EM TEMPO - 13 de dezembro de 2013

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Política

MANAUS, SEXTA-FEIRA, 13 DE DEZEMBRO DE 2013

GABRIELA KOROSSY/ CÂMARA DOS DEPUTADOS

Cláudio Humberto COM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

www.claudiohumberto.com.br

Pessoas jurídicas somente deveriam contribuir para fundo partidário” SENADOR EDUARDO SUPLICY (PT-SP) discursando contra doações privadas a campanhas

Contra Lula, Dilma quer substituir ministros já Apesar da pressão do expresidente Lula para manter nos cargos os ministros candidatos até março, a presidente Dilma está ansiosa para promover uma reforma ministerial entre 20 de dezembro e 15 de janeiro. Ela está irritada com ritmo lento dos ministros, preocupados demais com suas campanhas, e planeja substituí-los o quanto antes, até para ter o que mostrar em sua própria campanha à reeleição. Deixa ele A pressão maior de Lula é por Alexandre Padilha (Saúde). Acha que prolongar sua permanência é vital para a disputa pelo governo paulista. Todos iguais Partidos aliados cobram “isonomia” de Dilma: querem que seus ministros fiquem nos cargos até março, como os do PT. Boquinha Na expectativa de faturar ministérios, PTB e PROS, dos irmãos Cid e Ciro Gomes, pressionam por imediata reforma ministerial. Alvo de cobiça O PMDB também não vê a hora de ver a posse ao senador Vital do Rêgo (PB) na Integração, também cobiçado por PT, PTB, PP, PROS... PT aposta no ‘propinoduto’ do metrô contra PSDB O governo Dilma aposta que as denúncias sobre esquema de corrupção dos trens de São Paulo vão gerar desgaste eleitoral maior ao PSDB do que o “mensalão tucano”, a ser julgado em 2014 pelo Supremo Tribunal Federal. Na avaliação do Palácio do Planalto, além do

fator “novidade”, o escândalo atinge em cheio o núcleo duro do PSDB, incluindo governador Geraldo Alckmin e antecessor José Serra. Saiu ofuscado Denúncias do “propinoduto” paulista tiraram do noticiário o mineiro Eduardo Azeredo (PSDB), estrela do “mensalão tucano”. Mangalô Não é maldade do calendário: hoje é sexta-feira 13, de 2013, combinação numerológica que assombra petistas supersticiosos. Cara lisa No final do seu segundo governo no Rio, Sérgio Cabral (PMDB) culpou as “décadas de abandono” pelas enchentes na Baixada Fluminense. Lula em campanha Horas antes da convenção, ontem, em Brasília, o PT já incomodava centenas de trabalhadores das duas torres do centro empresarial Brasil 21, com um carro de som tocando loas ao ex-presidente, incluindo a musiquinha “Lula lá”. E sem qualquer referência à reeleição de Dilma. A banca do distinto À espera do trânsito em julgado da pena no mensalão, o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha aproveita a mão aberta do contribuinte: já gastou R$ 62 mil em cota parlamentar após a sentença, em agosto. Explica, ministro Entre as medidas dos ministros José Eduardo Cardozo e Aldo Rebelo está a criação de uma “câmara técnica” no Ministério da Justiça para combater a violência nos estádios. Igual àquela que Cardozo extinguiu em 2011, em decisão que até

PODER SEM PUDOR

Gesto inusitado Num país onde autoridade não pede demissão, Segadas Vianna o fez. Ministro do Trabalho de Vargas em 1953, avisou que derrotaria a greve dos marítimos com a lei que considerava deserção faltar ao trabalho. João Goulart foi contra e convenceu Getúlio. Segadas não titubeou: - Se a opinião dele é tão importante, faça-o Ministro do Trabalho. Pediu o boné em seguida.

Jornalista

hoje ele enrola, enrola, e não explica. Sinal vermelho Brasil, Indonésia e África do Sul estão no mapa de risco de investidores estrangeiros por possíveis medidas populistas após as eleições nesses países, segundo aponta mapa da consultoria inglesa Maplecroſt. Água no chope Alemães da Volks ainda não entenderam a piada: a Kombi teve de sair de linha no Brasil por falta de airbags e freios ABS – itens de segurança que o governo agora dispensa para “não encarecer” as carroças. Pela hora da morte Referência em planos de saúde “top”, a Casa de Saúde São José, no Rio, tem camas com ferrugem, lençóis furados e cobertores fedidos. “Sem fins lucrativos”, recebe incentivos e isenções do governo. Instinto primitivo O Conselho Nacional de Justiça recomendou rigor na fiscalização da presença de crianças nas cidades-sede da Copa. Quanto a animais em estádios com barras de ferro, só mesmo consultando o Ibama. Direitos dos animais A pedido do PV, o presidente da Câmara, Henrique Alves, autorizou a criação de comissão especial para elaborar marco sobre direitos dos animais. Hoje, 550 projetos sobre o tema tramitam Casa. Pensando bem... ...o ministro Guido Mantega criou a “economia Frankenstein”: além das “duas pernas mancas” que citou, tem cabeça avariada e língua presa.

