1001 PALAVRAS 2022

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jornal da escola Projeto

O que você encontrará nesta edição:

Biografias de pessoas da escola, reflexões sobre racismo, relações cotidianas com a alimentação, pesquisa sobre o "coração" da nossa escola (quem será?), sugestões de brincadeiras e muuuuito mais!

O

Editorial

Um projeto de jornal

Para além de um espaço em que as crianças aprendem Língua Portuguesa, Matemática e Ciências, a Projeto é um espaço vivo. Vivo no sentido de borbulhar conversas e trocas potentes que, diariamente, acontecem entre crianças e adultos. Vivo porque tem Música, Arte e Livro pulsando nos diferentes projetos de estudos. Vivo porque a gente que trabalha na escola acredita que, para que as aprendizagens sejam efetivas, necessitam de sentido e significado. Como forma de acolher essa vitalidade que transborda na nossa experiência escolar, surge o jornal 1001 palavras. A partir de uma conversa na casinha do pátio e na hora do recreio, uma forma de comunicar nossas vivências foi sendo construída e, neste ano, teremos a 2ª edição do jornal da Projeto. A 1ª foi no ano passado, organizada pela turma 32/2021, que recebeu o nome de 32 Palavras. Para este ano, buscando qualificar essa produção, que deverá seguir sendo publicada anualmente, as turmas do 3º ano ficaram responsáveis por estudar os gêneros jornalísticos e opinativos, organizar a votação do nome do jornal e construir um logo que representasse a potência de uma infância que sabe comunicar o que acredita. Há muitos anos, a escola teve o seu 1º jornal, o Jornaljeto e depois de uma parada de alguns anos, essa ideia retorna e ganha corpo. Hoje, o 1001 palavras mostra, já pelo nome, que a gente tem muito o que falar. Mais que uma escola que prepara para a vida, a Projeto é a vida acontecendo todos os dias.

Processo de criação do logo

Professoras Amanda, Márcia e Débora Pessato Equipe do 3º ano de 2022

1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 2

O jornal 1001 palavras foi organizado em sessões de acordo com os assuntos

Seliga!

Tá Acontecendo

Pesquisas e Estudos

Para saber qual sessão você está lendo, basta espiar o rodapé!

1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 3 Editorial
Você vai encontrar por aqui:
Para
um mundo melhor Brincando na Projeto
Histórias Por Dentro da Escola
Histórias
não contadas

De uma cozinha construída, legumes experimentados e receitas imaginadas

Você já pensou quantas descobertas podem acontecer com um grupo de crianças bem pequenas na exploração de alimentos? E na preparação de uma cozinha de brincadeira?

É o que conta a professora do Grupo 2/1 no relato a seguir.

No projeto “Relações cotidianas: culturas familiares” com enfoque no momento de alimentação, as crianças do Grupo 2/1 construíram uma cozinha com materiais recicláveis para explorar o contexto em sala de aula. A professora Vitória, responsável pelo grupo, conta sobre a pesquisa realizada com as crianças e as famílias, para descobrirem juntos e juntas como os momentos de alimentação ocorrem em cada família. "A partir dessas explorações as crianças realizaram diferentes brincadeiras, inspiradas nas práticas vivenciadas nos diferente espaços."

Seguindo na temática do projeto, exploraram diferentes vegetais, experimentando suas texturas, cores, odores, sabores etc. Percebendo as diferenças das cascas, das texturas pré e pós cozimento. "Foram experimentações divertidas, que nos aproximaram dos alimentos in natura, proporcionando novas e diferentes experiências para as crianças, que partilharam de suas descobertas em grupo e puderam se relacionar de uma forma diferente com os alimentos que consomem na escola", conta Vitória, empolgada com o envolvimento do grupo.

1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 4
G2/1
Professora Vitória e
Grupo 2/1
Pesquisas e Estu
De uma cozinha construída, legumes experimentados e receitas imaginadas Galeria de fotos 1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 5 G2/1 Pesquisas e Estud

As descobertas fazem parte da vida cotidiana. E foi a partir do interesse em comum de um grupo de crianças que este projeto de pesquisa se desenvolveu. Confiram como tudo aconteceu.

COMEÇAMOS OS NOSSOS ESTUDOS SOBRE OS CARACÓIS QUANDO ENCONTRAMOS ALGUNS DESSES BICHINHOS EM UM VASO DE PLANTA NO PÁTIO DA ESCOLA. LEVAMOS OS CARACÓIS PARA A NOSSA SALA E COLOCAMOS ELES EM UM TERRÁRIO QUE FIZEMOS COM TERRA E ALGUMAS FOLHINHAS DE TEMPEROS DA HORTA. TAMBÉM COLOCAMOS ALGUNS PEDACINHOS DE FRUTAS QUE SOBRAVAM DOS NOSSOS LANCHES. DURANTE O TEMPO EM QUE FICARAM NA NOSSA SALA, DESCOBRIMOS MUITAS COISAS SOBRE OS CARACÓIS.

O ESTUDO SOBRE OS 1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 6 G5
Professora Bruna S. e Grupo 5
Pesquisas e Estud

VOCÊ SABIA...

QUE OS CARACÓIS FICAM MAIS ACORDADOS DE NOITE DO QUE DE DIA?

SOBRE

QUE OS CARACÓIS SÃO MENINOS E MENINAS AO MESMO TEMPO (SÃO HERMAFRODITAS)?

QUE OS CARACÓIS SÃO DIFERENTES DOS CARAMUJOS, PORQUE CARAMUJOS PRECISAM DE ÁGUA E CARACÓIS VIVEM NA TERRA?

QUE CARACÓIS NASCEM DE OVOS?

SOBRE O ENVOLVIMENTO DO GRUPO NA PESQUISA

AS CRIANÇAS CONSTRUÍRAM, INDIVIDUALMENTE, UM LIVRO DE REGISTROS SOBRE AS DESCOBERTAS A PARTIR DAS INVESTIGAÇÕES SOBRE OS CARACÓIS. AO FINALIZAREM OS ESTUDOS, DEVOLVERAM OS BICHINHOS AO PÁTIO DA ESCOLA, PARA QUE VOLTASSEM A VIVER JUNTO DA HORTA, DAS PLANTAS, DA TERRA, NA NATUREZA.

Professora Bruna S. e Grupo

O ESTUDO
OS 1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 7 G5
5
Pesquisas e Estud

Curiosidades

Você sabia que existem ilhas de resíduos secos no Oceano Pacífico Sul?

A turma 21 se mostrou muito preocupada com essa situação e aprendeu, a partir do estudo sobre resíduos secos, que é preciso, urgentemente, reduzir os resíduos no mundo. E como isso é possível? Cada um(a) pode fazer sua parte para salvar o planeta usando 4 R’s, que são palavras para um futuro melhor: Repensar, Reduzir, Reutilizar e Recusar. Observe como, ao comprar um canudo reutilizável, o colega João colocou em prática os 4 R’s!

Nossa homenagem aos(às) catadores(as) de Porto Alegre (material elaborado pela turma 21, a partir do estudo sobre resíduos secos e a relação com o consumo consciente)

Catadores(as), sem vocês recolhendo os resíduos das ruas nós estaríamos nadando num labirinto de lixo! O mundo precisa muito de vocês. Continuem com esse trabalho incrível! Vocês nos ajudam muito! Por isso, agradecemos!

Cuidando do nosso planeta 1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 8 2º ano Professora Luísa e turma 21
Para um mundo melh

CARTA MANIFESTO AOS VEREADORES(AS) E DEMAIS POLÍTICOS(AS) DE PORTO ALEGRE*

Em nome da diretoria Salve e Renove, do Grêmio Estudantil nasceu a escrita desse manifesto, que partiu de uma proposta de fazer um trabalho de divulgação de locais para reciclagem de alguns resíduos, em especial.

