Chuvas Ácidas

AE Camilo Castelo Branco EB 2,3 Júlio Brandão

chuvas ácidas Geografia Prof. Ana Lobo ⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫ Álvaro Vieira de Castro Gaspar Ferreira chuvas ácidas ⚫ Geografia

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9.º 4 ⚫ Janeiro de 2021

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chuvas ácidas Este trabalho resulta de uma revisão “bibliográfica” sobre o tema chuvas ácidas, pretendendo dar ênfase à articulação entre diferentes interpretações deste risco misto. A relação entre a visão do geógrafo e a visão do químico deste problema ambiental permite uma compreensão mais alargada e estruturada que irá muscular a formação de cidadãos com saberes diversificados que sustentem a ação intencional e refletida, capazes de agir perante este desafio contemporâneo com adaptabilidade, ousadia e inovação. chuvas ácidas ⚫ Geografia

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Índice Introdução 

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O que são chuvas ácidas? 

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Como se formam as chuvas ácidas? 

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Formas de deposição das chuvas ácidas 

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O que causa as chuvas ácidas? 

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Impactes das chuvas ácidas 

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Áreas mais afetadas por chuvas ácidas 

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As chuvas ácidas em Portugal 

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Medidas de prevenção das chuvas ácidas 

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Conclusão 

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Webgrafia 

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Anexo 

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Introdução  O termo “chuva ácida” foi usado pela primeira vez pelo químico e climatologista inglês Robert Angus Smith ao descrever a precipitação ácida que ocorreu sobre a cidade de Manchester no início da Revolução Industrial.

Chuva ácida, ou deposição ácida, é um termo amplo que inclui qualquer forma de precipitação com componentes ácidos, como ácido sulfúrico ou ácido nítrico que caem da atmosfera na forma húmida ou seca. Isso pode incluir chuva, neve, nevoeiro, granizo ou até mesmo poeira ácida.

A denominação de chuva ácida é utilizada para qualquer precipitação que possua um valor de pH inferior a 4,5. Esta acidez da chuva é causada pela solubilização de alguns gases presentes na atmosfera terrestre cuja hidrólise seja ácida. Entre estes destacam-se os gases contendo enxofre proveniente das impurezas da queima dos combustíveis fósseis.

O que são chuvas ácidas?  As chuvas ácidas são um fenómeno atmosférico que se traduz num alto teor de acidez da água devido à grande concentração de dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogénio (NOX) que reagem com o vapor de água na atmosfera formando ácido sulfúrico e ácido nítrico.

A acidez e a alcalinidade das substâncias podem ser estudadas através da escala de pH, sendo 7,0 o valor do pH neutro. Quanto mais baixo o pH de uma substância (menos de 7), mais ácida ela é; quanto mais alto o pH de uma substância (maior que 7), mais alcalina ela é. Assim, quanto menor o pH mais

ácido

pH

Figura 1  pH de algumas soluções

neutro

ácida é a solução.

pH 0  ácido de bateria pH 2  sumo de limão pH 2,5  refrigerante pH 4,3  chuvas ácidas pH 5,6  chuvas pH 7  água destilada

básico

pH 7,4  pH 8,1  pH 9,0  pH 11,0  pH 12,6  pH 14,0 

sangue água do mar bicarbonato de sódio amónio corante detergente da loiça

O pH natural da água é 7 e quando em equilíbrio com o CO2 atmosférico é 5,6, pouco ácido porque o dióxido de carbono (CO2) dissolve-se formando ácido carbónico fraco, de acordo com a reação química CO2 (g) + H2O (l) → H2CO3 (aq) chuvas ácidas ⚫ Geografia

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As chuvas ácidas são precipitações que apresentam um pH inferior a 5,4, ocorrendo mesmo em ambientes sem poluição. Porém, as chuvas tornam-se um problema ambiental quando o seu pH é inferior a 4,5.

