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FOTOS: RICARDO OLIVEIRA
MANAUS, QUARTA-FEIRA, 5 DE AGOSTO DE 2015
Badminton
como ferramenta
pedagógica Escola municipal Fábio Lucena incentiva prática desse esporte pouco praticado no Brasil e tem tido resultados no rendimento dos alunos
Com verba do governo federal, escola compra equipamentos
MOARA CABRAL
N
a quadra poliesportiva da escola municipal Fábio Lucena, os alunos se preparam para mais uma aula de educação física. Calçam tênis, fazem alongamento, mas ao contrário do comum, a prática esportiva não é com uma bola de futebol. Em vez da redonda, os jovens pegam suas raquetes e uma peteca para praticar o badminton. Isso mesmo. Esse esporte sem destaque no Brasil é incentivado na unidade de ensino desde 2012 por meio do projeto ‘Atletas na Escola’ idealizado pelo educador físico Ricardo Pina de Oliveira. No início, os estudantes estranharam, mas hoje, três anos depois, a prática virou uma febre. O projeto surgiu a partir de um trabalho em sala de aula. Segundo Pina, ele pediu que os alunos fizessem uma pesquisa sobre esportes com raquete. Entre as apresentações, apareceu o badminton, o qual chamou a atenção do docente. “Com o trabalho eu resolvi me aprofundar no tema. Estudei e até cheguei a viajar para fora do país. Na volta já trouxe os equipamentos e começamos a implantar As meninas também se renderam ao badminton
o badminton nas aulas de educação física”, explicou. No início foi uma novidade, mas já conquistou o gosto dos alunos, segundo o professor, que não mediu esforços para ensinar a prática aos alunos do 7º ao 9º ano do ensino fundamental. “Como vimos que os alunos gostaram, resolvemos montar uma equipe para participar dos jogos escolares e temos tido êxito”, revela. Para a gestora da escola, professora Nadir Socorro Gonçalves Rodrigues, a prática do esporte trouxe disciplina, concentração, raciocínio lógico e até calma aos alunos. “Nós apoiamos muito o esporte na escola. Com o badminton percebemos que os alunos se tornaram mais calmos. Mesmo quando por alguma razão um professor não pode comparecer à aula, você não vê os alunos andando pelos corredores. Eles aprenderam a disciplina no esporte e avalio como muito positivo”, ressaltou. Outro ponto positivo com a implantação do esporte, segundo a gestora e o professor, é o rendimento escolar. Para os alunos participarem do badminton preci-
sam estar presentes e com boas notas em todas as disciplinas. “Um dos nossos alunos vacilou um pouco e teve notas baixas, informamos que se não melhorasse as notas ele teria que sair do badminton e em seguida ele recuperou as notas. Então, a gente vê que o esporte também serve para melhorar o rendimento escolar”, observou Nadir Socorro. No total, 40 alunos praticam o esporte na escola. Este ano, dez estudantes estão participando dos Jogos Escolares do Amazonas (JEAs), sendo cinco meninos e cinco meninas.
Segundo o professor Ricardo Pina, para os jogos as equipes treinam diariamente, após o horário das aulas, isso com o consentimento dos pais. “Os pais estão cientes e ficam tranquilos, pois sabem que os alunos estão na escola e não pelas ruas fazendo qualquer tipo de bobagem. Isso também é bom, porque com a prática do esporte tiramos nossos adolescentes e jovens do risco das ruas”, ressaltou Pina. Verba federal Para manter o esporte com a compra de equipamentos, uniformes e materiais, a escola incluiu o badminton no programa do governo federal ‘Atleta na Escola’, o qual recebe verba federal para a aquisição dos itens necessários. “O equipamento todo vem de fora. São equipamentos bons. Até o banco (de reserva) é um banco suíço. Utilizamos o recurso federal para manter o esporte”, disse Nadir Socorro, acrescentando que a escola também recebe verba municipal. Os alunos da escola Fá-
bio Lucena foram os campeões na categoria de 12 a 14 anos masculinos já foi vencedora em três anos, dos jogos escolares, ou seja, desde a implantação do projeto na escola em 2012. “Os meninos já ganharam os jogos escolares em 2012, 2013 e 2014 e viajaram para disputar fora. Foi uma experiência ótima e isso vem incentivando também cada vez mais alunos”, explicou Ricardo Pina, lembrando que o esporte tem regras e quando o aluno leva essas regras para
a vida, tudo melhora. Para a gestora Nadir Socorro, o resultado do trabalho com o esporte vem da dedicação e motivação dos professores, nesse caso, dos professores de educação física que se dedicam a ensinar as modalidades, regras e disciplinas aos alunos. “Para mim, o professor trabalhar no que gosta e motivado, com certeza o resultado será o melhor. Por isso nós abraçamos todo programa de esporte, pois acreditamos também que o esporte é uma via de mão dupla dentro da escola”, concluiu.
Preparação forte para o JEAs Para os Jogos Escolares do Amazonas (JEAs), os alunos da escola Fábio Lucena vêm treinando e se esforçando muito para vencer a competição. “Meu objetivo é vencer os jogos em Manaus e disputar em Fortaleza. Estou me esforçando muito para trazer o título para cá”, disse a estudante do 9º ano, Abigail Gomes, 13. Participando pela primeira vez do JEAs, a estudante Júlia Stephanie, 14, disse que decidiu começar a praticar o esporte devido a um convite do professor Ricardo e que depois de conhecer, gostou e venceu os jogos interclasse (que acontece dentro da própria escola). “Eu achava que não seria boa para jogar, mas aí
fui praticando e acabei vencendo os jogos interclasse. Agora meu objetivo é ser campeã do JEAs”, disse. Para o estudante do 8º ano, Dhiam Carlos, 13, o esporte tem ajudado muito a manter a concentração e autoconfiança . Ele, que participa pela primeira vez do jogos escolares, pretende chegar ao menos à final. “Eu quero ao menos passar a primeira fase. Estamos treinando muito e estou me esforçando para, quem sabe, chegar à final”, falou. Dhiam Carlos lembrou que participar do esporte foi uma novidade, principalmente porque no início ele gostaria de participar da equipe de futebol, mas após conhecer e treinar adotou o esporte para sua vida.