Informativo socioambiental - ADEQUAÇÃO VIÁRIA 6ª Edição

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Guaíba, abril de 2013 - Edição número 6

Publicação produzida pela Prefeitura Municipal de Guaíba e Celulose Riograndense através da Associação Amigos do Meio Ambiente (AMA)

Revitalização da malha viária chega à reta final Em fase final de conclusão, as melhorias na Zona Sul começam a ser percebidas pela população


EDITORIAL

Tempo de oportunidades e desenvolvimento

G

uaíba, a nossa querida cidade, passa pela maior transformação viária de sua história. Sou natural de Não me Toque / RS, mas vim residir nesta cidade há 38 anos. Escolhi Guaíba e Guaíba me acolheu, e vem me proporcionando, ao longo dos anos, oportunidades de participar ativamente das gestões públicas municipais, agora como Secretário de Mobilidade Urbana. Aqui, às margens deste majestoso lago, formei e criei minha família, sempre num clima de paz, prosperidade e esperança. Como cidadãos, entretanto, passamos por algumas incertezas, perdas, mas também usufruímos de muitas vitórias. No que se refere à infraestrutura viária municipal, sem dúvida, o complexo da nova malha viária na Zona Sul da cidade é um avanço extraordinário. Uma das maiores transformações com reflexo urbano, econômico e social de nossa história. Serão 12 quilômetros de vias e calçamentos que vão dinamizar a vida dos moradores da Zona Sul da cidade, dando-lhes mais mobilidade ao trânsito, além de torná-lo mais ordenado e seguro. A grande novidade para a circulação é que a obra contempla 7 quilômetros de ciclovias, segunda maior da Região Metropolitana, perdendo apenas para Porto Alegre. Essas obras integram o corpo de investimentos da ampliação da Celulose Riograndense, cujos valores totais devem chegar a R$ 5 bilhões, um dos maiores

e a conclusão das obras: o fechamento parcial de alguma via; um desvio no trânsito; a inversão de um fluxo; a mudança de itinerários no transporte coletivo; todos eles, porém, com o objetivo de garantir a ação segura e adequada dos empregados das obras e proteger a circulação dos pedestres e motoristas que transitam naquelas localidades.

“Serão 12 quilômetros de vias e calçamentos que vão dinamizar a vida dos moradores, tornando o trânsito da Zona Sul mais ordenado e seguro” da história de nosso Estado, nessa modalidade, e contemplam outras melhorias: drenagens, esgotos pluvial e cloacal, redes de energia e iluminação, entre outros benefícios que vão valorizar e qualificar a região, permitindo àquela comunidade e a Guaíba como um todo vislumbrar um novo tempo de oportunidades de desenvolver as condições de vida de nossa população.

A Secretaria de Mobilidade Urbana, fiel à sua destinação, vem com muita humildade, responsabilidade e comprometimento concitar a todos que foram de alguma forma afetados pelas obras viárias, agora prestes à conclusão, que tenham paciência, cuidado e atenção, e procurem se adaptar aos novos itinerários, sinalizações, faixas e placas, mas principalmente ao uso correto de rótulas, novidade no nosso trânsito. Estejam também atentos e nos auxiliem denunciando o vandalismo, a depredação e o furto de placas sinalizadoras. Essa colaboração vai permitir um tráfego mais seguro, ágil e uma convivência harmônica e pacífica entre todos os envolvidos, bem como a preservação do patrimônio público. Avançarmos na educação do trânsito, despertando a consciência de pedestres e motoristas para um trânsito mais seguro, é a nossa maior meta. Sejamos, para tanto, cidadãos cada vez mais comprometidos com a segurança de todos.

Como qualquer obra, contudo, temos de conviver com alguns transtornos, mas que são necessários para o avanço

EXPEDIENTE: Produção editorial e gráfica: Kraskin Comunicação e Editorial Sul, Edição: Charles Soveral (Mtb 5.736), Textos: Charles Soveral e Guilherme Bica, Fotos: AMA, Débora Oliveira, Guilherme Bica, Charles Soveral, Vinícius Kraskin e Ricardo Sundin/PMG. Planejamento gráfico: Vinícius Kraskin, Revisão: Press Revisão, Tiragem: 10 mil exemplares. COLABORADORES DESTA EDIÇÃO: Caroline Quadros - socióloga, Débora Oliveira Pires - graduanda em design de produto, Eduardo Raguse Quadros engenheiro ambiental, Karina Guterres Velloso - graduanda em biologia, Maiane Papke Costa - graduanda em biologia, Naieth Baggio da Silva - graduanda em biologia, Paola Otanha Reyes Spiering - historiadora, Solange Zilio Klein - bióloga, Ricardo Jardim - coordenador administrativo-financeiro, Túlio Antônio Amorin Carvalho - engenheiro agrônomo.

