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Plateia
MANAUS, DOMINGO, 15 DE JUNHO DE 2014
Opção de conhecimento U
RENATA FÉLIX Especial EM TEMPO
cultural Atividades do projeto “Opção Sonora”, organizado pelo movimento Espaço Favela, trazem propostas de integração social, em Manaus
Organizadores incentivam a busca por informações
m espaço fixo para servir de ponto de encontro entre grupos e simpatizantes do hip hop em Manaus, além de vitrine para o público conhecer os artistas do segmento, é a proposta do projeto Opção Sonora, promovido pelo movimento Espaço Favela. O encontro cultural vai acontecer todos os domingos, das 14h às 21h, na escola Euro Idiomas (avenida Darcy Vargas, 734, bairro Chapada, Zona Sul). O ingresso para homens custa R$ 5 e mulher não paga. O coordenador do projeto, MC Fino, revela que o evento é único em Manaus e tem o objetivo de agregar à cultura outros estilos musicais e artísticos, por isso o nome “Opção Sonora”. “Hip hop é pura troca de informações. Por isso, há o respeito pela diversidade e abre as portas para outros gêneros artísticos e musicais para ampliar e trocar experiências”, explica. A festa vai contar com a apresentação dos DJs Fino, Saci, Mayer e Messias Mak, grupo Humilde Crew, American MCs e a participação especial do MC Sonic, integrante do grupo de rap Tarja Pretta. Segundo Fino, em Manaus, os grupos ativos do hip hop, que somam aproximadamente 30, estão com o propósito de mudar a cena cultural do movimento e o primeiro passo é acabar com o preconceito para fortalecer a autoestima dos participantes, e mostrar por meio desses encontros que o movimento tem bastante conteúdo e qualidade. Para intensificar as atividades culturais do movimento, uma ofici-
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na de hip hop é realizada durante a semana com atividades de grafite, música, dança e um novo elemento que, de acordo com o MC, faz toda a diferença: o conhecimento. “Mostramos que estudar e se informar são o caminho para quem almeja o sucesso e quer se integrar no meio. Hip hop é comunicação e o conhecimento é fundamental para passar o recado na hora de compor uma música, um grafite; entender o corpo para desenvolver uma coreografia com estilo; conhecer as diferentes texturas e tipos de tintas ideais para a grafitagem, manusear com destreza os equipamentos de DJ, fazem parte do processo”, enumera Fino. Ouvir outros gêneros musicais como MPB e samba por meio de grandes artistas como Clara Nunes, Chico Buarque e Caetano Veloso e fazer rodadas de leituras sobre o tema cultura, fazem parte da oficina que é gratuita e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h e das 14h às 17h, na avenida Eduardo Ribeiro, Centro, edifício Palácio do Comércio, sala 1.807. O local foi cedido por um empresário (J. Castro Imóveis) que se sensibilizou com o projeto e resolveu colaborar. Para fortalecer a ação e entender melhor os anseios do jovem que busca no hip hop uma alternativa cultural, são realizadas visitas periódicas aos pais dos participantes menores de idade (13 a 17 anos). O intuito é de conhecer o ambiente em que vive o jovem que procura o projeto ou que os pais acabam levando até o grupo. “Às vezes, a pessoa é revoltada, violenta e para entendermos o problema vamos até a família. Isso fortalece nosso trabalho e mostra que, apesar de sermos marginalizados, não somos bandidos”, explica o MC.