Revista Alimentação Animal n.º 125

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N.º 125 JULHO A SETEMBRO 2023 (TRIMESTRAL) ANO XXXIV 3€ (IVA INCLUÍDO)

INOVAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE:

AS PRIORIDADES DA INDÚSTRIA

ENTREVISTA COM PRESIDENTE DA FEFAC

A LI ME N TAÇÃO A N I M A L

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A LIMEN TAÇÃO AN IM A L


ALIMENTAÇÃO ANIMAL EDITORIAL

SOMOS PARTE DA SOLUÇÃO! Numa altura em que a FEFAC acaba de eleger o seu Board para o próximo triénio, no qual orgulhosamente estamos presentes, com o meu amigo Pedro Cordero na liderança da nossa organização europeia, as prioridades, quer a nível europeu, quer nacional, prendem-se com as Estratégias nutricionais para a melhoria da sustentabilidade em produção animal – eu arriscar-me-ia a dizer em busca do Santo Gral da produção neutra em emissões! Estou obviamente a usar um recurso linguístico, pois é um caminho que não é fácil de concretizar e mesmo que o façamos, teremos de o comunicar de forma eficaz e convincente, mostrando e demonstrando, com dados concretos e baseados na Ciência, de uma José Romão Braz

forma credível e responsável.

Presidente da IACA

No entanto, temos de considerar a realidade geopolítica e geoestratégica do nosso mundo atual que tanto impacta o nosso dia-a-dia, bem como dos centros de decisão em Bruxelas (Comissão, Conselho e Parlamento Europeu), mais especificamente com a infeliz perda de centralidade da DG AGRI para as DG SANTE e DG ENVI, ou seja, a saúde e o ambiente, leiam-se as alterações climáticas, que dominam a agenda política e mediática, deixando a agricultura e a agroindústria como um “parente pobre” do desenvolvimento económico da União Europeia. A segurança alimentar em termos de disponibilidade de alimentos, parecer ter passado, depois do protagonismo e da relevância decorrentes da COVID-19 e do início do conflito

ÍNDICE 03 04 TEMA DE CAPA 06 ENTREVISTA 1 0 INOVAÇÃO 22 SUSTENTABILIDADE 26 SEGURANÇA ALIMENTAR EDITORIAL

30 38 SPMA 42 NOTÍCIAS 48 IN MEMORIAM 50 AGENDA

INVESTIGAÇÃO

na Ucrânia, para um plano secundário, ainda que todos reconheçam a enorme resiliência do Setor. Apesar da realidade do Pacto Ecológico Europeu, da Politica do Prado ao Prato e as implicações do combate cego à deflorestação e possível impacto no regular abastecimento de oleaginosas à Europa, tanto em quantidade como a preços competitivos, a verdade é que parece haver uma luz ao fundo do túnel no que se refere à possível revisão de algumas das metas inverosímeis e inalcançáveis, numa altura que a própria FAO, que também não é reconhecida por posições muito próximas do nosso setor e com posições muitas vezes sem considerar a realidade, teve um assombro de realismo e chamou a atenção para que as politicas de sustentabilidade não deverão sacrificar a segurança alimentar no seu sentido de disponibilidade de aprovisionamento a preços justos e acessíveis às populações. Assim, relembramos a Carta de Sustentabilidade da FEFAC já de 2020 e desde a primeira hora subscrita pela IACA, cujo 3º Relatório de progresso foi apresentado em junho passado no 30º Congresso FEFAC realizado em Ystad na Suécia, no qual tive a oportunidade de participar e testemunhar a elevada qualidade de algumas das apresentações. Não é demais reforçar a importância fundamental e o equilíbrio nos 3 pilares da sustentabilidade – ambiental, social e económico – , pois sem empresas viáveis e devidamente capitalizadas, não há política de sustentabilidade que sobreviva. É, pois, neste cenário que temos de nos concentrar em trilhar um caminho de colaboração para nos conseguirmos afirmar como parte da solução. Não posso deixar de referir o nosso FEEDINOV o Laboratório Colaborativo do nosso setor e cada vez mais se afirma como uma voz independente e reconhecida cientificamente para nos ajudar nas estratégias nutricionais para a melhoria da sustentabilidade da produção animal. É fundamental que todas as nossas empresas apresentem Relatórios de Sustentabilidade tendo por base os GRIs e se preparem para o reporte obrigatório que chegará dentro de poucos anos. A Inovação para a Sustentabilidade deve ser, nesta perspetiva, a bússola da Indústria para os próximos anos, para que seja possível mostrar aos decisores políticos, de uma forma inabalável, sem alguma dúvida, que somos parte da solução. A LI ME N TAÇÃO A NI M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL TEMA DE CAPA

INOVAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE As prioridades da Indústria da Alimentação Animal N.º 125 JULHO A SETEMBRO 2023 (TRIMESTRAL) ANO XXXIV 3€ (IVA INCLUÍDO)

INOVAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE:

AS PRIORIDADES DA INDÚSTRIA

ENTREVISTA COM PRESIDENTE DA FEFAC

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A LIMEN TAÇÃO AN IM A L

Numa época em que tanto se fala de sustentabilidade, muitas vezes sem se saber exatamente do que estamos a falar, não raras vezes associada apenas às questões ambientais, neste quadro de emergência climática em que vivemos, (ou colapso climático como foi designado pelo Secretário-Geral da ONU) vale a pena recordar o trabalho já desenvolvido pela Indústria da Alimentação Animal, sejam as empresas ou as organizações que as representam, e vincar o que se pretende fazer num horizonte temporal relativamente curto. O ano de 2030 está já aí, ao virar da esquina, mas não podemos permitir que outros nos substituam, no “trabalho de casa” que temos de fazer (e bem), na narrativa e nas ambições, para mostrar e demonstrar, com base na ciência, no conhecimento, na inovação, e no terreno, nas condições que temos para trabalhar, que somos parte da Solução. Para os mais distraídos, recordamos que a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável com os 17 ODS, foi adotada em 2015 por todos os Estados membros das Nações Unidas. Certamente que muito já foi feito, sobretudo na Europa, mas fica a certeza de que ainda temos um longo caminho a percorrer à escala global, sobretudo agora, num contexto de pós-pandemia, das consequências da guerra na Ucrânia e dos flagelos climáticos, cada vez mais extremos e frequentes, a que assistimos sobretudo este ano. O facto é que na Europa, há muitas décadas que não se questionava a segurança alimentar, a disponibilidade de alimentos a preços justos e acessíveis, ou a soberania dos povos. Inclusivamente nas sociedades mais desenvolvidas, em que permanecem as bolsas de pobreza, ou se amplificam, agora com as migrações e a escassez de mão-de-obra, e surgem maiores desequilíbrios socioeconómicos e os radicalismos e nacionalismos que tendem a fraturar a coesão europeia. Pode não parecer, mas isto anda tudo ligado, porque a alimentação animal é essencial para a alimentação humana. Deste modo, em abril de 2016, no XXVII Congresso realizado na Turquia, a FEFAC lançou a sua Visão 2030, com os 3 pilares, numa altura de maiores preocupações com a segurança alimentar enquanto higiene dos alimentos para animais, mas também o papel da nutrição animal na saúde e bem-estar animal e aí emergiram as ações mais ligadas ao ambiente, como a medição da pegada ambiental (o PEF) e o guia para a soja sustentável. Hoje, cerca de

40% da soja que é consumida na União Europeia, segue as diretivas da FEFAC. Mais tarde, em 2020, foi lançada a Carta de Sustentabilidade, um documento assinado e subscrito pela IACA, e foi neste âmbito de proatividade que criámos o FeedInov, para que a inovação assumisse um motor de competitividade e sustentabilidade. Anualmente existe um compromisso de elaborar relatórios de progresso, como o que acaba de ser divulgado recentemente, enquanto no XXX Congresso da FEFAC, já este ano, na Suécia, debatemos a economia circular, como que um regresso às origens, e as soluções nutricionais para ajudar a pecuária a ser mais sustentável. Do lado da IACA, participando em todos os projetos e iniciativas da FEFAC, com prioridades e objetivos alinhados à escala europeia, mas sem esquecer a nossa realidade, criámos o SANAS ao abrigo do Alentejo 2020, com um conjunto de materiais que impactam a Região, mas todo o setor e a prova são os resultados dos inquéritos e indicadores. No entanto, ainda temos um longo caminho pela frente e numa lógica de proatividade, ajudámos a desenhar o ecoregime nos bovinos sobre a eficiência alimentar e, como mostramos nesta edição da Revista, para além do InsectERA, estamos presentes em áreas tão distintas, mas complementares, como a gestão dos efluentes pecuários (Living Lab), a resistência antimicrobiana (HubRAM), ou a valorização de coprodutos (FeedValue). As parcerias estarão sempre presentes no nosso ADN, é isso que nos ajuda a criar valor e conhecimento, projeção nacional e internacional. Credibilidade, confiança e reconhecimento. Nesta lógica, de cooperação ativa, a Revista “Alimentação Animal” tem a honra de incluir uma entrevista ao novo Presidente da FEFAC, Pedro Cordero, o segundo presidente proveniente da Ibéria, depois do “nosso” Pedro Corrêa de Barros, em 2007. O discurso é elucidativo dos desafios que temos pela frente, em que desistir não faz parte do léxico da Indústria. Resistir, insistir, trabalhar em conjunto com todos os atores na cadeia alimentar, europeus e mundiais, com a investigação, as autoridades e os decisores políticos, é o único caminho. Para já, a certeza de que os associados da FEFAC, as suas Associações e as empresas, estão certamente do nosso lado, a apoiar e promover a nossa estratégia. Porque, afinal, queremos e já somos parte da solução! Jaime Piçarra


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ALIMENTAÇÃO ANIMAL ENTREVISTA

"A SEGURANÇA ALIMENTAR DA UE NÃO DEVE SER CONSIDERADA UM DADO ADQUIRIDO"

Pedro Cordero Presidente da FEFAC.

O senhor assumiu a presidência da FEFAC num

mentas práticas que as auxiliem na transição.

momento conturbado para o mundo e especial-

Há anos que a FEFAC é pioneira no combate à

mente para a Europa. Como encara este desafio

desflorestação através das suas Diretrizes de

neste momento da história?

