Especial
Eleições 2014 MANAUS, SÁBADO, 6 DE SETEMBRO DE 2014
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Candidatos se ‘blindam’ de advogados durante eleição A cada pleito, postulantes aos cargos majoritários contratam cada vez mais advogados para atuarem nas suas causas JOELMA MUNIZ Equipe EM TEMPO
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om o fortalecimento das regras eleitorais, as equipes jurídicas têm ocupado um espaço cada vez maior nas campanhas. Contar com bons advogados pode render ao candidato a perda ou o ganho de um mandato. Este ano, os principais nomes da disputa ao governo do Amazonas montaram um verdadeiro exército para administrar os pleitos legais de suas empreitadas. Somente a coligação Fazendo Mais Pelo o Amazonas, do candidato à reeleição, José Melo (Pros), contratou os serviços de doze profissionais. A equipe formada por Melo e Omar Aziz, que concorre ao cargo de senador da República, possui nomes conhecidos nos processos eleitorais, a exemplo de Maria Auxiliadora dos Santos Benigno, que tem no curriculum a participação na criação do Partido Social Democrá-
tico no Amazonas (PSD/Amazonas) e a defesa de políticos líderes de votos no Estado. Maria Benigno, que é conhecida pela precisão técnica quanto à defesa de seus clientes, é apontada como uma das melhores advogadas eleitorais do Amazonas, e está acompanhada pelos também advogados; José Fernandes Junior, Cristian Mendes da Silva, Mário Augusto Marques da Costa, Yuri Dantas Barroso, Vasco Pereira do Amaral, Tereza Cristina Corrêa de Paula, Simone Rosado Maia Mendes, Aline de Freitas Beckman, Alexandre Pena de Carvalho, Carlos Edgar Tavares de Oliveira e Paulo Henrique Sampaio Cestaro. De acordo com ela, que atua junto a políticos há nove anos, a redução de ilegalidades cometidas por alguns candidatos a partir da consolidação da Lei da Ficha Lima tem facilitado a vida dos advogados eleitorais e, conforme comentou em conversa com a reportagem, o momento é mais de aconselhamento. “O
volume é bem menor do que o trabalho que tínhamos em campanhas passadas. A reformulação de alguns aspectos das leis minimizou certas ilegalidades”, falou. Contudo, as mudanças tecnológicas levaram os profissionais do direito a estudar novas formas de resguardar as campanhas. Benigno frisou a necessidade de estudar os movimentos por meio da internet. “O habitual mudou, agora uma boa equipe jurídica precisar ficar atenta a tudo o que diz respeito ao seu assessorado também na internet. A quantidade de redes sociais faz com que tudo seja disseminado rapidamente, essa atenção é essencial”, disse. No lado da coligação Renovação e Experiência, encabeçada por Eduardo Braga (PMDB), o time é formado pelos advogados Daniel Fábio Jacob Nogueira, Marco Aurélio de Lima Choy, Ney Bastos Soares Junior e Marcos dos
Santos Carmo Filho. Responsável por coordenar o grupo, Daniel Nogueira está em sua oitava participação em processos eleitorais. O primeiro trabalho, segundo ele, aconteceu no ano 2000, quando integrou a equipe do então candidato à Prefeitura de Ma-
PAREDÃO
Coligação Fazendo Mais Por Nossa Gente, de José Melo, contratou uma equipe de 12 profissionais do ramo jurídico. A coligação Renovação e Experiência também tem bons nomes na defesa naus, Alfredo Nascimento. As atividades junto a políticos continuaram em 2002, quando Nogueira ocupou o cargo de sub-coordenador da campanha de Serafim Corrêa, que almejava o governo do Estado. Daniel Nogueira ainda participou das eleições de 2004,
2006, 2008 e 2010, como coordenador da campanha de Vanessa Grazziotin (PCdoB), Amazonino Mendes (PDT), Omar Aziz e novamente com Grazziotin, respectivamente. Na avaliação do advogado, as equipes jurídicas montadas para o período eleitoral precisam estar em sintonia. Organizar as peças e estar “antenado” nas questões exigidas pelos Tribunais Eleitorais. Além disso, é preciso, segundo ele, viver a campanha. “Sempre digo que isso é necessário, não é um momento onde o advogado dispõe de muito tempo. Para ter sucesso, e ajudar o cliente a alcançar seu objetivo, é preciso ter em mente que as pessoas selecionadas devem ter habilidades diferentes, daí tudo se completa e o candidato fica blindado de todos os lados”, comentou. Para o presidente do Instituto Action, Ma- r k e t i n g e Pesquisas, Afrânio Soares, a decisão dos candi-
datos de contratar um número expressivo de advogados é de fato subsidiada pelo ‘aperto’ dado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Soares lembra que a batalha travada entre as duas principais coligações desta eleição todos os dias ganham novos ingredientes, o que exige mais das equipes. “Eles possuem uma campanha estruturada, é compreensivo que as contratações nesse setor sejam maiores. Esses advogados são bastante exigidos, também por conta da velocidade com que os processos eleitorais correm”, analisou. Mas, Afrânio Soares lembra que outros três fatores devem estar alinhados dentro da campanha, para que o próprio setor jurídico seja aliviado. “Uma boa campanha precisa alinhar questões como propaganda, pesquisa e atividades externas. Isso tudo aplumado é meio caminho andado”, pontuou.