Eleições 2014 - 28 de setembro de 2014

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Especial

Eleições 2014 MANAUS, DOMINGO, 28 DE SETEMBRO DE 2014

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Pesquisas aquecem a reta final da campanha eleitoral FOTOS: DIVULGAÇÃO

A uma semana do 1º turno das eleições, candidatos se apegam aos números das pesquisas e miram nos indecisos

E

m cada resultado divulgado na TV, no rádio ou na internet, acende a luz verde ou amarela para os candidatos. É assim a campanha eleitoral, com as pesquisas de intenções de votos, feitas por empresas especializadas. Para o eleitor, o sobe e desce das estatísticas de opinião serve apenas para ele acompanhar o desempenho de seu candidato até o dia 5 ou 26 de outubro (primeiro e segundo turnos, respectivamente). Mas para quem trabalha com marketing político e estratégia, essas pesquisas são mais que números: são dados valiosos que servem de diretrizes para se chegar até os eleitores indecisos e também garantir até o dia da eleição o voto daqueles que já se consideram decididos. O empresário Durango Duarte, da empresa Perspectiva, que trabalha há 25 anos neste ramo, explica que as pesquisas de intenções de votos refletem a performance dos candidatos em contato com os eleitores. Para quem está no front, trabalhando para que o candidato seja eleito, os números mostram o que deve ser aprimorado ao longo da campanha eleitoral, que dura pouco mais

de três meses. “As estatísticas não mentem e podem virar pelo avesso a estratégia de campanha política”, alertou. As pesquisas, disse Durango, além de apontarem os rumos da campanha eleitoral, são ferramentas também para motivar os correligionários, as pessoas que caminham ao lado do candidato e estão sempre presentes nos comícios e caminhadas. “Uma pesquisa com resultados positivos, por exemplo, deixa os militantes felizes e agitados. Mas, se os números forem negativos, pode ocorrer um certo descontentamento”, acrescentou. Grandes empresários que investem em campanhas políticas também usam os números das pesquisas eleitorais para determinar em qual candidato irá investir mais. “A pesquisa não é capaz de mudar o voto, mas tem um papel estratégico muito importante”, ressaltou o empresário. Capital e interior De acordo com o professor universitário e sócio da empresa de pesquisa Action, Afrânio Soares, Manaus representa 55,4% da concentração total de eleitores no Amazonas, o restante está nos municípios do

interior. Para desenvolver uma pesquisa séria de intenções de votos em todo o Estado, é preciso montar uma grande estrutura de pesquisadores para percorrer, simultaneamente, no mínimo 15 municípios. A pesquisa é feita em dois dias, por meio de um sistema informatizado de coleta de informações.

A pesquisa não é capaz de mudar o voto, mas tem um papel estratégico muito importante”, ressaltou o empresário Durango Duarte, empresário - Perspectiva

“O trabalho do pesquisador é árduo. Ele não vai até uma praça e conversa com várias pessoas. Ele vai de porta em porta, aborda os moradores e aplica um questionário com perguntas específicas, as quais geram um resultado preciso”, explicou. Segundo Afrânio, entre 2 mil e 3 mil pessoas são pesquisadas durante uma coleta

de intenções de voto. Como por exemplo, na última parcial, divulgada pela Action, este mês, foi divulgado que o candidato Eduardo Braga (PMDB) aparece à frente do governador José Melo (Pros) e do deputado estadual, Marcelo Ramos (PSB). Para o professor, as pesquisas de intenções de voto não servem de parâmetro para o eleitor decidir seu voto na urna, porém, sem elas, é impossível pensar em uma campanha vitoriosa. Decididos Nos dias que antecedem as eleições, pelo menos 80% dos eleitores estão decididos em quem irão votar, por isso, as pesquisas de boca de urna têm resultados mais próximos da realidade. Os 20% restantes decidem o voto momentos antes da votação. Uma pequena parcela, cerca de 3%, representa o “voto útil”, ou seja, os eleitores indecisos que votam nos candidatos que estão vencendo ou perdendo. “As pesquisas refletem a vontade do eleitor, mas tudo pode mudar à medida que o candidato altera seu discurso político, melhora as suas propostas”, afirmou.

Voz das ruas podem não refletir o voto nas urnas Nas ruas, há quem diga que as pesquisas de intenção de voto não refletem o sentimento do eleitor. Para a estudante universitária Daniela Caetano, 21, os resultados são manipulados em favor de certos candidatos, por isso, prefere não acreditar nos números divulgados pela mídia. “Eu decidi meu voto com base nas propostas que meu candidato apresentou. Lamento que muita gente acredita que

pesquisa ganha eleição e acaba acompanhando uma falsa tendência”, afirmou. Já a cabeleireira Ivone Martins, 25, e o marido Sílvio César, 25, disseram que têm acompanhado as últimas pesquisas, porém, os números servem apenas para saber quem está melhor nas intenções de voto. “Estas pesquisas são apenas termômetro e não me influenciaram para escolher o meu candidato”, afirmou.

FALA, POVO Você acredita nas pesquisas de intenções de voto? “Tenho acompanhado os resultados das últimas pesquisas eleitorais, mas elas não vão mudar meu voto. Estou decidido”

“Saber quem está na frente nas pesquisas e quem não está não muda a minha decisão sobre meu candidato”

“Acho que essas pesquisas de intenções de votos são manipuladas. Eu vejo os resultados pela TV, mas prefiro não acreditar neles”

“Vejo as pesquisas apenas para acompanhar o desempenho dos candidatos na campanha eleitoral. Mas acredito que os resultados não são 100% reais”

“Não acredito nestas pesquisas de intenções de voto. Para mim, o que vale é o resultado nas urnas. Elas não mudam em nada a minha opinião”

Douglas Araújo, 23, fiscal

Célio Santiago, 42, fiscal

Taís Oliveira, 23, vendedora

Ivone Martins, 25, cabeleireira

Maikon Silva, 26, vendedor

FOTOS: RAIMUNDO VALENTIM


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