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José Clair Dahmer Secretário de Mobilidade Urbana

FALE COM A AMA

Para entrar em contato com a Associação Amigos do Meio Ambiente é só ligar para: (51) 3055.5018 Rua 7 de Setembro, 199, sala 112, Galeria Panorâmica, Centro CEP: 92500-000 amaguaiba@amaguaiba.org www.amaguaiba.org


O POVO FALA

Guaibenses avaliam positivamente as obras População percebe que mudanças, apesar dos transtornos temporários, devem melhorar qualidade de vida na Zona Sul

A

pesar dos 14 meses de execução e inevitáveis transtornos para a circulação de pedestres e veículos, as obras de adequação viária que circundam a Zona Sul de Guaíba e a área industrial da Celulose Riograndense são bem recebidas pela população. “Nós sabemos que isto tudo vai melhorar a vida de todos aqui. A circulação das pessoas e dos automóveis será bem melhor. Agora estamos na expectativa para a conclusão no menor tempo possível. Sou comerciante e a conclusão das obras afeta meu trabalho”, afirma Paulo Ricardo Guntel da Silva, 42 anos.

anos Eliane de Oliveira, 44

A mesma questão preocupa Eliane de Oliveira, 44 anos, proprietária de uma lanchonete ambulante, a Skooby Doo. “Sou comerciante e trabalho na área das obras viárias com meu comércio ambulante. O pior já passou e estou preocupada em ver tudo isto aqui funcionando com o novo calçamento e iluminação. Depois de pronto vai ser um presente para a cidade”, comenta ela. Para Claudionildo Lucas Correa, de 51 anos, a entrega da ciclovia para uso da comunidade está en-tre suas principais preocupações. “Vai ficar sensacional isto tudo aqui. Parabéns à Prefeitura. Uso a bicicleta todos os dias e serei um dos que estará inaugurando a nova pista assim que ela ficar pronta”, garante ele. A moradora do Bairro Santa Rita que eventualmente circula pelo Centro e Zona Sul de Guaíba Zélia Maria Zubricki, 38 anos, se questiona se onde ela mora também haverá investimentos. “Meu bairro é a Santa Rita. E claro que nós queremos que estas melhorias também cheguem lá. Enquanto isto não ocorre quero dizer que isto é algo que vai mudar a cara e a paisagem de nossa cidade.” Para o jovem de 19 anos Jeferson Ramos Donay, o que preocupa é se as obras estão sendo produzidas com qualidade para durarem por muitos anos. “Temos a oportunidade de fazer desta obra uma conquista de nossa cidade. Espero como todos que haja qualidade no investimento público para que todo o esforço seja duradouro e para que a população possa aproveitar por muitos anos estas melhorias”, conclui ele.

rrea, Claudionildo Lucas Co 51 anos

Paulo Ricardo Gu ntel da Silva, 42 anos

38 anos Zélia Maria Zubricki,

Jeferson Donay, 19 anos

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OPORTUNIDADES Foto Ricardo Sundin

Guaíba oferece mais de 3,5 mil empregos imediatos Cursos profissionalizantes gratuitos estão à disposição dos interessados na Secretaria de Assistência Social. Há vagas para diversos níveis educacionais

A

s diferentes frentes de obras que estão em desenvolvimento na cidade, além da expansão da Celulose Riograndense (CMPC), em pleno andamento, oferecem cerca 3,5 mil empregos imediatos na construção civil para trabalhadores no município de Guaíba e da Região Metropolitana. Esta situação coloca Guaíba entre as cidades brasileiras com as maiores ofertas de acordo com levantamento do Serviço Nacional de Empregos (SINE), que registrou, por exemplo, em Porto Alegre, cerca de 6.500 vagas para a construção civil no último mês de fevereiro. A maior parte das vagas, neste momento em Guaíba, é para as obras de ampliação da planta industrial da Celulose Riograndense e é destinada

