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Eleições 2014 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 2 DE SETEMBRO DE 2014
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Debate no SBT tem ataques entre Marina Silva e Dilma ICHIRO GUERRA/FOTOS PÚBLICAS
Com a dianteira na corrida eleitoral ameaçada, a presidente Dilma abandonou a defensiva e partiu para o ataque contra Marina
Presidenciáveis foram sabatinados no segundo confronto em uma TV brasileira. Desta vez foi no SBT
O
debate promovido ontem pelo SBT foi marcado pela troca de acusações entre as candidatas Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB). Já Aécio Neves (PSDB) concentrou suas críticas ao governo na economia e na segurança pública. Dilma defendeu o governo relacionando obras e investimentos em vários setores, e Marina criticou a inflação, o baixo crescimento e a dificuldade de o governo reconhecer os erros. Durante todo o debate, Dilma procurou mostrar que a rival não tem propostas concretas, muito menos realizáveis financeiramente. Em certo momento, a petista chegou a dizer textualmente que Marina falava muito e caprichava na retórica, mas não conseguia dizer nada de objetivo. Marina acusou Dilma de não ser capaz de reconhecer seus erros na política econômica. “A candidata Dilma não consegue fazer uma coisa que é essencial para quem pretende um segundo mandato para governar um país como o Brasil, que é reconhecer os erros, porque se não reconhece os erros, não tem como repará-los”, afirmou Marina em um dos momentos mais quentes do debate. A candidata do Partido Socialista Brasileiro (PSB), disse que o Brasil sofre com “inflação alta”, “baixo crescimento”
e “juros altos”. Também mencionou as manifestações de junho de 2013 para ilustrar o descontentamento da população que, segundo ela, “paga um preço muito alto pela péssima qualidade dos serviços que estão prestados”. Em sua resposta, Dilma disse que é preciso reconhecer os erros e especificou que “um diagnóstico errado vai levar a um caminho errado”. A presidente também aproveitou para criticar as propostas econômicas de Marina. Dilma afirmou que a queda na atividade econômica do Brasil é “momentânea”, garantiu que a inflação está “próxima de zero” e opinou que a economia internacional “não se recuperou da crise”, que as grandes economias “têm altos e baixos”. Economia do país A presidente Dilma Rousseff (PT), que concorre à reeleição, foi questionada, em inúmeros momentos durante debate sobre os rumos da economia do país. Dilma foi cobrada a explicar os motivos da queda do PIB brasileiro e, pressionada, negou que o Brasil enfrente uma recessão. “Nós não estamos em recessão, porque o mercado consumidor ele aumenta por conta do emprego e por conta do aumento de salários”, defendeu Dilma. “A queda da atividade econômica atual é momentânea. A seca e o prolongamento
da crise econômica tem um grande impacto”, afirmou. “Agora, a economia internacional não se recuperou da crise. Os Estados Unidos, Alemanha e Japão também estão ruim. Os EUA tiveram crescimento negativo no primeiro trimestre. Alemanha e Japão no segundo”, disse a candidata. Convidada a comentar a resposta da adversária, Marina Silva (PSB) acusou a presidente de não admitir os erros. “A candidata Dilma não consegue fazer uma coisa que é essencial para quem pretende fazer um segundo mandato: que é reconhecer os erros. Porque se não reconhece os erros, não tem com o reparálos”, comentou Marina. A presidente Dilma Rousseff (PT) subiu o tom nas críticas à adversária na corrida presidencial Marina Silva (PSB), e afirmou, que não é possível governar “só com frases de efeito”. “O maior risco que uma pessoa pode correr é não se comprometer com nada. Só ter frases de efeito, frases genéricas, você tem que explicar o que vai fazer, dizer de onde vai vir o dinheiro”, disparou a petista. Dilma tentou fazer uma contraposição entre suas po-
líticas econômicas e as promessas de Marina, reprisando discurso do “nós” e “eles” que a petista utilizava com o candidato do PSDB, Aécio Neves.”Há uma contradição sim em querer uma política macroeconômica atrelada a interesses como os de aumentar tarifas, arrocho de empregos”, disse. “Não cabe, o cobertor é curto. Não se resolve isso com boas palavras ou boa intenção.” Casamento gay Marina Silva também foi confrontada por Luciana Genro (Psol), que a questionou sobre mudança em suas propostas de governo para a comunidade LGBT. Foram eliminados trechos em que a presidenciável se comprometia com a aprovação da lei de identidade de gênero - que permite alteração de nome e sexo na documentação - e em articular no Congresso a aprovação de leis que criminalizam a homofobia e regulamentam o casamento gay. “Não durou quatro tweets sua política para casamento igualitário”, disse Luciana, em referência a críticas feitas pelo pastor Silas Malafaia na internet. Marina repetiu discurso de que a mudança ocorreu “em função de um erro da equipe de campanha”. “Nós defendemos as liberdades individuais e qualquer forma de discriminação a quem quer que seja”, afirmou a Marina.
PROGRAMAS DE GOVERNO O que dizem os programas de governo dos principais candidatos à Presidência: Dilma Roussef (PT)
Marina Silva (PSB)
Aécio Neves (PSDB)