Especial
Eleições 2014 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 2014
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O CONFRONTO FINAL Braga e Melo protagonizaram ontem o último debate e trocaram farpas FOTOS: RAIMUNDO VATENTIM
Único debate ocorrido entre os dois candidatos neste segundo turno mostrou um forte embate entre Braga e Melo e pouca apresentação de propostas RAPHAEL LOBATO Equipe EM TEMPO
A
três dias do segundo turno da disputa pelo governo do Amazonas, os candidatos José Melo (Pros) e Eduardo Braga (PMDB) protagonizaram na noite de ontem o debate mais acirrado destas eleições. O peemedebista e o candidato à reeleição não economizaram em troca de ataques, explorando principalmente escândalos de corrupção, segurança e descaso em setores de governo. Os duros embates começaram já no primeiro bloco do debate que teve 50 minutos de duração, com José Melo se apresentando mais incisivo nos ataques. O adversário peemedebista inaugurou o embate explorando o tema segurança pública, que tem desgastado o governador, e abordou a recente denúncia da revista “Veja”. “A imprensa nacional acaba de denunciar o acordo com traficantes e o governo não responde”, disse Braga. “O que está acontecendo são as armações que você faz, ao invés de apresentar propostas (...). Pegou 30 minutos de uma gravação, pinçou palavras e fez essa armação e colocou na imprensa nacional e internacional. Você está enxovalhando o Estado que lhe deu abrigo”, rebateu Melo, que já havia acusado Braga de ser “leviano” em questão anterior sobre segurança. O embate do segundo bloco então emendou para o tema saúde. O senador do PMDB questionou o “motivo” das “filas desu-
manas” nos hospitais, com “tanto dinheiro”, e ouviu de Melo que “foi porque você (Braga) foi governador e não resolveu o problema”. Braga então rebateu que “quem ouve, pensa que ele não é governador (...). Você sabe que não tem medicamento no Cecom”. O embate sobre o assunto continuou com Melo falando sobre a recuperação da Santa Casa. No segundo bloco do debate, os candidatos reduziram as trocas de acusações e aumentaram a exposição de programas de governo. Melo acenou para o eleitorado das zonas Norte e Leste de Manaus e Braga acenou para o eleitorado jovem, com bolsas de universidade. O senador associou ainda a imagem de Melo ao PSDB, sugerindo que os tucanos são contra a Zona Franca de Manaus (ZFM). O adversário negou que a ZFM esteja ameaçada. A postura menos tímida e reclusa de José Melo surpreendeu aliados que estavam presentes na emissora. Melo havia apresentado baixo desempenho nos debates do primeiro turno e é acusado por Braga de ter influenciado o cancelamaneto dos demais embates no segundo turno. A postura de mais ataques de Melo foi explorada pelo adversário, que mirou desconstruir a sua imagem projetada, de “bonzinho”.
José Melo lança um desafio
Durante intervalo, candidato recebia orientação de sua equipe
No terceiro bloco, de considerações finais, o candidato à reeleição respondeu a um questionamento feito por Braga sobre um processo em que o governador responde por corrupção na área de educação. Braga chegou a xingar Melo de “Zé Merenda”, referindo-se ao caso. O governador então negou o processo e “desafiou” o adversário. Negação “Eu não respondo a nenhum processo no TCU sobre merenda. Se houver algum processo lá, eu renuncio o meu mandato. Se não houve, o Braga renuncia”, disparou. Melo continou o discurso de encerramento afirmando que só apresentou propostas durante as eleições e que “não denegri ninguém”. Ele completou que “Me defendi no momento em que foram atacadas a minha família, esposa e meus aliados”.
José Melo também foi aconselhado por seu marqueteiro