Pódio - 20 de dezembro de 2014

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Caderno C

MANAUS, SÁBADO, 20 DE DEZEMBRO DE 2014

esportes@emtempo.com.br

(92) 3090-1017

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Aloha, Medina! Brasileiro conta com ajuda de compatriota e conquista o primeiro título mundial de surfe para o país

O surfista brasileiro fez história em Pipeline, no Havaí, ao garantir o título Mundial de surfe para o país

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o terceiro lugar de Victor Ribas, em 1999. O paulista ficou à frente de surfistas já consagrados, como o australiano Mick Fanning, 33, tricampeão mundial, e o americano Kelly Slater, 42, que ostenta 11 títulos. Coincidência ou não, Medina, grande revelação dos últimos tempos no surfe, trilha um caminho parecido ao de Slater, considerado uma lenda viva na modalidade. Assim como o americano

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ipeline (Havaí), EUA - A espera foi longa. Demorou 38 anos. Mas o Brasil tem, finalmente, um campeão mundial de surfe. Com a eliminação de Mick Fanning na repescagem no quinto round, Gabriel Medina garantiu o título do Mundial do esporte, ontem (19), em Pipeline, no Havaí. O brasileiro termina a temporada na liderança do ranking com, até então, o melhor resultado do país era

Técnico brasileiro comparou câncer com os escândalos da CBV

em 1992, o paulista ganha o seu primeiro título mundial com apenas 20 anos. Nenhum outro surfista na história conseguiu este feito. E bem como Slater, Medina é campeão em sua quarta temporada na elite. Até então, tinha como melhor resultado o sétimo lugar em 2012. O ano de Medina é ainda mais impressionante do que o de Slater em 1992, quando o americano foi

campeão com duas vitórias ao longo da temporada. Em 2014, o brasileiro fechou a sua participação no Mundial com três triunfos (Austrália, Fiji e Taiti). Tudo aconteceu muito rápido na vida do paulista. Dono de uma habilidade incomum, Medina, sempre muito religioso, entrou cedo no circuito. Com apenas 14 anos, já participava da divisão de acesso. Com 17, já comemorava uma vitória no Mundial.

Com resultados tão expressivos, ganhou o respeito de Slater, que definiu o sucesso do brasileiro como “assustador”, e de Fanning, que afirmou não ver “nada além de bom” para o futuro do paulista. Com o título, conquistou agora o respeitdo mundo todo. Brasil O triunfo de Medina coloca o Brasil de vez entre os melhores do surfe.

O país sempre esteve presente nas competições. Na elite desta temporada, por exemplo, teve mais competidores do que a potência Estados Unidos (sete contra cinco). Faltava, porém, um título. Com a vitória de Medina, o Brasil quebra a hegemonia de australianos e americanosw, que dividiram os títulos das últimas nove temporadas (cinco para os Estados Unidos e quatro para a Austrália).

BERNARDINHO

Técnico lamenta escândalos na CBV São Paulo (SP) - Técnico da Seleção masculina e da equipe feminina da Unilever, Bernardinho mostrou sua indignação à corrupção na Confederação Brasileira de Vôlei. O comandante exaltou o tempo de dedicação que teve à entidade e ainda revelou um câncer no rim, que, para ele, pode até servir como uma metáfora para a ‘turbulência’ pela qual a CBV está passando. “Senti que dei minha saúde. Ainda não sei que desdobramento vai ter, mas faço aqui uma revelação. Cheguei do

Mundial na Polônia e num exame de rotina descobri um tumor no rim direito. Nele havia células malignas. Extirpei o tumor e estou aparentemente bem. A cirurgia completou três meses. Fico ruminando essa história, porque há um ano e dez meses não tinha problema de saúde Mas a irresponsabilidade vai te maltratando e maltratando”, contou Bernardinho em entrevista à revista Veja. O treinador ainda comparou o escândalo da CBV à doença. “O médico do Hos-

pital Sírio-Libanês que me atendeu disse assim: ‘O que tirei do seu corpo é uma metáfora do que deve ser ex¬traído do país’. A sensação que tenho hoje é essa mesmo: tudo o que está acontecendo com o vôlei é uma pequena célula doente de um organismo. Pode haver mais”, comentou. A sensação do comandante da seleção, que não pretende abandonar a equipe, é de traição e de tristeza por saber que existem pessoas que acreditam que ele também

fez parte desse escândalo. “Eu me sinto traído, isso sim. As pessoas dizem que estou por trás dessas acusações. Não estou por trás de nada. Primeiro, porque, se tiver de fazer algo, faço pela frente. Muito mais que revoltado, hoje estou triste”, colocou. “O vôlei é um esporte lindo. Dediquei boa parte da minha vida a uma causa e, com base em todas essas evidências de corrupção, posso dizer que algumas pessoas se beneficiaram de um trabalho honesto”, acrescentou.


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