Fornecimento de Soja e do desenvolvimento de

Nos últimos três anos, tivemos a oportunidade

metodologias (Regras de Categoria de Pegada

de testar a resiliência da nossa economia e, em

Ambiental dos Produtos para produção de alimen-

particular, do nosso sistema de abastecimento

tos compostos para animais) e bases de dados

alimentar. Isto foi uma chamada de atenção clara

(Iniciativa Global Feed LCA) para a avaliação da

para os operadores e autoridades da UE de que

pegada ambiental dos alimentos compostos para

a segurança alimentar da UE não deve ser con-

animais. Espera-se que continuemos com este

siderada um dado adquirido e que a melhoria

tipo de esforço.

do desempenho dos nossos sistemas alimen-

Além disso, a FEFAC apoiará os seus membros

tares no que diz respeito ao pilar ambiental da

com a implementação dos novos regulamentos e

sustentabilidade não deve acontecer às custas

desenvolverá melhores práticas juntamente com

dos pilares económicos e sociais. Esta é uma

os nossos valiosos parceiros da cadeia alimentar,

lição importante a aprender: precisamos de uma

contribuindo, assim, para a produção de alimentos

agricultura forte e produtiva na UE. Precisamos

seguros, saudáveis e nutritivos de uma forma sus-

também de um sistema alimentar menos depen-

tentável, ao mesmo tempo que reduzimos a nossa

dente de Países Terceiros no que diz respeito ao

vulnerabilidade enquanto UE.

fornecimento de ingredientes essenciais para os alimentos compostos para animais, como ali-

Como está a indústria europeia de alimentos com-

mentos proteicos, aminoácidos ou vitaminas. O

postos para animais a responder à instabilidade

conceito de Autonomia Estratégica Aberta deve

na cadeia de abastecimento, particularmente no

tornar-se um ponto de referência para qualquer

que diz respeito às alterações provocadas pela

política futura da UE e os operadores e os gover-

guerra na Ucrânia?

nos devem trabalhar em conjunto no sentido de

Em geral, uma resposta comum às perturbações

garantir acordos comerciais bilaterais eficazes

da cadeia de abastecimento é diversificar as fon-

e equilibrados.

tes de matérias-primas. A indústria dos alimentos compostos para animais explora fornecedores

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ALIMEN TAÇÃO AN IM A L

Quais são os principais objetivos da sua presi-

alternativos de ingredientes-chave para reduzir

dência? O que gostaria de concretizar até 2026?

a dependência de um número limitado de países,

A minha ambição, no seguimento do que foi conse-

por exemplo, para matérias-primas biológicas para

guido pelos meus antecessores, é estabelecer as

alimentos compostos para animais ou milho pro-

bases para uma indústria de alimentos compostos

veniente da Ucrânia. As empresas podem aumen-

para animais preparada para o futuro, servindo os

tar os seus stocks de matérias-primas essenciais

interesses dos criadores de gado da UE e desem-

para se protegerem contra perturbações súbitas

penhando um papel de liderança na transição para

(encerramento do BGI).

cadeias pecuárias mais sustentáveis. Acredito fir-

Infelizmente, relativamente a determinados ingre-

memente que deveríamos dedicar ainda mais esfor-

dientes estratégicos para alimentos compostos

ços para destacar tudo o que o nosso setor está a

para animais, tais como vitaminas ou aminoácidos,

fazer bem e o papel relevante que desempenhamos

atingimos um nível muito perigoso de dependência

na cadeia alimentar. Isto é crucial também para a

de alguns países com os quais a UE não mantém

imagem do setor, se quisermos continuar a motivar

as melhores relações. A mitigação deste risco

os jovens a iniciar uma carreira na nossa indústria.

pode ser conseguida a curto prazo, uma vez que

Também temos de continuar a agir. Mais do que

exige a construção de novas capacidades de pro-

nunca, as empresas precisam do apoio de orga-

dução na UE ou em países terceiros amigos. Para

nizações como a nossa para desenvolver ferra-

tal, contamos com a abordagem da Autonomia


Estratégica Aberta da UE para estabelecer

As estratégias F2F e Green Deal enfatizam

nibilidade de alimentos compostos para

as bases de uma cadeia de abastecimento

a sustentabilidade e as normas ambien-

animais circulares.

de alimentos compostos para animais da

tais. Os produtores europeus de alimentos

UE mais resiliente.

compostos para animais podem enfrentar

Ainda sobre o tema das estratégias ambien-

custos de produção mais elevados devido a

tais da Europa, qual é a sua opinião rela-

Considera que as alternativas encontradas

regulamentações mais rigorosas, o que pode

tivamente à proposta de legislação sobre

nas rotas solidárias e na rota do Danúbio

resultar num desequilíbrio de concorrência

cadeias livres de desflorestação?

são soluções eficazes para a instabilidade

com produtos de alimentos compostos de

A cadeia de valor da soja está entre as

do abastecimento na rota convencional do

países terceiros que podem não aderir às

cadeias de valor que serão submetidas à

Mar Negro?

mesmas normas.

implementação do Regulamento de Desflo-

O encerramento da região do Mar Negro

A indústria europeia de alimentos compostos

restação da UE (EUDR). A partir de 30 de

exacerbou a volatilidade dos preços e os desequilíbrios da oferta na UE e fora dela. Quaisquer rotas alternativas são bem-vindas. Agradecemos que a Comissão esteja continuamente a trabalhar na funcionalidade dos corredores solidários. Em maio de 2023, a Presidente da Comissão, von der Leyen, e o Presidente Zelensky da Ucrânia anunciaram conjuntamente a criação de uma Plataforma de Coordenação. Esta plataforma dedica-se a melhorar o fluxo do comércio de cereais ucranianos e a garantir a funcionalidade contínua das Rotas Solidárias. Visa reforçar a capacidade de transporte ao longo do corredor do Danúbio, expandir a utilização da Convenção de Trânsito Comum, minimizar os controlos redundantes nas fronteiras, melhorar as principais infraestruturas de passagem das fronteiras, fornecer orientações sobre os procedimentos de trânsito e manter um olhar atento sobre as previsões das colheitas, os padrões comerciais e a capacidade de armazenamento. Todos precisamos que o mercado único da UE funcione em conformidade e, como tal, temos a responsabilidade de contribuir também com soluções no que diz respeito às preocupações de mercado nos países fronteiriços da Ucrânia, fornecendo informações fiáveis e apoio às auto-

para animais depende fortemente da farinha de soja importada como fonte de proteína. Esta dependência das importações entra em conflito com o objetivo de reduzir a pegada ambiental associada ao transporte de longa distância de ingredientes dos alimentos compostos para animais. Esta dependência está particularmente presente em países como Portugal e Espanha. Além disso, a concorrência interna pelos cereais, como o milho, para a produção de bioetanol pode gerar uma maior pressão na disponibilidade de cereais forrageiros, especialmente em anos de colheitas fracas/devido a perturbações geopolíticas. Os produtores de alimentos compostos para animais da UE devem procurar fontes alternativas de matérias-primas para alimentos compostos para animais, com o Pacto Ecológico Europeu, apoiando consequentemente o abastecimento responsável. Além das iniciativas das partes interessadas, a política comercial da UE desempenha o seu papel ao apoiar e incluir capítulos sustentáveis em cada um dos acordos de comércio livre. Internamente, a política pode encorajar o desenvolvimento de uma economia circular na indústria dos

dezembro de 2024, os principais artigos entrarão em vigor, exigindo que os primeiros colocados no mercado de produtos de soja garantam que esta seja livre de desflorestação. Nos Estados-Membros, estão a começar os debates sobre a aplicação prática do EUDR, abordando também as principais questões de implementação. Sem orientação adequada, garantias de segurança jurídica e confiança no funcionamento do Sistema de Informação para Declarações de Devida Diligência, o EUDR tem o potencial de ser um fator perturbador para o fornecimento de produtos de soja. O mercado da UE corre o risco de ter acesso restrito à soja disponibilizada no mercado global, com os comerciantes de soja a preferirem aplicar estratégias para evitar riscos. Devido ao aumento da carga administrativa para todas as origens de soja, incluindo a soja cultivada localmente (independentemente do risco de desflorestação), os investimentos no fornecimento de dados sobre os valores da cadeia de abastecimento física conduzirão certamente a um aumento dos custos, embora não seja claro em que medida. Muitos países terceiros comunicaram as suas preocupações à UE, considerando a implementação do EUDR

ridades da UE.

alimentos compostos para animais, onde

As estratégias Do Prado ao Prato e Pacto

nos alimentos compostos para animais são

abordado é o período de transição após 30

Ecológico Europeu estão a impor limitações

retidos para esse fim, em vez de serem

de dezembro de 2024 para produtos pro-

à indústria europeia de alimentos compos-

desviados para a digestão anaeróbica para

duzidos antes dessa data, mas colocados

tos para animais em várias áreas, particu-

a produção de biogás.

no mercado após essa data.

larmente em termos do desequilíbrio da

A FEFAC está a trabalhar na criação de

Ao mesmo tempo, os requisitos do EUDR

concorrência entre produtos europeus e

uma plataforma de alimentos compostos

para produtos de origem animal exporta-

produtos de países terceiros. O que pensa

para animais circulares que ajudaria a defi-

dos para a UE aplicam-se apenas à carne de

desta situação e que soluções geopolíticas

nir o conceito de circularidade através de

bovino, levando a uma concorrência distor-

vislumbra para alcançar os objetivos de

indicadores fiáveis, permitindo também

cida no setor das aves e dos suínos da UE

desenvolvimento ambiental e económico?

uma visão realista do aumento da dispo-

para a produção pecuária da UE.

os coprodutos tradicionalmente utilizados

como muito difícil e onerosa. Um tema fundamental que tem igualmente de ser

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL ENTREVISTA

Além das limitações, podem as estratégias

série de desafios, muitos dos quais são

pecuária e aquícola sustentável, melhorada

Do Prado ao Prato e Pacto Ecológico Euro-

semelhantes aos enfrentados pelos produ-

e circular. Os coprodutos e os ex-géneros

peu apresentar também oportunidades para

tores de alimentos compostos para animais

alimentícios são referidos como exem-

a indústria europeia de alimentos compos-

em todo o mundo. Estes desafios podem

tos para animais?

plos-chave de ingredientes de alimentos

ter impacto nos custos, qualidade e sus-

Com efeito, a Estratégia Do Prado ao Prato

tentabilidade da produção de alimentos

compostos para animais com uma pegada

e o Pacto Ecológico Europeu contêm muitos

compostos para animais. O fornecimento

elementos que não são muito favoráveis à

de matérias-primas é um desafio comum,

produção pecuária e ao consumo de produtos

onde garantir um fornecimento consistente

de origem animal. A busca por níveis mais

de matérias-primas de alta qualidade, como

elevados de sustentabilidade também permite

cereais, sementes oleaginosas e fontes de

propostas do setor de alimentos compostos

proteína é complicado devido às flutuações

para animais e pré-misturas sobre como fazer

do mercado e às perturbações da cadeia de

a produção pecuária. A FEFAC aproveitou esta

abastecimento global. As flutuações nos

alimentos compostos para animais, sendo

oportunidade para fazer uma publicação sobre

preços dos ingredientes para alimentos

que o impulso para a geração de dados de

Técnicas Avançadas de Alimentação Animal

compostos para animais, impulsionadas por

ingredientes alternativos para alimentos

(https://fefac.eu/pages/sustainable-animal-

fatores como eventos climáticos, questões

compostos para animais é uma ambição

feeding-strategies/) para uma produção

geopolíticas e taxas de câmbio, podem ter

fundamental. Tomar medidas adicionais

pecuária e aquícola sustentável, melhorada

impacto nos custos de produção e na ren-

para reduzir ou mesmo evitar os impactos

e circular, em Junho de 2023, apresentando

tabilidade. Embora o setor da alimentação

da mudança no uso do solo através da uti-

as soluções setoriais disponíveis. Também

animal tenha de gerir os desafios, ainda

lização de soja importada também ajudará

estamos perto de concluir o trabalho sobre

existe a expectativa de que mais seja feito

orientação para rotulagem de alimentos

em matéria de sustentabilidade, sem que se

a reduzir significativamente os impactos

compostos para animais verdes que, se

veja um retorno imediato do investimento

aprovado pelo SCoPAFF (Comité Permanente

do mercado.

das Plantas, Animais, Alimentos para Consumo

Como sabem, conheço muito bem o setor

Humano e Animal), significaria um forte

português e estou profundamente conven-

impulso no apoio à utilização das PEFCR Feed

cido de que Portugal ainda pode tirar par-

(Regras de categoria de pegada ambiental

tido dos seus pontos fortes, com um setor

dos produtos) e da base de dados GFLI no

de produção pecuária diversificado. O setor

fabrico de alimentos compostos para animais.

da pecuária está profundamente enraizado

que significa que qualquer progresso na

Em termos do quadro regulamentar, a FEFAC

no património cultural e nas tradições de

utilização de novas variedades depende

espera que o impulso da Estratégia Do Prado

Portugal, contribuindo para um sentido de

da inovação na melhoria de plantas, como

ao Prato em prol de “ingredientes alternativos

identidade e continuidade.

a resistência à seca.

para alimentos compostos para animais” possa

reduzida. Além disso, o desenvolvimento da base de dados GFLI fornece uma ferramenta para os fabricantes de alimentos compostos para animais otimizarem a formulação de rações utilizando conjuntos de dados de ACV sobre o desempenho ambiental dos principais ingredientes para

(generalizados), por exemplo, através do estímulo à inclusão de leguminosas a nível local. No entanto, devemos estar conscientes de que isto levará tempo e não pode ser uma solução única para todos. Existem limitações relacionadas com o clima na produção agrícola nos países do Sul, o

Embora seja possível obter ganhos significa-

facilitar uma discussão sobre como promover

O que está especificamente a Indústria

tivos através da redução da pegada ecoló-

mais circularidade através da produção de

Europeia de Alimentos Compostos para Ani-

gica dos alimentos compostos formulados,

alimentos compostos para animais, através

mal a fazer para reduzir o impacto ambiental da sua atividade?

