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julho e agosto de 2017 Imagem disponível na internet
Número Sete
Pitanga, Um Ator Brasileiro No dia 27 de agosto teremos a honra de receber no Cineclube Lumiar o grande cineasta Beto Brant, autor de filmes memoráveis e importantíssimos para a cinematografia contemporânea nacional, como Ação Entre Amigos, O Invasor, Crime Delicado dentre outros. A ponte foi feita pelo amigo em comum, Xarlô, morador de Galdinópolis, cidadão do mundo e autor do Manifesto Makumbacyber, que ganhou versão filmada em curtametragem por Brant e será exibido antes de seu mais novo filme, Pitanga.
Filmando encontros e reencontros de Antônio Pitanga com amigos, família, ex-namoradas, cineastas, músicos e outros companheiros de vida e profissão, Beto Brant e Camila Pitanga fazem um trajeto na obra do ator, investigando o seu percurso estético, político e existencial, que foi destaque no momento de maior inquietação artística do cinema brasileiro, o Cinema Novo. Uma sessão para ficar na história do Cineclube Lumiar, simplesmente imperdível!
Mostrando Filmes Livres em Lumiar Há exatamente um ano vim conhecer Lumiar e apresentar a sessão da Mostra do Filme Livre no cineclube local, na ação que desenvolvemos há 11 anos, Cineclubes Livres. A paixão foi tão forte e recíproca (coisa rara) que 50 dias depois me mudei pra cá, Lumiar. Vim por dúzias de motivos que aqui nem cabem, mas o fato de haver uma cena de difusão local, no caso o cineclube mais antigo em atividade regular no Brasil (9 anos), foi determinante para esta minha Mudança (de ares e de vida). A ideia de poder ajudar o desenvolvimento do audiovisual local foi motivante para um cara que morou toda a vida (47 anos) em Botafogo (RJ). Então é com sincera alegria e gratidão que esse meu primeiro ano por Lumiar finda e recomeça agora, e novamente com sessões da Mostra do Filme Livre, por quatro domingos de julho e agosto! Serão 2 longas e 11 curtas no total, vários premiados este ano no evento. As 4 sessões serão comentadas por mim, que junto com outros companheiros, criei a MFL no RJ em 2002, e sigo na sua direção até então. Para quem não sabe, a MFL, se tornou, depois de 16 anos, a maior mostra de cinema independente do Brasil. Em 2017 passamos 210 filmes, e esses 13 escolhidos para circularem nos Cineclubes Livres por 90 cidades (na maior ação cineclubista do Brasil) resumem bem
o tipo de filmes que chamamos de LIVRES, no atual cinema possível brasileiro. Quando falo “maior” não estou sendo petulante, são fatos e, como tais, precisam ser ditos e, claro, valorizados, só isso. Porque são conquistas de todos que fazem e/ou exibem filmes por amor e não por moedas. O espírito difusor que moveu a criação e segue mantendo estas três ações (Cineclube Lumiar, Mostra do Filme Livre e Cineclubes Livres) é o mesmo: a vontade de exibir, ao povo, o que se está bolando e fazendo audiovisualmente no mundo, no Brasil, na cidade, vila, bairro, rua, casa, cérebro. Cada filme passado é fruto de um desejo de trazê-lo à tona, no caso à tela, existe um pensamento no porquê exibir um filme, qualquer "quele" seja. Nada é por acaso, tudo sempre esteve e segue, atrelado aos sonhos e suas realizações. Assim, há muita coisa em jogo sob vários aspectos, todos poéticos e/ou políticos, "poléticos", já que não basta exibir por exibir, é preciso papear, contextualizar sobre o que se passa, literalmente na tela, reverberar o que tais filmes são, seus temas, suas técnicas, suas referências na vida e, claro, no cinema, essa hipnose coletiva que resiste nestes tempos de solidões virtuais. Guilherme Whitaker é produtor audiovisual.