Eleições 2014 - 12 de outubro de 2014

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Especial

Eleições 2014 MANAUS, DOMINGO, 12 DE OUTUBRO DE 2014

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Esq.-dir.: Felipe Souza, Pastor Carlos Alberto, Fabrício Lima e Bosco Saraiva

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Vereadores testam popularidade nas eleições Concorrendo a cargos estaduais e federais, pelo menos 26 vereadores testaram, nas urnas, o tamanho de suas popularidades CARLOS EDUARDO MATOS Equipe EM TEMPO

P

ara 26 vereadores de Manaus, ter participado destas eleições foi mais que uma disputa por vaga no parlamento estadual, no Congresso Nacional ou no Senado: foi o momento de avaliar a popularidade deles entre os eleitores da capital, com os olhos voltados para as eleições municipais de 2016. Nesta batalha, muitos saíram feridos. Mesmo tendo a vantagem de serem vereadores – alguns com forte apoio político do prefeito Athur Neto e com extenso trabalho social nos bairros – seis parlamentares receberam menos votos que nas eleições de 2012; nove tiveram um desempenho razoável, com aumento de mais de 2 mil votos, se comparado com o último pleito. Apenas dois vereadores mantiveram suas margens de votação. Em compensação, oito vereadores superaram as expectativas e tiveram aumento de mais de 5 mil votos nesta eleição. O faltoso Ironicamente, os três vereadores mais votados nas eleições de 2012 foram os que tiveram os piores resultados nesta eleição. Reizo Castelo Branco (PTB), que liderou a lista dos mais votados, com 18,1 mil votos, recebeu como candidato a de-

putado estadual 13,1 mil votos em Manaus, quase 5 mil a menos. Campeão de faltas na Câmara Municipal de Manaus (CMM), mas com extenso trabalho nas comunidades carentes, sempre com apoio do pai, deputado federal Sabino Castelo Branco, e da mãe, deputada estadual Vera Lúcia Castelo Branco, ambos do mesmo partido, Reizo sofreu uma forte rejeição e perdeu a disputa. No interior do Estado, ele também não foi bem, pois recebeu apenas 804 votos. Procurado pela reportagem, o vereador não foi localizado para dar declarações. O assíduo O segundo mais votado nas eleições de 2012, com 15,4 mil votos, o vereador Álvaro Campelo (PP) conquistou a confiança de 10,2 mil eleitores em Manaus, o que não foi suficiente para ele sair vitorioso na disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). Parlamentar de primeiro mandato, Campelo é conhecido pelo trabalho em defesa dos direitos dos consumidores. Ele não soube explicar a razão dessa queda no número de votos, apenas disse que o “dinheiro prevaleceu sobre o trabalho”, referindo-se à cam-

panha política feita com pouco recurso. “Não faltei a nenhum dia de sessão na Câmara Municipal, realizei várias ações de fiscalização em supermercados e shoppings, exerci meu mandado com afinco, com apoio do povo. Em nossas pesquisas, meu nome estava entre os favoritos. Por alguma razão que desconheço, não fui eleito”, lamentou. O vereador Plínio Valério (PV), que ficou em terceiro colocado

INVESTIMENTO

Parlamentares com mais experiência e considerável apoio político investem pesado e buscam a vitória, mas uma boa parte dos vereadores entra na eleição somente para testar sua popularidade na lista dos mais votados em 2012, com pouco mais de 12 mil votos, este ano arrebatou 10,6 mil votos em Manaus. Juntando os votos no interior do Estado, o ex-deputado federal conseguiu 12,3 mil votos, quase o mesmo resultado da eleição para vereador. Os números bateram forte o parlamentar, que chegou a afirmar, na tribuna da CMM, que este resultado foi um fracasso. Em uma rede social, Plínio disse que está repensando