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aos trabalhadores da construção civil e montagem eletroeletrônica. Os trabalhadores podem começar com salários médios de R$ 1.200,00 e aqueles que não têm qualificação poderão ainda se beneficiar de cursos gratuitos oferecidos pela Secretaria Municipal de Assistência Social, localizada no Centro da cidade, na Rua Serafim Silva, nº 50. “Realmente, uma oportunidade única de trabalho e de qualificação que está ao alcance de todos aqueles que realmente buscam melhorar de vida”, alerta Luciana Kubiak, secretária municipal de Assistência Social. Estes cursos são subsidiados pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) do Go-

Gustavo Lopes: “O trabalhador pode obter uma qualificação para toda a sua vida. E sem custo”


verno Federal e também, no caso específico da Construção Civil, pela Celulose Riograndense. “O trabalhador tem a oportunidade de emprego e também a da qualificação que ele leva pela vida toda. Sem dúvida que é uma oportunidade única”, garante Luís Gustavo Lopes, secretário especial de Gestão da Prefeitura Municipal de Guaíba. A secretária municipal de Assistência Social explica que para obter uma vaga é preciso que o pretendente esteja inscrito no Cadastro Único. Se não estiver, basta comparecer na sede da Secretaria, munido de documentos como Carteira de Identidade, CPF, título de eleitor, carteira de trabalho, comprovante de endereço e certificado de reservista. “Com esta documentação, é feito o cadastro e providenciada a inscrição, se for o caso, em algum dos cursos gratuitos que incluem pedreiro de alvenaria, pedreiro de alvenaria industrial, carpinteiro, montador de andaimes, pintor de obras e armador de ferragem. “Para a maioria dos casos, basta ter a escolaridade mínima que é o ensino fundamental”, completa ela. Luciana diz que a sua pasta procura dar todo o apoio para que os inscritos possam se motivar e seguirem até o final do curso. “Nós sabemos que a realidade de muitas pessoas é difícil e o trabalho é o instrumento de inclusão social que, além

de trazer dignidade, vai combater o alcoolismo, as drogas e outros graves problemas sociais presentes na comunidade. Uma realidade não apenas em Guaíba, mas em todo o país”, completa ela. Para o secretário especial de Gestão, o desafio que a cidade e a Celulose Riograndense enfrentam no momento é conseguir efetivamente pessoal qualificado para o trabalho, e se não houver candidatos suficientes em Guaíba, serão ofertadas as vagas em outros municípios da região. “Nosso foco está no trabalhador que vive na cidade atualmente, mas se for necessário para o bom andamento dos projetos, vamos ofertar em outras cidades”, revela Lopes. No decorrer dos próximos meses, outros cursos e vagas serão desenvolvidos na cidade a partir de uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). “A Prefeitura procura estar em sintonia com as demandas sociais e formata a parceria com as instituições capazes de fornecer o conhecimento”, explica Luciana Kubiak. Entre as novas funções, estão cursos específicos de qualificação nas áreas de atuação da Celulose Riograndense como, por exemplo, caldeireiros e mecânicos montadores.

Luciana Kubiak: “Nós sabemos que a realidade de muitas pessoas é difícil e o trabalho é o instrumento de inclusão social” COMO FAZER A PRÉ-INSCRIÇÃO Onde: Secretaria Municipal de Assistência Social Endereço: Rua Serafim Silva, 50 – Centro Horário: das 8h às 12h ou das 13h às 17h horas Telefones: (51) 3491-6042 / (51) 3055-2747 E-mail: assistsocialguaiba@gmail.com Site: www.celuloseriograndense.com.br/cursos