A ideia inicial era aprender sobre a reciclagem do isopor, algo que muitas pessoas não sabem como acontece e nem qual local faria esse trabalho. O que se sabia apenas era que se tratava de um resíduo de difícil reciclagem e, após muita procura e alguns contatos, o que se descobriu é que nenhuma empresa ou cooperativa recicla esse material em Porto Alegre. Que decepção!

Houve, então, uma mudança de estratégia da diretoria para entender sobre a reciclagem de blisters (embalagens de remédio), buscando algum local que pudesse receber, já que havia a ideia de fazer uma campanha de coleta desses materiais. Mais uma vez, a informação recebida é a de que nenhum lugar da cidade recicla esse material.

Fica o convite ao leitor(a) à reflexão e à surpresa diante de uma cidade com (aproximadamente) 1 milhão e meio de habitantes, não possuir nenhuma empresa que recicle esses e outros materiais.

Diante disso, a pergunta que não se cala PARA ONDE VÃO ESSES RESÍDUOS APÓS O USO?

O endereçamento desta carta manifesto é para vocês, representantes de Porto Alegre e do estado, para que pensem e busquem alguma solução para resolver esse problema.

A diretoria Salve e Renove aguarda uma resposta positiva, o mais breve possível, pois o meio ambiente não pode esperar mais.

Atenciosamente

Diretoria “Salve e Renove”

Ana Helena, Anita, Benjamin, Bernardo, Luiza, Maria Luiza e Pedro Henrique, professor Rafael Bricoli.

* Carta manifesto enviada a alguns deputados(as) estaduais e vereadores(as) de POA, logo após as eleições de outubro/2022.

Grêmio Estudantil 1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 9
Para um mundo melh

Grêmio

PESQUISA SOBRE MOBILIDADE COMO VOCÊ SE DESLOCA PARA IR À ESCOLA?

A partir dessa pergunta, o Grêmio Estudantil da Projeto descobriu quais transportes a comunidade escolar usa para se deslocar até a escola. Além disso, com as respostas obtidas, buscou pensar em uma solução para poluir menos a cidade de Porto Alegre.

A pesquisa contou com 44 respostas. A partir das respostas, descobriu se que 50% das famílias usam o carro próprio para ir à escola. 36,4% das respostas referem a vinda a pé, 6,8% vêm de carona e/ou de táxi e carros de aplicativos. Apenas 4,5% das pessoas que responderam ao questionário vêm de bicicleta.

A pesquisa também solicitou sugestões de como usar menos o carro. Lendo as respostas, muitas famílias sugeriram um sistema de carona. A questão que fica é: Como podemos fazer esse sistema de carona acontecer para a sede nova da escola em 2023? Através de um aplicativo? Seria uma alternativa viável?

Estar consciente é o primeiro passo. E você, o que pode fazer para diminuir a poluição? Suas atitudes podem salvar e renovar o mundo!

Diretoria Salve e Renove Anita, Ana Helena, Bernardo, Benjamin, Luiza, Maria Luiza e Pedro Henrique, professor Rafael Bricoli.

1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 10
Estudantil Para um mundo melh

VAMOS BRINCAR?

Que a infância é o tempo de brincar, já é conhecido por todos e todas. Mas sabiam que, como marca do Grupo 3 da Projeto, os adultos são convidados a compartilhar com as crianças sobre suas infâncias?

Durante o projeto Brinquedos e brincadeiras de outros tempos, o grupo recebeu avôs, avós, pais e mães para brincar e conhecer sobre como foi ser criança e do que se divertiam.

Aqui trazemos um brinquedo e uma brincadeira para quem ficar interessado ou saudoso(a), preparar em casa e chamar a família.

BRINQUEDO: TELEFONE SEM FIO

Para construir um telefone sem fio você precisará de dois potes de plástico, barbante e tinta.

Primeiramente, pinte os potes nós usamos cola colorida.

Após a secagem, faça um furo embaixo de cada pote. Por fim, coloque o barbante ligando os dois potes.

Agora, uma pessoa coloca o telefone no ouvido e outra coloca na frente da boca. Pronto, já podem conversar bastante!

1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 11
G3
Brincando na Projeto

VAMOS BRINCAR?

BRINCADEIRA: PULAR ELÁSTICO

Para essa brincadeira é preciso apenas um elástico comprido (aproximadamente 3 metros) e pessoas que queiram brincar de pular. Primeiro, é necessário amarrar uma ponta do elástico na outra. Após, duas pessoas, distantes uma da outra, colocam o elástico ao redor de suas pernas. Uma terceira pessoa tem que pular, com uma ou duas pernas, e aterrissar no chão.

E você? Tem alguma brincadeira bacana para compartilhar? Convide a família ou os(as) amigos(as) e brinque bastante!

1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 12 G3
Professora Iasmim e Grupo 3
Brincando na Projeto

JOGO DE COMPRAR PRENDEDORES

Prendedores de roupas podem ser utilizados de diferentes maneiras, e nas mãos de crianças e professores elas se multiplicam.

Falando em matemática, confiram o relato sobre o jogo que prendeu a atenção do Grupo 4.

O jogo que apreciamos e que nos diverte muito é comprar prendedores e grudar nas nossas roupas.

Modo de jogar: Em uma cesta, coloque diversos tipos de prendedores e um dado.

Cada criança pode jogar o dado e pegar os prendedores, depois vai grudando na sua roupa.

Podemos jogar cinco rodadas (ou mais) e, no final, tentamos contar os prendedores e descobrir quem comprou mais e quem comprou menos (e a relação das quantidades). Assim termina o nosso jogo, que é uma brincadeira muito divertida e que todos(as) gostam.

Esperamos que vocês brinquem em casa e se divirtam.

1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 13 G4
Professora
Carla e Grupo 4
Brincando na Projeto
JOGO DE COMPRAR PRENDEDORES 1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 14 G4 Brincando na Projeto

1º ano

1º ANO CRIA MANUAL DE BRINCADEIRAS AFRICANAS E INDÍGENAS

A PARTIR DO PROJETO BRINQUEDOS E

BRINCADEIRAS DE DIFERENTES CULTURAS, AS CRIANÇAS DO PRIMEIRO ANO, TURMAS 12 E 13, CONHECERAM E SE DIVERTIRAM COM BRINCADEIRAS SUPER INTERESSANTES DE CULTURAS DO BRASIL AFRICANA E INDÍGENA. ESSAS BRINCADEIRAS AGORA FAZEM PARTE DO MANUAL QUE FOI ESCRITO COLETIVAMENTE PELAS TURMAS, DURANTE AS AULAS DE INFORMÁTICA.

ENQUANTO BRINCAVAM E

REGISTRAVAM SUAS EXPERIÊNCIAS, AS CRIANÇAS CONVERSARAM SOBRE O QUANTO MUITAS DESSAS

BRINCADEIRAS SÃO PARECIDAS OU LEMBRAM ALGUMAS QUE JÁ CONHECIAM.

A PRIMEIRA BRINCADEIRA QUE

APRENDERAM FOI A MATACUZANA. VAMOS BRINCAR?

QUER CONHECER MAIS BRINCADEIRAS? ACESSE O QR CODE AO LADO!