é também importante relembrar que o que

de possíveis alterações legislativas. As novas discussões sobre a Autonomia Estratégica

Está bem estabelecido que a maior parte

Aberta estão a proporcionar uma nova

(mais de 95%) da pegada ambiental da

janela de oportunidade para suscitarmos

produção de alimentos compostos para

algumas preocupações de longa data, tais

animais está relacionada com as suas

como a morosidade dos procedimentos de

emissões de âmbito 3, ou seja, a cadeia

aprovação de produtos na UE e a dependência

de abastecimento e, especificamente, a

estratégica de matérias-primas essenciais.

produção/cultivo de ingredientes para alimentos compostos para animais. A FEFAC

realmente importa são as emissões por kg de produto animal (carne, peixe, leite, ovos). Poderão existir soluções de alimentos compostos para animais que aumentem a pegada dos alimentos compostos formulados, mas que possam ajudar a combater as emissões relacionadas com a digestão dos alimentos compostos ao nível da exploração pecuá-

Quais os desafios e oportunidades que

incluiu algumas soluções para reduzir a

ria. É especialmente aqui que a utilização

identifica especificamente para a Indústria

pegada de carbono dos alimentos com-

de aditivos alimentares demonstra o seu

Portuguesa de Alimentação Animal?

postos para animais formulados na sua

valor, ao mesmo tempo que também pode

Os produtores portugueses de alimentos

publicação sobre Estratégias Avançadas

facilitar a eficiência dos alimentos compos-

compostos para animais enfrentam uma

de Alimentação Animal para uma produção

tos para animais.

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL INOVAÇÃO

LIVINGLAB – EFLUENTES E COPRODUTOS DA ATIVIDADE AGROPECUÁRIA GO Efluentes…e depois? O projeto GoEfluentes projetar-se-ia reflexivamente no futuro. Questionando-nos sobre qual o passo seguinte e as perspetivas futuras após uma reflexão sobre o projeto, a parceria e os resultados obtidos, reconheceu-se a necessidade de testagem em escala, para além do espetro do laboratório, de alguns dos novos processos desenvolvidos e respetivos produtos. Esta testagem permitiria cumprir os objetivos delineados, que o projeto partilha evidentemente, do Plano Olga Moreira Estação Zootécnica Nacional – Pólo de Inovação da Fonte Boa, INIAV I.P.

de Ação para a Economia Circular da União Europeia e do Pacto Ecológico Europeu com a iniciativa do Prado ao Prato, os quais elegem como prioridade uma Produção Animal Sustentável e Competitiva. O desafio da transferência de tecnologia foi identificado e estimulado a nível nacional pela Agenda de Inovação Terra Futura, em Eixos Estratégicos definidos, com diferentes iniciativas emblemáticas, onde se destacam a Mitigação e Adaptação às Alterações Climáticas e a Agricultura Circular, esta centralizada no Pólo de Inovação da Fonte Boa – INIAV. Nestas iniciativas os objetivos ope-

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

dos fluxos gerados na atividade agropecuária vs integração de energias renováveis; a valorização dos efluentes e a redução da emissão dos gases de efeito de estufa. Considerou-se pertinente, a criação de Unidades Piloto no domínio da valorização de efluentes e coprodutos da atividade agropecuária, numa lógica de Economia Circular e de resíduo Zero associada à valorização dos fluxos gerados na atividade agropecuária intensiva, avaliada no Grupo Operacional GOEfluentes (na maioria à dimensão de laboratório, com necessidade de escalonamento). Estas Unidades funcionarão como Unidades de Demonstração para criar e transferir conhecimento para o setor agropecuário, através de investigação aplicada e de prestação de serviços técnicos especializados em ambiente de multiatores. Neste contexto, uma transferência para a escala real poderia ser adequadamente operacionalizada através de ‘Living Labs’, como agentes de inovação relevantes em Economia Circular, transformação

racionais permitem identificar e promover solu-

digital e autossuficiência, com iniciativas dinâmi-

ções integradas e o desenvolvimento sustentável

cas e abordagens multidisciplinares e cocriativas,

de novos processos e respetivos produtos onde

aliando ciência e sustentabilidade dos sistemas de

se enquadra a valorização dos fluxos gerados

produção. Este seria um bom incentivo para dar

na atividade agropecuária. Consideram também

continuidade aos objetivos do Grupo Operacional

a transferência do conhecimento para a escala

GOEfluentes, onde modelos de negócio devem ser

real prevendo numa primeira fase a instalação de

desenvolvidos com a participação de Associações de

Unidades Piloto, com envolvência dos produtores

Produtores, Instituições Financeiras, Sistema Cien-

de forma a analisarem as mais valias inerentes,

tífico e Tecnológico Nacional, entre outras (Figura 1).

Figura 1. Living Labs como Agentes de Inovação

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nomeadamente: o uso eficiente da água; a gestão


Objetivos Este Projeto tem como objetivo a implementação de um Living Lab sobre ‘Efluentes e coprodutos da atividade agropecuária’ associado a Pilotos de Desenvolvimento Experimental e Demonstração numa diversidade de parcerias. As unidades piloto funcionarão numa lógica ‘top down’, segundo um modelo de Living Lab (LL), enquanto iniciativas dinâmicas, adaptadas a necessidades locais, regionais ou nacionais. O paradigma da inovação, segundo o modelo de LL é uma prioridade orientada no sentido de uma

II. Implementação de soluções tecnológicas de valorização de efluentes e de coprodutos da atividade agropecuária, para avaliação à escala semi-industrial, do impacto de soluções emergentes nos diferentes processos a desenvolver e a diferentes níveis: valorização, redução das emissões de GEE e amoníaco, circularidade dos processos desenvolvidos e dos produtos obtidos. III. Avaliação de cenários de qualidade de substratos vs tecnologias desenvolvidas vs valorização de coprodutos resultantes e impactos na cadeia de valor.

Uma compartimentação do sistema de produção intensiva e desenvol-

Linhas de ação vs áreas de desenvolvimento experimental

vimento de Unidades de Experimentação/Demonstração integradas

Para dar resposta às linhas de ação identificadas na Iniciativa Agricultu-

em LL, responderão a questões específicas de gestão/valorização dos

ra Circular (LA 5.1, LA5.2, LA5.3, LA5.5), onde se enquadra, o Projeto está

efluentes e dos coprodutos da atividade agropecuária e ajudarão os

organizado em 4 áreas nomeadamente (Figura 3):

diferentes atores no cumprimento das imposições legais/normativos.

A1. TRATAMENTO: Aplicação e/ou desenvolvimento de processos

aplicação sustentável dos recursos.

Como objetivos específicos (Figura 2) refiram-se: I. Implementação de um Living Lab na Estação Zootécnica Nacional – Pólo de Inovação da Fonte Boa, associado a Pilotos de Desenvolvimento Experimental e Demonstração para tratamento/valorização de efluentes ou de coprodutos da atividade agropecuária (Pólos descentralizados), numa abordagem em scale up (TRL 6-7) com diversi-

• Redução das emissões de NH3 e de GEE pela aplicação de biochar no tratamento de efluentes, alteração do pH do efluente para higienização e/ou redução das emissões de NH3 e retenção de biogás nas fossas, que envolverá uma suinicultura. • Compostagem de estrumes (bovinos, aves) na Unidade de compostagem da Leal &Soares, com desenvolvimento de processo e

dade de parcerias. Este Pólo pelas suas caraterísticas, atividades de

avaliação da qualidade dos compostos.

inovação e de experimentação, e compartimentação bem identifica-

• Bioremediação de efluentes de suinicultura por larvas de Mosca

da terá o ambiente pretendido para atuação como Pólo Central do LL.

Soldado Negro (BSF) em colaboração com as explorações para

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL INOVAÇÃO

Figura 2. Living Lab – Objetivos específicos

avaliação dos níveis de eficiência e capacidades de conversão (dose de larvas, volume e tipo de estrume, tempo de biodigestão). • Energia (Biometano) em unidade de digestão anaeróbia e recuperação/valorização de biogás por cobertura e armazenamento in loco. A2. VALORIZAÇÃO: Avaliação dos produtos desenvolvidos • Valorização agronómica dos novos produtos (biofertilizantes) em diferentes culturas (milho, trigo, azevém, hortícolas e pomares), em colaboração com os parceiros que desenvolveram os processos e com as PME que serão utilizadoras dos produtos: hortícolas, azevém, milho e pomar. • Biorefinaria (hidrólise de larvas de BSF) a desenvolver para extração química, à escala semi-industrial, de óleo de inseto e de concentrado proteico das larvas provenientes do processo de biorremediação. • Avaliação da viabilidade de reintrodução dos produtos obtidos na cadeia de valor em lógica de cascata e prestação de serviços técnicos e de I&D na gestão integral de fluxos de efluentes e de coprodutos e sua integração nos sistemas produtivos agrícolas. A3. MONITORIZAÇÃO/AUTOMAÇÃO: de processos e de produtos desenvolvidos, transversal a todo o Projeto, com os parceiros envolvidos nas várias tarefas. A4. DISSEMINAÇÃO E CAPACITAÇÃO, com envolvimento de todos os parceiros. Cada Linha de Ação foi considerada como projeto individual integrado no LL, nomeadamente: LIVING LAB 5.1. Fertilizantes orgânicos: promover o desenvolvimento de fertilizantes orgânicos, compostagem local, incrementar a fertilidade, estrutura, microbioma, resiliência, sequestro de carbono, redução da poluição do ar, gestão e proteção da qualidade da água e dos ecossistemas.

Figura 3. Áreas de atuação e fluxos de tarefas com enquadramento nas Linhas de Ação.

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LIVING LAB 5.3. Biogás: Promover soluções integradas de tratamento dos efluentes agropecuários associadas à recuperação de biogás para produção de energia. LIVING LAB 5.4. Biorrefinarias e pequenas centrais de biomassa. LIVING LAB 5.5. Subprodutos: explorar a valorização de subprodutos numa lógica de cascata de valor e de abordagem integrada dos sistemas de produção, promover a integração de atividades como os subprodutos em alimentação animal e os serviços de ecossistema.

Equipa do Projeto A Coordenação do Living Lab será do INIAV, através do Pólo de Inovação da Fonte Boa (Pólo de Inovação para a Iniciativa Agricultura Circular). A parceria envolve um total de 12 parceiros, organizados nas diferentes valências necessárias para o cumprimento dos objetivos propostos (Figura 4): •4 entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional (SCTN): Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Universidade de Évora; • 6 empresas (PME): TTerra Engenharia e Ambiente Lda, Leal & Soares, SA, Ingredient Odyssey, Ibero Massa Florestal, CROPSTORE, Lda, FARMCONTROL; • 1 Associação do setor: Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais; • 1 Centro de Competências: Centro Nacional de Competências para as Alterações Climáticas do Setor Agroflorestal. Envolve ainda 2 entidades de cooperação nacional (INTERSUÍNOS e VALINVESTE), que atuarão como Unidades de Demonstração e 1 entidade de cooperação transnacional (UNITED EXPERT) de consultoria sócio económica. A abordagem será de multiatores segundo as respetivas especificidades.