Confira os cursos de qualificação oferecidos gratuitamente em Guaíba CURSO

ESCOLARIDADE

Auxiliar de cozinha

Ens. Fundamental Ens. Médio Ens. Fundamental

16 anos

Auxiliar administrativo Garçon básico

IDADE

INÍCIO

LOCAL

TURNO

C/H

18 anos

Maio

Escola Teotônio

Noite

160 horas

16 anos

Julho

A definir

Noite

240 horas

Maio

A definir

Noite

30 horas

Inglês básico

Ens. Fundamental

16 anos

Julho

A definir

Noite

160 horas

Instalador sistemas eletrônicos

Ens. Fundamental

18 anos

Julho

Escola Teotônio

Noite

160 horas

Mecânico em refrigeração

Ens. Fundamental

18 anos

Maio

Escola Teotônio

Noite

180 horas

Padeiro/confeiteiro

Ens. Fundamental

16 anos

Maio

Escola Teotônio

Noite

230 horas

Pedreiro de alvenaria estrutural

Ens. Fundamental

18 anos

Consultar*

Premen

Consultar*

160 horas

Pedreiro de alvenaria

Ens. Fundamental

18 anos

Consultar*

Premen

Consultar*

200 horas

Pedreiro de revestimento

Ens. Fundamental

18 anos

Consultar*

Premen

Consultar*

160 horas

Pintor de obras

Ens. Fundamental

18 anos

Consultar*

Premen

Consultar*

200 horas

Promotor de vendas

Ens. Fundamental

18 anos

Julho

A definir

Noite

207 horas

Recepcionista

Ens. Fundamental

16 anos

Setembro

A definir

Noite

180 horas

Serralheiro

Ens. Fundamental

Consultar

Agosto

A definir

Consultar**

Consultar**

*Dependendo da procura, novas turmas poderão ser abertas em diferentes turnos. ** Ainda sem data confirmada para início das atividades.

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MOBILIDADE URBANA

Nova malha viária m A partir de conceitos como segurança, sustentabilidade e incentivo à cidadania,

O

s 12 quilômetros de vias mais amplas e seguras, novos passeios, iluminação renovada, intervenções de macrodrenagem, redes de água e esgoto, além da ciclovia, do acesso universal a cadeirantes, todos os benefícios que as obras do Sistema Viário da Zona Sul representam não são uma obra isolada. Eles estão inseridos no planejamento de Guaíba para as próximas décadas, no conjunto de edificações que projeta a cidade de forma ordenada para o futuro. A Parceria Público-Privada que envolve o Poder Executivo e a Celulose Riograndense, além da Associação Amigos do Meio Ambiente com o trabalho socioambiental, nasceu da necessidade de adequar as vias locais às transformações que as obras de ampliação da planta de celulose irão promover, bem como de remodelar o trânsito em uma das regiões da cidade onde a mobilidade urbana carecia de mais reparos. Trânsito mais fluido

Sustentabilidade

Sempre duas pistas livres para o trânsito de veículos, com recuos para ônibus e estacionamentos, o que faz o trânsito fluir mais rapidamente. Apesar do aumento no trajeto, houve a diminuição de seu tempo de conclusão.

As ciclovias que costeiam boa parte das vias da nova malha viária configuram-se numa alternativa sustentável de transporte, bem como num espaço seguro destinado ao lazer da comunidade guaibense.

“Trata-se de um modelo moderno de gestão, onde a iniciativa privada auxilia o poder público a realizar obras fundamentais, a partir da conjunção de necessidade de ambos”, avalia José Dahmer, secretário de Mobilidade Urbana de Guaíba. Agora, na reta final dos trabalhos, as melhorias apresentam-se de forma mais efetiva em cada uma das principais vias do projeto. “Hoje vejo a Zona Sul como uma região moderna, de valor privilegiado e que eliminou muitos dos problemas históricos que tínhamos por lá, sobretudo de mobilidade urbana”, observa Dahmer. Confira, a seguir, algumas das principais novidades que as obras da Zona Sul implementam no trânsito daquela região:

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Incentivo à cidadania Construção de 7 rótulas em todo o trecho da nova malha viária. As rótulas oxigenam o tráfego e promovem conceitos de cidadania, como respeitar a preferência do outro motorista.

Pedestres Os novos passeios que iniciam na Rua São Geraldo e estendem-se pelas outras vias da Zona Sul, além da iluminação renovada, permitem que a comunidade pratique caminhadas noturnas também naquela região, aumentando a segu-


oderniza Zona Sul nova malha viária coloca Guaíba no caminho de um trânsito mais maduro Guaíba a caminho da maturidade no trânsito A harmonia no trânsito depende de mais de um agente. Motoristas e pedestres precisam respeitar seus deveres para que tudo transcorra sem incidentes. O terceiro eixo dessa relação é de responsabilidade da gestão pública, da estrutura e ordenação adequada de vias e passeios. A Zona Sul de Guaíba passa a integrar essa esfera de forma significativa a partir das obras de adequação viária, numa época em que as reformas de mobilidade urbana se afirmam cada vez com mais força.