Como se formam as chuvas ácidas?  A chuva ácida ocorre quando dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogénio (NOX) são emitidos para a atmosfera e transportados pelo vento e pelas correntes de ar. SO2 e NOx passam a ser então componentes da nossa atmosfera. E assim surge o problema: o SO2 e o NOX reagem com água, oxigênio e outros produtos químicos existentes no vapor de água em suspensão na atmosfera para formar os ácidos sulfúrico e nítrico. É a presença destes ácidos é que torna a precipitação acidificada.

A precipitação ácida ocorre quando a concentração de dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogénio (NO, NO2, N2O5) é suficiente para reagir com as gotas de água suspensas na atmosfera.

Figura 2  Ciclo das chuvas ácidas Esta figura ilustra o processo de formação da chuva ácida e o seu trajeto no nosso meio ambiente:  Emissões de SO2 e NOx são libertadas no ar, onde  os poluentes são transformados em partículas ácidas que podem ser transportadas por longas distâncias.  Essas partículas ácidas caem na terra como deposição húmida e seca (poeira, chuva, neve, etc.) e  podem causar efeitos prejudiciais no solo, florestas, riachos e lagos …

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Figura 3  A química das chuvas ácidas

Os dois principais compostos que estão na origem deste problema ambiental dão origem a processos diferentes de formação de ácidos:

1. Enxofre O enxofre é uma impureza frequente nos combustíveis fósseis, principalmente no carvão mineral e no petróleo, que ao serem queimados também promovem a combustão desse composto, de acordo com as seguintes reações químicas: S (s) + O2 (g) → SO2 (g) 2 SO2 (g) + O2 (g) → 2 SO3 (g) O enxofre e os óxidos de enxofre podem também ser lançados na atmosfera pela atividade vulcânica.

Os óxidos ácidos formados reagem com a água para formar ácido sulfúrico (H2SO4), de acordo com a equação: SO3 (g) + H2O (l) → H2SO4 (aq) Ou pode também ocorrer a reação seguinte, formando-se ácido sulfuroso (H2SO3): SO2 (g) + H2O (l) → H2SO3 (aq)

2. Nitrogénio O nitrogénio (N2) é um gás abundante na composição da atmosfera e muito pouco reativo. Para reagir com o oxigénio do ar precisa de grande quantidade de energia, como a que se liberta numa descarga elétrica ou no funcionamento de um motor de combustão. Estes motores são atualmente os maiores responsáveis pela reação de oxidação do azoto. Os óxidos, ao reagir com água, formam ácido nitroso (HNO2) e ácido nítrico (HNO3), de acordo com as seguintes reações químicas: Na câmara de combustão dos motores, ocorre a seguinte reação química: N2 (g) + O2 (g) → 2 NO (g) O monóxido de nitrogénio (NO) formado, na presença do oxigénio do ar, produz dióxido de nitrogénio: 2 NO (g) + O2 (g) → 2 NO2 (g) Por sua vez, o dióxido de nitrogénio formado, na presença da água (proveniente da chuva), forma ácidos de acordo com a equação: 2 NO2 (g) + H2O (l) → HNO3 (aq) + HNO2 (aq)

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Formas de deposição das chuvas ácidas  Deposição húmida A deposição húmida é o que mais comumente chamamos de chuva ácida. Os ácidos sulfúrico e nítrico formados na atmosfera caem no solo misturados com chuva, neve, névoa ou granizo.

Deposição seca Partículas ácidas e gases também se podem depositar da atmosfera na ausência de humidade como deposição seca. As partículas e gases ácidos podem-se depositar em superfícies (lençóis de água, vegetação, edifícios) rapidamente ou podem reagir durante o transporte atmosférico para formar partículas maiores que podem ser prejudiciais à saúde humana. Quando os ácidos acumulados são lavados da superfície pela próxima chuva, essa água ácida flui pelo solo e pode prejudicar plantas e animais selvagens, como insetos e peixes.

A quantidade de acidez na atmosfera que se deposita na terra por meio de deposição seca depende da quantidade de chuva que uma área recebe. Por exemplo, em áreas desérticas, a proporção de deposição seca para húmida é maior do que uma área que recebe vários centímetros de chuva a cada ano.