Professoras Bruna M., Larissa e Débora, turmas

1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 15
12 e 13
Brincando na Projeto
DIVERSÃO VAMOS JOGAR? 1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 16 2º ano Professora Jaqueline e turma 22 Brincando na Projeto
DIVERSÃO QUADRINHOS 1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 17 2º ano Professora Jaqueline e turma 22 Vocêsabiaqueaschargeseashistóriasem quadrinhosfazempartedeumgênero jornalísticoopinativo? Elasnosfazempensar,atravésdohumor,sobre osmaisdiversosassuntoseaspectosda sociedade. Brincando na Projeto
DIVERSÃO ACHE O QUE NÃO TEM PAR! 1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 18 2º ano
Professora Jaqueline
e turma 22 Brincando na Projeto
Feito por Clara, Elena, Lívia e Mel
DIVERSÃO CRUZADINHA 1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 19 2º ano
Professora
Jaqueline e turma 22 Brincando na Projeto

ano

QUAL É O CONTO?

VERTICAIS:

1) A menina vai até a sua vovozinha para levar um lanche, mas no caminho encontra o lobo. Qual é o conto?

2) A mãe de um menino joga 3 grãos de feijão pela janela e algo mágico começa a crescer. Que conto é esse?

HORIZONTAIS:

3)Já era meia noite e enquanto a moça corria para casa, um dos sapatinhos de cristal dela se perdeu. Esse conto se chama…

4) Uma menina está caminhando na floresta quando encontra uma casinha onde moram 7 anões. Qual o nome dela?

5) Um menino e uma menina que são irmãos estão passeando pela floresta, se perdem de seus pais e encontram uma casa diferente. Que conto é esse?

6) “Se você me der as minhas botas eu te entrego o ouro” Essa frase lembra qual personagem de contos de fadas?

7) “Se você quer ter pernas de humana, então me dê a sua voz”. De quem é essa fala?

8) Se aquele menino mentia, o seu nariz crescia. Esse personagem que era um boneco e queria ser um humano se chamava?

Elaborada por: Dora, Helena Antunes, Júlia, Luiza

DIVERSÃO CRUZADINHA 1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 20 2º
Professora Jaqueline e turma 22
Brincando na Projeto

NOTÍCIAS: TÁ ACONTECENDO NO MUNDO

Para além da Escola, o que será que está acontecendo no mundo? A turma 32 ficou curiosa e resolveu pesquisar sobre dois assuntos bem

importantes:

CRIANÇAS NA UCRÂNIA

O QUE SERÁ QUE AS CRIANÇAS DA UCRÂNIA

ESTÃO FAZENDO DURANTE A GUERRA?

Pelas fontes do g1.globo mais de mil crianças ucranianas de Mariupol (cidade ucraniana que fica bem próxima aos locais de guerra) são levadas à força para adoção na Rússia. Também mais de um milhão de crianças na Ucrânia já precisaram abandonar a escola e suas casas e se refugiaram em outros países. Segundo a Unicef, em meio à guerra a primeira dama da Ucrânia pediu mais armas aos Estados Unidos para proteger crianças. Na Ucrânia, crianças brincam de guerra mas sonham com a paz.

AQUECIMENTO GLOBAL

Segundo o site Ecycle, o aquecimento global é um processo de temperatura média global da atmosfera e dos oceanos. O acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera bloqueia o calor emitido pelo sol e o prende na superfície terrestre, aumentando a temperatura média da Terra. Pelo site Brasil Escola, o efeito estufa é um processo natural que vem apresentando uma maior intensidade em razão da poluição do ar, resultante das práticas humanas.

Mais informações nos sites: https://www.ecycle.com.br › aquecimento global uol.com.br/geografia/aquecimento global.htm

1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 21 3º ano
Professoras
Márcia e
Débora,
turma 32
Tá acontecendo

NOTÍCIAS: TÁ ACONTECENDO NA CIDADE

O que podemos fazer para preservar o meio ambiente? Uma forma de aproveitar o meio ambiente em meio à cidade é visitar parques e praças e fazer um bom uso desses espaços. Em Porto Alegre, há praças e parques visitados pelas crianças da Turma 32, que são recomendados, a seguir:

1. Marinha do Brasil, localização: Bairro Menino Deus, Av. Borges de Medeiro 2035. Porto Alegre.

2. Redenção/Parque Farroupilha, localização: Av. João Pessoa, Bairro Farroupilha. Porto Alegre, RS

3. Parque Moinhos de Vento/Parcão, localização: R. Comendador Caminha, Bairro Moinhos de Vento. Porto Alegre, RS.

4. Praça Dr Maurício Cardoso, localização: R Tobias da Silva, Bairro Moinhos De Vento. Porto Alegre, RS.

5. Pracinha do Boulevard Laçador, localização Av. dos Estados, 111 São João, Porto Alegre RS.

Escrito por: Pedro Leite, Gael, Arthur, Pedro Prévidi, Joaquim Azambuja, Bernardo, Heitor, Alice e Mariana.

Professoras Márcia e Débora, turma 32

1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 22 3º ano
Tá acontecendo

ano

NOTÍCIAS: TÁ ACONTECENDO NA ESCOLA

A Turma 32 recomenda a brincadeira que costuma brincar e se divertir no pátio, também durante as aulas de Educação Física e que tem um nome bem diferente:

Cachorro Louco Como se brinca? Alguém é escolhido(a) para ser o cachorro louco, que vai pegar as pessoas que também estão brincando. A criança escolhida vai correr como um cachorro e se pegar alguém, ela vai ajudar o(a) pegador(a) como um cachorro também.

Escrito por: Benício e João Vianna

A TURMA 32 SELECIONOU CURIOSIDADES DE LIVROS DO ELEFANTE LETRADO

O Elefante Letrado é uma plataforma de livros usada na Escola Projeto. As crianças gostam muito de acessar livros de curiosidades e contam algumas:

VOCÊ SABIA QUE...

1. Os elefantes bebem o equivalente a 800 copos de água por dia.

2. Existe uma espécie de formiga suicida que se explode, como autodefesa, quando é atacada.

3. O astronauta Neil Armstrong deixou suas botas na lua.

4. A pedra pome é a única pedra que flutua na água.

5. O dragão de komodo muitas vezes vomita quando se sente ameaçado.

6. A carapaça da tartaruga tem aproximadamente 50 ossos.

7. Os pandas comem 16 quilos de bambu por dia. Isso é tanto quanto 144 hambúrgueres do McDonald´s.

8. No Brasil, há prisões que utilizam gansos como sistema de segurança.

Descubra mais, acessando a plataforma Elefante Letrado e pesquise os livros de curiosidades.

Escrito por: Joaquim Pesavento, Betina e Antônio.

Professoras Márcia e Débora, turma 32

1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 23 3º
Tá acontecendo

NOTÍCIAS

TÁACONTECENDONAESCOLA:

OQUENÃOPODEFALTARNANOVASEDEEM2023

Esteano,asturmasestãosedespedindodasUnidades1e2daEscolaProjeto,jáqueteremosuma sósededaescola,apartirdoanoquevem.ATurma32realizouumaenquetecomalgumas criançasqueestudamnaescolaparasaberoqueelasgostamdaUnidade2eoquenãopode faltarnanovasede.

Amaioriadascriançasescolheucoisasdopátio,comoacaixadebrinquedos,casinha,quadraea maisfaladadetodas:acordabamba!

Outrascriançasfalaramsobrelugaresdapartededentrodaescola,comoassalasiluminadas,os quadrosdegiz,osmateriaisdepinturadasaladeartes.E,porfim,algumascitaramcomoalgo quegostammuito,asaulasdematemáticaeasaulasdeáreacomoInformática,EducaçãoFísica, InglêseTeatro.