rança e o trajeto disponível, normalmente restrito às avenidas João Pessoa e Getúlio Vargas, no calçadão do Centro da cidade, à beira do Lago Guaíba. Segurança

O entorno das duas escolas localizadas na nova malha viária torna mais segura a chegada dos alunos, professores e funcionários aos locais. Os colégios Augusto Meyer e Evaristo da Veiga possuem, agora, faixa e sinaleiras de pedestres em locais adequados, além de semáforos e maior número de placas de sinalização.

Em 2011, a Arthur D Little, consultoria de gestão mais antiga do Planeta, realizou um interessante estudo sobre mobilidade urbana. Depois de elencar 66 grandes cidades de todo o mundo, a ADL apontou, num ranking de 0 a 100 pontos, qual o grau de maturidade do trânsito em cada um desses locais. O resultado, além de avaliar o estágio de cada uma dessas metrópoles, aponta caminhos possíveis para que a mobilidade urbana não se transforme num colapso no ano de 2050, data emblemática para a ADL: segundo a empresa, daqui a 37 anos, 70% (6,3 bilhões de pessoas) da população do mundo estará residindo em áreas urbanas – 20% a mais do que hoje. Os onze critérios utilizados para a avaliação incluem temas como números de veículos per capita, velocidade média e transportes que utilizam CO2 (gás carbônico). Boa parte das cidades não alcançou os 70 pontos. Apenas duas delas che-

Foto Débora Oliveira

garam a um nível de maturidade no trânsito considerado adequado pela ADL: Amsterdã (Holanda) e Hong Kong (China). É curioso observar que algumas das soluções e tecnologias sugeridas pelo estudo para a melhora do tráfego já podem ser observadas na prática na nova malha viária da Zona Sul de Guaíba. Entre elas: “Repensar o sistema de mobilidade urbana para que se torne mais orientado ao público e à sustentabilidade; e Estabelecer estruturas sustentáveis que possam satisfazer as demandas de curto prazo com um custo razoável sem a necessidade de grande remodelamento posterior”, sinaliza um trecho do relatório da ADL.

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MOBILIDADE URBANA

Novo modelo viário dinamiza trânsito em áreas revitalizadas Estruturas de pavimentação, calçamento e iluminação sinalizam estágio avançado das obras na Zona Sul

A

reta final das obras de Adequação Viária da Zona Sul de Guaíba permite a visualização mais concreta do novo modelo de trânsito que está sendo implementado naquela região da cidade. Com a exceção da Avenida Castelo Branco, via de intervenção mais recente, a nova malha viária está praticamente pronta. Seja na iluminação renovada, na dupla camada de pavimentação, nas redes de água e esgoto, seja na conclusão dos passeios, as vias ganham a cada dia uma nova paisagem: mais bela, ordenada e segura. Áreas como macrodrenagem, iluminação e terraplanagem alcançam praticamente 100% de conclusão. A pavimentação também se encontra em estágio avançado, com todas as vias envolvidas nas obras revestidas pelo menos por uma das duas camadas de asfalto previstas. O calçamento, item mais questionado pela população e de manutenção mais frágil, deve receber atenção especial nas próximas semanas.

Pistas mais amplas previstas para trânsito intenso em horários de pico

– Estamos no período de término dos trabalhos. A obra está em fase final. Vamos ampliar as equipes responsáveis pela colocação dos blocos nos passeios para acelerar e aperfeiçoar esta etapa – sinaliza Varner Araujo, engenheiro que coordena as obras. A conclusão dos trabalhos de grande escala está prevista ainda para maio. Devem restar, para depois, de acordo com Varner, somente intervenções de acabamentos e regiões pontuais que precisam ser refeitas. “A partir daí, são detalhes em regiões específicas, como blocos de calçamento danificados pelo trânsito e a instalação da sinalização definitiva”, projeta.

