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Eleições 2014 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 12 DE SETEMBRO DE 2014
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Em Manaus, Lula agradece lealdade de Eduardo Braga FOTOS DIEGO JANATÃ
Em uma disputa apertada entre Dilma e Marina, Lula fez campanha e disse que “não é hora de brincar com o Brasil”
Ex-presidente esteve visitando Manaus ontem pela manhã e declarou mais uma vez apoio à candidatura do senador Eduardo Braga, a quem declarou ter orgulho de compor o mesmo palanque RAPHAEL LOBATO Equipe EM TEMPO
C
om plateia lotada de militantes petistas e de partidos aliados, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ontem, em Manaus, o primeiro ato público de reforço a campanha do senador Eduardo Braga (PMDB) ao governo e do deputado federal Francisco Praciano (PT) ao Senado. Sem o palanque do Pros do governador José Melo, Lula afirmou que nunca teve um governador com a lealdade de Braga. O expresidente atacou a presidenciável Marina Silva (PSB) e disse que não é hora de “brincar com o Brasil”. “Eu estou aqui em respeito a quem provou que é capaz de governador unindo o Estado e o governo federal com lealdade. Eu tive o prazer de ser presidente da República no mesmo período em que o meu querido Eduardo Braga foi governador. E, eu quero dizer que nunca tive, neste país, nenhum governador com a capacidade e a lealdade dele. Não estou aqui em um palanque qualquer”, disse Lula, no evento realizado no auditório do Studio 5 Centro de Convenções, na Zona Sul de Manaus.
Lula voltou a defender programas do governo federal introduzidos no Estado durante a gestão de Braga, como o “Luz Para Todos”, o “Bolsa Família”, além das obras estruturais em energia e o gasoduto ManausCoari. Lula lembrou o recorde de votações que obteve na disputa pelo Planalto em 2006 e disse que nunca imaginava que “um operário seria o
ELOGIOS
Lula afirmou que o “Amazonas não quer mais ser segregado”, em referência a proposta de destravar a BR-319 e destacou que nunca o país teve um governador com a lealdade de Braga mais votado no Amazonas”. Naquele pleito, o ex-presidente registrou 86,8% dos votos, contra 13,19% para paulista Geraldo Alckmin (PSDB). Com Marina Silva empata com a presidente Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas, Lula citou a ex-ministra afirmando que ela, assim como outros candidatos à Presidência, já foram do PT, mas que Dilma é a melhor escolha.
“Eles já foram do PT, então por que eu escolhi a Dilma?”, indagou. O ex-presidente reforçou a estratégia de fragilizar a socialista e disse que “não é hora de brincar com o Brasil”, afirmando que Dilma “é a mais preparada”. Eduardo Braga iniciou o discurso afirmando que Lula é o “eterno presidente do Brasil”. O peemedebista pediu para a militância “cutucar” os “indecisos” e os que estão “no outro lado”. Braga centralizou o apoio petista e disse que “assim como nós, Lula e Dilma não têm o apoio da máquina do governo”. O senador atacou o candidato do PSD ao Senado, Omar Aziz, e disse que “quem não fez como governador, não fará como senador”. O evento teve ainda os pronunciamentos da candidata a vice na chapa, a deputada Rebecca Garcia (PP) e da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB). Rebecca disse que Lula “foi o primeiro a ajudar uma mulher a chegar à Presidência e agora vai ajudar uma mulher a governar o Amazonas”. Já a senadora comunista destacou a carreira de Lula e convocou a militância para repetir os 80% de votos registrados por Dilma no Estado nas últimas eleições.
Durante atividade de campanha, Lula foi ovacionado pela plateia formada por militantes
‘Eleitor deve aceitar propina’ O candidato do bloco ao Senado, deputado federal Francisco Praciano (PT), fez um discurso inusitado durante o evento. O petista, que é presidente da Comissão de Combate à Corrupção da Câmara, sugeriu que a população aceite propina de candidatos em troca de votos, mas não vote no candidato
que oferecer o benefício ilegal. O petista deu a declaração após afirmar que o governo está sendo violentamente “usado”. “A máquina está sendo agredida. O José Melo não quis ser governador, quis gastar dinheiro público com obras eleitorais. O que peço a vocês é que tenham cuidado com os profissio-
nais da política, com as lideranças pagas e profissionalizadas. Se alguém lhe convidar para comprar seu voto, oferecer um beneficio, receba porque esse dinheiro é público, mas não vote no candidato. Deixe o cabra sem mandado e liso”, afirmou, após um discurso de ataques ao principal adversário, Omar Aziz.