MANAUS, TERÇA-FEIRA, 15 DE SETEMBRO DE 2015
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Santos apresenta Ledesma Pódio E3
Amazonenses participam de torneio de atletismo
Cinco atletas disputam nesta semana, em São Paulo, o Campeonato Brasileiro Caixa de Atletismo de Menores Interclubes POR IVE RYLO
S
SONHO Os ótimos resultados conquistados nas pistas em apenas um ano de treinamento, já fazem Elizandra sonhar alto. Ela vislumbra participar das Olimpíadas de 2020 em Tóquio, no Japão
lhor marca, mas estou treinando para diminuir. Na (prova) de 200 metros bati 24,94 segundos mas o vento me atrapalhou, lá o vento é muito forte”, lembrou. Por conta da boa colocação nos torneios regionais, Elizandra conquistou pela segunda vez uma vaga para participar do campeonato nacional.
MAURONETO/SEJEL
ó colhe bons frutos quem planta as sementes corretas. Convictos deste princípio, a velocista Elizandra Dantas, 17, e o lançador de dardo Pedro Henrique Nunes, 16, cumprem uma rotina intensa de treinos, dedicando aproximadamente duas horas por dia. Eles disputam a partir desta sexta-feira (18), o Campeonato Brasileiro Caixa de Atletismo de Menores Interclubes, que será realizado na cidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo. Além da dupla, a delegação amazonense será composta por Ed Flávio Santos, Adailton Batista e Silverson Antunes. Os jovens que são atletas do Centro de Treinamento de Alto Rendimento da Amazônia (Ctara) viajam nesta quintafeira (17) para participar da competição destinada a atletas com até 17 anos. O quinteto vai participar de diferentes modalidades de atletismo. Ed Flávio Santos irá competir no salto triplo e Pedro Henrique pelo lançamento de dardo. Na pista, Adailton Batista participará da prova de 800 metros, já os 100 metros e 200 metros rasos serão de responsabilidade de Elizandra Dantas Soares e Silverson Antunes. O que chama atenção nesta turma é o agrupamento de incoerências, que parecem
não combinar com uma história de sucesso no esporte. No caso desses adolescentes, a pouca idade, somada à inexperiência na modalidade, tem sido, inexplicavelmente, sinônimo de bons resultados e medalhas para os Amazonas. Há apenas um ano praticando atletismo, a manauense Elizandra Dantas já abocanhou duas medalhas de ouro no campeonato Norte-Nordeste em agosto deste ano. “Na prova de 100 metros bati meu recorde com 11,95 segundos. Foi minha me-
Pedro Henrique faz preparação forte para chegar com chances de medalhas no torneio
Adailton Batista e Elizandra Dantas treinando na Vila Olímpica de Manaus
“Ano passado participei em Recife, mas não me saí muito bem porque não fiz a base com o meu treinador (espécie de treino forte que objetiva a competição). Fiquei entre as cinco melhores, poderia ter ficado entre as três melhores, se tivesse feito a base”, apontou. A atleta lembra que tudo começou em Maués, sua cidade natal. “Quem me motivou foi meu treinador em Maués no ano passado. Tinha uma escolinha de atletismo na minha cidade e fui lá conhecer por curiosidade e acabei ficando. Mas como lá não tinha muita estrutura, vim para Manaus onde tenho tias que moram aqui”, afirmou. A atleta, que faz parte da equipe Endurance e integra o Ctara, divide seu tempo entre os estudos e os treinamentos. “Chego da escola no alojamento às 15h15 e às 17h30 vou treinar. Normalmente o treino termina às 19h. Agora está mais puxado e terminando às 19h30 por conta da competição”, disse. Para o Brasileiro ela treina musculação e realiza diversos “tiros” de 50, 100, 150, 250 e 300 metros para aumentar a velocidade e reduzir o tempo.
Baixa temperatura será adversária Primeiro colocado no Campeonato Brasileiro que reúne os 10 melhores da categoria em 2015, segundo colocado no torneio Norte-Nordeste, realizado em Natal neste ano e bronze no Campeonato Sul-Americano que ocorreu na Colômbia, em novembro de 2014. Esse currículo invejável pertence ao parintinense Pedro Henrique Nunes, 16, que há apenas um ano iniciou os treinos de alto rendimento no lançamento de dardo “Comecei em 2013, mas como brincadeira na escola. As pessoas falavam que eu era bom, mas eu não percebia. Queria saber era de jogar bola. Mas acabei experimentando e
fiquei no esporte”, disse ele que já alcançou a marca de 68,65 metros no lançamento. O rapaz conheceu o esporte pela família. “Minha família toda passou pelo atletismo. Tenho um tio que pratica até hoje. Experimentei e acabei me dando bem”, disse. Quando percebeu o talento, a vida de Pedro mudou completamente. Ele mudou de Parintins para a capital e assumiu uma nova rotina. Pedro mora na Vila, estuda de tarde e a partir das 17h30 inicia o treino. A poucos dias do campeonato, os treinos têm ficado cada vez mais longos e intensos a fim de aperfeiçoar a técnica e
passar por cima de variantes impossíveis de controlar. “Exige força e técnica. O vento influencia muito. Se o vento estiver contra, não temos um bom resultado”, apontou. Dentre as adversidades, o atleta se prepara para enfrentar a mudança brusca de temperatura. Esta semana, em São Paulo a temperatura tem variado ente 10 e 15 graus. Em Manaus, os termômetros têm registrado altas de 39 graus. “Nosso treinamento está muito forte porque falta pouco tempo. Vamos para um local frio e teremos que nos adaptar ao clima que atrapalha e influencia a musculatura e pode causar lesão”, apontou.
Grandes chances de medalhas A expectativa é que o grupo, apesar da pouca idade, conquiste três medalhas neste Brasileiro de acordo com a presidente da Federação Amazonense de Atletismo, Marleide Borges. “É a renovação do atletismo. Eles têm em
média de dois a três anos no esporte. Estão entre os melhores do ranking, e a expectativa é que tragam três medalhas, mas podemos ter surpresas. Esta é a categoria de base e quem sabe daqui a alguns anos, esteja representando em competições mais importantes. Quem sabe as Olimpíadas de 2020”, disse a presidente. Borges apontou que é importante a presença dos jovens em competições nacionais por incentivar um melhor rendimento. “Eles
vão buscando melhores resultados, têm acesso a gente do nível deles e isso vai melhorando os resultados e expectativas de novas conquistas”, disse. A presidente conseguiu apoio da Sejel na compra das passagens aéreas, e a federação auxiliou na alimentação e estada. “Patrocínio é difícil, mas como os atletas têm conquistado bons resultados tem mais condições de auxílio e bolsas”, apontou.