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Instalação da sinalização, pintura, limpeza e finalização de passeios em fase final de conclusão


Confira o estágio atual das vias: Castelo Branco Extensão: 2.300m

Macrodrenagem: 100% Microdrenagem: 85% Terraplanagem: 95% Rede de água: 100% Pavimentação: 100% Iluminação: 100% Rede elétrica: 95%

Antecipação de infraestrutura na Castelo Branco A Castelo Branco é a via de maior extensão de toda a nova malha viária da Zona Sul. Ainda assim, segundo o engenheiro Varner, o andamento nos trabalhos transcorre de forma mais tranquila do que em ruas e avenidas menores, como a Adão Foques e a Estrutural Norte. Mesmo sendo a última das vias a sofrer intervenções no projeto, já se encontra em estágio avançado e dentro do cronograma estabelecido. Os motivos da aparente facilidade, Varner elenca: “Não houve, diferente de outras

vias, obras de Macrodrenagem na Castelo Branco. Outra situação importante: foi possível antecipar ao máximo os trabalhos de infraestrutura, como água, esgoto e pluvial. Quando chegou a terraplanagem, o terreno estava completamente destinado a essa atividade. E, claro, por ser uma atividade mais mecanizada, acontece de forma mais rápida”, explica. Dados que ilustram o depoimento de Varner: a primeira camada de asfalto, a iluminação e a rede de água estão 100% concluídas.

Rota Alternativa e Coletora Sul Trata-se das duas vias mais avançadas nas obras viárias. A conclusão da segunda camada de asfalto, os passeios praticamente terminados e, inclusive, a instalação da sinalização vertical e horizontal de trânsito são sintomas de que resta pouca coisa a ser feita nessas ruas. O aumento do tráfego também depõe a favor dessa tendência. Mesmo com a Rua São Geraldo ainda permitindo o acesso aos bairros da Zona Sul, boa parte dos motoristas já aderiu ao novo caminho.

São Geraldo mais ampla e segura A Rua São Geraldo sofreu mudanças drásticas desde que as obras iniciaram. Ruas e passeios mais amplos garantem à população local um tráfego mais seguro e organizado. Apesar de o único trecho dessa via que corresponde às obras de adequação ser aquele que representa a continuação da Rota Alternativa, Varner observa que alguns dos benefícios levados a

outras vias estão sendo implementados também na São Geraldo. – A ideia foi essa. Estender a revitalização também para a comunidade dali, que sempre se pautou pelo diálogo conosco, mesmo que essa parte da São Geraldo não integrasse oficialmente as obras de adequação viária – assegura o engenheiro. Entre as melhorias: meiofio, passeio e pavimentação novos.

Adão Foques Extensão: 1.994m

Macrodrenagem: 100% Microdrenagem: 95% Terraplanagem: 100% Rede de água: 100% Pavimentação: 100% da 1ª camada / 80% da 2ª camada Iluminação: 100% Telefonia: 100% Passeios: 60% (Em revisão) Rota Alternativa Extensão: 1.810m

Drenagem: 100% Pavimentação: 100% Rede de água: 100% Iluminação: 100% Passeios: 90% Sinalização: 90% Coletora Sul Extensão: 917m

Macrodrenagem: 100% Microdrenagem: 95% Terraplanagem: 100% Rede de água: 100% Pavimentação: 100% Iluminação: 100% Telefonia: 100% Passeios: 100% (Em revisão) Sinalização: 80% Estrutural Norte Extensão: 530m

Macrodrenagem: 100% Microdrenagem: 95% Terraplanagem: 100% Pavimentação: 100% Passeios: 40% Meio-fio: 30%

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MOBILIDADE URBANA

Ônibus ganham novos itinerários na Zona Sul da cidade Alterações fazem da Coletora Sul, Rota Alternativa e Estrutural Norte o novo caminho para o transporte coletivo na região

D

esde o final de fevereiro, o transporte coletivo que transita pela Zona Sul de Guaíba passou a utilizar novo itinerário. A partir das transformações na malha viária local, sobretudo pela construção de novas vias e mudança de sentido no tráfego, os coletivos municipais e intermunicipais que abastecem a população daqueles bairros se adaptam aos novos trajetos. “As principais transformações são a utilização de novas vias, tais como a Coletora Sul, Rota Alternativa e Estrutural Norte”, comenta o engenheiro de trânsito da Secretaria de Mobilidade Urbana de Guaíba, Antônio Pedreira. As mudanças nos itinerários já estavam previstas na origem da implantação do Projeto de Ampliação do Sistema Viário da Zona Sul e têm caráter definitivo. De acordo com Pedreira, “é provável que outras mudanças aconteçam para a adequação dos itinerários às novas vias, porém as mais impactantes já aconteceram”. O processo de concepção dos novos itinerários foi elaborado por engenheiros da Celulose Riograndense, da Secretaria de Mobilidade Urbana, e contou com a participação da Associação Amigos do Meio Ambiente