O que causa as chuvas ácidas?  As chuvas ácidas são, essencialmente, uma consequência da libertação do dióxido de enxofre (SO2) e de monóxido de nitrogénio (NO) para a atmosfera. Estes gases podem ter origem natural (atividade vulcânica e decomposição biológica) ou antrópica (queima de combustíveis fósseis na indústria, em centrais termoelétricas e nos transportes).

Embora uma pequena porção do SO2 e NOX que causam a chuva ácida seja de fontes naturais, como a atividade vulcânica, que emitem à atmosfera gases, partículas, compostos de enxofre e poeira; e os processos biológicos ocorridos nos solos, pântanos e oceanos, além da respiração animal e vegetal, a maior parte tem origem antrópica, destacando a queima de combustíveis fósseis para a geração de energia.

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A prova dessa predominância foi obtida pela determinação da diferença entre a acidez da precipitação nas zonas industrializadas e em partes remotas do globo, pela comparação da acidez atual com o registo deixado pela captura da precipitação no gelo dos glaciares ao longo de milhões de anos e pelo registo deixado nos fundos de lagos e oceanos pela deposição de restos orgânicos indiciadores das condições de acidez prevalecentes. A análise das camadas de gelo depositadas em glaciares e nas calotas polares mostram uma rápida diminuição do pH da precipitação a partir do início da Revolução Industrial, passando em média de 5,6 para 4,5 ou mesmo 4,0 nalgumas regiões, mostrando uma forte acidificação.

As principais fontes de SO2 e NOX na atmosfera são: •

Queima de combustíveis fósseis para gerar eletricidade. Dois terços do SO2 e um quarto do NOX na atmosfera vêm de geradores de energia elétrica.

•

Veículos e equipamentos pesados.

•

Refinarias de petróleo e outras indústrias.

As chuvas ácidas afetam essencialmente áreas mais povoadas e mais industrializadas onde a poluição é maior, mas também áreas florestais.

Os ventos podem transportar SO2 e NOX por longas distâncias ultrapassando fronteiras, tornando a chuva ácida um problema para todos e não apenas para aqueles que vivem perto dessas fontes.

Impactes das chuvas ácidas  Os países industrializados e com maior tráfego rodoviário são os têm maior incidência de chuvas ácidas.

Porém, os poluentes podem ser levados pelas correntes de ar precipitando em locais afastados das fontes poluidoras. Isso ocorreu nos lagos da Escandinávia, que se tornaram ácidos pelas chuvas em decorrência das atividades industriais da Alemanha, França e Reino Unido.

Níveis críticos de pH para animais aquáticos Animais Caracol

Nível crítico de pH 6,0

Ameijoa

6,0

Robalo

5,5

A Figura 4 ilustra o nível de pH no qual organismos-chave podem ser

Lagosta

5,5

perdidos à medida que seu ambiente se torna mais ácido. Nem todos os

Libelinha

5,5

Truta

5,0

Salamandra

5,0

Perca

4,5

Sapo

4,0

Os efeitos da chuva ácida nos ecossistemas

peixes, crustáceos ou insetos que comem podem tolerar a mesma quantidade de ácido.

Figura 4  Nível de acidez que é tolerável para várias espécies de vida aquática chuvas ácidas ⚫ Geografia

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Um ecossistema é uma comunidade de plantas, animais e outros organismos junto com seu ambiente, incluindo o ar, a água e o solo. Tudo em um ecossistema está conectado. Se algo prejudica uma parte de um ecossistema - uma espécie de planta ou animal, o solo ou a água - pode ter um impacte em todo o resto.

