Especial
Eleições 2014 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 21 DE OUTUBRO DE 2014
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José Melo vai à Justiça contra denúncia da ‘Veja’ Governador e equipe de campanha devem entrar com ações contra material veiculado na revista durante o fim de semana DIVULGAÇÃO
José Melo deverá entrar hoje com uma representação contra peça veiculada pela revista “Veja” RAPHAEL LOBATO Equipe EM TEMPO
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sada como munição pela campanha do PMDB do senador Eduardo Braga, a denúncia de que o governador José Melo (Pros) teria negociado apoio, no segundo turno destas eleições com líderes de facções criminosas, será atacada judicialmente pelo candidato à reeleição. A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) pedirá acesso às gravações publicadas pela revista “Veja” no último domingo (19) e a coligação de Melo pedirá a “imediata” suspensão do programa de Braga. A campanha de José Melo finalizou na tarde de ontem
a representação que alegará ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), que a peça veiculada por Braga traz recursos de montagem. “Há uma explícita montagem de edição no programa. O horário eleitoral não deve suportar esse tipo de material, que só prejudica o eleitor com mentiras”, disse um dos advogados do candidato à reeleição, José Fernandes Júnior. A denúncia que foi destaque no portal online da revista “Veja” também será atacada pelo governo. A Casa Civil confirmou ontem que a PGE foi demandada para tomar “as medidas cabíveis” no caso. O procuradorgeral do Estado, Clóvis Smith, afirmou a reportagem que pedirá primeiramente acesso às
gravações divulgadas, para analisar futuras novas medidas. A ação será ingressada na Vara da Fazenda Pública da Justiça Estadual. “Nós, primeiramente precisamos ter acesso ao conteúdo original da revista, para saber se houve alterações e analisar o material. Depois que tivermos analisado a denúncia, comprovaremos se ela é ou não procedente e então tomaremos novas medidas. Se for falsa, buscaremos a punição das fontes e dos veículos”, disse Smith. O procurador afirmou
REPRODUÇÃO DA TV
Denúncias foram alvo dos programas eleitorais dos dois candidatos ao governo, Braga e Melo
que poderia ingressar com a ação na tarde de ontem ou na manhã de hoje. Ainda ontem, a Procuradoria Regional Eleitoral no Amazonas (PRE) requeriu a instauração de inquérito à Polícia Federal (PF), para apurar eventual prática de crime eleitoral com base na reportagem. O órgão disse ainda que uma cópia de todo o material, inclusive da gravação de áudio, também será encaminhada ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, “tendo em vista as referências” feitas ao candidato à reeleição. Programas inflados As denúncias inauguraram ontem o primeiro programa
de TV e rádio dos dois candidatos na última semana do segundo turno. O programa de Eduardo Braga dedicou os 10 minutos de exibição para inflar o caso revelado pela “Veja” e o vazamento de um vídeo em que presidiários amazonenses fazem fila para usar cocaína, divulgado pelo jornal “Folha de São Paulo” também no último final de semana. O programa do PMDB diz que o “Brasil inteiro está chocado” com as denúncias e que “ninguém questiona a isenção” da “Folha” e da “Veja”. No áudio publicado pela revista, conversam o subsecretário de Justiça do Estado, major Carliomar Barros Brandão, com o traficante José Roberto Fernandes
Barbosa, um dos líderes da Família do Norte, facção que controla o comércio de drogas no Amazonas, no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), na capital. Já o programa de José Melo dedicou a segunda metade do tempo para rebater as denúncias. A peça acusou Braga de ter montado uma “farsa” em torno do caso e trouxe uma entrevista com Carliomar Barros, que reforça a versão de que teria ido ao Compaj para evitar confrontos. Barros disse ainda que a denúncia é montada. “Tem coisas que foram faladas no início e colocaram no final e vice-versa, tentando dar uma conotação política da minha ida ao presídio”, diz.
Denúncia provoca exoneração
TRE suspende peça sobre ditadura
A edição de ontem do Diário Oficial do governo publicou a exoneração do major Carliomar Barros Brandão da subsecretaria da pasta de Justiça e Direitos Humanos (Sejus). A substituição
O juiz auxiliar do TRE, Francisco Carlos Gonçalves Queiroz, concedeu, no último domingo (19), uma liminar pedida pela coligação de José Melo para a suspensão das peças da propaganda de Eduardo Braga em que o governador é acusado de ter trabalhado para a ditadura militar. A ação contra a peça que estava sendo veiculada durante a semana passada foi ingressada no
do major, protagonista da denúncia da “Veja”, não foi anunciada pelo governo. No programa veiculado ontem por José Melo, o major comentou a decisão do governador e disse que “aceito
a exoneração com a maior naturalidade do mundo”. A Agência de Comunicação do Estado informou que o governador ainda não definiu quem vai substituir o major na função. REPRODUÇÃO/FACEBOOK
dia anterior à decisão. No despacho, o juiz afirma que o tempo de TV dos candidatos “não pode ser desvirtuado para a realização de críticas destrutivas da imagem pessoal do candidato adversário, nem é justo que o ofendido tenha de utilizar o seu próprio tempo para se defender de ataques pessoais em prejuízo de um autêntico e benfazejo debate político”. “O horário eleitoral foi
concebido pelo legislador e é regiamente pago com o esforço do contribuinte (nada tem de gratuito, a não ser para o candidato!), não para ser um locus de ataques e ofensas recíprocas, de índole pessoal, mas sim para a divulgação e discussão de ideias e de planos políticos”, reforça o juiz, na decisão. A assessoria jurídica de Braga afirmou que deverá recorrer da decisão. DIVULGAÇÃO/TJ
Major Carliomar Brandão teve sua exoneração publicada ontem no Diário Oficial do Estado
Juiz Carlos Queiroz concedeu liminar pedindo a suspensão das peças de Eduardo Braga