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(AMA), entidade responsável por levar aos gestores do projeto as demandas da comunidade. Um exemplo emblemático citado por Pedreira refere-se aos pontos das paradas de ônibus. – As solicitações da comunidade foram muito importantes, pois auxiliaram na definição dos pontos de parada, já que anteriormente os mesmos nem existiam. Ou por não existirem as vias, ou por não terem anteriormente circulação de coletivos por lá – relata o engenheiro. A Rua Adão Foques ilustra com propriedade a declaração de Antônio. Antes das mudanças provocadas pelas obras viárias, havia pontos móveis de parada, algumas delas improvisadas, outras sem sinalização. Agora são 16 pontos definidos e sinalizados em toda a extensão da via. E ao final dos trabalhos, em breve, os abrigos também devem ser instalados. “Serão instalados abrigos nos pontos de parada de ônibus. O assunto está sendo tratado entre a Prefeitura Municipal de Guaíba e a Celulose Riograndense, porém ainda não está definido que tipo de abrigo será implantado e nem o seu material, mas pode-se adiantar que não serão de madeira”, sinaliza Pedreira.

Mudanças seguiram orientações técnicas e pedidos da população usuária do transporte coletivo Binário é incorporado ao trânsito No dia 6 de abril, foi incorporado ao trânsito da Zona Sul o Binário das ruas Rota Alternativa e São Geraldo. A partir de agora, essas vias passam a trafegar apenas em um sentido. A Inácio de Quadros também tem seu sentido alterado. “Com essa iniciativa, podemos considerar que as adequações viárias, aquelas que alteram diretamente o tráfego, estão praticamente concluídas”, comenta Varner Araujo, engenheiro coordenador das obras.


MEIO AMBIENTE

Monitoramento irá apontar agentes poluidores do Arroio Passo Fundo Único corpo hídrico que se encontra por completo em Guaíba sofre a ação com agressões de resíduos industriais, agropecuários e urbanos

“O

Arroio Passo Fundo nasce todos os dias limpo. E todos os dias ele morre sujo.” A frase é de Eduardo Quadros, engenheiro ambiental da Associação Amigos do Meio Ambiente (AMA), e escancara a grave situação do único corpo hídrico que se encontra por completo em território guaibense. São mais de 15 anos de atividades da AMA em seu entorno, seja em caminhadas e atividades de educação ambiental envolvendo escolas, seja em limpezas pontuais, com a ajuda da comunidade. A mentalidade da população parece ter melhorado. A poluição do APF, contudo, não diminuiu. O Projeto de Monitoramento do Arroio Passo Fundo, criado em janeiro de 2013, tem o objetivo de iniciar um novo momento nas atividades socioambientais naquela região. A AMA, com o apoio da Prefeitura de Guaíba, da Corsan e de empresas sediadas na bacia do arroio, irá coordenar essa atividade. Após algumas reuniões do Grupo de Trabalho, foi acordado que serão realizadas coletas mensais em sete pontos do APF, conforme Eduardo. O engenheiro destacou que mais de 30 parâmetros de poluição serão analisados durante os doze meses previstos. “Nós procuramos escolher pontos que abrangessem todas as atividades que podem causar algum impacto ambiental. E os parâmetros foram definidos a partir de estudos anteriores da UFRGS e da própria AMA no Arroio Passo Fundo”, confirma. Entre os principais agentes poluidores nos 24 quilômetros de extensão do APF, encontram-se atividades agropecuárias, industriais e de dejetos urbanos (ausência de saneamento básico). “As atividades na zona rural causam a erosão da mata ci-