1. Efeitos da chuva ácida em peixes e animais selvagens

Figura 5  Chuva ácida e poluição matam peixes no Rio Pirapó, Norte do Paraná, Brasil. Foto: João Dutra/RPC

Os efeitos ecológicos da chuva ácida são mais claramente vistos em ambientes aquáticos, como riachos, lagos e pântanos, onde pode ser prejudicial para peixes e outros animais selvagens. À medida que flui através do solo, a água da chuva ácida pode lixiviar o alumínio das partículas de argila do solo e então fluir para riachos e lagos. Quanto mais ácido é introduzido no ecossistema, mais alumínio é libertado.

Há uma forte relação entre baixos níveis de pH e a perda de populações de peixes em lagos.

Com um pH abaixo de 4,5, praticamente nenhum peixe sobrevive, enquanto níveis iguais ou superiores a 6 promovem populações saudáveis.

Alguns tipos de plantas e animais são capazes de tolerar águas ácidas e quantidades moderadas de alumínio. Outros, no entanto, são sensíveis aos ácidos e serão perdidos à medida que o pH diminui. Geralmente, os jovens da maioria das espécies são mais sensíveis às condições ambientais do que os adultos. Em pH 5, a maioria dos ovos de peixe não pode eclodir. Em níveis chuvas ácidas ⚫ Geografia

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mais baixos de pH, alguns peixes adultos morrem. Alguns lagos ácidos não têm peixes. Mesmo que uma espécie de peixe ou animal possa tolerar água moderadamente ácida, os animais ou plantas que ela come podem não tolerar. Por exemplo, as rãs têm um pH crítico em torno de 4, mas as efêmeras que comem são mais sensíveis e podem não sobreviver a pH abaixo de 5,5.

O baixo pH também faz circular metais pesados como o alumínio nos lagos. O alumínio faz com que alguns peixes produzam muco em excesso, na zona das guelras, prejudicando assim a sua respiração. O crescimento do fitoplâncton é inibido pelos grandes níveis de acidez e os animais que se alimentam dele são dessa forma prejudicados.

2. Efeitos da chuva ácida em plantas e árvores

Figura 6  Floresta contaminada por chuva ácida devido a proximidade de uma fábrica siderúrgica, na Eslováquia.

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Figura 7  Vegetação apresenta sinais de que foi atingida por chuva ácida em Cubatão, Brasil.

Árvores mortas ou moribundas são comuns em áreas afetadas pela chuva ácida. As árvores são prejudicadas pelas chuvas ácidas de vários modos. A chuva ácida está associada ao aumento de alumínio do solo. Esse alumínio pode ser prejudicial para as plantas e também para os animais.

A chuva ácida também remove minerais e nutrientes do solo que as árvores precisam para crescer. A superfície cerosa das suas folhas é rompida e os nutrientes perdem-se, tornando as árvores mais suscetíveis ao gelo, a fungos e a insetos. O crescimento das raízes torna-se mais lento e, em consequência disso, menos nutrientes são transportados. Os iões tóxicos acumulamse no solo e os minerais valiosos para estas espécies são dispersados ou (no caso dos fosfatos) tornam-se próximos à argila.

Em altitudes elevadas, a névoa ácida e as nuvens podem retirar nutrientes da folhagem das árvores, deixando-as com folhas e agulhas marrons ou mortas. As árvores são então menos capazes de absorver a luz solar, o que as torna fracas e menos capazes de suportar temperaturas congelantes.

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Muitas florestas, riachos e lagos que sofrem com a chuva ácida não sofrem os efeitos porque o solo nessas áreas pode amortecer a chuva ácida neutralizando a acidez da água da chuva que flui por ele. Esta capacidade depende da espessura e composição do solo e do tipo de rocha subjacente. Em áreas como as partes montanhosas do Nordeste dos Estados Unidos, o solo é fino e não tem a capacidade de neutralizar adequadamente o ácido da água da chuva. Como resultado, essas áreas são particularmente vulneráveis e o ácido e o alumínio podem se acumular no solo, córregos ou lagos.

Figura 8  Em consequência das chuvas ácidas os iões tóxicos acumulam-se no solo e os minerais importantes para o desenvolvimento

da

flora

são

dispersados ou (no caso dos fosfatos) tornam-se próximos à argila.

