Pódio - 4 de setembro de 2015

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Caderno E

CBF coloca árbitros na ‘geladeira’ MANAUS, SEXTA-FEIRA, 4 DE SETEMBRO DE 2015

esportes@emtempo.com.br

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Página E3

FOTOS: EMANUEL MENDES SIQUEIRA

Nadando

contra o tempo Atletas convocados para defender o Brasil na Copa Pacífico podem ficar fora da competição por falta de patrocínio

A

pesar de terem sido convocados para compor a seleção brasileira e representar o Brasil na Copa Pacífico 2015, na Colômbia, parte do grupo dos nadadores do Amazonas vê a oportunidade “escorrer por água abaixo”. Tudo porque o time do Instituto Pedro Nicolas ainda não conseguiu patrocínio para passagens, estadia e alimentação. A competição será realizada dos dias 23 e 26 de setembro, na cidade de Palmira. Uma diária de U$ 50 de hospedagem e aproximadamente R$ 2,6 mil de passagens aéreas são somente alguns dos gastos que os atletas terão de arcar para chegar à Colômbia e conseguir participar da competição. “Ainda não temos dinheiro para passagem e nem nada. Este ano está pesado, a prefeitura ainda não conseguiu nos repassar nada. Por isso, estamos buscando patrocínio, estamos fazendo rifas para conseguir dinheiro”, revelou a nadadora Rebeca Severiano, 18. Assim como Rebeca, passam pela mesma situação Caio Sakamoto, 14, e Elysa Maia, 14, que competem na categoria Juvenil A. Rebeca vai competir pela categoria Juvenil B. Esta é a segunda vez que ela participa da Copa Pacífico. Ano passado esteve no Equador. “Foi minha primeira vez e a gente vai ganhando experiência e crescendo. Ano passado fomos “no susto”. O governo

Pedro Nicolas era fera no nado borboleta

repassou a passagem na última hora. Ganhei a passagem porque alcancei o 5º lugar no ranking brasileiro, na categoria Junior Sênior”, explicou. Apesar de ainda não ter a certeza que vai poder representar o Brasil na copa, a atleta cumpre uma rotina de treinos pesada, focada na competição. “O nosso

Rebeca Severiano trabalha e treina durante a noite

EM FORTALEZA

Esta semana, a dupla Caio Sakamoto e Elysa Maia, ambos de 14 anos, estão representando o Amazonas nos Jogos Escolares da Juventude, que vão de até domingo (6), em Fortaleza (CE)

treinador tem feito uma hora de preparação e duas dentro d´água. Nesses últimos meses ele tem nos passado trabalhos específicos para evoluir e alcançar maiores resultados. Cada semana é um ciclo novo para aumentar a intensidade e o volume dos treinos”, explicou. Os treinos de Rebeca junto aos demais atletas são feitos à noite. “Depois de um dia de trabalho vou cansada para os treinos, mas vale o esforço”, ressaltou . Rebeca foi incentivada pela mãe a começar a nadar quando tinha 8 anos de idade. “Minha mãe me levava todos os dias por causa de um problema que tinha na coluna e fui gostando e fiquei”, revelou.

Falta de incentivos é o grande adversário De acordo com o coordenador do Instituto Pedro Nicolas, Leandro Freire, a dificuldade de conseguir patrocínio seja por parte do governo, seja por parte das empresas privadas é enorme. “Os atletas estão na batalha atrás de patrocínio. Os meninos estão vendendo rifa. É bem complicado representar o Estado porque, infelizmente, os investimentos são mínimos e fica difícil manter o alto

rendimento”, lamentou. Além de apoio financeiro em passagens e hospedagens, durante as competições, falta apoio para os nadadores treinarem diariamente. “Sai tudo do bolso dos próprios atletas. Atleta precisa de boa alimentação, condução para treinar, suplementação, passagem, estadia. Precisa de investimentos e, infelizmente, o Estado não leva a sério”, disse. Ao todo, 32 atletas das

regiões Norte e Nordeste compõem a seleção brasileira que vai competir na Colômbia. Do total, seis representam o Amazonas, sendo três do Instituto Pedro Nicolas e três da Aquática Amazonas. Da Aquática Amazonas foram selecionados os nadadores Mariana Goulart, 16, Matheus Andrade, 18, e Vitória Santa Rita, 18 anos. Segundo o coordenador, compõem o grupo atletas que

se destacaram no primeiro semestre deste ano, em competições estaduais, regionais e nacional. “A escolha dos atletas é feita pela Confederação Brasileira de Desporto Aquáticos, em que os atletas são avaliados e são convocados os melhores para participar”, explicou Freire. A Copa Pacífico é um evento que atrai participantes de todos os países da América do Sul, com exceção de Argentina e Venezuela.

Ótima maneira de homenagear O Instituto Pedro Nicolas foi criado há oito meses em busca de incentivar a prática da natação e uma forma de difundir o legado do nadador amazonense Pedro Nicolas. O menino faleceu aos 13 anos de idade, após ser atingido por um veículo enquanto atravessava a avenida Beira Mar, em frente à Prefeitura de Vitória, no Espírito Santo. Ele seguia junto a outros companheiros de

equipe para um treinamento no Clube Álvares Cabral onde iria competir o Campeonato Brasileiro Infantil de Natação, em 13 de novembro de 2013. “O Instituto surgiu com a ideia de ajudarmos as pessoas a não desistirem de seus sonhos, que era a vontade de Pedro, dos pais e de todos os atletas. Assim eternizamos o nome dele”, disse Leandro Freire.

A morte prematura do nadador causou enorme comoção no Estado. Quando o acidente ocorreu, o menino era o líder do ranking nacional. “Pedro foi um grande nadador, apesar de ter falecido aos 13 anos, era o melhor do Brasil nas provas de 100 e 200 metros de borboleta. Perdemos muito. Os pais perderam o filho, e nós um atleta excepcional”, afirmou Freire.

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IVE RYLO


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