu o posto para o também brasileiro Eduardo Dantas, na edição 89 do evento. Agora, com o objeto de desejo em mãos, o lutador lembra de seus anos de treinamento e suor até chegar ao auge. “Para muitos que não sabem, esse cinturão é o resultado de muitos anos de treino. Treino MMA há 11 anos, mas jiu-jítsu há 21. Já tinha batido na trave algumas vezes, mas nunca desisti de meus sonhos. Depois de muitos tentar, consegui. Ele é a prova disso. Ele é meu baby. Para onde vou, levo. Ele dorme ao meu lado. Só tenho que agradecer à minha família por todo o apoio. Conquistei isso para o povo amazonense. Amo vocês”, disse Loro. O lutador manauense sempre fez questão de levar para as suas lutas a bandeira do Amazonas. Marcos “Loro” lutou em Manaus pela última vez em junho de 2013. O evento foi o Shooto Brasil. Sobre sua presença em competições menor expressão, “Loro” afirma que eles são importantes para o surgimento de novos atletas. “Os eventos pequenos são importantes para projetar os novos talentos. Eventos como Rei da Selva, Shooto e Jungle Fight são fundamentais para revelar lutadores de qualidade. Não tenho dúvidas que os melhores atletas estão no Brasil e, principalmente, em Manaus”, contou o atleta que foi um dos pioneiros do MMA no Amazonas. Atualmente, “Loro” sempre é lembrado

por atletas como Bibiano Fernandes e Adriano Martins quando o assunto é exemplo a ser seguido. Para ele, isso é motivo de orgulho. “É uma felicidade imensa esse reconhecimento. Sou um dos pioneiros do Estado. Atletas como Adriano Martins, Bibiano e Aldo sempre lembram meu nome. Isso é muito gratificante. Ser exemplo para outros lutadores é um sonho realizado”, admitiu. Começo difícil Para quem vê “Loro” como campeão mundial, não imagina a dificuldade que o atleta teve que enfrentar quando começou no esporte. O gran-

de responsável pela formação de Marcos é o faixa coral de jiu-jítsu, Nonato Machado. “Comecei no esporte graças ao professor Nonato Machado. Ele se tornou um pai para mim. Ia ver um amigo treinar, até que recebi o convite. Convenci minha mãe de pagar um mês de academia. Quando estava na hora de pagar o outro mês, ganhei uma bolsa do mestre. Treinei de graça e comecei a me destacar”, relembrou o atleta que teve como ídolos os lutadores Jorge Clay e Royce Gracie Marcos “Loro” está treinando nos Estados Unidos desde 2014. Apesar disso,

ele revela que se mudou para fora do Brasil apenas para melhorar seu condicionamento físico. Para o lutador, o treinamento realizado no Estado não se diferencia do que acontece nos outros centro de lutas mundiais. Apesar de ser considerado muito regular, “Loro” conseguiu elevar seu nível de luta depois que começou a fazer intercâmbio de treinamento. Segundo o atleta, tudo isso só foi possível graças ao apoio que recebe do prefeito Arthur Virgílio Neto. “O prefeito está me ajudando muito. Ele, seu filho e o secretário. O cinturão não foi difícil ganhar. Agora, o difícil vai ser manter. Dependo dos patrocinadores para manter. Estou morando nos Estados Unidos e muitos pensam que estou rico. Isso não é verdade. Trabalho muito e dependo de patrocinadores para me manter. Tenho que pagar treinadores de tudo. Pretendo manter esse cinturão, mas preciso de ajuda”, concluiu.

DIEGO JANATÃ

THIAGO FERNANDO Equipe EM TEMPO

Sem esquecer que tudo começou no jiu-jítsu Na última terça-feira (21), “Loro” prestigiou a 28ª edição do Campeonato Amazonense de Jiu-Jítsu, realizado na Arena Amadeu Teixeira. No local, o lutador foi cercado por torcedores que aproveitaram para registrar o momento com fotos. Para o atleta, o público presente e todos os recordes batidos na competição confirma, mais uma vez, que o jiu-jítsu é o principal esporte do Estado. “Manaus é o primeiro polo do mundo de lutas. Aqui temos muitos talentos. Não digo nem

eu, Aldo ou Bibiano, que somos campeões mundiais, mas prefiro lembrar de atletas como Adriano Martins, Dileno Lopes, Ronaldo Jacaré e Diego Brandão por exemplo. Foi no jiu-jítsu que tudo começou. Iniciei meus treinamentos com o professor Nonato Machado. Quando venho a Manaus, faço questão de prestigiar os campeonatos. Fico muito feliz com esse crescimento”, afirmou Loro. Ninguém pode negar que nos últimos anos as lutas caíram no gosto dos manauenses. É

normal encontrar nas academias da cidade aulas de artes marciais como muay thai, jiujítsu e boxe. Para o atleta, essa nova forma de ver as lutas é importante para a formação das futuras gerações, principalmente o jiu-jítsu, esporte que o projetou. “Ninguém pode negar que a prática de qualquer arte marcial é importante para a formação de um ser humano. Vemos pessoas de todas as idades praticando. Fora isso, o esporte não restringe

pessoas. Temos pessoas com síndrome de Down e autismo praticando. Posso falar bem do jiu-jítsu e sei que ele é incrível. O esporte cura, tira pessoas das ruas e forma caráter. O jiu-jítsu é tudo para mim”, revelou o lutador que apóia o trabalho social que algumas academias fazem.

Lutador mostra orgulhoso seu cinturão, conquistado no último dia 27 de março, nos Estados Unidos


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