Eleições 2014 - 22 de setembro de 2014

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Especial

Eleições 2014 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 22 DE SETEMBRO DE 2014

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‘Vou dar continuidade aos programas que deram certo’ FOTOS: DIEGO JANATÃ

Durante visita a Manaus, a presidenciável Marina Silva declarou que não acabará com o Bolsa Família, Prouni e Pronatec

Durante comício realizado na noite de ontem, no bairro Alvorada, a socialista pediu votos para os Marcelos - Ramos e Serafim, e disse que irá olhar com grande carinho para a Região Norte EMERSON QUARESMA Equipe EM TEMPO

A

candidata à presidente da República pelo PSB, Marina Silva, esteve ontem em Manaus cumprindo agenda política. A socialista chegou à cidade na hora do almoço e teve como primeiro compromisso uma visita à sede do Museu da Amazônia (Musa), no bairro Cidade de Deus, Zona Norte. À noite, a candidata realizou ao lado do postulante ao governo do Amazonas, Marcelo Ramos, e de vários candidatos do PSB, um comício no bairro Alvorada, Zona Centro-Sul, onde garantiu continuidade a programas sociais, como Bolsa Família, Prouni e Pronatec. No Musa, Marina Silva participou de um Ato Público pela Responsabilidade no Enfrentamento das Mudanças Climáticas, e enfatizou várias vezes que queria ser “a presidente dos brasileiros”. “Quem vai assumir o governo é a presidente eleita por uma aliança com alguns partidos, e principalmente com núcleos vivos da sociedade, que estão dando uma demonstração de que para ganhar não são necessárias as velhas estruturas do dinheiro e da troca de ministérios por tempo de televisão”, disse Marina. Ainda durante sua participação no museu, a candidata apresentou um discurso de viabilizar projetos que unem economia e ecologia, e demonstrou que a conclusão da BR-319 não está nos seus planos ao dizer que “não é uma estrada viável em ne-

nhum aspecto positivo”. “A BR-319 até hoje não provou a sua viabilidade econômica, social e ambiental. Durante a minha gestão como ministra do Meio Ambiente no governo Lula fiz as minhas licenças mais complexas: a BR-163, a transposição do São Francisco e o complexo do Madeira”, sustentou. A rodovia é uma das principais bandeiras levantadas pelos empresários do Polo Industrial de Manaus (PIM), que defendem a estrada como a principal solução logística para a saída dos produtos

ZONA FRANCA

Durante evento na cidade, a candidata declarou apoio a necessidade da continuidade da Zona Franca de Manaus, mas defendeu a busca por outras alternativas econômicas para a região da Zona Franca de Manaus (ZFM) para as demais regiões do país. Marina não deixou claro quais são suas políticas voltadas para o modelo. Avaliou somente que a ZFM deve ter continuidade por livrar o Amazonas da pressão contra a floresta que sofreram Estados como Rondônia e Pará, mas que sejam trabalhados outros modelos econômicos para o Estado. “É preciso que se tenha e que se continue com a Zona Franca. Mas é preciso que se busque outras alternativas, para que o Amazonas não

seja um samba de uma nota só. É possível se ter várias notas musicais no desenvolvimento sustentável do Estado, para que depois ninguém faça como um jornal fez. Eu disse que ia explorar energia renovável e ele estampou que eu era contra o pré-sal. Eu estou dizendo que são as duas coisas”, disse a candidata. Para ela, a região, rica em biodiversidade e diversidade cultural, pode ser explorada como um polo tecnológico e científico, e também para o desenvolvimento do turismo. “Que tem inúmeras possibilidades como o turismo científico, de massa, conceitual e de entretenimento”, disse. Críticas à Dilma Durante o Ato Público pela Responsabilidade no Enfrentamento das Mudanças Climáticas, que ocorreu um dia antes da Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidades (ONU), que ocorre hoje, em Nova York, nos Estados Unidos da América (EUA), após ouvir ambientalistas, Marina criticou a candidata à reeleição, presidente Dilma Rousseff, por se esquivar das responsabilidades sobre o clima. Segundo ela, o atual governo se omite em fazer parte do esforço global pela preservação ambiental, ao recusar-se a assinar a declaração mundial de proteção das florestas, que será subscrita hoje por mais 30 países. “Não tem sentido o governo brasileiro não dar a sua assinatura e o seu compromisso de que irá preservar as nossas florestas”, criticou. Marina observou que 61%

do território brasileiro é coberto por florestas e defendeu que o país precisa respeitar a sua diversidade cultural. “Precisa entender que a sua proteção não é nenhum prejuízo ao desenvolvimento econômico. Muito pelo contrário. É a única forma de proteger a nossa agricultura e os nossos reservatórios de água que produzem energia”, afirmou. Presentes ao ato, ambientalistas como Carolle Alarcon, secretária executiva do Movimento Ficha Limpa e Wilde Itaborahy, reforçaram o discurso ambiental de Marina Silva ao defenderem uma agenda ambiental mais clara durante o processo eleitoral, que fale de políticas públicas contra o desmatamento e a preservação das florestas com os povos tradicionais e indígenas. “É muito importante para o Brasil assumir o papel de liderança frente a questões ambientais. O Amazonas é uma das novas fronteiras do desmatamento. Precisamos da revisão dos planos de manejo, da reformulação do sistema de controle e de transparência nos processos ambientais”, defendeu Cláudia Caliari, do Greenpeace Manaus. Ainda durante a sua passagem na cidade, a candidata não deixou claro a qual partido se filiará após uma eventual vitória nas eleições gerais desse ano. Marina se esquivou de falar diretamente se iria manter -se filiada ao PSB até o fim do seu mandato, ou se mudaria para a Rede Sustentabilidade (Rede), legenda que não conseguiu viabilizar para sustentar a sua candidatura.

‘Velha República está tremendo’ À noite, Marina Silva participou de um comício no bairro Alvorada. Falando para um público de 2 mil pessoas, Marina começou seu discurso pedindo votos para os Marcelos - o candidato ao governo Marcelo Ramos, e o candidato ao Senado Marcelo Serafim. A candidata voltou a destacar que não irá acabar com projetos como Bolsa Família, Prouni e Pronatec, programas sociais implantados no governo do PT e que estão na base do plano de governo de sua adversária, a presidente Dilma Rousseff, que disputa a reeleição. Por meio do telão armado no palanque, os apoiadores de Marina Silva ouviram depoimentos de personalidades como o

poeta amazonense Thiago de Mello e o cantor e compositor Gilberto Gil, que se declaram a favor da eleição de Marina. Durante quase meia hora de discurso, a socialista também relembrou o período em que morou em Manaus, e ajudava sua mãe a lavar roupa no Igarapé do 40. Marina fez críticas aos seus adversários, destacando que eles não apresentaram seus planos de governo mesmo com um grande espaço no programa eleitoral. Bastante aplaudida, agradeceu o empenho de todos. “Ninguém governa sozinho e a ajuda de vocês é muito importante. A velha República está toda tremendo de medo. E nós vamos mudar esse quadro”.

Marina ficou encantada durante a sua passagem pelo Musa


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