Acidificação episódica O derretimento da neve e fortes chuvas torrenciais podem resultar no que é conhecido como acidificação episódica. Os lagos que normalmente não têm um alto nível de acidez podem sofrer temporariamente os efeitos da chuva ácida quando a neve derretida ou o aguaceiro trazem maiores quantidades de deposição ácida e o solo não consegue protegê-la. Esta curta duração de maior acidez (isto é, baixo pH) pode resultar num stress de curto prazo no ecossistema, onde uma variedade de organismos ou espécies podem ser feridos ou mortos.

Poluição de nitrogénio Não é apenas a acidez da chuva ácida que pode causar problemas. A chuva ácida também contém nitrogénio, e isso pode ter um impacte em alguns ecossistemas. Por exemplo, a poluição por nitrogénio nas nossas águas costeiras é parcialmente responsável pelo declínio das populações de peixes e crustáceos em algumas áreas. Além da agricultura e das águas residuais, muito do nitrogénio produzido pela atividade humana que chega às águas costeiras vem da atmosfera. chuvas ácidas ⚫ Geografia

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Efeitos da chuva ácida nos materiais

Figura 8  A chuva ácida está a destruir monumentos classificados como património mundial por todo o mundo. Construções da cultura Maia no México estão a ser destruídos pelas chuvas ácidas. Um exemplo muito conhecido dos efeitos nocivos das chuvas ácidas nos monumentos está presente em Atenas, na Grécia, onde os efeitos dessas agressões que atingiram a Acrópole nos últimos quarenta anos são equivalentes àqueles observados nos dois mil anteriores. Também o Taj Mahal, na Índia, e o Coliseu, em Roma, encontram-se danificados devido às chuvas ácidas.

Nem toda a deposição ácida é húmida. Às vezes, as partículas de poeira também podem se tornar ácidas, e isso é chamado de deposição seca. Quando a chuva ácida e as partículas ácidas secas caem na terra, os ácidos nítrico e sulfúrico que formam as partículas ácidas podem pousar em estátuas, edifícios e outras estruturas feitas pelo homem e danificar suas superfícies. As partículas ácidas corroem o metal

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e fazem com que a tinta, o calcário e o mármore se deteriorem mais rapidamente. Tipicamente, a chuva ácida possui um pH à volta de 4,5, podendo transformar a superfície do mármore em gesso.

As consequências destes danos acabam também por ter consequências económicas: •

materiais danificados que precisam ser reparados ou substituídos,

•

aumento dos custos de manutenção e

•

perda de detalhes em estátuas de pedra e metal, monumentos e lápides.

Outros efeitos do SO2 e NOX 1. Visibilidade Na atmosfera, os gases SO2 e NOX podem ser transformados em partículas de sulfato e nitrato, enquanto alguns NOX também podem reagir com outros poluentes para formar ozónio. Essas partículas e o ozónio tornam o ar turvo, reduzindo a visibilidade.

2. Saúde humana Caminhar sob chuva ácida, ou mesmo nadar em um lago afetado por chuva ácida, não é mais perigoso para os humanos do que caminhar sob chuva normal ou nadar em lagos não ácidos.

Porém, quando os poluentes que causam a chuva ácida - SO2 e NOX, bem como partículas de sulfato e nitrato - estão no ar, podem ser prejudiciais ao homem. Os iões tóxicos libertados devido às chuvas ácidas constituem a maior ameaça aos seres humanos.

SO2 e NOX reagem na atmosfera para formar partículas finas de sulfato e nitrato que as pessoas podem inalar para os pulmões. Muitos estudos científicos demonstraram uma relação entre essas partículas e os efeitos na função cardíaca, como ataques cardíacos que resultam na morte de pessoas com risco aumentado de doenças cardíacas, efeitos na função pulmonar, como dificuldades respiratórias para pessoas com asma e aumento das alergias.