Resultados esperados A demonstração em escala da valorização de efluentes e coprodutos da atividade agropecuária é de extrema importância num contexto de sustentabilidade dos sistemas agropecuários, de agricultura circular

Figura 4. Parceria e respetiva distribuição geográfica.


Figura 5. Distribuição Geográfica do Living Lab

•V alorização dos efluentes e coprodutos agropecuários para produção de composto agrícola, para melhoria da qualidade do solo; • Suporte técnico ao desenvolvimento de estudos em escala pré-industrial em instalação piloto; • Suporte à implementação de medidas de utilização eficiente da água e sua relação com a qualidade dos fluxos de materiais a circular; • Avaliação e mitigação de emissões poluentes e sua relação com o bem-estar animal; • Soluções de monitorização e controlo em tempo real (software cloud da Farmcontrol com disponibilização para os dashboards do utilizador);

e de encerramento de ciclos de nutrientes. O Living Lab, com dados nacionais específicos contribuirá para o setor produtivo integrando produção animal e de plantas, terá impacto regional e nacional nas soluções demonstradas e será útil no contributo nacional para outras solicitações/soluções. O Living Lab, com as diferentes Unidades de Demonstração (Figura 5) será uma ferramenta fundamental na promoção de processos e produtos sustentáveis, a diferentes níveis: • Redução das emissões de GEE in loco e avaliação do potencial biogás pelo desenvolvimento de processos de digestão anaeróbia e demonstração do valor agronómico do coproduto digerido;

• Suporte ao desenvolvimento de políticas públicas e promoção de parcerias comerciais e cooperação entre diferentes atores com promoção de sinergias na Administração Pública; • Aumento da taxa de adoção de boas práticas agrícolas no setor agropecuário, promovendo o desenvolvimento sustentável e a proteção dos recursos naturais, com redução da perda de nutrientes para o meio ambiente, do uso de fertilizantes e da gestão de efluentes pecuários. Este projeto é cofinanciado por:

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PROJETO DE INVESTIGAÇÃO E INOVAÇÃO – UMA SÓ SAÚDE – HUBRAM – RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS (RAM)

Andrea Cara d' Anjo Coordenadora na DGAV do Grupo de Trabalho Uma Só Saúde (GT1SS)

A alimentação e a produção de alimentos são indiscutivelmente parte integrante das vidas de todos nós, merecendo por isso a nossa particular atenção e da sociedade em geral. Dedicamos assim a maior atenção e consequente reconhecimento generalizado na medida em que intervimos nas questões de segurança alimentar e segurança dos alimentos, questões diretamente relacionadas com a saúde e bem-estar das populações, pela gestão dos espaços rurais e florestais, conservação da biodiversidade e com as alterações climáticas e respetivas consequências, com a produção sustentável. Nesta perspetiva a DGAV, pela abrangência nacional da sua atividade e por ser investida nas funções de Autoridade Sanitária Veterinária e Fitossanitária Nacional, de Autoridade Nacional para os Medicamentos Veterinários e de Autoridade responsável pela gestão do Sistema de Segurança dos Alimentos, convidou alguns parceiros estratégicos para a participação num projeto pioneiro em Portugal, no âmbito do PRR – Projetos de Investigação e Inovação – na Iniciativa emblemática Uma Só Saúde, da Agenda de Investigação e Inovação para a Agricultura, Alimentação e Agroindústria, projeto este que depende da colaboração dos vários stakeholders na produção de informação e sua utilização a bem deste propósito comum. A IACA é um dos parceiros deste importante projeto. O tema central deste consórcio são as Resistências aos Antimicrobianos (RAM) e a utilização sustentável e consciente de antimicrobianos / antibióticos. A nível internacional conta ainda com a participação da Agência Espanhola do Medicamento. Sabemos que esta problemática é global, não conhecendo fronteiras. Pelo que um dos eixos de desenvolvimento do projeto prevê a harmonização de metodologias e a criação de plataformas de ligação de bases de dados nacionais e europeias, promovendo a interoperabilidade de sistemas de informação, para o que a cooperação nacional e transnacional será fundamental. Surge assim o projeto HubRAM.

Como sabemos “os antimicrobianos têm um papel crucial na saúde dos humanos, dos animais e das plantas, bem como nas questões relacionadas com a segurança alimentar e segurança dos alimentos; Concomitantemente a Resistência aos Antimicrobianos (RAM) é uma ameaça crescente e global conduzida pelo uso abusivo e excessivo de antimicrobianos nos setores humanos, animais e das plantas.” 1 A RAM é um flagelo mundial, uma vez que estão em causa agentes microbianos que são ameaças à saúde humana e animal com consequências graves no aumento de morbilidade, mortalidade e custos dos cuidados de saúde e sociais associados. O conceito Uma Só Saúde resume uma ideia que nos acompanha há muitos anos e que simplesmente constata e considera a interconetividade entre a saúde humana e a saúde animal bem como o facto de estarem relacionadas e interligadas pela saúde do ambiente em que coexistem. “Uma Só Saúde” é uma abordagem integrada e unificadora que visa um equilíbrio sustentável e otimizado da saúde humana, dos animais e dos ecossistemas… A abordagem mobiliza múltiplos setores, disciplinas e comunidades a diversos níveis da sociedade para trabalharem em conjunto para promover o bem-estar e enfrentar ameaças à saúde e aos ecossistemas, …”. É o que pretendemos concretizar com o HubRAM. A abordagem “Uma Só Saúde” é a abordagem que atualmente se entende como a abordagem de eleição para travar esta pandemia silenciosa em que mergulhámos, a RAM. O HubRAM é um projeto trans setorial e multidisciplinar que inclui disciplinas como a biotecnologia, bioinformática, BIGDATA, ciências agrárias e biossegurança. Tem o propósito de criar um Hub de análise de dados que contribuam para o entendimento e definição do combate à Resistência aos Antimicrobianos (HubRAM); também procura a definição de indicadores e análise de

Entidade coordenadora

Parceiros digitais

Explorações pecuárias

Centro de competências

2 empresas

Identificadas pelas associações do setor

InovTechAgro

DGAV

Associações do Setor

Academia e Investigação

IACA

INIAV

Bovinos

ICBAS

Aves

FMV

Suínos

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FAO, UNEP, WHO, and WOAH. 2022. One Health Joint Plan of Action (2022-2026). Working together for the health of humans, animals, plants and the environment. Rome. 4-11 https://doi.org/10.4060/cc2289en


tendências deste problema, que sendo multifatorial e transversal requer urgentemente a avaliação das políticas implementadas no terreno, que nos permitam alcançar metas de curto e médio prazo definidas pela Estratégia do Prado ao Prato. O HubRAM ambiciona ainda a partilha de dados para apoio à investigação. Entendemos que esta partilha é determinante como contributo para a compreensão das melhores ações e esforços a envidar num problema que não é estático. O projeto HUBRAM é pioneiro porque avança com uma sistematização e disponibilização de dados que serão (têm em vista ser) partilhados entre os vários setores de interesse (designadamente o Setor da Saúde, Setor da Saúde Animal e Agroalimentar, Setor Ambiental, Stakeholders e Academia, numa perspetiva multissetorial, transdisciplinar e que não se esgota em qualquer organização em silos de informação estanques. A preparação da informação é o ponto basilar para a possibilidade da partilha entre todos (os setores), para que daí possa surgir a colaboração, comunicação, coordenação e a necessária capacitação. Como já referimos a análise de risco de microrganismos RAM é multifatorial devido à sua complexidade biológica, aos aspetos multidisciplinares associados à cadeia de produção de alimentos, ao desenvolvimento, seleção e disseminação dessas resistências, bem como à dificuldade de identificar estratégias apropriadas de gestão de risco. A sua evolução tem vindo a ser acelerada pela utilização de antimicrobianos (uso abusivo ou excessivo) e por práticas deficientes no que se refere à prevenção da infeção, entre outros aspetos. Neste contexto, internacionalmente está identificada a necessidade de incrementar os esforços na área da investigação, e a criação de estruturas essenciais para que esta seja possível e promovida, com o objetivo de dar suporte a uma melhor estratégia de combate à RAM que excede os desígnios nacionais. Chegámos assim à necessidade de investir na criação de ferramentas que agreguem as enormes quantidades de dados que são geradas diariamente e que potencialmente devem ser aproveitadas para apoiar a definição de regulação. É de realçar que um dos aspetos que se pretende endereçar no projeto, prende-se com a monitorização e controlo do fornecimento de medicamentos e alimentos medicamentosos no mercado intracomunitário, o que evidentemente só poderá concretizar-se através da cooperação das respetivas entidades transnacionais. Reiteramos a preocupação de que o flagelo da RAM não conhece fronteiras. Em suma, procuramos com o HubRAM a integração da informação de diversas bases de dados desde a Saúde animal (das várias espécies), de Biossegurança e Bem-Estar Animal, da Segurança dos alimentos e segurança dos alimentos para animais, do medicamento veterinário e dos respetivos consumos, da vigilância às resistências aos antimicrobianos. Com o objetivo de proceder à análise da “informação RAM” e à definição dos melhores

critérios de análise de risco (por exploração, por setor, por fatores ambientais, etc) procurando que esta informação possa ser partilhada e utilizada como ferramenta de formação e informação de profissionais e da população em geral. Concluindo, procuraremos no final deste projeto ser detentores de bases de dados melhor preparadas e adaptadas aos vários intervenientes; contribuir para a capacitação e melhoria da resposta a nível nacional no que concerne a RAM e por último e sendo desde logo o primeiro, procurar contribuir para a diminuição da emergência RAM. Bibliografia FAO, UNEP, WHO, and WOAH. 2022. One Health Joint Plan of Action (2022-2026). Working together for the health of humans, animals, plants and the environment. Rome. https://doi.org/10.4060/cc2289en Este projeto é cofinanciado por:

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FEEDVALUE E FERTVALUE – DOIS PROJETOS PARA A VALORIZAÇÃO DE COPRODUTOS DA INDÚSTRIA AGROALIMENTAR

Ana Cristina Monteiro FeedInov Colab

Maria José Gomes UTAD

Os projetos “FeedValue – Potencial de utilização e valorização de subprodutos” e “Utilização de subprodutos não adequados para a alimentação animal como fertilizantes orgânicos ”(que passaremos a designar por FertValue), são financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), na sua dimensão “Resiliência” e componente “Capitalização e Inovação Empresarial”, medida C05-i03-Agenda de investigação e inovação para a sustentabilidade da agricultura, alimentação e agroindústria. O primeiro enquadra-se na linha de ação LA5.5 “Subprodutos: explorar a valorização de subprodutos numa lógica de cascata de valor e de abordagem integrada dos sistemas de produção, promover a integração de atividades como os subprodutos em alimentação animal e os serviços de ecossistema” e o segundo na LA5.1 “Fertilizantes orgânicos: promover o desenvolvimento de fertilizantes orgânicos, compostagem local, incrementar a fertilidade, estrutura, microbioma, resiliência, sequestro de carbono, redução da poluição do ar, gestão e proteção da qualidade da água e dos ecossistemas”. Tendo-se iniciado em março de 2023, e com término em setembro de 2025, estes projetos, com planos de execução articulados entre si, envolvem uma equipa multidisciplinar, constituída por 13 parceiros: 3 instituições do ensino superior, 2 laboratórios colaborativos, 1 centro de competências, 1 associação empresarial, 3 empresas e dois agricultores. (Quadro 1) A parceria concebeu estes projetos, visando contribuir com soluções efetivas no âmbito da sustentabilidade da agricultura, alimentação e agroindústria, norteada pela prossecução dos Objetivos Operacionais de 1) reduzir a pressão da atividade agrícola na utilização dos recursos naturais e de 2) reduzir os custos de eliminação, transformando subprodutos em benefícios.