Há 15 anos a AMA realiza atividades de educação ambiental e mapeamento da região

liar, além da diminuição da vazão de água. Há ainda os efluentes provenientes das empresas no entorno e a falta de uma política de saneamento básico para a população de bairros locais”, aponta. Um laboratório credenciado pela Rede Metrológica RS e com cadastro na FEPAM vai realizar as coletas e análises com o devido acompanhamento da AMA e UFRGS. As atividades devem iniciar no mês de abril. Todo o projeto será financiado pela iniciativa privada. Os resultados obtidos deverão servir de subsídios para elaboração de projetos, direcionar ações e embasar o desenvolvimento de políticas públicas e privadas no sentido de recuperação e conservação deste corpo hídrico, conforme explica Eduardo: – Estamos num momento de trabalho mais construtivo. Em longo prazo, podemos pensar em um Programa Socioambiental de Recuperação do Arroio Passo Fundo,

“A sociedade guaibense deu resposta” A Presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia do Lago Guaíba e professora da UFRGS, Teresinha Guerra, saudou a iniciativa. Segundo ela, o Comitê sempre criticou duramente a situação do arroio e cobrou durante anos ações mais efetivas. O Projeto de Monitoramento, para ela, demonstra o interesse em resolver o problema. “Nós fizemos uma provocação. E a sociedade guaibense deu resposta”, comemorou Teresinha. Em reunião do Comitê do Lago Guaíba na Prefeitura da cidade, em março, Teresinha projetou um novo tempo nas atividades que envolvem o arroio. “A partir deste momento, nós já temos uma proposta para o (Arroio) Passo Fundo. E isso é muito importante para Guaíba, para o Estado e para o Comitê.”

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URBANISMO

Mais de 15 mil turistas para uma paisagem em transformação Mudanças viárias e obras estruturais já fazem de Guaíba ponto de interesse para quem visita a Região Metropolitana

Q

uem circula pelas ruas de Guaíba já percebeu que a cidade está se renovando. Uma avenida asfaltada aqui, uma nova rótula mais adiante, calçamento novo em várias ruas e até o passeio pela orla ou beira já começa a despertar a atenção de novos e antigos visitantes. São mais de 15 mil visitantes ou turistas a cada mês, vindos de várias partes do Rio Grande do Sul, do Brasil e de lugares distantes como Inglaterra, França, Portugal ou Estados Unidos. Segundo a secretária municipal de Turismo, Cláudia Mara Borges, as melhorias no visual, no acesso e nos equipamentos da cidade também estão chamando a atenção de antigos visitantes, frequentadores dos balneários da Alegria e da Florida que hoje já começam a retomar o velho hábito de transformar estes locais em pontos de grande concentração no verão. Guaíba irá dar um salto em termos de visitantes e aproveitar parte do grande fluxo que deve chegar à Capital em função da Copa do Mundo de Futebol em 2014, confirma a secretária de Turismo. No entorno do desembarque do catamarã estão em curso a remodelação da praça onde estava situado o camelódromo, a colocação de novo calçamento e nova iluminação. “Isto repercute sim no turismo, pois hoje nós já estamos atraindo grande parte dos turistas que chegam a Porto Alegre, especialmente para congressos e eventos. Isto porque, com o catamarã, o acesso ficou facilitado e também porque estamos divulgando a cidade como alternativa de passeio já na chegada dos turistas no Aeroporto Salgado Filho. E o resultado é este: pulamos de 250 turistas mensais para mais de 15 mil”, comemora Cláudia Mara.

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Fotos Ricardo Sundin

Revitalização da orla

Pavimentação na Av. João Pessoa

Revitalização da Praça Dr. Gastão Leão

Pavimentação no acesso à hidroviária Construção do novo Camelódromo

Para o secretário de obras, Jorge Centeno, o crescimento no Turismo está diretamente relacionado às ações do Executivo Municipal. “É claro que todo o investimento na cidade tem como prioridade a população local. Mas as obras também servem para atrair visitantes. Afinal, Guaíba está ficando cada vez mais bonita e com melhor acesso a partir da Capital”, completa ele. Entre as atrações da cidade, estão a revitalização da Praça Dr. Gastão Leão, o

passeio com a Jardineira a partir do ponto de desembarque do catamarã e a Vitrine Cultural, que dá ao visitante toda a informação histórica que sempre foi referência no Rio Grande do Sul por seu grande envolvimento no Revolução Farroupilha. “Importante que nós estamos mantendo aqueles aspectos culturais e históricos que sempre atraíram turistas para agregar novos valores e novos interesses. Quem chega hoje à cidade já tem muita coisa para ver e conhecer”, assegura a secretária Cláudia Mara.


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