Pódio - 20 de outubro de 2015

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MANAUS, TERÇA FEIRA, 20 DE OUTUBRO DE 2015

3090-1075

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Pódio

E1

BRASILEIRÃO

Timão está com o troféu nas mãos Pódio E2

esportes@emtempo.com.br

Trocando as bolas MARCIO MELO

Projeto Tênis na Comunidade visa a fomentar o esporte nas comunidades e quer fazer da modalidade um “novo futebol” no coração das crianças manauenses. Aula inaugural no bairro Coroado teve a participação de 15 garotos

Aula de tênis na quadra da mini vila olímpica do Coroado, na Zona Leste de Manaus

POR IVE RYLO

E

mbaixadinhas e chutes de fora da grande área direto para o gol, lances bonitos e uns até difíceis de serem vistos normalmente. Isso seria até comum num campo de futebol, mas tudo feito com uma bola de tênis? Antes da aula inaugural do projeto Tênis na Comunidade, os participantes brincavam fazendo da bola de tênis uma pelota de futebol. Iniciada a atividade, a atenção foi toda voltada para as maneiras de jogá-las com as mãos e desmistificar de uma vez o funcionamento de uma partida de tênis. Assim foi a primeira aula do projeto Tênis na Comunidade, criado pelo professor Ricardo Fixe, na minivila olímpica do bairro

Coroado, Zona Leste. Na manhã de ontem (19), as crianças aprenderam a dominar a bola com o auxílio da raquete e começaram a despertar para regras bem diferentes, daquelas já batidas nos campos de peladas do bairro. “Gosto de futebol e, pelo que estou vendo, tênis é parecido com futebol, tem que correr atrás da bola e pular. Mas no tênis a gente usa a raquete”, disse o estudante Anthony Andrade, 13. A novidade atraiu o adolescente a praticar um esporte novo. “Achei o tênis bem bacana. Nunca tinha jogado e gostei, quero participar da escolinha”, afirmou. Já o estudante Renato Silva Reis, 10, se divertiu durante a descoberta do esporte e já exibia habilidades com a

raquete que media quase o mesmo tamanho dele. “Achei muito legal jogar tênis. Faço escolinha de futebol, mas achei tênis legal, porque parece que cansa menos, mas tem que ter bastante atenção na hora de rebater a bola”, observou. O projeto que incentiva a prática do tênis – em parceria com o programa Segundo Tempo – foi implantado pelo professor Ricardo Fixe pela primeira vez, no bairro Chapada, Zona Centro-Sul, no ano 2000. Lá, 45 crianças e adolescentes participam da escolinha, que ocorre todos os sábados das 10h às 12h, em uma quadra municipal. No Coroado, o projeto foi inaugurado na manhã de ontem e atraiu a atenção das crianças do bairro. “É um esporte eli-

tizado, mas que pode proporcionar lazer gratuito e evitar que estes meninos entrem na marginalidade”, afirmou Fixe. Todos os investimentos necessários para o desenvolvimento da escolinha saem do bolso do próprio professor e de doações que ele consegue com empresários. “Meu trabalho é voluntário. Não tenho carro e me desloco em ônibus com todo este material nas costas. Faço por amor mesmo; se não tiver amor, não acontece. Se a ajuda vem, beleza, se não vier, não vou deixar de fazer por isto”, afirmou. Uma média de R$ 100 mil anuais seriam necessários para implantar o projeto com todo o material necessário, alimentação e transporte. “É um esporte caro, a raquete mais barata custa cerca de

R$ 250,00 e um kit com três bolas, R$ 25,00. Por isso, quem tiver raquete usada e puder doar, estamos precisando”, disse. Além de apoio para a aquisição de material, o professor busca apoio para a compra de lanche para distribuir entre as crianças do projeto. “Quando não consigo café da manhã para as crianças, tiro do bolso próprio. Vê o sorriso delas não tem preço. Este é meu combustível”, disse. Quem puder ajudar o projeto Tênis na Comunidade poderá entrar em contato com o professor pelo número 98121-5313. Na minivila olímpica do Coroado, a escolinha gratuita de tênis será oferecida as segundas, quartas e sextas, das 8h às 9h, para meni-

nos e meninas de 6 a 14 anos. A vila fica na alameda Cosme Ferreira, ao lado do Estádio Zamith. Incentivo O secretário de Esportes do município, Sildomar Abtibol, explicou que neste ano a prefeitura vai oferecer espaço físico para que o projeto seja desenvolvido. Contudo, dependendo da aceitação da comunidade, em 2016, o projeto poderá receber incentivo financeiro para a expansão. “Este é um projeto-piloto, esperamos que no ano que vem, com incrementos no orçamento, possamos levar o projeto para os 20 centros esportivos e incentivar a prática do tênis, que hoje ainda é mais praticado pela elite”, afirmou o secretário.

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ALIMENTAÇÃO NA VILA

Serviço está totalmente suspenso

Helton Henrique diz que cortes vão impossibilitar que os atletas continuem treinando três vezes por dia

São R$ 53.580 por mês e R$ 642,96 mil por ano, investidos na alimentação dos 47 atletas que representam o Amazonas nas modalidades de alto rendimento e que treinam nas estruturas da Fundação Vila Olímpica de Manaus. Ou, pelo menos, eram, uma vez que, por conta da crise, desde ontem (19) a Secretaria de Estado da Juventude, Esporte e Lazer do Amazonas (Sejel) anunciou que os 26 atletas que moram em Manaus não terão mais direito ao benefício. Já a alimentação dos 21 atletas vindos do interior do Estado continua garantida. Contudo, presidentes de federações denunciam que a alimentação de todos os esportistas foi suspensa. “No início do ano, eles tinham reduzido a alimentação e agora tiraram a alimentação de todos os atletas. Soubemos que só quem têm direito a alimentação são os funcionários

administrativos da Sejel. Hoje é o primeiro dia do corte, vamos ver como irá impactar”, disse o presidente da Federação Amazonense de Luta Olímpica, Helton Henrique da Silva, que prevê desistências dos atletas por falta de incentivos. O presidente explicou que sem a alimentação, fica mais difícil dos atletas seguirem a rotina de três treinos diários. “Desmotiva muito. Eles terão que ir almoçar em casa e retornar para a vila, vão gastar mais com transporte. Sem dinheiro, muitos não poderão voltar. Fora os que vieram do interior, que também ficarão sem o benefício. Desmotiva geral e fica complicado cobrarmos chegar no horário para o treino”, salientou. “Temos competições importantes chegando, copa internacional ano que vem, estamos visando as olimpíadas do Rio de Janeiro”, disse.

Segundo Helton, este ano, o esporte sofreu várias baixas. “De 2012 a 2014 o esporte viveu momentos maravilhosos. Em 2015 começou a haver os cortes. Existiam treinadores pagos para trabalhar com atletas das modalidades e os profissionais foram demitidos. Agora foi a alimentação”, ressaltou. Cortes A Sejel informou que somente os 26 atletas que residem em Manaus não terão direito a alimentação gratuita na Vila por possuírem residência fixa na capital. Contudo, continuará sendo custeado a alimentação para 21 atletas do interior. Segundo dados enviados pela secretaria de esportes, R$ 482.220,00 foi o valor pago de janeiro de 2015 até outubro de 2015. Com o corte, a despesa que seria paga no valor de R$ 133 mil reais até o fim do ano, cairá para R$ 59.052,00.


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