AturmafoimuitofeliznaUnidade2daEscolaProjetoeseguiráaproveitandoesseespaçoatéo finaldoano.

Escritopor:Anita,Antônia,IsadoraOliveira,IsadoraRuiz,JoãoPaes,ePedroFreire.

1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 24 3º ano
Professoras
Márcia e Débora, turma 32
FotodaCordaBambadaUnidade2 Tá acontecendo

Para descobrir mais sobre o acervo da biblioteca, a turma 31 fez uma investigação sobre os livros e a história desse espaço, que é o coração da nossa escola. As crianças iniciaram a pesquisa conversando com a Gina, antiga bibliotecária da escola, através de uma entrevista. Gina contou como a biblioteca foi criada e como funciona o sistema de registros desse espaço tão querido por todos(as) nós:

Crianças: Qual foi o 1º livro da biblioteca?

Gina: Para saber sobre o 1º registro é necessário abrir a base de dados e digitar o registro 001. Ali podemos encontrar o primeiro livro registrado. Ele não deve mais existir porque os livros mais antigos foram retirados de circulação, já que foram estragados e com o tempo guardam bactérias que podem causar doenças nas pessoas. Por esse motivo, nunca devemos molhar o dedo na boca para passar as páginas dos livros.

Crianças: De onde veio a ideia de classificação dos livros?

Gina: Quem teve a ideia foi a Neca. Ela pensou em uma maneira divertida para que as crianças mais novas pudessem encontrar os livros por assunto e por volume de texto.

Crianças: Como surgiu a biblioteca?

Gina: nos mosteiros. Os padres guardavam os livros em um único lugar. É obrigatório ter uma biblioteca nas escolas e nas universidades. Esses espaços têm como função facilitar o estudo e incentivar a leitura. Quando eu trabalhava na escola, tinha muito trabalho para fazer, porque a Neca sempre compra muitos livros. Livro na Projeto é prioridade.

Crianças: Como funciona o registro dos livros?

Gina: o número de registro de um livro é a sua identidade. Até a época em que trabalhei havia em torno de 5 mil registros na unidade 2. Isso não significa que são registros ativos. Alguns livros que são retirados de circulação permanecem com o mesmo registro.

O coração da nossa escola 1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 25 3º ano Professora Amanda e turma 31
Histórias por dentro da Escola
O coração da nossa escola GALERIA DE FOTOS E DESENHOS 1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 26 3º ano Professora Amanda e turma 31 Histórias por dentro da Escola

ano

Num clima de diversão, despedida e afeto, a Turma 32 teve um encontro com alunos e alunas que terminaram o 5º ano na Escola Projeto em 2020, justamente durante a pandemia de Covid 19. Durante este momento, os(as) ex alunos(as) puderam rever e aproveitar os espaços da escola. Foram entrevistados(as) pela turma 32 e tiveram um recreio compartilhado e muito especial, com brincadeiras, futebol e o jogo de Queimada! Leia as entrevistas Bate Bola nos quadros, a seguir:

ENTREVISTADO(A):CLARAFORNASIER

MELHOR LEMBRANÇA: RECREIO NA

CORDABAMBA

UM(A)COLEGA:ISA

UM(A)PROFESSOR(A):JAQUE

UMESPAÇO:AUDITÓRIO

UMAAULA:TEATRO

UMESTUDO:MATEMÁTICA

UMPASSEIO:LITORAL

UM DESAFIO VENCIDO: VEZES (MULTIPLICAÇÃO)

UMACONTECIMENTO:QUEIMADA

PRIMEIRODIA:MEDO

ÚLTIMODIA:TRISTEZA

PROJETO:CRIATIVA

UMASAUDADE:DOSPROFESSORES

ENTREVISTADO(A): ROSA SCHWARTZ LEIVAS

MELHOR LEMBRANÇA: VIAGEM PRO LITORAL

UM(A) COLEGA: JULIA

UM (A) PROFESSOR(A): CAROL

UM ESPAÇO: PÁTIO

UMA AULA: ARTES

UM ESTUDO: VITOR RAMIL

UM PASSEIO: LITORAL

UM DESAFIO VENCIDO: CONSEGUI

FAZER CAMBALHOTA NA CORDA BAMBA

UM ACONTECIMENTO: GRAVAR A

MÚSICA COM VITOR RAMIL

PRIMEIRO DIA: APRESENTAÇÃO DOS COLEGAS

ÚLTIMO DIA: MUITO EMOCIONANTE

PROJETO: ACOLHEDORA

UMA SAUDADE: TUDO

BATEU SAUDADE!

ENTREVISTADO(A): DORA SIMÕES FISCHER

MELHOR LEMBRANÇA: TODAS (MENOS

QUANDO XINGUEI ALGUÉM)

UM(A) COLEGA: CLARINHA

UM A) PROFESSOR(A): DÉBORA

UM ESPAÇO: CORDA BAMBA

UMA AULA: BIBLIOTECA

UM ESTUDO: PORTO ALEGRE

UM PASSEIO: LITORAL

UM DESAFIO VENCIDO: NÃO SEI

UM ACONTECIMENTO: QUANDO XINGUEI ALGUÉM

PRIMEIRO DIA: NÃO LEMBRO

ÚLTIMO DIA: ÚLTIMO DIA DO QUINTO ANO PROJETO: AMIZADE

UMA SAUDADE: MEUS AMIGOS E PEGA PEGA GURI

ENTREVISTADO(A): MATHIAS

MELHOR LEMBRANÇA: JOGAR BOLA

UM(A) COLEGA: INÁCIO

UM A) PROFESSOR(A): CARLA

UM ESPAÇO: AUDITÓRIO

UMA AULA: EDUCAÇÃO FÍSICA

UM ESTUDO: EDUCAÇÃO FÍSICA

UM PASSEIO: TORRES

UM DESAFIO VENCIDO: MATEMÁTICA

UM ACONTECIMENTO: VIAJAR

PRIMEIRO DIA: SÓ TINHA 10

ALUNOS, MAS EU JÁ TINHA

AMIGOS

ÚLTIMO DIA: FIQUEI TRISTE.

ENTREVISTADO(A): HENRIQUE SARAIVA

MELHOR LEMBRANÇA: ENTRADA

NA ESCOLA

UM(A) COLEGA: JOAQUIM

UM(A) PROFESSOR(A): MÁRCIO

UM ESPAÇO: SALA DE ARTES

UMA AULA: AULA DE MÚSICA

UM ESTUDO: VITOR RAMIL

UM PASSEIO: TORRES

UM DESAFIO VENCIDO: MATEMÁTICA

UM ACONTECIMENTO: BRIGAS

NO PÁTIO

PRIMEIRO DIA: EMOCIONANTE

ÚLTIMO DIA: LEGAL E TRISTE

PROJETO: SAUDADE

UMA SAUDADE: A ESCOLA EM GERAL

ENTREVISTADO(A): INÁCIO PERDOMINI

MELHOR LEMBRANÇA: A ENTRADA NO 1ª

ANO

UM(A) COLEGA: SANTIAGO

UM A) PROFESSOR(A): DÉBORA

UM ESPAÇO: AUDITÓRIO

UMA AULA: MATEMÁTICA

UM ESTUDO: MATEMÁTICA

UM PASSEIO: LITORAL

UM DESAFIO VENCIDO: A LETRA

UM ACONTECIMENTO: CANTAR COM O

VITOR RAMIL

PRIMEIRO DIA: INSEGURANÇA

ÚLTIMO DIA: TRISTEZA

PROJETO: SAUDADE

UMA SAUDADE: TUDO

Bate Bola com ex alunos(as) da Projeto 1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 27 3º
Professora Márcia e turma 32
Histórias por dentro da Escola