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Áreas mais afetadas por chuvas ácidas  As maiores ocorrências de chuvas ácidas até os anos 1990, foram nos Estados Unidos. No entanto, os países asiáticos – principalmente China, Índia, Tailândia e Japão – acabaram nas últimas décadas por superaram os EUA. Estas nações asiáticas lançam na atmosfera, cerca de 34 milhões de toneladas de dióxido de enxofre (SO2) ao ano, estando estas intimamente ligadas ao facto de serem países extremamente dependentes do carvão para o desenvolvimento das atividades industriais.

Atualmente as regiões mais afetadas pelas chuvas ácidas são a Europa, a América do Norte e alguns países asiáticos. No Brasil, esse fenómeno ocorre com mais intensidade nas cidades com grande concentração industrial (São Paulo, Cubatão, Rio de Janeiro).

O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) estima que cerca de 35% dos ecossistemas europeus se encontram degradados pelas chuvas ácidas. Entre as principais medidas para a redução desse fenómeno, figura-se o uso de fontes energéticas limpas, como por exemplo, a energia solar e a energia eólica.

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Figura 9  Áreas mais afetadas por chuvas ácidas

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 México A chuva ácida afeta essencialmente a capital do país, a cidade do México, uma das cidades das populosas e poluídas do mundo.  Nordeste dos EUA A chuva ácida existente especialmente entre os estados da Virgínia e do Maine resulta das emissões de gases de uma grande quantidade de fábricas e de centrais energéticas que existem na área. As florestas dos Montes Apalaches são afetadas e nem o edifício do Capitólio em Washington escapa.  Sudeste do Canadá As emissões das fábricas entre Toronto e Hamilton provocam chuvas ácidas nesta área e contribuem para a intensificação do fenómeno nos arredores dos EUA. Afetam também as águas de muitos lagos do país.  Europa Central A Europa Central é uma das regiões tradicionalmente mais afetada pelas chuvas ácidas desde logo por ser o berço da industrialização mundial. A Floresta Negra, na Alemanha, possui vastas áreas destruídas devido a este fenómeno.  Escandinávia Na Escandinávia, principalmente na Suécia e na Noruega, muitos lagos ficaram estéreis e muitas florestas são afetadas em consequências das chuvas ácidas que ocorrem devido às emissões poluentes do Reino Unido.  China A chuva ácida industrial é um problema substancial na China já que este país possui muitas centrais que queimam carvão com enxofre na sua composição para gerar calor e eletricidade. A principal área afetada é o nordeste alargando-se à península coreana.  Índia Na Índia as chuvas ácidas são um problema recente fruto da industrialização acelerada. Os seus efeitos fazem-se sentir até no famoso Taj Mahal em Agra.  Tailândia As chuvas ácidas são um problema recente e crescente na Tailândia fruto do acelerado crescimento económico que provoca um aumento da poluição. A capital Bangkok é que concentra as mais emissões elevadas de poluentes.

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As chuvas ácidas em Portugal  A poluição atmosférica em Portugal, indicadora de possível queda de chuvas ácidas, verifica-se elevada em cidades como Setúbal, Porto, Lisboa, Sines, Tapada, Carregado, Estarreja, Barreiro e Seixal. Como nestas cidades há maior concentração urbana e são onde estão situadas grandes unidades industriais emissoras de poluentes atmosféricos, são estes os locais de Portugal onde se verifica um maior índice de queda de chuvas ácidas.

No que diz respeito a degradação do nosso património por ação das chuvas ácidas os casos mais conhecidos são: o Mosteiro dos Jerónimos (em Lisboa), o Mosteiro de Alcobaça (em Alcobaça) e a Torre dos Clérigos (no Porto). No que respeita às florestas, verificou-se em Portugal, o mínimo de destruição florestal por ação de chuvas ácidas cerca de 4%, contrastando, por exemplo, com uns elevados 71% na República Checa e em outros países da Europa.

Figura 10  No Mosteiro dos Jerónimos há evidências do efeito da meteorização. Algumas das estátuas do exterior encontram-se em descaracterização.

