NO PRELO. Ilustrações, projeto gráfico e diagramação.

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Texto:

Cris de Paula Ilustrações:

Aline G. S.Scheffler


Cris de Paula

VERSO PRIMEIRA CAPA - SEM IMPRESSÃO - VERSO PRIMEIRA CAPA - SEM IMPRESSÃO

Ilustrações:

Aline G. S.Scheffler


agradecimentos Agradeço a Deus, pela vida, pela inspiração e criatividade. Aos meus pais, por sempre encontrar neles uma palavra de incentivo, e ao meu noivo Tarcísio pela empolgação, sugestões e alegria em cada etapa concluída. Agradeço a todos que dedicaram seu tempo para lerem essa história com tanto carinho. Cada opinião foi muito importante e valiosa! Em especial, a minha amiga Renata Rezende, que além de suas palavras tão encorajadoras, apontou todo o caminho que deveria ser percorrido, indicando profissionais maravilhosos, para que esse livro existisse. Este livro foi inspirado na vida de Jessica Adelino e no seu Projeto Love Heals.

Aqui começa a história de Ana.

A menina que sonhava em estar entre as bailarinas que dançavam na presença do Rei.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

de Paula, Cris A Bailarina e o Rei / texto Cris de Paula ; ilustrações Aline G. S. Scheffer. -São Paulo , 2020. ISBN 999-99-99-9999-9

1. Literatura infantojuvenil

20-46560 CDD-028.5

Índices para catálogo sistemático: 1. Literatura infantil 028.5 2. Literatura infantojuvenil 028.5 Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427

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Era lá onde ela acreditava que iria realizar seu sonho. Por isso, todas

as tardes, após a escola, ao invés de brincar com as outras crianças,

corria para encontrar sua mãe no trabalho, pois era no castelo que as bailarinas eram preparadas para dançar nas grandes festas oferecidas pelo Rei aos seus amigos mais íntimos.

Ana nasceu em uma família muito

humilde. Ela tinha 12 anos quando, pela

primeira vez, conheceu o castelo onde a mãe trabalhava.

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Sua mãe sabia que o sonho de Ana era ser uma bailarina, mas era algo tão

distante para se tornar realidade, pois não tinham dinheiro para pagar as aulas de

A sua mãe, ao ouvir essas palavras, segurou

as mãos de Ana, olhou em seus olhos e disse:

dança e, afinal, nunca ninguém na família havia chegado tão longe. Como haveria de ser diferente com Ana?

Minha filha,

mas esse sonho é seu, e somente

Mas, ao mesmo tempo, ela pensava se havia errado todas as vezes que falava

a Ana que ela era capaz de viver todos os seus sonhos. Afinal, ela era a maior incentivadora da filha.

você poderá realizá-lo, e eu sempre

estarei aqui Ao seu lado para ajudá-la, não importando as dificuldades

No final da tarde, ao retornarem para casa, no caminho enquanto conversavam,

Ana contou para a mãe que os amigos da escola riam quando ela falava que um dia seria uma bailarina.

Eles lhe diziam:

- Ana, você é só uma menina sonhadora! Você não tem dinheiro para comprar

sapatilhas e ter aulas de dança!

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Todas as noites, quando Ana ia dormir, pensava

como seria quando seu sonho se tornasse real.

Conseguia enxergar cada detalhe do salão de dança do castelo, as bailarinas a recebendo com alegria. Sentia

a emoção ao amarrar suas sapatilhas para iniciar a

aula. Ela conseguia até mesmo ouvir a música tocando enquanto dançava livremente, via o sorriso no seu rosto e no de todas as bailarinas.

Imaginava o Rei contente por ela estar ali. Assim, adormecia feliz

e com uma grande certeza, que um dia, esse sonho se tornaria realidade. 8

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Então houve uma tarde em que Ana estava na cozinha do castelo, sua mãe havia preparado um refresco para levar

ao salão onde as bailarinas tinham aula. Ana então insistiu que a mãe a deixasse levá-lo, pois sempre aproveitava uma

oportunidade assim para vê-las dançando. Sua mãe, sabendo do motivo, permitiu, e lá se foi Ana, feliz, saltitando pelo corredor, mal conseguindo equilibrar os copos e a jarra de suco.

Ao entrar pelo salão, sentia seu coração bater forte no peito, como se ele fosse sair pela

boca... Lá estavam todas elas, lindas, com seus vestidos esvoaçantes, braços e pernas alongados, dançando. Ana conseguia sentir como se fosse uma delas. Ela desejava tanto estar ali! Deixou a

bandeja de suco na mesa e, sem ninguém perceber, sentou-se em um cantinho do salão e passou o restante da tarde observando as bailarinas. 10

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Era ali, naquele lugar, na

Todos os dias, Ana tentava repetir aquilo que tinha visto as bailarinas realizarem.

Os movimentos da menina não eram perfeitos, pois ela nunca havia frequentado aulas,

não tinha uma professora que a ensinasse, mas ela se esforçava para tentar fazer ao

presença daquele Rei, fazendo

o que amava, que Ana desejava viver para sempre!

menos um gesto parecido.

Numa tarde, caminhando pelo castelo, Ana se deparou com um grande espelho,

muito bonito, com bordas douradas. Parou diante dele, conseguiu se enxergar por completo, da cabeça aos pés. Olhando para si mesma, enxergou o que todos viam

nela, seus cabelos castanhos longos, seus olhos grandes cor de mel, seu corpo magro,

os longos braços e pernas. Olhou para a sua pele e viu que estava bronzeada do sol, resultado das caminhadas diárias indo para o castelo todas as tardes. Mas o que as pessoas não viam era o que estava em seu coração, seu sonho de ser uma bailarina, a primeira bailarina da sua família.

Ela ainda lembrava bem do dia em que sua mãe disse que ela poderia sim ser quem

desejasse, que nada era impossível para quem acredita nos seus sonhos. Lembrou também de tudo que já havia escutado falar sobre o Rei. Ela sabia que Ele era um Rei justo e

bondoso, todos amavam trabalhar em seu castelo, pois desfrutar da sua presença era maravilhoso.

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Então, a menina começou a se lembrar do dia em que

viu as bailarinas dançando e começou a dançar ali mesmo,

recordando-se do dia em que as viu. Seus movimentos

sendo refletidos no espelho, quanto mais dançava, mais

desejava dançar, girava lentamente o corpo, os olhos

estavam fechados, ouvia dentro de si uma canção, mesmo que tudo à sua volta estivesse em silêncio.

Seu rosto refletia toda emoção do momento.

De repente, ao abrir lentamente os olhos,

vê diante dela o Rei. Ele a observava dançando e o coração dEle foi profundamente tocado pelos seus gestos suaves e o rosto doce da menina.

Ana imediatamente o reconheceu, apesar de nunca o ter visto pessoalmente.

As vestes eram exatamente como um dia lhe falaram, a coroa brilhante, os olhos eram meigos, mas, ao mesmo tempo, transmitiam força. Ana não sentiu medo, mas respeito.

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