ENTREVISTADO(A): ANTÔNIA JARDIM

MELHOR LEMBRANÇA: PRIMERO

DIA DE AULA

UM(A) COLEGA: DORA

UM(A) PROFESSOR(A): RAQUEL

UM ESPAÇO: BIBLIOTECA

UMA AULA: TEATRO

UM ESTUDO: VITOR RAMIL

UM PASSEIO: LITORAL

UM DESAFIO VENCIDO: CANTAR

UM ACONTECIMENTO:

CANTAMOS COM O VITOR RAMIL

PRIMEIRO DIA: MEDO ÚLTIMO DIA: TRISTEZA

PROJETO: SAUDADE

UMA SAUDADE: TUDO

ENTREVISTADO(A): CAIO MITTMANN

MELHOR LEMBRANÇA: O RECREIO

UM(A) COLEGA: INÁCIO

UM (A) PROFESSOR(A): RAQUEL

UM ESPAÇO: AUDITÓRIO

UMA AULA: AULA DE MÚSICA

UM ESTUDO: MATEMÁTICA

UM PASSEIO: TORRES

UM DESAFIO VENCIDO: MEDO DE FALAR

EM PÚBLICO

UM ACONTECIMENTO: JOGAR

QUEIMADA

PRIMEIRO DIA: FUI PRA MANHÃ, MAS O

INÁCIO ESTAVA NA AULA E ME AJUDOU ÚLTIMO DIA: TRISTEZA

PROJETO: FAZER O CARTAZ QUE ESTÁ EXPOSTO ATÉ HOJE NA ESCOLA

UMA SAUDADE: DOS MEUS PROFESSORES SEREM ACOLHEDORES

BATEU SAUDADE!

ENTREVISTADO(A): CATARINA BERTOL

MELHOR LEMBRANÇA: A VIAGEM PARA

O LITORAL

UM(A) COLEGA: INÁCIO

UM(A) PROFESSOR(A): MÁRCIA

UM ESPAÇO: CORDA BAMBA

UMA AULA: EDUCAÇÃO FÍSICA

UM ESTUDO: LÍNGUA PORTUGUESA

UM PASSEIO: LITORAL

UM DESAFIO VENCIDO: TABUADA DA MULTIPLICAÇÃO

UM ACONTECIMENTO: A PEÇA DE TEATRO

PRIMEIRO DIA: 2016, QUANDO CONHECI

TODO MUNDO

ÚLTIMO DIA: 2020, UMA DESPEDIDA

ONLINE

PROJETO: AMIZADE

UMA SAUDADE: MEUS COLEGAS

Bate Bola com ex alunos(as) da Projeto 1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 28 3º ano
Professora
Márcia e turma 32
Histórias por dentro da Escola

ano

O estudo de biografias acontece no 4º ano. Nessa seção do jornal, as turmas 41 e 42 escolheram compartilhar algumas biografias de pessoas que marcam a Projeto, lembrando que elas contam a história de vida de alguém. Confiram a seguir essas escritas, cheias de marcas e significados!

Biografia de Deborah Vier Fischer

Deborah Vier Fischer nasceu em Estrela, interior do Rio Grande do Sul, no dia 14 de maio de 1967. Atualmente tem 55 anos e mora no bairro Rio Branco, em Porto Alegre.

Suas irmãs se chamam Adriana Vier Fischer, de 59 anos, e Angélica Vier Fischer, de 57 anos. Seus pais se chamam Francisco e Marli. É casada com o Newton. Tem dois filhos, o Tiago (36 anos) e a Rafaela (27 anos). Deborah contou com pessoas muito especiais em sua vida: seus pais e sua avó Maria Olita, a vó Oli, uma pessoa simples e doce que foi muito importante na sua criação, ensinando lhe que a vida pode ser assim mesmo, simples e doce também. Alguns artistas visuais, como a Zoravia Bettiol, também têm sido referência em sua vida, principalmente pelo seu modo de vida.

Em sua infância, gostava muito de ler livros do Monteiro Lobato (Sítio do Pica Pau Amarelo) e da Condessa de Ségur (Memórias de um Burro e Um Bom Diabrete). Quando jovem, adorava A vaca voadora (Edy Lima), Polyana e Polyana moça (Eleanor H. Porter) e Meu pé de laranja lima (José Mauro Vasconcelos). Atualmente está lendo Esperança Feminista (Débora Diniz e Ivone Gerbera) e Torto Arado (Itamar Vieira Junior).

Os filmes que marcaram sua vida foram: ET, A cor púrpura, O nome da Rosa, O segredo dos seus olhos, Central do Brasil e Bacurau.

As coisas que ela mais gosta de comer são arroz, feijão, carnes e frango, desde que bem passados. Porém, gosta mesmo é de doces, só não podem ter goiabada em sua composição.

PESSOAS QUE MARCAM... 1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 29 4º
Histórias por dentro da Escola

4º ano

Ama viajar e descansar. Deborah adora praia e colocar o pé na areia. Já fez uma viagem que marcou sua vida de um modo muito bonito. Ela ama natureza, então os Lençóis Maranhenses foi o lugar perfeito, sendo a viagem mais marcante da sua vida até o momento. Tem o sonho de viajar ao Pantanal. Seus empregos iniciais foram trabalhando como estagiária em dois espaços de educação: creche da UFRGS e Colégio Santa Cecília (estágios da faculdade). Também trabalhou um ano no Colégio Israelita, como assessora pedagógica na Educação Infantil, e em escolas do munícipio de Porto Alegre, durante cinco anos, sendo que já trabalhava na Escola Projeto. Começou a trabalhar na Escola Projeto em 1991. Assim que se formou na faculdade, seu filho já estudava na Projeto e Deborah se ofereceu, conversando com a Neca, para ser professora da escola. Neca aceitou. Trabalhou como professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental até 2008. De lá para cá, está na Coordenação Pedagógica.

Deborah adora trabalhar na Projeto. Vê a escola como um espaço de trabalho que faz com que ela consiga ser sempre diferente, aprendendo muito com as pessoas que lá estão. Tem ótimas lembranças de seus anos como professora. Adora encontrar seus ex alunos(as) e tem muito carinho por eles(as). Como coordenadora, também se sente muito desafiada e com muita responsabilidade em levar adiante e manter a proposta pedagógica da Projeto.

Ela lembra da sua primeira turma na escola, quando só tinha a Unidade 1. Era uma turma de Maternal 1, com crianças de dois e três anos. Inicialmente, Deborah conta que convivia com choros, vômitos e gritaria de algumas crianças, que não queriam ficar na escola, pois estavam em adaptação. Aos poucos, professora e alunos(as) foram se conhecendo e construindo um trabalho bem lindo de parceria e de muita invenção. Essas lembranças a fazem ter certeza de que fez a escolha certa em se dedicar à educação.

O fato de ter sido também mãe da escola contribuiu para a formação da educação de seus filhos e para a ampliação do amor como família, pela arte e pela vida.

Além de sua paixão pela Projeto, Deborah ama estudar e escrever. Assim, em 2000, fez pós graduação (especialização em educação psicomotora), mas queria mesmo era entrar para o mestrado. Sendo assim, em 2014 finalizou o mestrado em educação na UFRGS e entrou direto para o doutorado. Em 2019 defendeu a sua tese, finalizando o doutorado em educação, também pela UFRGS. Ainda pretende fazer um pós doutorado.