Medidas de prevenção das chuvas ácidas  Existem várias formas de promover a diminuição das chuvas ácidas, desde ações globais a individuais, sendo que a sua maioria aplica-se também ao smog.

As ações globais passam por: •

Limitar a libertação de dióxido de enxofre (SO2) e de monóxido de azoto (NO) nas indústrias e nos transportes;

•

Diminuir a utilização de combustíveis fósseis na produção de energia;

•

Implementar legislação que imponha a colocação de filtros em fábricas e de catalisadores nos veículos (o que reduziria também a produção de CO2 e de mercúrio);

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•

Aumentar o recurso a fontes de energia alternativas;

•

Perceber melhor os impactes das chuvas ácidas, para tomar decisões políticas mais adequadas.

 Ações

globais no setor industrial 

 Ações globais no setor dos transportes 

 Ações globais no setor energético 

De entre as ações individuais destaca-se: •

Usar transportes públicos ou bicicletas;

•

Utilizar de forma consciente e eficiente a energia elétrica;

•

Comprar veículos com baixas emissões poluentes e mantê-los em bom estado;

•

Tomar consciência das consequências destes fenómenos para alterar comportamentos.

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 Ações

individuais 

Conclusão  O 5° Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC) assume, com base em evidências científicas e de forma inequívoca, que as alterações climáticas estão a acontecer, são causadas pela intervenção humana no ambiente e vão continuar a intensificar-se.

Indissociáveis desta realidade estão a produção e consumo de energia, essenciais para o funcionamento das sociedades humanas, mas responsáveis pelo forte aumento de muitas das pressões exercidas sobre o ambiente, tais como a emissão de poluentes atmosféricos e de gases com efeito de estufa, a geração de resíduos e mesmo a ocorrência de acidentes ambientais de larga escala.

A imprescindível e cada vez mais urgente redução da dependência de combustíveis fósseis, através do incentivo à transferência para fontes de energia alternativas, limpas e sustentáveis, e da imposição de metas de eficiência energética, só pode ser levada a cabo se apoiada em instrumentos de política robustos, que abordem estas questões de forma sistémica e a longo prazo.

Portugal encontra-se entre os países europeus com maior potencial de vulnerabilidade aos impactes das alterações climáticas, mas a gravidade dos riscos associados pode ser reduzida, através da implementação de medidas de limitação das emissões e adaptação a estes fenómenos.

O ar difere da maioria dos restantes recursos naturais pelo facto de não comportar a possibilidade de escassez, não necessitando por isso o seu uso de ser racionalizado. A sua vulnerabilidade reside antes no seu elevado risco de deterioração. De uma forma geral, a qualidade do ar é produto da interação de um complexo conjunto de fatores, entre os quais se destacam a perigosidade dos poluentes, o volume

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das emissões, a topografia a que se encontra e até as condições meteorológicas que lhe estão associadas.

A produção industrial e de energia e os transportes são os maiores emissores de poluentes atmosféricos. Estes sectores libertam para atmosfera alguns dos compostos mais gravemente danosos para a saúde humana, para os ecossistemas e para os materiais, como o dióxido de enxofre, o dióxido de nitrogénio, as partículas em suspensão, o chumbo, o benzeno ou o monóxido de carbono, entre outros. Estudos epidemiológicos têm demonstrado importantes correlações entre a exposição aos poluentes atmosféricos e a morbilidade e a mortalidade associadas a doenças dos foros respiratório (asma, bronquite, enfisema pulmonar e cancro do pulmão) e cardiovascular (enfarte do miocárdio, AVC), mesmo quando as concentrações dos poluentes na atmosfera se mantêm abaixo dos valores máximos legalmente fixados.

