Especial
Eleições 2014 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 3 DE OUTUBRO DE 2014
politica@emtempo.com.br
(92) 3090-1019
CONFRONTO APIMENTADO ENTRE PRESIDENCIÁVEIS FOTOS: REPRODUÇÃO
Episódios de corrupção na Petrobras, nos Correios e o Mensalão, ligados ao PT, e a suposta compra de votos na votação da emenda da reeleição durante o governo de FHC (PSDB) surgiram já nos primeiros minutos do programa
Dilma criticou programa de Marina e privatizações do PSDB
Marina insinuou que Dilma mudou seu discurso para as eleições
temperatura do debate promovido pela rede Globo, ontem à noite (2), começou alta quando, já nas três primeiras perguntas, uma série de escândalos de corrupção foi levantada pelos candidatos que disputam a Presidência nas eleições deste ano. Episódios de corrupção na Petrobras, nos Correios e o Mensalão, ligados ao PT, e a suposta compra de votos na votação da emenda da reeleição durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) surgiram já nos primeiros minutos do programa. Luciana Genro (Psol) deu início ao debate questionando a presidente Dilma Rousseff (PT) sobre episódios de corrupção na Petrobras e se esses eram consequência de alianças do partido com a direita. A petista reprisou fala de outros debates e também de sua propaganda eleitoral de que criou mecanismos de combate à impunidade e que demitiu Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal que terá que devolver R$ 70 milhões aos
do mensalão. “Vossa excelência também esteve dentro de um partido que participou de um mensalão, quando da compra da reeleição. O senhor também pertenceu a esse partido e não fez crítica”, replicou Marina, referindo-se às acusações de compra de voto na época de votação da emenda da reeleição. “A gente pode estar dentro de um partido e não compactuar com o que acontece dentro dele”, completou a pessebista. Sobre a acusação, Aécio disse que elas “jamais foram comprovadas”, e emendou que a ex-ministra escolheu uma equipe “derrotada” para o Ministério do Meio Ambiente. “Você disse que fui atacada injustamente pelo PT. E fui atacada injustamente por você também. Existem pessoas honradas, sim, que são derrotadas. ‘Tá’ cheio dessas pessoas dentro do seu partido”, devolveu Marina. “Se algum deles perder a eleição, você vai chamá-los de ‘velha política’? É isso que dá a disputa do poder pelo poder”, concluiu.
A
cofres públicos por sua participação em crimes ligados à Petrobras. “Não acho que sejam as alianças que definam corruptos”, respondeu Dilma. “Todo mundo pode cometer corrupções, as instituições é que devem ser virtuosas e investigar”. Na sequência, Pastor Everaldo (PSC) e Aécio Neves (PSDB) compartilharam críticas sobre episódios recentes envolvendo os Correios. O tucano aproveitou para criticar também as afirmações de Dilma sobre a Petrobras e disse que Costa deixou a Petrobras com “elogios pelos serviços prestados à empresa”. Marina e os ataques Aécio Neves também atacou Marina Silva (PSB), questionando a ex-ministra do Meio Ambiente sobre sua permanência no PT quando surgiram as notícias sobre o esquema
Indiretas Sem citar nominalmente os adversários, os três principais candidatos à Presidência reforçaram ontem aspectos negativos dos concorrentes na última propaganda eleitoral televisiva do primeiro turno. A presidente Dilma Rousse-
CORRUPÇÃO
Luciana Genro (PSOL) deu início ao debate questionando a presidente Dilma Rousseff (PT) sobre episódios de corrupção na Petrobras e se esses eram consequência de alianças do partido com a direita ff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB), respectivamente primeiro e terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, pediram que o eleitor “reflita”. Após exibir cenas da família em São João del Rei (MG), o tucano afirmou que oferece “ideias já tes-
Aécio atacou Dilma sobre os escândalos e venda da Petrobras
tadas” durante o período em que governou Minas Gerais e que “é importante decidir com muita serenidade” quem tem “as melhores condições para fazer o Brasil ganhar”. As falas reforçam a contraposição à candidatura da pessebista Marina Silva, empatada tecnicamente com Aécio e sem experiência em mandatos à frente do Executivo. ‘Vale tudo’ Mais diretamente, o senador voltou a atacar o governo federal. “O Brasil não pode virar o país do vale tudo, do ‘eu não sabia’ a cada novo escândalo. Corrupção, imoralidade, abuso e desrespeito são inaceitáveis”, disparou. Dilma usou parte dos seus 11 minutos de tempo de TV, com o mote “novo governo, novas ideias”, para relembrar propostas apresentadas desde que lançou candidatura. Em trecho de conversa com o ex-presidente Lula, a petista diz que fica “impressionada” como seus opositores
“não valorizam o pré-sal”. Em discurso no fim da peça, ela pede ao eleitor que, ao votar, avalie “quem tem força e apoio político para fazer as mudanças que o Brasil exige”. Ao final, um narrador diz que “para mudar o país, é preciso escolher um lado”, uma referência crítica à bandeira da “nova política” de Marina, que diz que governaria com os “melhores quadros” de cada partido. Na favela A propaganda da pessebista foi a última a ser veiculada. Como antecipado pela “Folha”, Marina usou discurso gravado na quarta-feira (1º) na favela de Paraisópolis, em São Paulo. No vídeo, ela diz que “o Brasil de verdade tem muitos problemas. Não é aquela ilha de fantasia que aparece na propaganda”. “No Brasil real, falta saúde e sobra doença, falta segurança e sobra medo”, completa, culpando a “atual política mesquinha” pelos problemas do país.
Homofobia: Fidelix X Luciana Os candidatos à Presidência Eduardo Jorge (PV) e Luciana Genro (Psol) entraram em rota de colisão com Levy Fidelix (PRTB) na primeira discussão ríspida no debate. O motivo foi a fala de Fidelix em relação aos gays, durante o debate na Record, na segunda (29 de setembro). Na ocasião, o nanico afirmou que “o aparelho excretor não reproduz” e pregou o “enfrentamento aos gays”. Eduardo Jorge, que tinha a prerrogativa de fazer a pergunta, propôs que o adversário se desculpasse pela fala. Fidelix foi à carga: “Você não tem moral nenhuma”, disse. “Propõe que Fidelix subiu o tom da voz e chamou Luciana de mentirosa
os jovens consumam maconha, apologia ao crime”. Em seguida, foi a vez de Fidelix perguntar, e a única adversária disponível para responder era Luciana, que não havia sido questionada ainda. Ele, então, insinuou que a candidata do Psol havia tentado combinar perguntas no debate anterior e não havia cumprido o prometido. Luciana ignorou a pergunta e voltou ao assunto da homofobia: “O teu discurso de ódio é o mesmo discurso que os nazistas fizeram contra os judeus”, disse. “O senhor envergonhou o Brasil com a sua atitude na segunda-feira à noite”, atacou. Luciana disse que Fidelix deveria pedir perdão por fala homofóbica