Deborah tem dado aulas e cursos na faculdade de algumas cidades, como Lajeado e Criciúma. Ela considera muito bacana trabalhar com formação de professores(as) e compartilhar experiências com diferentes grupos e pessoas.

Tem um projeto de trabalho com uma professora da Espanha e com o artista Antônio Augusto Bueno. Porém, a pandemia fez com que esse trabalho ficasse parado. Pretende resgatá lo em algum momento. Ele une arte, educação e natureza, que é o que a move.

Essa foi um pouco da vida da Deborah. Temos certeza de que tem muito mais por vir, pois percebemos que ela ama o que faz!

PESSOAS QUE MARCAM... 1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 30
Histórias por dentro da Escola

Biografia de Maria da Graça

Maria da Graça Coimbra Machado nasceu em Porto Alegre, no dia 31 de março de 1963, atualmente tem 59 anos. Seus pais são Gilberto e Terezinha, ela tem 3 irmãos: Maria Aparecida, Ana Cristina e Antônio Pedro.

Graça adora estar em casa. Suas comidas favoritas são frutas, legumes e massa. Adora morar em Porto Alegre e conhecer lugares novos, diferentes, onde nunca esteve. Nas horas de lazer Graça aproveita para cozinhar, ir ao cinema, ao teatro e a shows.

Ela tem uma filha chamada Carolina (35 anos) e uma neta chamada Martina (3 anos).

As professoras de Graça foram muito importantes para ela, em especial, as do Instituto de Educação, quando cursou Magistério.

Sua vida profissional começou com um atendimento particular a uma menina da primeira série do Instituto de Educação, quando estava no último semestre do Magistério. Foi indicação da sua professora de Didática da Linguagem. Em seguida, trabalhou em escolas municipais de Cachoeirinha e também em duas escolas: Santa Inês e na Escola Estadual Lea Rosa Cecchini Brum.

Em 1996, Graça iniciou seu trabalho na Escola Projeto. Depois de tanto tempo trabalhando aqui, tem muitas lembranças boas construídas, como por exemplo, alunos(as), passeios, estudos e colegas.

Acredita que o mais significativo é ter tido a oportunidade de fazer parte da Projeto, ajudar na concretização dela e ter tido a sorte de encontrar uma escola onde foi possível trabalhar de acordo com os princípios, práticas e ideias nos quais acredita.

O cinema e a literatura tiveram uma importância enorme na formação intelectual e pessoal de Graça. Para ela, as boas histórias são fonte de inspiração para pensar e entender o mundo e a vida.

Que bom poder contar com uma professora como a Graça aqui na escola. Certamente ela marcou e marca a vida de muitas pessoas.

PESSOAS QUE MARCAM... 1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 31 4º ano
Histórias por dentro da Escola

Biografia de Desireé Secretária da Escola Projeto

Seu nome completo é Desireé Belmonte Jaquet, ela nasceu no dia 07 de março de 1972, em Porto Alegre. Atualmente ela tem 50 anos de idade. O nome da mãe é Betty e o pai se chama Isnard Jaquet. Ela tem dois filhos chamados Thiago, que tem 16 anos, e Amanda que tem 22. O que ela mais gosta de fazer em seu tempo livre é ler romances e passear no parque com seu filho Thiago e sua neta Alice.

Ela ama viajar com seu marido, Cyro, mesmo não viajando muito pra fora do Rio Grande do Sul. Já foi algumas vezes para o Rio de Janeiro, que ela ama. Ela já foi uma vez pra fora do país, e visitou a Flórida, nos arredores do parque da Disney. Desireé também queria conhecer a Inglaterra, por ela ser fascinada pela cultura e a formalidade da realeza. Ama filmes, principalmente Harry Potter. Os de ação ela não gosta muito.

Desirée ama comer tudo que leva massa e batata, também ama estrogonofe e lasanha. Ela se descreve como uma formiga no que se refere a chocolate.

Fez magistério e faculdade de Biologia, mas nunca chegou a dar aula mesmo. Desde o início na faculdade, ela teve uma bolsa de iniciação. Quando terminou a faculdade, trabalhou um pouco como secretária de academia e atendente de loja de roupas, sempre gostava de lidar com gente.

Menos de um após a graduação, viu o anúncio para secretária na escola Projeto, se entusiasmou e fez a entrevista. Começou a trabalhar na escola no dia 01 de abril de 1996. Ficou fora da Projeto por um período de 7 meses em 2014, mas não aguentou e voltou para a escola.

Desirée acha a Projeto uma comunidade aberta, querida e muito receptiva. Acha apaixonante ver as crianças pequenas se tornarem alunos(as) grande e saírem para voos mais altos. Para ela, acompanhar a trajetória e conhecer as famílias é sempre uma benção, conhecer cada um individualmente e dentro dos seus grupos. Ela tem muito orgulho de fazer parte dessa família Projeto.

PESSOAS QUE MARCAM...4º ano 1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página H32 istórias por dentro da Escola

Biografia de Márcio Professor de Educação Física da Escola Projeto

Márcio Espírito Santo Neves nasceu em 1970 no dia 16 de julho, em Porto Alegre. Seus pais são Luís Neves e Ana Maria Carneiro do Espirito Santo, também tem três irmãos: Lucca, Lorenzo e Amanda.

Márcio gosta de andar de bike, jogar beach tênis e ir ao cinema. Já viajou para o Uruguai e gosta de ir às praias de Santa Catarina.

Quando Márcio não tem nada para fazer, gosta de ler. Seu livro preferido é “Cem Anos de Solidão” e seus filmes preferidos são “Na Natureza Selvagem” e “Um Sonho de Liberdade”. Márcio gosta de comer pizza e ala minuta.

Ele começou sua vida profissional em academias e em hotéis nas férias, e também deu aulas de tênis na Sogipa. Márcio começou a trabalhar com Educação Física na Escola Projeto há 24 anos (em 1998), onde trabalha até os dias de hoje.

Considera que teve várias conquistas na vida, mas em sua opinião, a conquista mais grandiosa é ser pai de sua filha Isadora.

PESSOAS QUE MARCAM...4º ano 1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 33
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Biografia de Saionara Funcionária da Escola Projeto

Saionara Fortunato Santarém nasceu no dia 16 de abril de 1964 em Porto Alegre. Os pais dela se chamam Carlos Alberto e Maria José, tem um irmão e duas irmãs, seus nomes são: Rose Iara, Itana Jara e Carlos José.

Seus filmes, livros e séries favoritas são: “Edite Piaf”, “Ao Mestre Com Carinho”, “Um Dia De Sol”, “Cadillac Records”, “Angela Davis” e “O Pequeno Príncipe”. Suas comidas favoritas são arroz, feijão e tomate.

Ela já viajou para São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Pernambuco, Alagoas e Minas Gerais.

Saionara teve três filhos com o Alexandre, duas meninas, Ana Paula de 29 anos e Jamaica com 34, e um menino, Jeremias com 26 anos. As pessoas importantes da vida dela são seus(suas) filhos(as), a neta Yasmin e seu marido Alexandre.

Ela gosta de plantar flores e passear. Mora na Vila Elsa, em Viamão.

A Saionara começou sua vida profissional como babá. Ela está trabalhando na escola Projeto há 34 anos e fica muito feliz quando recebe visitas de alunos(as) antigos(as), agora adultos, que vêm com saudades.

PESSOAS QUE MARCAM...4º ano 1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 34
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Biografia de Bernadette Baldi

Bernardette Baldi, mais conhecida como Neca, nasceu no dia 17 de agosto de 1960, em Porto Alegre. Seus pais são João Ivo Baldi e Loiva Rosa Baldi. Neca possui 4 irmãos: Elizabeth, Margareth, João e Anette.