O sector dos transportes é essencial à atividade humana, sendo responsável pela mobilidade de pessoas e bens. Apesar da inovação tecnológica neste campo, os transportes de pessoas e mercadorias continuam a exercer grandes pressões que se traduzem em impactes negativos sobre o ambiente. Este sector é responsável por uma grande parte das emissões de poluentes, como o dióxido de azoto e as partículas inaláveis, que contaminam o ar que respiramos, bem como de gases com efeito de estufa, indissociáveis das alterações climáticas. Por outro lado, os transportes são o maior consumidor de energia de origem petrolífera, contribuindo de modo incontornável para a dependência energética do País. Mitigar os impactes negativos deste sector sobre o ambiente, promover a transição do transporte individual de passageiros para o transporte coletivo, assim como do transporte rodoviário de mercadorias para o respetivo transporte ferroviário, devem ser objetivos fundamentais das políticas de transporte.

Por outro lado, a definição destas políticas também considera essenciais a modernização do parque automóvel, tonando-o mais eficiente e melhorando o seu desempenho ambiental, bem como a promoção da adoção de modos suaves de mobilidade, como andar a pé ou de bicicleta.

Os impactes da poluição atmosférica sobre o ambiente são igualmente gravosos: influencia diretamente o aquecimento global, está na origem das chuvas ácidas, por sua vez responsáveis pela contaminação da água e dos solos, e é um importante fator de degradação dos ecossistemas.

As políticas públicas dirigidas à gestão da qualidade do ar têm por objetivo reduzir as emissões de poluentes atmosféricos, procurando assegurar que o desenvolvimento socioeconómico tenha lugar de forma sustentável e ambientalmente neutra. Será que estas políticas são suficientes?

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Webgrafia  https://www.quercus.pt/component/content/?view=featured&start=10 https://sniambgeoviewer.apambiente.pt/GeoDocs/geoportaldocs/rea/REA2019/REA2019.pdf https://www.epa.gov/acidrain/what-acid-rain https://www.nationalgeographic.com/environment/global-warming/acid-rain/ http://www.escultorfsa.pt/gervidigital/images/ANO_LETIVO_14_15/Noticia_chuva_acida.pdf http://desafios.asa.pt/_upload/monumentos_dissolucao_xablo8y6.pdf https://noctula.pt/poluicao-do-ar-os-15-locais-mais-poluidos-de-portugal/ https://www.cesjf.br/revistas/cesrevista/edicoes/2010/01_BIOLOGIA_efeitodoaluminio.pdf

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chuvas ácidas ANEXO Aqui são disponibilizados os materiais que irão servir de suporte digital à apresentação do trabalho em contexto de sala de aula.

A apresentação irá contemplar a divulgação de um pequeno vídeo de motivação para o tema, um powerpoint e uma avaliação formativa realizada na plataforma de aprendizagem kahoot.

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chuvas ácidas ⚫ Vídeo Adaptação e edição de imagem do vídeo disponibilizado em https://www.youtube.com/watch?v=xUmAZzOdhX0.

Através da revisão bibliográfica realizada sobre o tema elaboramos a locução.

Pretendemos motivar com este vídeo motivar os alunos para tema: risco misto – chuvas ácidas.

chuvas ácidas ⚫ Powerpoint Elaboramos um powerpoint que será um dos recursos da nossa apresentação.

A informação disponibilizada pretende ir de encontro às aprendizagens essenciais do tema. Procurou-se articular aprendizagens e conteúdos de Geografia e Físico-Química.

. …………… ………

chuvas ácidas ⚫ Kahoot Recorrendo à plataforma de aprendizagem Kahoot realizamos uma avaliação formativa do tema abordado (o código de acesso será dado na aula).

Esta avaliação será proposta aos alunos no final da apresentação, podendo os mesmos obter um feedback imediato das suas aprendizagens.

Através da revisão bibliográfica realizada sobre o tema elaboramos a locução.

Pretendemos motivar com este vídeo motivar os alunos para risco misto – chuvas ácidas.

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chuvas ácidas Geografia Prof. Ana Lobo ⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫ Álvaro Vieira de Castro Gaspar Ferreira chuvas ácidas ⚫ Geografia

9.º 4 ⚫ Janeiro de 2021 AECCB ⚫ EB 2,3 Júlio Brandão

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