Enquadramento e objetivos gerais dos projetos A economia circular é uma das prioridades na União Europeia (UE), espelhada na estratégia “Farm to Fork” do “Pacto Ecológico Europeu” e pretende impulsionar

a competitividade da UE, ao proteger as empresas contra a escassez dos recursos e a volatilidade dos preços, proporcionando oportunidades empresariais e formas inovadoras e mais eficientes de produzir e consumir, criando oportunidades de emprego local e de integração e coesão social. Para concretizar esta ambição, a UE tem de acelerar a transição para um modelo de crescimento regenerativo, aliado a uma redução do impacto ecológico do consumo e a um aumento da utilização de materiais circulares (COM/2020/98 final). Da indústria agroalimentar resulta uma enorme quantidade e variedade de coprodutos que, não sendo utilizados, contribuem para o desperdício alimentar, têm custos de eliminação e impacto ambiental. Assim, reduzir o desperdício de alimentos nas fases iniciais da cadeia alimentar tem um enorme potencial para reduzir os recursos utilizados na produção dos alimentos que comemos, sobretudo de proteína de elevado valor biológico, através de géneros alimentícios de origem animal. O setor pecuário, enquanto utilizador de coprodutos, pode e deve ver o seu papel reforçado na transição para a economia circular. Atualmente, os coprodutos já representam cerca de 30-35% das matérias-primas utilizadas no fabrico de alimentos compostos para animais (p. ex. bagaços de oleaginosas, sêmeas de cereais, coprodutos da indústria do amido, da produção de etanol, polpas de citrinos e de beterraba sacarina, melaço), mas esta utilização pode ser mais expressiva. Existem muitos coprodutos que não são devidamente valorizados e outros que apenas ganharam dimensão nos últimos anos, perspetivando-se que a quantidade produzida continue a aumentar e, portanto, também o seu impacto ambiental, caso não sejam encontradas soluções que o contrariem. É por isso relevante identificar os coprodutos com potencial para utilizar na alimentação animal e resolver os problemas de abastecimento e de variabilidade da sua qualidade, o que implica estudos de mapeamento, caracterização nutricional e procura de soluções para o seu transporte, armazenagem e conservação. Importa também identificar aqueles que, não sendo adequados para a alimentação

Quadro 1. Parceiros dos projetos.

Parceiros

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Instituições do Ensino Superior

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Entidade responsável) Universidade de Aveiro Instituto Politécnico de Viseu

Laboratórios Colaborativos

FeedInov CoLab Food4Sustainability CoLab

Centro de Competências

Centro Nacional de Competências para as Alterações Climáticas do Setor Agroalimentar (CNCACSA)

Associação Empresarial

Associação dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais (IACA)

Empresas

Nutrinova – Nutrição Animal, S.A. Ovargado – Sociedade Comercial Industrial Alimentos Para Animais, S.A. Indumape, industrialização de fruta, S.A. AgristarBio – Environmental Solutions, Lda.

Pessoas singulares

André de Oliveira e Silva Sérgio Domingos Alves


animal, possam ser transformados em fertilizantes orgânicos, recorrendo a 7 – Avaliar o efeito dos coprodutos em estudo na emissão de gases de tecnologias inovadoras que concorram para a valorização dos coprodutos e dejeções animais; 8 – Contribuir com dados de emissões de metano proveniente da fermentação entérica para as bases de dados naciomitigação do impacto ambiental. Uma maior utilização de coprodutos pode também diminuir o grau de nais; 9 – Avaliar os custos da utilização de coprodutos; 10 – Identificar dependência externa de abastecimento de matérias-primas para a ali- coprodutos não adequados para a alimentação animal e estudar a viamentação humana e animal e de fertilizantes inorgânicos, a que acresce bilidade da sua transformação em fertilizantes orgânicos; 11 – Testar a enorme pegada ambiental da importação dos mesmos. A dependência estes fertilizantes em condições de campo, e 12 – Desenvolver meios e volatilidade dos preços das matérias-primas, sujeitas aos mercados de comunicação e de sensibilização dos operadores de mercado e da internacionais que ditam o seu preço, induz instabilidade e incerteza a sociedade em geral para os resultados obtidos. estes setores alimentares. A interrupção destas cadeias produtivas tende Se a aprovação destes projetos traduz o reconhecimento da sua pertia aumentar os preços, o que é de particular importância para a indústria nência no contexto da inovação para a sustentabilidade da agricultura, de alimentos compostos, uma vez que a alimentação animal é altamente alimentação e agroindústria, importa também sublinhar que esta é uma dependente destas matérias-primas. A possibilidade de encontrar cadeias oportunidade para promover a cooperação entre o meio académico, ciende abastecimento mais curtas, com menor impacto ambiental, e que per- tífico, tecnológico e empresarial. É esse o caminho! mitam aumentar a autossuficiência nacional é extremamente importante para o País e para as empresas do setor. Reconhecendo a inevitabilidade Este projeto é cofinanciado por: da produção de alimentos compostos e da pecuária da UE continuarem a depender de ingredientes importados, a valorização de coprodutos de proximidade geográfica, terá inegáveis vantagens ambientais, mas dela resulta uma cascata de efeitos não despicientes no contexto de sustentabilidade económica e social, nomeadamente a criação de novas oportunidades empresariais e de formas inovadoras e mais eficientes de proDanisco Animal Nutrition & Health duzir e consumir, bem como mais oportunidades de emprego local e de integração e coesão social. Na concretização das mudanças estruturais reclamadas por uma nova agenda global, com foco no combate às alterações climáticas, promoção do uso mais eficiente do solo e preservação e restauro de biodiversidade, combater o desperdício de alimentos é uma vitória tripla: economiza alimentos para consumo humano; beneficia economicamente os produtores primários, empresas e consumidores; e reduz o impacto ambiental e climático da produção e consumo de alimentos. Estes são os objetivos para os quais a parceria se propõe contribuir.

Objetivos específicos dos projetos Apostando numa abordagem integradora, desde a obtenção dos coprodutos até à sua utilização, os projetos FeedValue e FertValue visam: 1 – Contribuir para o mapeamento de coprodutos e sistematização da informação sobre coprodutos da agroindústria; 2 – Avaliar a composição química de coprodutos selecionados; 3 – Avaliar formas de conservação daqueles coprodutos, que preservem o valor nutritivo e assegurem o seu armazenamento, tornando viável a sua incorporação nos alimentos compostos; 4 – Estudar alimentos compostos com ou sem incorporação dos coprodutos, efetuando a análise e quantificação do seu impacto ambiental, recorrendo a ferramentas LCA e à base de dados GFLI; 5 – Identificar moléculas pré-bióticas provenientes de coprodutos e estudo de moléculas inorgânicas com potencial poder de mitigação das emissões de metano; 6 – Realizar estudos in vitro e in vivo para avaliar os efeitos da incorporação dos coprodutos nos parâmetros de fermentação ruminal, na produção de metano entérico e na resposta produtiva de ovinos e bovinos;

A x t ra® PH Y G O LD

A M EL H O R SU P E RO U -S E As regras de ouro de uma fitase: • Resultados superiores devido a uma maior atividade a pH muito baixo: poupança superior nos custos de formulação e na produção animal. • Melhorar a sustentabilidade: a sua utilização permite formular dietas sem P inorgânico. • O produto de maior termoestabilidade do mercado, que resiste a condições extremas de processamento dos alimentos. • Disponibilização de serviços de valor acrescentado, para uma melhor otimização dos alimentos. Contacte o nosso Distribuidor autorizado, Reagro SA. Email : inove.tec@reagro.pt

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL INOVAÇÃO

FEEDINOV E UTAD UNIDOS PELA CIÊNCIA E INOVAÇÃO NOTÍCIAS

Compostos e a outros espaços da UTAD relacionados com os interesses que a nova infraestrutura representa. Segundo Ana Sofia Santos, Diretora de ciência e inovação do FeedInov CoLAB, “esta infraestrutura de ponta fornecerá dados e informações fundamentais para a indústria de produção animal tomar decisões importantes em relação aos processos de produção, visando uma maior eficiência, menor impacto ambiental e melhor bem-estar animal”. Ana Sofia Santos reforça ainda que “a assinatura deste protocolo consolida a colaboração já existente entre o Laboratório Colaborativo FeedInov e a UTAD combinando a expertise científica e o conhecimento académico para impulsionar a pesquisa e a inovação no campo da alimentação animal sustentável.”

Projeto “Are Cows Environmentally efficient?” ganha final regional

Teve lugar no dia 30 de junho 2023, nas instalações da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), a assinatura de um protocolo de parceria com o objetivo de lançar um novo laboratório científico de alimentação animal sustentável em Portugal. A cerimónia marcou o início de uma colaboração estratégica entre o FeedInov CoLAB e a UTAD para impulsionar a inovação e a pesquisa na indústria da alimentação animal no país. Presidiram à cerimónia de inauguração do novo Laboratório de Nutrição Animal, José Romão Braz, Presidente da Direção do FeedInov, e Emídio Gomes, Reitor da UTAD. Através desta parceria estratégica, as duas entidades pretendem fortalecer a competitividade da indústria de alimentação animal em Portugal e contribuir para a promoção de práticas sustentáveis. À inauguração do novo Laboratório de Nutrição Animal, seguiu-se uma visita às Unidades de Experimentação Animal, às futuras instalações da Fábrica de Alimentos 18 |

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A equipa, da qual o FeedInov foi “facilitador”, do projeto internacional de co-criação de inovação: “link Me Up – 1.000 ideias”, conquistou o primeiro lugar na final regional de projetos. Foi um desafio desenvolvido com muita determinação no contexto do 2º ano da Licenciatura em Zootecnia, do Instituto Politécnico de Santarém (IPS). A proposta desenvolvida pelas estudantes Laura Mendes, Bárbara Gonçalves, Bárbara Emídio, Bruna Fidalgo, Mariana Ferreira e Victoria Saturnino ao desafio “Are Cows Environmentally efficient?”, apre-


YOUR GLOBAL SUSTAINABILITY SOLUTION. Sustainable farming practices are foundational to the growth and production of U.S. Soy. Recently, the U.S. Soybean Export Council (USSEC) mapped U.S. Soy’s strategic objectives directly to the U.N. Sustainable Development Goals (SDGs) – 17 goals that aim to end poverty, protect the planet, and ensure all people enjoy peace and prosperity by 2030. With the strategic objectives tied directly to specific SDGs and the targets under those goals, the U.S. Soy industry has identified areas where we can have the greatest impact in supporting progress toward global sustainable development.

U.S. Soy is committed to supporting these goals and sustainable development to 2030 and beyond.

Sourcing verified sustainable U.S. Soy that meets EU sustainability requirements is simple with the U.S. Soy Sustainability Assurance Protocol (SSAP). The SSAP certificate offers an origin specific, sustainability verification of U.S. Soy. Indicate to your soy supplier that you require a U.S. Soy SSAP certificate for your U.S. soy purchase.

