Especial
Eleições 2014 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 12 DE AGOSTO DE 2014
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Eleição, a festa da democracia DIEGO JANATÃ
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Os próximos dois meses serão fundamentais para os candidatos que estão na corrida para fazer a cabeça do eleitor. Também serão fundamentais para o eleitor, que deverá fazer a escolha certa, afinal, está em jogo o futuro de seu Estado e de seu país
A campanha política ganha as ruas de Manaus. As coligações, em meio ao povo, fazem a festa da democracia, onde só existe uma única maneira de mudar o país: por meio do voto consciente
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Os próximos dois meses serão fundamentais para os candidatos que estão na corrida para fazer a cabeça do eleitor. Também serão fundamentais para os eleitores, que deverão fazer a escolha certa para depois não sair às ruas reclamando que é preciso mudar o cenário político nacional, IONE MORENO
ob o inclemente sol do verão amazônico, aos poucos a cidade de Manaus vai dando sinais de que está começando a viver, ainda que timidamente, o clima das eleições 2014. Cabos eleitorais balançando bandeiras nas esquinas das ruas, caminhadas de candidatos nos bairros periféricos, viagens corridas aos municípios do interior, candidatos a presidente visitando o Estado, agências de publicidades e marqueteiros trabalhando a todo vapor para tirar do forno programas eleitorais e candidatos turbinados que serão apresentados ao povo como um “produto novo”, embora alguns deles já sejam “velhos conhecidos” dos eleitores.
Alberto Simonetti: o leitor amadureceu
“impregnado de corrupção”. Fazendo a sua parte, o EM TEMPO passa a publicar, a partir de hoje, o seu “Caderno de “Eleições 2014” – como fez nas eleições municipais de 2012 –, abrindo espaço para todos os candidatos, independente de partidos, coligações ou ideologia. O primeiro turno das Eleições 2014 vai ocorrer no dia 5 de outubro. Se não houver resultado positivo para nenhum candidato, no dia 26 do mesmo mês, acontece o segundo turno. O eleitor tem que estar consciente de que o momento é fundamental para o rumo que o Brasil vai tomar nos próximos 4 anos, por isso é tão importante pesquisar os políticos que tenham propostas que se identifiquem com suas expectativas. Ainda cheio de dúvidas, o eleitor amazonense observa a movimentação dos candidatos, sem ainda saber direito o que é melhor para o seu Estado. A responsabilidade dessa vez é ainda maior e a escolha deve ser mais criteriosa, porque teremos, em 2014, eleições gerais em todo o país para a escolha dos representantes populares na Presidência da República, Câmara dos Deputados e Senado Federal, governos estaduais e Assembleias Legislativas. Tem sido assim desde a Promulgação da Constituição de 1988. Por isso, o eleitor deve pensar bem o que os candidatos estão prometendo e, ao mesmo tempo, fazer uma análise do que eles fizeram até aqui. Afinal, tem candidato que já está nessa vida eleitoreira há 30 anos. — Na verdade, o que existe é um grande cansaço. não só em Manaus. mas em todos os Estados brasileiros. O que se vê em todas as eleições são
sempre os mesmos candidatos. Numa eleição, trocam de grupo e viram adversários e, na outra, já estão juntos novamente, não importando as acusações que fizeram um ao outro – avalia o ex-presidente da seccional do Amazonas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Aristófanes Castro, para quem essa “pseudodivisão” serve para manter o mesmo grupo no poder.
CONSCIENTIZAÇÃO Dois fatos que contribuíram para esse amadurecimento: as manifestações que varreram o Brasil em 2013 e a Lei da Ficha Limpa, que incentiva o voto consciente — Na eleição para presidente o que se vê são os candidatos prometendo a mesma coisa. Todos têm medo de dizer a verdade. A grande chance de mudança, o povo brasileiro perdeu. As grandes manifestações populares, que iriam modificar a política brasileira, foram abortadas pela violência que tinha e tem como finalidade afastar o povo das ruas – analisa. Para o atual presidente da OAB/AM, Alberto Simonetti, a democracia é dinâmica e necessita de fatos e ferramentas novas para responder aos anseios de amadurecimento do povo. Ele cita dois fatos que contribuíram para esse amadurecimento: as manifestações que varreram o Brasil em 2013 e a Lei da Ficha Limpa, que incentiva o voto consciente do eleitor, mostrando a importância de se conhecer o passado dos candidatos, baseado em seu
comportamento e ações. — A cada nova eleição vem ocorrendo o amadurecimento do eleitor. Vai chegar o momento em que não precisaremos mais de ferramentas como a Lei da Ficha Limpa, a própria sociedade vai banir esse político ficha-suja do processo – acredita Simonetti. Mas Ari Castro só acredita numa mudança radical, dessa e de outras eleições, se o povo ganhar as ruas e mostrar aos políticos “porque não acredita mais neles e unidos encontrar um novo caminho”. — Sem a presença do povo nas ruas, sem a revolta nas redes sociais, não teremos mudança no Brasil. Terminada a eleição, todos se acomodam e ficam como sempre no poder. Ao citar a “revolta nas re-
des sociais”, Castro toca num ponto fundamental para a eleição de 2014: as mídias sociais, que poderão “encher a bola de um candidato” e, ao mesmo tempo, destruí-lo por completo, dependendo da informação que cair na rede. A exemplo de Barack Obama na eleição presidencial dos Estados Unidos, uma estratégia para os candidatos nas eleições de outubro é começar a criar, agora – muitos já fizeram isso –, perfis para aproximar-se dos eleitores por meio das mídias sociais sem medo de retaliação. Isso vai garantir um feedback instantâneo da população durante o horário eleitoral na TV e no rádio, até porque já foi provado que 60% das pessoas assistem à TV e navegam na redes sociais simultaneamente. RICARDO OLIVEIRA
MÁRIO ADOLFO Equipe EM TEMPO
Ari Castro: mudanças só com o povo na rua