Mora no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Ela é casada com Francisco e tem um filho chamado João Pedro.

Desde pequena, sempre adorou crianças. Certa vez, foi convidada para viajar aos EUA, para cuidar e acompanhar Felipe, Mariana e Juliana enquanto seus pais esquiavam. Assim, as crianças precisavam de companhia, por isso Neca foi. Ela disse que foi uma viagem bem bacana. Depois, viajou com eles para a Suíça e Chile.

No 2º grau estudou Orientação de creche e Magistério. Depois, fez faculdade de Pedagogia e Especialização em Alfabetização.

Por adorar crianças e sempre ser muito alegre, virou professora, quando adulta. Antes de abrir a Projeto, trabalhou na Chapeuzinho Vermelho e na escola municipal Ildo Menegheti. Também teve uma creche chamada Hotelzinho.

Adora ir para o sítio ler no sol, cuidar do jardim e ouvir música. Gosta muito de viajar e as viagens que mais marcaram sua vida foi para a Califórnia e Turquia. Quer muito conhecer Paris.

Neca ama ler livros e adora assistir a filmes. Seus filmes e livros preferidos são: Paula, de Isabel Allende, A Vida Que Ninguem vê, de Eliane Brum, A Menina Quebrada, de Eliane Brum e Toda Poesia, de Paulo LeminsKi. Suas comidas preferidas são saladas, churrascos, legumes na brasa, arroz com galinha e camarões.

Neca abriu a Projeto em 1988. Além de fundadora, no início, trabalhou como professora. Quando decidiram abrir a Projeto, ela e as irmãs estudaram muito e conversaram com pessoas bacanas ligadas à educação. O dia da inauguração foi algo lindo, segundo ela. Foi inesquecível: LIVROS e SORVETE... e muitas CRIANÇAS!

PESSOAS QUE MARCAM... 1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 35 4º ano
Histórias por dentro da Escola

ano

A inauguração da Unidade 2 também foi marcante e especial, pois ela estava grávida de 8 meses. Havia muitos amigos(as), famílias da escola, professores(as), ao som de jazz, com o Fernando Veríssimo tocando Sax. Um mês depois da inauguração, o João nasceu.

Hoje em dia, Neca é diretora da escola. Tem pessoas muito especiais ao seu lado, como seu marido, seu filho, sua mãe e seu afilhado Artur, que passou a ser o 4º sócio da escola. No ano de 2023, a escola terá uma nova e única sede, que ficará na Avenida Ipiranga, 585. Esta foi a biografia de Bernadette Baldi até aqui.

As biografias nos ajudam a conhecer melhor as pessoas e, quem sabe, podem servir como inspiração. Você conhece outras biografias?

Caliana

Vanessa,

PESSOAS QUE MARCAM... 1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 36 4º
Professoras
e
turmas 41 e 42 Histórias por dentro da Escola

ano

Reflexões sobre situações de racismo

O 5º ano estudou a história e a participação da população negra na construção do Estado do Rio Grande do Sul, desde a colonização do Brasil até os tempos atuais. Por isso, a turma 51 teve uma conversa especial com a Carmelita, funcionária da escola, muito querida por todos(as). Ela contou sobre situações de racismo pelas quais passou e sobre alegrias da vida. A partir desse encontro, a turma criou tirinhas em quadrinhos para contar essas histórias.

Professora Ana Carolina e turma 51

1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 37 5º
Carmelitaeascriançasnegras daturma51 Histórias não cont

ano

Maíra Suertegaray é professora de Geografia no Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e professora do Programa de Pós Graduação em Geografia da UFRGS. Tem graduação e pós graduação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mestrado em Geociências e doutorado em Geografia. É também escritora de literatura infantil, com temas ligados à Geografia, questões étnico raciais e questões de gênero. Mas como ela mesmo disse, o “título mais importante que ela tem é ser mãe da Anahí e da Dandara.

As perguntas da entrevista foram elaboradas pela turma 51, coletivamente. No entanto, à medida que Maíra foi conversando, algumas das perguntas foram respondidas, o que fez nossa entrevista virar uma conversa, cheia de sentido.

T.51: Qual foi o primeiro livro que você escreveu?

Maíra: Eu sempre gostei muito de livros. No meu colégio não tinha uma biblioteca como vocês têm, mas tinha uma caixa com livros na sala e toda semana a gente tirava os livros pra ler. Eu era uma das que mais retirava livros. E como eu lia muito, também adorava escrever histórias. As minhas primeiras histórias foram feitas à mão e a minha mãe levou pra uma moça digitar numa máquina de escrever. Mas isso foi quando eu tinha 10 anos. Então, passou o tempo e, em 2009, quando a Dandara, minha filha mais nova, tinha quatro anos, eu fiz o meu primeiro livro, que é esse aqui (Dandara, o dragão e a lua). A Dandara gostava muito de ler, a gente lia muito. Um dia, depois que a gente terminou de ler uma história, a partir da última cena do livro, que era uma menina esticando os braços para tentar pegar o sol, a gente começou a inventar uma história. No dia seguinte eu estava tão

empolgada, que resolvi digitar essa história, que foi feita a partir de curiosidades que a Dandara tinha. Ela queria saber sobre sol, lua, estrela, nuvens.

T.51: O que te inspirou a começar a escrever livros? O que te inspirou?

Maíra: A maioria dos meus livros, então, foram inspirados pelas minhas filhas e pelos meus alunos(as), que traziam questões raciais, de gênero e de geografia. Quando eu fui tentar publicar o meu primeiro livro, a primeira coisa que eu quis, foi que a personagem fosse negra, como a Dandara. Porque ela já estava começando a observar que na televisão e nos filmes só havia personagens principais brancos, as bonecas eram brancas de cabelo liso e os personagens negros era relacionados a coisas ruins, como criminosos e vilões. Então eu comecei a ter essa preocupação: eu não queria que a minha filha crescesse assim, com essas referências, porque isso começou a trazer algumas consequências para ela. Com quatro ou cinco anos, ela começou a não querer usar mais short ou blusa cavada, nem o cabelo solto. Ela queria ir com o cabelo preso bem puxado. Eu não entendia por quê. Daí um dia ela disse: “porque eu quero esconder a minha cor”. Eu e o pai dela ficamos preocupados, por pensar: como uma criança de quatro ou cinco anos começa a sofrer por ser preta e começa a querer se esconder por causa disso? Então nós fomos na escola, onde a professora da Dandara também era preta e ficamos sabendo que ela presenciou uma briga, em que o colega dizia que a professora era feia, porque ela era preta.

1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 38 5º
Professora Ana Carolina
e
turma
51
ENTREVISTA COM MAÍRA SUERTEGARAY sobre livros de literatura com personagens negros
Histórias não cont

ENTREVISTA COM MAÍRA SUERTEGARAY

A partir daí, ela começou a querer se esconder. Então fizemos todo um trabalho na escola, a avó da Dandara foi até lá, levou bonecos, contou histórias e, assim, as coisas foram melhorando. E eu me dei conta que o racismo aparece desde pequenininhos. Às vezes ele não aparece de propósito, porque as pessoas não falam “eu não gosto de ti porque tu é preto”. Mas a gente cresce vendo que o bonito é o branco e o louro, e o preto é menor, não é bonito, tem que ser escondido, o cabelo tem que ser alisado. E mesmo que a gente não queria, em algum momento, vamos deixar isso aparecer. Até as crianças, principalmente as brancas, podem fazer sem se dar conta. Então, a minha intenção quando comecei a escrever, foi mostrar que existem diversos tipos de beleza e outros lugares para as pessoas pretas: de princesas e heróis.