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL INOVAÇÃO

sentado pela docentes-facilitadoras Margarida Oliveira e Helena Lalanda, da Escola Superior Agrária de Santarém, foi a primeira classificada no concurso de cocriação de inovação com recurso à metodologia Demola, entre outros 18 projetos concorrentes. A final regional ocorreu no auditório da Escola Superior de Gestão e Tecnologia do Politécnico de Santarém, no dia 6 de junho de 2023. Participaram da sessão de abertura João Moutão, Presidente do Instituto Politécnico de Santarém, Hélia Dias, Diretora da Escola Superior de Saúde, e João Samartinho, Coordenador Link Me Up do IPS O FeedInov foi parceiro na jornada deste projeto que aborda a eficiência ambiental das vacas, com o objetivo de encontrar soluções inovadoras mais sustentáveis. Recordamos o envolvimento da AGROS – União de Cooperativas de Produtores de Leite e da Soc. Amorim Matos&Silva, Lda, empresa portuguesa que se dedica à criação de bovinos para produção de leite, e que no passado mês de abril recebeu este grupo de estudantes nas suas instalações para um maior conhecimento sobre o papel da eficiência alimentar na melhoria da sustentabilidade ambiental.

Ana Sofia Santos participou ainda da organização (pela Animal Task Force) das Sessões 2 e 14, que tiveram lugar no programa do congresso a 28 de agosto. Estas sessões exploraram o tema “Sustainable livestock farming – definindo métricas e equilibrando compensações? – Parte 1 e Parte 2”.

Alimentação Animal – Uma Visão 360º

Prémio internacional pelo serviço prestado ao setor pecuário e à EAAP

Ana Sofia Santos, Diretora de Ciência e Inovação do FeedInov CoLAB, recebeu o prestigiado “Distinguished Service Award”, concedido pela EAAP (European Federation of Animal Science). Trata-se de um reconhecimento pela sua carreira e serviço prestado ao setor pecuário em geral e à EAAP. O “Distinguished Service Award” é um prémio de prestígio internacional que distingue anualmente um número máximo de três profissionais que se destacam pelo seu excecional contributo para o avanço do setor. A sua atribuição decorreu no âmbito do congresso anual da EAAP, iniciativa que em 2023 teve lugar em Lyon (França) de 26 de agosto a 1 de setembro. A edição deste ano do Congresso Internacional de Ciência Animal foi coorganizada pela EAAP, pela Associação Mundial de Produção Animal (WAAP) e pela Interbull. Foi, por isso, a maior conferência de Ciência Animal a nível mundial e das mais influentes do mundo, proporcionando o encontro entre investigadores, indústria e produtores, favorecendo a troca de ideias, experiências e promovendo o trabalho conjunto para a implementação de novas técnicas e inovação na produção. O FeedInov CoLab marcou ainda a sua presença no EAAP 2023 com a apresentação ao Congresso de dois Posters Científicos: – “Contribution to the dairy production characterization in Portugal”, de Ana Cristina Monteiro, com coautoria de Vânia Resende, Samuel Pinto e Olga Moreira. – “Phytobiotics from Thymus spp. in poultry feed – thymol, carvacrol and rosmarinic acid”, de Myriam Taghouti. 20 |

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Na 9ªedição da Agroglobal – Feira Agrícola Profissional, o FeedInov apresentou um stand informativo e dinâmico de networking, assim como organizou, no Auditório dos Claustros do CNEMA (Santarém), o Seminário “Alimentação Animal – Uma Visão 360º”. Tratou-se de uma oportunidade de mergulhar no mundo da alimentação animal, com insights de diversos especialistas. O programa do seminário integrou: • Abertura, por Ana Sofia Santos, FeedInov CoLAB; • “Utilizar o não edível – Former foodstuffs em alimentação animal”, apresentação de Rita Gonçalves da IACA; • “Valorizar Co-Produtos – FeedValue, uma abordagem prática”, tema apresentado por Ana Monteiro, FeedInov. Seguiu-se uma mesa-redonda com a participação das oradoras do seminário e da convidada Sara Garcia, da Zoopan. Tratou-se de um debate cheio de perspetivas inovadoras e visões únicas, moderado por Jaime Piçarra, da IACA. No decurso desta iniciativa integrada na AgroGlobal, o FeedInov antecipou ainda novidades acerca do Jogo “A Quinta do Vale”. Trata-se de um Videojogo didático e pedagógico que ensina os princípios


da produção animal sustentável. Feito especialmente para crianças dos 6 aos 11 anos, ele possui vários níveis de saber e aprendizagens, pode ser jogado offline e tem um controlo de tempo diário, ajustado às necessidades desta faixa etária. O lançamento oficial do jogo está marcado para 16 de outubro de 2023

“Thinking The Future: Padrões de Consumo de Carne Bovina em Portugal em 2050”

BREVES

Portugal integra projeto europeu EUnetHorse

Até 2027 quinze parceiros de nove países europeus põem em marcha o projeto EUnetHorse, uma iniciativa precursora que tem o objetivo de fortalecer a indústria equina como um todo, mobilizando recursos para encontrar soluções inovadoras. Portugal integra este projeto europeu (com coordenação do Instituto Francês do Cavalo e da Equitação), através da presença do FeedInov, juntamente com França, Espanha, Bélgica, Alemanha, Romênia, Polônia, Finlândia e Suíça.

O FeedInov CoLAB voltou a receber o projeto “Thinking The Future: Padrões de Consumo de Carne Bovina em Portugal em 2050”, iniciativa que nasceu de uma parceria com o Instituto Superior Técnico, no âmbito da dissertação de mestrado do aluno António Carvalho em Engenharia, Gestão, Inovação e Empreendedorismo. Esta investigação tem como objetivo lançar luz sobre as tendências futuras no consumo de carne bovina e explorar estratégias potenciais para atender às necessidades em evolução dos consumidores. Dá continuidade ao trabalho desenvolvido anteriormente por Carlota Gouveia, e prossegue no sentido da validação científica dos cenários perspetivados para 2050. Ana Sofia Santos (FeedInov), co-orienta este trabalho.

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL SUSTENTABILIDADE

NANTA LIDERA A CONVERSÃO DA PECUÁRIA PARA A SUSTENTABILIDADE EM ESPANHA • Após quase uma década de existência, o pro-

ainda mais este processo, alcançando uma redução

jeto Nutrição Sustentável da Nanta consegue

de 85% no período 2020-2022, com aproximada-

reduzir em 85% a produção de rações medi-

mente 80% de redução no uso de antibióticos críticos

camentosas nas suas fábricas.

para a saúde humana. Notavelmente, a utilização de

A alimentação animal desempenha um papel fundamental como peça-chave para garantir a sua saúde e bem-estar e, como tal, a nossa própria saúde enquanto consumidores. É por esse motivo que, desde a base da cadeia alimentar, a produção de alimentos para animais tem um impacto decisivo na estratégia global “One Health”, promovida pela Carmen Martín de Lara

Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), para promover a comunicação e facilitar a colaboração interdisciplinar nos cuidados de saúde das pessoas, dos animais e do ambiente. No âmbito desta estratégia, em 2014, foi lançado em Espanha o Plano Nacional contra a Resistência aos Antibióticos (PRAN); um plano estratégico e de ação cujo objetivo é reduzir o risco de seleção e disseminação de resistências aos antibióticos e, consequentemente, reduzir o impacto deste

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

do projeto Nutrição Sustentável, a Nanta recolhe a análise dos resultados da monitorização nas explorações realizada pelos seus técnicos especialistas e publica-os na sua página web (https://www.nanta. es/es-es/granja-circular/reduccion-de-antibioticos/ informes-nanta/informes-nanta-2021/). Tecnicamente, foi um projeto de desenvolvimento colaborativo. Além de especialistas internos nas áreas operacionais, técnicas e de qualidade, toda a gama de produtos foi redefinida e investigada para incorporar produtos naturais, tais como os coccidiostáticos, entre outros. Também se desenvolveram soluções como alternativa à utilização de antimicrobianos na área dos aditivos para rações, o que contribuiu significativamente para a tão desejada redução no uso de antibióticos. No entanto, o caminho não tem sido fácil. Para alcançar estes resultados, a empresa trabalhou e

problema na saúde das pessoas e dos animais,

continua a trabalhar arduamente para apoiar os seus

preservando de forma sustentável a eficácia dos

clientes, os produtores de gado, elaborando, numa

antibióticos existentes.

primeira fase, Manuais de Recomendações de Boas

Neste contexto, quando se trata de reduzir as

Práticas (https://www.nanta.es/es-es/granja-circu-

resistências, controlar a sua utilização na pecuária

lar/reduccion-de-antibioticos/manuales-de-buenas-

é uma parte essencial.

-practicas/) para as principais espécies produtivas,

Um esforço com recompensa

22 |

colistina atingiu 0% já em 2018. Desde o lançamento

focados nos aspetos de gestão mais influentes em cada caso, com o objetivo de reduzir a presença de

Há uma década, Espanha ocupava, a nível europeu,

doenças na exploração sem prejuízo dos resultados

o desanimador primeiro lugar relativamente à utili-

técnico-económicos.

zação de rações medicamentosas na pecuária, ape-

Desenvolveu igualmente esforços na formação

nas ultrapassada pelo Chipre. É neste contexto que

das suas equipas técnicas nas Melhores Técnicas

a Nanta, enquanto empresa líder em alimentação

Disponíveis, para que, com base nestes manuais,

animal na Península Ibérica, lança o projeto Nutri-

pudessem oferecer o apoio necessário aos seus

ção Sustentável, o seu compromisso empresarial

clientes nesta transição para uma produção animal

de contribuir até 2050 para duplicar a produção

sem antibióticos, capacitando-os para a tomada de

mundial de alimentos, reduzindo para metade o

decisões corretas. O objetivo era claro na altura e

impacto da sua atividade, através, entre outros,

mantém-se claro agora: sensibilizar o setor pecuário

da redução da utilização de antibióticos nas suas

para a necessidade de produzir alimentos saudáveis

rações com vista a combater a resistência a estas

e nutritivos de forma sustentável e, muito impor-

moléculas cruciais na saúde das pessoas.

tante, cumprindo os critérios exigidos em termos

Desde então, graças ao esforço, compromisso e

de bem-estar animal.

tenacidade das suas equipas, a empresa conseguiu

E é neste ponto, na obtenção destes alimentos

reduzir em 70% a medicação nas rações no período

saudáveis para o consumidor, que a qualidade e

entre 2016 e 2020 e, a partir desse ano, acelerou

a higiene na produção de rações entram em jogo.


Com efeito, a alimentação dos animais, tendo em conta as necessidades de cada espécie, juntamente com o seu estado de saúde, bem-estar, instalações e biossegurança na exploração, é um elemento fundamental para uma produção animal sustentável e a base destas formações realizadas pelas equipas técnicas da Nanta. Internamente, o trabalho foi tão gratificante quanto abrangente em todos os departamentos da empresa envolvidos. O Departamento de Operações racionalizou a produção de rações medicamentosas, concentrando-a exclusivamente em determinadas fábricas, com o objetivo de reduzir ao mínimo o risco de contaminações cruzadas. Este processo interno aplica-se a todas as fábricas de Portugal e Espanha. O Departamento de Qualidade da Nanta desenvolveu um protocolo próprio para definir os requisitos a cumprir por uma fábrica “antibiotic free”, ou seja, livre de antibióticos. Este protocolo é certificado pela empresa SGS, pois a empresa tem sempre em mente a certificação como garantia de transparência e de bem fazer. Atualmente, a

Nanta conta com cinco fábricas certificadas como “antibiotic free”. Trata-se de uma exigência própria que conseguimos cumprir precisamente graças à nossa cultura de certificação, pois sermos certificados com a FSSC 22000 permitiu-nos implementar uma série de boas práticas que têm servido de base ao nosso projeto de sustentabilidade. Mas sem o compromisso dos produtores de pecuária e o seu espírito de melhoria nada seria possível. Daí a importância de os sensibilizar, de os formar e apoiar com ferramentas como a auditoria de explorações que inclui, para além dos aspetos mencionados, tudo o que se relaciona com as informações que uma exploração deve registar e com a formação e conhecimentos que os seus trabalhadores devem ter. Esta ferramenta, aliada ao apoio do Departamento Técnico da Nanta, e às estratégias de redução do uso de antibióticos apoiadas nas boas práticas, permitiu que muitos dos nossos clientes embarcassem em ciclos de melhoria contínua e permanecessem neles.

