Anima Mystica Revista Digital Vol 3 No 1

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aparentemente antagónicas na nossa composição espiritual (parte superior e parte inferior) de modo a avançar para um novo ciclo. Neste eixo iniciamos a síntese dos opostos num processo dinâmico e ininterrupto e sorvemos os fluídos dos três planos da existência: Asgard, mundo celeste e habitat da Águia (ser espiritual), em Midgard, o nosso corpo, e em Helheim, onde se esconde o tal Nidhoggr. Aqui pretende-se a união/fusão destes reinos. É o teste à natureza dual do Homem. Eihwaz é, neste sentido, a Árvore da Imortalidade, veículo iniciático onde Odin logra a omnisciência e omnipotência.

“A águia e o dragão vivem num eterno confronto, numa disputa necessária no ciclo contínuo da criação e regeneração do cosmo, e exemplifica o exercício que o Adepto deverá seguir no seu processo de transfiguração” Berkana é a terceira runa-árvore do FUTHARK. É a bétula, a teofania da DeusaMãe, o útero universal que acolhe os mortos para lhes restaurar a vida, figurando por isso o nascimento, a renovação periódica da vegetação e humana. É a primavera, a representação dos mistérios femininos da regeneração da Natureza e da mulher, e da noção de conceção de vida, da fecundidade e da renovação universal - qualidades que revemos em Istar, Astarte ou Tanit. Podemos comparar Berkana ao poste-ídolo consagrado à deus mãe cananita Aserá, essência do amor e da fertilidade. O brilho do seu tronco e o facto de ser a primeira árvore a florir após o degelo, torna-se no símbolo supremo de vida. As bétulas eram usadas como postes de maio, na celebração do apogeu da luz profícua, e podemos encontrar o seu exemplar cósmico da Grande Bétula dos Céus da visão do mundo proto-uruliano, que cresce junto à casa da Avó da Vida, Senhora do Sul, que ordena, desde o Mundo Superior, o regresso da fertilidade e da vitalidade à terra, mãe dos

deuses, e aponta o caminho de volta aos cisnes e aos gansos (aves solares) e envia os espíritos prestes a renascerem. É a Árvore da Vida. Yggdrasil: Árvore Soberana Yggdrasil é o símbolo máximo da Árvore Cósmica da mitologia escandinava. Um imponente freixo que se eleva no centro do mundo, cujo tronco é o pivô da revolução da morada dos astros e as suas raízes penetram no abismo, local das forças da morte e da transformação. Tudo o que possui vida e é consciente tem morada nesta Árvore Mítica, que cresce no Centro da Terra, lugar do seu “umbigo” e sobrevive às grandes mudanças cósmicas, servindo de refúgio e berço às novas formas de vida que repovoarão Midgard, após o Ragnarök. É equivalente à Árvore do Céu dos Gregos, o carvalho onde Zeus colocou o velo de ouro, símbolo de prosperidade, de glória e do qual se originou o mito do signo de carneiro, associado à primavera, ao início, à nova vida. O Grande Freixo é o Eixo do Mundo à volta do qual gira o mundo terreno, telúrico e estelar, como símbolo da universalidade. Uma das suas três raízes nutre-se da nascente de Urd, Senhora do destino, e daqui une-se a Asgard, reino dos deuses, a outra raiz alimenta-se do líquido do poço da cabeça de Mimir, Senhor das Memórias e da Sabedoria arcaicas, e cresce em direção a Jotunheim, Mundo dos Gigantes, dos seres primevos, e a terceira raiz bebe das águas do depósito do Mundo, Hvergelmir, em Niflheim, o região do gelo e das brumas.

“É a primavera, a representação dos mistérios femininos da regeneração da Natureza e da mulher, e da noção de conceção de vida, da fecundidade e da renovação universal ” O Grimnismál fala-nos de outra árvore: Laerads, localizada próxima do Valhalla. A origem etimológica desta árvore referida num dos


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