T.51: Qual o livro que você considera mais relevante?

Maíra: O livro Dandara, seus cachos e caracóis eu escrevi porque minha filha não gostava dos cachos, ela queria os cachos sempre alinhados. A ideia desse livro foi a de mostrar pra Dandara e para as outras crianças negras, que os cachinhos dela têm muita história e muita importância. No livro, a gente mostra o surgimento dos primeiros homo sapiens, que surgiram na África, as regiões da África, os rios, a história do Brasil e dos primeiros quilombos, da luta contra a escravidão. Toda a história desse livro, está na história dos cachinhos da Dandara, da Anahí, do João, do Lukas, da Mirella, da Manoela. É uma história

que todo mundo tem que se orgulhar. Acho que por isso esse é um livro importante. A Anahí, que nasceu depois, já teve outra experiência. Ela nunca quis prender o cabelo, nunca quis se esconder, já havia muitos livros com personagens negros, já tinha uma irmã feliz com sua cor e seu cabelo. Esse livro aqui (Dandara e a princesa perdida) também é um xodó, porque a Dandara adorava histórias de princesas, mas nessas histórias só tinha princesas brancas.

T.51: Mas agora tem o filme Pantera Negra... Maíra: Claro, agora estamos em outro momento. A gente tem um grande herói negro que, inclusive, questiona e luta contra a dominação dos brancos, ele quer um mundo mais igual, que é uma coisa super revolucionária. O filme questiona o que as pessoas associam quando o assunto é África: pobreza, animais, doenças, essa é uma imagem que durante muito tempo foi construída sobre os povos africanos e hoje a gente sabe que tem muito mais do que isso na África, desenvolvimento e tecnologia, por exemplo, como o filme mostra. Pensando nisso quis fazer o livro Dandara e a princesa perdida. Porque aqui eu mostro histórias de princesas que os povos africanos contam. Lá havia princesas reais que, inclusive, foram escravizadas.

1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 39 5º ano Professora Ana Carolina e turma 51
(continuação)
Histórias não cont

ENTREVISTA COM MAÍRA SUERTEGARAY

T.51: Você já pensou em escrever livros só com personagens negros históricos e conhecidos?

Maíra: Nunca pensei, porque meus livros são de ficção, não de histórias reais, mas no livro Dandara e a princesa perdida eu faço referência às princesas que existiram na história. Eu não identifiquei cada uma delas, mas neste livro eu falo das guerreiras de Daomé, que virou o filme A Mulher Rei. Eu pesquiso muito sobre a história da África, sobre as características desses reinos que existiram, porque embora os livros sejam ficção, eu quero trazer aspectos de verdade.

Eu queria que as crianças negras se reconhecessem nas princesas, nos heróis, do mesmo jeito que as crianças brancas. Queria que todos(as) pudessem se reconhecer como protagonistas. Por isso, comecei a escrever.

1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 40 5º ano
Professora
Ana Carolina e turma 51
(continuação)
Histórias não cont

5º ano

A IMPORTÂNCIA DA POPULAÇÃO INDÍGENA E NEGRA PARA FORMAÇÃO DO RS E DO BRASIL

Vamos tratar aqui de um assunto importante, infeliz e que mobiliza grandes discussões. Para começar, convidamos vocês para a leitura dos trechos a seguir.

VISÃO DA PRAIA

“Foi como uma miragem bailando sobre as águas salgadas. Após uma sequência infindável de dias iguais, o horizonte já não era uma linha longínqua e vazia. No último ponto que os olhos podiam vislumbrar, surgiram, agora, estranhas silhuetas. Pareciam montanhas flutuantes singrando o oceano. Os homens acotovelaram se à beira mar, com os olhos postos de encontra ao céu matinal para vislumbrar a mais espantosa novidade de suas vidas. Que tipo de canoas seriam aquelas, que pareciam ter asas, tão brancas e tão amplas, e que avançavam junto com o sol? Trariam boas novas ou más notícias? Vinham em paz ou prontas para a guerra? Parecia miragem mas era real.

Com as cores do amanhecer tingindo a cena de dourado, os 6 ou 7 homens que estavam na praia juntaram seus arcos e flechas e se prepararam para um encontro com os desconhecidos. De onde viriam os recém chegados? De uma ilha ou de alguma terra além mar? Vinham provavelmente da Terra Sem Males, julgaram os mais experientes: o lugar onde todos eram felizes e ninguém morria, e que ficava para lá da imensidão das águas salgadas. Os nativos avançaram cautelosamente e, após alguma hesitação, depuseram as lanças. Elas acomodaram se nas claras areias da praia. Uma nova era estava se iniciando em Pindorama, a Terra das Palmeiras. Um velho mundo estava prestes a desaparecer.”

Trechos do livro Brasil: Terra à vista!, de Eduardo Bueno, editora L&PM, 2019.

SOBRE
1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 41
Histórias não cont

5º ano

POPULAÇÃO INDÍGENA

A situação apresentada nessas duas perspectivas, que foi amistosa e tranquila, não foi duradoura, pois logo os(as) indígenas começaram a perder suas terras e assim foi ao longo dos anos, e continua sendo, pois seguem perdendo e lutando para manter sua cultura e tradições. Os(as) indígenas saíram das suas terras em função da escassez de alimentos, do desmatamento e do avanço das cidades sobre as matas.

Precisamos falar também sobre os negros e negras, trazidos da África, contra a sua vontade, em condições desumanas. Muitos(as) morreram no caminho e os corpos foram atirados ao mar. E os(as) que sobreviveram chegaram ao Brasil na condição de escravizados(as).

Indígenas e negros contribuíram de diferentes formas na formação do povo brasileiro: preservando as matas, construindo riquezas, através do seu trabalho, nas plantações de cana, na extração de pedras preciosas, e nas charqueadas, aqui no RS.

Os(as) indígenas influenciaram muito a nossa cultura: língua, música, culinária, tudo seria diferente, pois tornaram nosso país único.

Entendemos, nos estudos de Ciências Humanas deste ano, que indígenas e negros têm tanto valor quanto qualquer outro(a) brasileiro(a) para a formação da nossa história e da nossa cultura.

Atitudes preconceituosas e racistas se revelam em nossas ações, pensamentos e linguagem. Sobre este último aspecto, sugerimos substituir palavras e expressões racistas que usamos no nosso cotidiano, muitas vezes, sem nos damos conta, como:

mulato e mulata, por preto; lista negra por lista de coisas ruins; meia tigela, por coisa mal feita; programa de índio por programa tedioso; empregada doméstica, por funcionária.

Além disso, é hora de aceitar que negros e indígenas possam frequentar escolas, universidades e ocupar cargos e funções valorizadas pela sociedade.

Precisamos

pensar sobre o que disse, certa vez, a filósofa americana Angela Davis, e que tem sido muito divulgado, especialmente, nas redes sociais e em outros canais que colaboram para pensar a questão do racismo e da branquitude, que em uma sociedade racista não basta não ser racista, é preciso ser antirracista. Pensar desse modo ajuda para que possamos estranhar ações e pensamentos que até então, não pareciam ser problema para a nossa sociedade.

Quem vem conosco na luta por ações antirracistas e excludentes?

SOBRE A IMPORTÂNCIA DA
E NEGRA PARA FORMAÇÃO DO RS E DO BRASIL 1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 42
Professora Graça e turma 52
Histórias não cont
1001 Palavras O Jornal da Projeto edição 2022 página 43 5º ano
Professora Graça
e turma 52 Histórias não cont
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