A empresa oferece igualmente, através da sua página web (https://www.nanta.es/es-es/ granja-circular/reduccion-de-antibioticos/ herramientas-reduccion-de-antibioticos/ descargar-herramienta-calculo-pcu/), a possibilidade de os veterinários das explorações fazerem o download de uma aplicação que lhes permite calcular um determinado tratamento de acordo com o índice de medida mg/PCU, e conhecer a pressão antibiótica existente num determinado período. Na verdade, isto é determinante para os controlos do Ministério da Agricultura, responsável pela verificação deste índice nas explorações pecuárias. Esta página web também está disponível em português (https://www. nanta.es/pt-pt/granja-circular/reducao-de-antibioticos/). Outro ponto importante é o desenvolvimento e utilização por parte das equipas técnicas da Nanta de uma ferramenta que conta com o registo de mais de 1.000 antibiogramas, principalmente em borregos e coelhos, o que permite ter uma perspetiva das diferentes patologias mais prevalentes por áreas e,

A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

|

23


ALIMENTAÇÃO ANIMAL SUSTENTABILIDADE

como tal, dos tratamentos mais adequados a

nhos de clientes que já se encontram no

cente procura por parte dos consumidores

cada caso, agilizando a resposta a possíveis

caminho rumo a uma produção pecuária sus-

por produtos sustentáveis. E, para tal, temos

surtos de doenças.

tentável, livre de antibióticos, entre outros.

de ser capazes de medir e avaliar a susten-

Na Nanta, continuamos atualmente a tra-

Também importantes, as Jornadas Nanta

tabilidade das nossas atividades, o que nos

balhar na redução do uso de antibióticos

(https://www.jornadasnanta.com/alimen-

permitirá realizar uma avaliação objetiva da

nas explorações, inovando e desenvolvendo

tacion-animal/) sobre sustentabilidade, 16

exploração e até comparar diferentes explo-

novas estratégias, especialmente em espé-

até ao momento, que reuniram centenas de

rações entre si.

cies altamente desafiadas, como é o caso

profissionais, empresários, investigadores e

A certificação Granja Circular permite

dos coelhos, e com vista à eliminação de

representantes das administrações públicas

demonstrar o compromisso com a susten-

antibióticos essenciais na medicina humana,

de toda a Espanha e que têm sido uma exce-

tabilidade com uma avaliação objetiva das

como a amoxicilina.

lente plataforma para a divulgação e partilha

atividades da exploração, dispondo de uma

com interesses e conhecimentos na área da

ferramenta de cálculo para a classificação

sustentabilidade.

das explorações em termos de sustenta-

O apoio científico e a comunicação, pilares-chave

Definitivamente, temos de concluir que a

bilidade. Com base em indicadores per-

O apoio por parte da comunidade cientí-

redução dos antibióticos é uma parte muito

sonalizados de acordo com as espécies

fica foi um dos alicerces neste percurso

importante do progresso rumo à sustenta-

avaliadas e em cada um dos quatro pilares

promovido pela Nanta rumo à produção

bilidade nas produções de pecuária. O con-

do modelo (sustentabilidade económica,

pecuária sustentável, através da redução

sumidor está cada vez mais exigente neste

social, ambiental e bem-estar animal), o

da utilização de antibióticos. São nume-

sentido e, por isso, a comunicação sobre os

programa gera um relatório que identifica

rosos os especialistas em diversos assun-

sistemas de produção sustentáveis torna-

os aspetos que devem ser melhorados e

tos e espécies que colaboram através da

-se essencial.

confere à exploração uma “classificação

publicação de artigos técnicos de divul-

Com efeito, tal como explicou Carmen Dato,

sustentável”. Existem vários produtores

gação na secção “La opinión del experto”

diretora de Reputação Empresarial e Sus-

de pecuária portugueses e espanhóis já

(https://www.nanta.es/es-es/granja-circu-

tentabilidade da Kantar, durante a confe-

certificados neste protocolo.

lar/opinion-de-los-expertos/) (“A opinião do

rência “Sustentabilidade, da estética à ética”

Em termos de procedimentos, o sistema de

especialista”) na página web da empresa.

realizada por ocasião da apresentação da

sustentabilidade da Nanta é composto por

Biossegurança, sustentabilidade social

Cátedra de Pecuária de Precisão promovida

diferentes níveis, cada um com as corres-

e económica das produções, estratégias

pela Nanta e pela Universidade de Saragoça,

pondentes ferramentas de suporte:

para o controlo e erradicação de doen-

“Nunca antes a sociedade esteve tão com-

ças, impacto dos aspetos genéticos e do

• Cálculo de emissões da exploração: o

prometida com a sustentabilidade; 97%

bem-estar animal na resistência aos anti-

modelo prevê e calcula as emissões de

dos espanhóis querem levar um estilo de

bióticos, qualidade da água... são apenas

nitrogénio, metano e fósforo de uma

vida sustentável. No entanto, apenas 46%

alguns dos temas abordados nos mais de

exploração (por unidade/tipo de ani-

estão dispostos a investir tempo e dinheiro

trinta artigos publicados até ao momento.

mal/ano e por exploração/ano) e a sua

em empresas sustentáveis e apenas 13%

E se este apoio científico é importante, é

pegada de carbono.

incorporaram hábitos sustentáveis no seu

igualmente essencial comunicá-lo e fazer

dia a dia. Os produtos de origem local, com

chegar estas mensagens tanto para o setor

menos processamento e menos embalagens

da pecuária como para a sociedade em geral

são alavancas para apoiar o setor, embora

através de uma relação próxima e do esforço

exista ainda uma distância entre o desejo e

de investimento da Nanta nos meios de comu-

a ação, sendo o preço e a falta de informa-

nicação setoriais e na imprensa generalista.

ção alguns dos motivos.” Não dispomos de

Reportagens, entrevistas, artigos de opinião...;

dados específicos sobre os consumidores

uma intensa atividade de comunicação que

portugueses, mas não temos dúvidas de que

só em 2022 teve um retorno em termos de

as suas preocupações com a sustentabili-

público de cerca de 9 milhões de pessoas. As

dade e o desejo por produtos provenientes

cerca de 50 newsletters enviadas para a base

de práticas sustentáveis estão alinhados

de dados da empresa com 1.500 profissionais

com as tendências observadas em Espanha.

contribuíram igualmente para esta divulgação

• C lassificação de exploração sustentável: Granja A, se cumprir os requisitos do modelo de sustentabilidade da Nanta nos aspetos de sustentabilidade económica, ambiental e social e no âmbito do bem-estar animal. Granja B, se cumprir, pelo menos, os critérios do modelo de sustentabilidade, no aspeto de sustentabilidade económica, mas não cumprir as quatro secções; Granja C não cumpre os critérios de sustentabilidade económica, podendo cumprir uma ou algumas das

Também se realizaram uma série de vídeos didá-

Sentido e sustentabilidade: Granja Circular

• Auditoria no decálogo de sustentabili-

ticos, atrativos e informativos, que foram publi-

Ser capaz de demonstrar a origem sustentá-

dade da Nanta: tendo em conta as Boas

cados no canal da Nanta no Youtube (https://

vel dos alimentos é cada vez mais um ponto

Práticas Disponíveis (BPD) em nutrição,

www.youtube.com/user/piensosnanta),

crucial para os produtores e os distribuidores

gestão da saúde e do bem-estar animal

com conselhos de especialistas e testemu-

com vista a satisfazer a já mencionada cres-

e gestão zootécnica.

e sensibilização.

24 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

outras secções.


• Certificação de Granja Circular: a diferente ponderação de cada ponto do decálogo, em termos de sustentabilidade económica, social, ambiental e de bem-estar animal, resulta no Perfil de Granja Circular A, B ou C.

A pecuária de precisão como base dessa sustentabilidade Aquilo a que se chama Pecuária de Precisão nada mais é do que o cuidado animal individualizado, principalmente nos aspetos relacionados com a gestão da nutrição e saúde animal, além das práticas tradicionais mais focadas no cuidado dos grupos ou rebanhos, em prol de uma maior eficiência produtiva e de um menor impacto socioambiental, tendo a alimentação animal de precisão como um dos seus pilares. Um conceito básico quando se trata de aumentar a sustentabilidade da produção pecuária, pois, entre outras coisas, permite uma utilização mais racional dos antibióticos, limitando a sua utilização a indivíduos que deles neces-

sitem por terem sido previamente diagnosti-

a sua atividade em 1968 e, desde então,

cados com uma doença específica.

o elevado grau de compromisso com os

Também neste sentido, a aposta da Nanta

seus clientes e com o mundo da pecuária

tem sido clara, chegando a acordo com a

em geral, a tecnologia utilizada e os seus

Universidade de Saragoça em 2022 para o

programas de I+D+i e qualidade têm sido

lançamento da Cátedra Nanta Pecuária de

um autêntico motor de progresso para

Precisão, uma aliança entre ambas as entida-

este setor industrial. A empresa mantém

des com o objetivo de apoiar e incentivar a

e manterá no futuro uma vocação clara e

formação e a investigação na área da nutrição

uma aposta na inovação.

e digitalização. Uma colaboração académico-

Inserida na multinacional Nutreco, a Nanta

-empresarial com vista a otimizar o avanço

conta com 21 centros de produção equi-

da pecuária através do conhecimento e da

pados com tecnologia de ponta e todos

investigação, graças ao contributo de ambas

eles certificados com a norma ISO 14001

as partes, e com a qual a Nanta reafirma a sua

relativa ao ambiente e a norma ISO 45001

aposta na inovação, eficiência e qualidade,

relativa à prevenção de riscos ocupacionais.

e o seu compromisso com o crescimento e

Destaca-se a certificação de segurança

desenvolvimento futuros, tal como refere

alimentar FSSC 22000, uma garantia da

o seu lema “Alimentamos o crescimento”.

segurança e qualidade dos produtos da

Mais informações em www.nanta.pt

empresa. No seu portefólio, que conta

Sobre a Nanta

com mais de 200 produtos, encontramos alimentos para suínos brancos e ibéricos,

A Nanta é a empresa líder no fabrico e

cunicultura, avicultura, bovinos de carne e

comercialização de alimentos compostos

leite, ovinos, caprinos, e também alimen-

para animais na Península Ibérica. Iniciou

tação para cães, gatos e cavalos.