sua careira política, mas que não pretende encerrar. “Sequer repeti o resultado para vereador, que é a eleição mais difícil de todas. Eu fracassei em minha estratégia. Quando pessoas ligavam para saber meu número e ainda pensavam que eu era candidato a deputado federal me assustei um pouco, mas afinal, precisava de poucos votos. O certo é que não deu. Essa é a realidade com a qual tenho que conviver daqui pra frente”, escreveu o parlamentar. Os veteranos O vereador Isaac Tayah (PSD) também teve menos votos em Manaus: foram 7,9 mil em 2012 contra 7,2 mil neste pleito, uma diferença de 743 votos. Gilmar Nascimento (PDT) quase igualou o resultado de 2012 e de 2014, com diferença de apenas 272 votos. O veterano Mário Frota (PSDB), outro decepcionado nesta eleição, disse que não acreditou no resultado e ficou surpreso com os números. Em 2012, ele recebeu 6,5 mil votos, sendo que neste último pleito, caiu para 5 mil em Manaus. “Não consigo apontar o erro, não sei o que aconteceu. Estava entre os vereadores com grandes chances de vencer no voto, tinha uma boa aceitação entre o público. Quando saiu o resultado das eleições, fiquei chocado”, afirmou. Esq.-dir.: Mário Frota, Isaac Tayah, Álvaro Campelo, Gilmar Nascimento, Plínio Valério e Reizo Castelo Branco

Meta: multiplicação dos votos Enquanto uns tentam encontrar o erro que cometeram nesta eleição, outros comemoram o sucesso da estratégia. É o caso do vereador e presidente da CMM, Bosco Saraiva (PSDB), eleito deputado estadual. Sexto mais votado em 2012, com 9,7 mil votos, ele conseguiu quase duplicar os votos em Manaus. Ele atribuiu o bom resultado ao trabalho que vem desenvolvendo à frente da CMM, sem ter parado de ir às comunidades. A vereadora Professora Therezinha Ruiz (DEM) não foi eleita deputada estadual, porém, conseguiu duplicar os votos na capital. A experiência serviu de termômetro para uma possível reeleição, em 2016. Há dois anos, Therezinha recebeu 5,3 mil votos e chegou à CMM pelo quociente partidário. Neste pleito, ela conquistou 10,8 mil votos em Manaus. “Ganhei visibilidade como vereadora. Tenho participado ativamente na solução dos problemas da cidade. Todos os dias vou às comunidades, converso com o povo e os trabalhadores, principalmente

os educadores. Não tenho descansado”, disse. O ex-secretário municipal de esporte e lazer, vereador Fabrício Lima (SDD) também não venceu, mas conseguiu obter 6,1 mil votos a mais, em relação à votação dele em 2012. Evangélicos A bancada evangélica da CMM também teve bom resultado. O vereador Pastor Carlos Alberto (PRB), eleito deputado estadual, recebeu 9 mil votos a mais em relação ao pleito de 2012, enquanto o pastor Marcel Alexandre obteve aumento de 5 mil votos, embora tenha perdido a disputa para deputado estadual. Wilker Barreto (PHS) e Felipe Souza (PTN), ambos candidatos a deputado federal, não venceram, mas tiveram bom alcance de votação em Manaus, com crescimento de 16 mil e 18 mil votos, respectivamente. Marcelo Serafim, único vereador que disputou o cargo de senador, obteve 81,2 mil votos, só em Manaus. Na eleição para vereador, ele conquistou 6,7 mil eleitores.

Projeção publicitária era o foco O sociólogo e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Afrânio Soares, explicou que alguns vereadores entram nas eleições estaduais apenas para obter projeção publicitária que a campanha política proporciona, enquanto outros entram na disputa para ganhar. Parlamentares com mais experiência e considerável apoio político investem pesado e buscam a vitória, mas uma boa parte dos vereadores, por uma série de motivos, entra na eleição somente para testar sua popularidade e evitar o ostracismo que envolve o

mandato de vereador”, afirmou. De acordo com ele, a estratégia de campanha para deputado estadual, federal ou senador é diferente em relação à eleição para vereador, por questão de área geográfica. “Nas eleições estaduais, o candidato concentra-se demais no interior do Estado e perde um pouco seu foco na capital e isso pode afetar o resultado nas urnas. Na disputa para vereador, o candidato concentra sua campanha em uma determinada área da cidade, mas não deixa de ser uma campanha complicada e cansativa”, afirmou.


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