Casa entra em recesso no dia 19, e deverá fazer esforço concentrado para votar as pautas

Congresso deverá votar Orçamento na terça-feira No total, cada parlamentar terá R$ 5,8 bilhões para emenda de bancada e R$ 8,7 bilhões para as emendas individuais

A

Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou ontem, os dez relatórios setoriais da proposta de Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2014. A aprovação abre caminho para que o Orçamento do próximo ano seja votado no colegiado até a próxima terça-feira (17) de manhã, para que, à tarde ou à noite, a matéria seja apreciada no plenário do Congresso Nacional antes da sessão de vetos que trancará a pauta, prevista para o dia 19. É na fase dos relatórios setoriais que as emendas parlamentares podem ser acolhidas. Cada parlamentar teve R$ 14,68 milhões para apresentar em emendas individuais, sendo R$ 7,34 milhões necessariamente para

a saúde (incluídas despesas de custeio, como pagamento de água e luz, e excluídos o pagamento de pessoal e os encargos sociais, como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). No total, os pareceres destinaram R$ 5,8 bilhões à emendas de bancadas estaduais e R$ 8,7 bilhões às emendas individuais de deputados e senadores. A saúde é a área que mais vai receber recursos no ano que vem, R$ 105,4 bilhões. Metade do montante de emendas individuais do Orçamento Impositivo, como previa o acordo do governo com o Congresso. O Ministério do Turismo e as secretarias de Políticas para Mulheres (SPM), de Promoção de Políticas de Igualdade Ra-

cial (Seppir) e de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República tiveram os maiores aumentos de receita. A pasta do Turismo, cuja previsão de orçamento inicial era R$ 670 milhões, recebeu, nos relatórios setoriais, R$ 1,29 bilhão. Na SPM, o aumento ficou em 52%, passando de R$ 140,8 milhões para R$ 214 milhões. A Seppir teve crescimento de 47% das receitas. Inicialmente previstas em R$ 38,47 milhões, elas subiram para R$ 56,7 milhões. Já a SDH ficará com R$ 322 milhões. Com a aprovação dos relatórios setoriais, fruto de acordo entre os líderes partidários, a receita primária líquida da União passará para R$ 1,093 trilhão.

BRASÍLIA

Dilma recebe vaias durante evento A presidente Dilma Rousseff recebeu vaias nesta quinta-feira (12) ao discursar em cerimônia da 19ª edição do Prêmio de Direitos Humanos, em Brasília. Durante o evento, organizado pelo governo federal, manifestantes, alguns com os rostos cobertos, protestavam contra a violência policial e pediram o fim da militarização da polícia, enquanto outros reivindicavam agilidade na demarcação de terras indígenas. “Chega de alegria, a polícia mata pobre todo dia” e “Não acabou, tem que acabar, eu quero o fim da polícia

militar” gritavam cerca de 40 manifestantes enquanto Dilma falava ao microfone. No discurso, Dilma primeiro lembrou dos que lutaram contra a ditadura militar, falou das realizações do governo no combate à miséria, na ampliação da moradia, na educação e na saúde, além de políticas específicas para pessoas com deficiência, comunidade LGBT e população negra. Quando o discurso de Dilma começou, o grupo se uniu mais à frente, num canto perto do palco. Nesse momento, chamaram a presidente de “genocida” e “ruralista”. Dilma

seguiu lendo seu discurso, sem interrupções, e sem responder aos gritos. Mais para o final da fala da presidente, o grupo mais próximo ao palco começou a puxar gritos a favor de Dilma. “Olê, olê, olê, olá, Dilma, Dilma”, gritavam. Os gritos dos manifestantes se intensificaram, mas foram abafados pelos apoiadores da presidente. Nesse momento, os ministros e autoridades que estavam no palco se levantaram para aplaudir Dilma, que ainda discursava. Ela seguiu falando, indiferente às manifestações pró e contra.


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