Estereótipos de gênero e comportamentos machistas

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EstereĂłtipos de gĂŞnero e comportamentos machistas


Editorial Meu nome é Mariele, sou professora de Ciências e Química na rede estadual do estado de São Paulo. Esta zine é resultado do trabalho desenvolvido nas aulas de Ciências. Para abordar o tema sexualidade estudei muito sobre o assunto, e acabei encontrando alguns comentários em grupos e páginas virtuais que demonstraram muita desinformação sobre o assunto. O que é muito preocupante, pois sexualidade é uma expressão da nossa saúde. Dedico à tod@s @s (ex) aln@s , para ensiná-l@s quebrei o tabu da vergonha de falar sobre sexo e sexualidade, uma herança do patriarcado deixada à todas nós.

#secuidamana


Sexo, gênero e as relações de poder Os gêneros masculino e feminino são construções sociais e históricas; Como nossas atitudes e comportamentos são de acordo com o que a cultura julga ser apropriado a cada sexo; Características aprendidas e legitimadas na família, na escola, no grupo de amigos, nas instituições religiosas, no ambiente de trabalho, no meios de comunicação, etc. Falar de gênero vai além de atribuir diferentes funções de acordo com o sexo biológico. A relação de poder entre o masculino e o feminino é desigual e assimétrica! A promoção da igualdade e equidade de gênero deve questionar assimetrias de poder para que as pessoas possam viver sua sexualidade ou desejo sexual, livres de qualquer tipo de preconceito.


Violência de gênero A violência é responsável por adoecimento, sofrimento, perdas e mortes. É um fator humano e social que consiste no uso do poder e de privilégio para dominar, submeter e provocar danos à outras pessoas. Na nossa cultura os homens nasceriam com predisposição à violência Mas o que existe são condições sociais e estruturais que favorecem a produção de contextos e situações de violência. Ou seja, os homens não são naturalmente violentos. A violência de gênero constitui-se em formas de opressão e de crueldade nas relações homem/ mulheres/ LGBT´s. Sua expressão maior é o MACHISMO naturalizado na socialização feita por homens e mulheres. Violência de gênero é uma questão de saúde pública, de violação explícita de direitos humanos.


Estereótipos de gênero nos esportes Esportes são fontes de lazer e promoção de bemestar físico, mental e social. Até 1979 as mulheres eram impedidas de praticar lutas ou jogar futebol, por serem consideradas fisicamente inaptas a estas modalidades. Apesar do ingresso feminino nas práticas esportivas ter aumentado, a visibilidade e os recursos destinados as praticas desportivas femininas e masculinas ainda é desigual. É preciso desconstruir estereótipos e promover a inserção igualitária de homens e mulheres nos esportes profissionais ou não.


Estereótipos de gênero, raça e etnia criados pela mídia Os padrões impostos pelos meios de comunicação são mostrados de forma naturalizada, como se fossem o espelho da realidade, confirmando falsas visões de mundo. Em coberturas jornalísticas por exemplo sempre se relata aspectos da vida privada como estado civil, idade vestuário, aparência física de mulheres, enquanto que os homens na maioria das vezes tem apenas sua vida pública veiculada. Além disso, mulheres sempre são associadas a cuidado e delicadeza. Com relação ao racismo, este costuma ser falado na imprensa, porém, os grandes números de violência e homicídios que sofrem a população negra não é explorada. Práticas racistas nem sempre são fruto de ódio à diferença étnica, muitas vezes ela ocorre de modo automatizado, naturalizado e silencioso. As abordagens dos meios de comunicação impactam diretamente na vida de desses grupos sociais.


Gênero e o mercado de trabalho As discriminações de gênero e raça geram dificuldades de acesso e permanência nos empregos, bem como baixos salários e empregos precários. Mulheres e negr@s muitas vezes acabam vivendo de maneira informal. Ainda existe uma associação das mulheres como uma força de trabalho secundária no imaginário popular. Nas universidades as mulheres são ainda maioria nos cursos como pedagogia, serviço social, enfermagem, nutrição, psicologia, letras e demais licenciaturas, ocasionando baixos salários nos setores ligados ao cuidado. Em 2009 o Banco Internacional do Desenvolvimento apontou que os homens ganham mais que as mulheres em todas as faixas de idade, níveis de instrução, tipo de emprego ou empresa. O Brasil é um dos maiores diferenciadores, homens ganham em média 30% a mais que as mulheres. Nas áreas de Tecnologia da Informação o apenas 10% dos alunos são mulheres nas universidades.


Vulnerabilidade e Prevenção Foi a partir de 1994, com a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, e de 1995 com a 4° Conferência Mundial da Mulher – Bejing que respectivamente os direitos reprodutivos e os direitos sexuais foram legitimados. Ocasionando uma agenda de compromisso que visava a promoção dos direitos humanos, da saúde sexual e reprodutiva, igualdade de gênero, ampliação do acesso de meninas à educação, e eliminação da violência contra mulher. Estímulo à igualdade e participação de homens e mulheres nos cuidados domésticos, paternidade, contracepção e prevenção às DST´s. No Brasil as mulheres correspondem a 50% dos casos de DST´s/ Aids no Brasil em 2014. Ainda neste ano constatou-se que as mulheres possuem uma tendência significativa de aumento em todas as faixas etárias.


Dúvidas, sugestões e comentários, escreve aí e #secuidamana ;) Contatos: E-mail: marielemoreira@gmail.com Facebook: facebook.com/xmazerox Instagram: instagram.com/marielexvx



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