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A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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25


ALIMENTAÇÃO ANIMAL SEGURANÇA ALIMENTAR

FÓRUM IBÉRICO PARA A SEGURANÇA ALIMENTAR EM ALIMENTOS COMPOSTOS PARA ANIMAIS (FISAP) Em 12 de janeiro de 2005, o Parlamento Europeu

alimentar e outras condições sanitárias que os pró-

publicou o Regulamento (CE) nº 183/2005, que

prios sistemas de autocontrolo se impõem para dar

estabelece requisitos de higiene alimentar. Este

ainda mais garantias do que a própria legislação.

novo regulamento salientou a responsabilidade e

Desta forma, os sistemas de automonitorização

a obrigação que todos os operadores da cadeia

proporcionam tranquilidade e garantias ao setor de

alimentar têm de comercializar produtos saudá-

alimentação para evitar o aparecimento de algum

veis ​​e seguros.

tipo de alerta na cadeia alimentar que possa afetar

É o fabricante de alimentos compostos para ani-

os animais ou os produtos deles derivados ou afetar

mais que deve garantir que os alimentos compos-

a própria imagem e reputação do setor.

tos que colocam no mercado cumprem as garantias de saúde e segurança alimentar, e ser responsável Bruno Beade García Diretor-Geral

por quaisquer problemas que o seu produto possa causar em caso contrário. O maior vetor de risco para a indústria de alimen-

QUALIMAC, O SISTEMA CATALÃO

tação animal é a entrada de matérias-primas que

Com estas premissas, a Associação dos Fabricantes

não cumprem a regulamentação europeia ou com

Catalães de Alimentos Compostos para Animais

problemas de segurança alimentar, motivo pelo qual

(ASFAC) criou, em 1996, o primeiro sistema de

a criação e desenvolvimento de ações conjuntas

controlo conjunto e setorial das matérias-primas

nesta matéria permite aos fabricantes cooperarem

utilizadas na alimentação animal nas Comunida-

no sentido de alcançarem eficácia e eficiência nos

des Autónomas da Catalunha, uma zona de elevada

controlos que devem realizar para assegurar as

produção animal. O sistema de controlo catalão foi

suas produções.

denominado QUALIMAC.

COOPERAR PARA PREVENIR

A Qualimac foi fundada em 1996 e recolhe e analisa anualmente cerca de 625 amostras provenientes

As ações setoriais de prevenção em matéria da

das descargas de navios e armazéns nos portos

Segurança Alimentar são mais intensas e eficientes

de Tarragona, Barcelona, Valência e Castellón com

e de maior abrangência do que as realizadas indivi-

a influência das suas atividades nestas zonas e nou-

dualmente, pois a maior parte das matérias-primas

tras próximas como Aragão ou Navarra.

provém dos mesmos fornecedores, locais e lotes

A Qualimac recolhe amostras com uma sonda auto-

onde compram outros fabricantes da mesma área

mática propriedade do sistema utilizada por inspe-

de influência, como tal, unir esforços nesta área é

tores independentes. As amostras são analisadas

do interesse de todos os utilizadores.

em laboratórios externos e credenciados e os resul-

“TEORIA DAS MARÉS” Não é adequado pensar que um fabricante possa

tados são distribuídos online. A QUALIMAC representa 90% da produção de alimentos compostos para animais na Catalunha.

diferenciar-se de outro por ter alimentos compostos para animais “mais seguros”, uma vez que a presença de alimentos compostos para animais “inseguros” na cadeia alimentar poderia levar a um alerta alimentar ou a uma deterioração da imagem do setor, o que

26 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

afetaria todos fabricantes. Daí, o nome teoria das

GALIS, O SISTEMA GALEGO

marés, se o nível do mar baixar, todas as embarca-

O próximo sistema a ser lançado foi por iniciativa

ções, grandes, médias ou pequenas, irão ao fundo.

dos fabricantes galegos que, após a crise da BSE

Por todos estes motivos, o principal objetivo destes

em 2001, viram a sua imagem prejudicada e uniram

sistemas é impedir a entrada de matérias-primas

forças para lançar e desenvolver o sistema deno-

que não cumpram a legislação sobre segurança

minado GALIS (Galicia Safe Food).


A L IAME L I ME N TAÇÃO N TAÇÃO A N IAMNAI M L A |L | 2 7


ALIMENTAÇÃO ANIMAL SEGURANÇA ALIMENTAR

O GALIS analisa atualmente cerca de 950 amostras por ano, representativas dos diferentes navios que chegam aos portos e armazéns da Galiza, e que são recolhidas pelo seu próprio pessoal através de um veículo guindaste adaptado para a recolha de amostras em camiões. Da mesma forma, utiliza uma sonda de amostragem automática no Porto Exterior de Punta Langosteira (Corunha). Paralelamente, possuem um plano de envio de amostras das fábricas do sistema de matérias-primas que não provêm de importação (amostras de origem nacional).

SEGACYL, O SISTEMA CASTELHANO O sistema dos fabricantes de Castela e Leão (CeL) tem a particularidade de atuar sobre uma grande dispersão de fornecedores locais, uma vez que é a região produtora de cereais mais importante de Espanha e apenas 20% das matérias-primas que utiliza provém de portos. O sistema foi criado em colaboração com a

O GALIS dispõe de uma rede de laborató-

administração competente daquela região,

rios externos para diversas análises, mas

descarrega os dados obtidos nos diferen-

também de um laboratório próprio para a

tes autocontrolos realizados pelos fabri-

realização de testes rápidos de análise de

cantes do sistema numa base comum para

contaminantes (kits de análise rápida de

que seja visualizada por todos e ainda

micotoxinas) e testes rápidos de medição

com os controlos realizados pelo sistema

de qualidade (NIR). Todos os resultados

nas fábricas. O SEGACYL é auditado pela

são distribuídos através de uma aplicação

própria administração, incluindo a fiscali-

online de acesso restrito que possui diver-

zação oficial, e a própria administração,

sas funcionalidades de consulta e proces-

nas suas ações de fiscalização, valoriza

samento de dados.

positivamente as fábricas que pertencem

Atualmente este sistema oferece tanto os

ao sistema.

seus serviços de segurança alimentar como

O SEGACYL representa 92% dos fabrican-

outros relacionados com a mesma (testes

tes de CeL e recolhe dados de cerca de 600

de CQ, análises NIR, amostragem específica,

amostras/ano.

planos HACCP,...) nas regiões da Galiza (prin-

Criado em 2019, o sistema SICALIA recebe amostras das fábricas para análise posterior em laboratórios externos. Os resultados são partilhados com os restantes fabricantes de sistemas através de um site online. Em 2022, conseguiu dinamizar a sua plataforma digital com fundos europeus através de um grupo operacional e, atualmente, os fabricantes recebem notificações em tempo real nos seus telemóveis caso sejam detetados incidentes ou não conformidades nas matérias-primas analisadas. O SICALIA representa cerca de 65% da produção de alimentos compostos para animais da Andaluzia e analisa uma média de 550 amostras por ano.

QUALIACA, O SISTEMA PORTUGUÊS O sistema português foi criado com base nas premissas do sistema GALIS implementado na Galiza. Conta com a colaboração da Admi-

cipal área de influência), Astúrias, Cantábria

nistração (DGAV) tanto na amostragem como

e Norte de Portugal.

nas análises realizadas, que são partilhadas

O GALIS representa 96% da produção de

com todos os operadores do setor através

alimentos compostos para animais na Galiza,

do site da DGAV.

cerca de 50% da produção nas Astúrias e 45% na Cantábria.

SICALIA, O SISTEMA ANDALUZ

PIENSA Q, O SISTEMA DA REGIÃO DE MÚRCIA

O QUALIACA representa 16% das matérias-primas importadas de países terceiros, com destaque para o bagaço de soja (53%) e o

Criado em 2014, o sistema PIENSA Q recolhe

milho (17%).

amostras de navios e armazéns portuários ratório credenciado. As amostras também

DIFERENTES REGIÕES, DIFERENTES SOLUÇÕES

são analisadas numa rede de laboratórios

Como se vê no resumo dos diferen-

externos e os seus resultados são divulgados

tes sistemas, cada região deve adaptar

O sistema basco de segurança alimentar

num site para consulta.

as suas atividades de controlo às condi-

recolhe cerca de 189 amostras provenientes

Avisos rápidos de alerta são enviados

ções intrínsecas do referido território.

exclusivamente das fábricas dos seus clientes.

via telemóvel aos associados e aderen-

Dependendo das fontes de abastecimento

As amostras são analisadas em laboratórios

tes quando ocorre algum incidente ou não

(portos ou armazéns interiores), do consumo

externos e os seus resultados distribuídos

conformidade, assim como informações

de matérias-primas (mais ou menos análise),

em formato online através de um site de

aos associados dos navios que chegam

do número de fabricantes, do financiamento

acesso restrito.

mensalmente ao porto e as suas análises

obtido, etc., lançam-se diferentes versões

O APLIKA EPEA representa 89% da produ-

realizadas.

do mesmo sistema, cujo objetivo é evitar a

ção de alimentos compostos para animais

O PIENSA Q representa 80% da produção de

entrada na cadeia de produtos não confor-

do País Basco.

alimentos compostos para animais de Múrcia.

mes ou insalubres.

através da colaboração externa de um labo-

APLIKA EPEA, O SISTEMA BASCO

28 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL


AÇÕES COORDENADAS FISAP O FISAP (Fórum Ibérico de Segurança Alimentar) tem vindo a realizar reuniões regulares em diferentes territórios com vista a coordenar as diferentes atividades realizadas nos diferentes sistemas, assim como o estabelecimento de uma rede de alerta partilhada entre todos os sistemas FISAP. Os sistemas não verificam apenas o cumprimento dos critérios e níveis máximos definidos na legislação europeia para substâncias indesejáveis, mas dão um passo além acordando, conjuntamente entre os sistemas FISAP, os critérios microbiológicos e de níveis de micotoxinas em matérias-primas unificados e mais restriti-

matérias-primas, quer através da implementação de iniciativas dos seus próprios fabricantes, quer através da extensão dos serviços de algum sistema ativo nas referidas regiões. Da mesma forma, esperamos que a médio prazo a Península Ibérica tenha um sistema

vos do que aqueles definidos pela Europa com

de coordenação central entre as Comunidades

vista a prevenir ainda mais a possível presença

Autónomas de Espanha (através da CESFAC) e

de contaminantes na cadeia alimentar.

de Portugal (através da IACA), fechando assim

DESAFIOS PARA O FUTURO

o controlo em toda a península. Em linha com o exposto, prevê-se a criação

Entre as futuras ações do FISAP estão a pro-

de um procedimento de Alerta Rápido para

moção de sistemas nas Comunidades Autóno-

a Península Ibérica em colaboração com as

mas onde estes serviços não existem, para que

administrações de ambos os países, com um

todas as Comunidades Autónomas de Espanha

plano eficaz de comunicação e gestão de pos-

tenham programas setoriais de controlo de

síveis alertas que possam ocorrer.

A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO

ATUALIZAÇÃO DA PALADIN 2000 A Andritz criou um pacote com upgrades para a peletizadora Paladin 2000. Os upgrades disponíveis são: troca da configuração de 2 para 3 rolos, com opção de ajuste automático dos rolos e opção

Este sistema funciona através de ligações mecânicas (figura 2) e necessita de uma unidade de hidráulica para funcionar. Tem uma faixa de operação entre os 0-6mm de ajuste.

de controlo de deslizamento dos rolos; aumento da potência dos motores e o sistema de troca rápida de matriz. A configuração de 3 rolos (figura 1) permite obter pellets com melhor qualidade. Este sistema também permite em fórmulas com alto teor de fibra um aumento da qualidade e do PDI em 2-5% (Pellet Durability Index ou Índice de durabilidade do pellet). Figura 2 – Sistema de ligação do ajuste automático de rolos

O controlo de deslizamento de rolos (RSC – Roll slip control) deteta o deslizamento entre os rolos e a matriz e envia sinais ao sistema de controlo que por sua vez pode: • R etrair os rolos e evitar a abertura da válvula anti-atascanço (apenas no caso de também ter o upgrade do ajuste automático de rolos); Figura 1 – Sistema de 3 rolos

Esta configuração permite aumentar a quantidade de material prensado em 33%, com um aumento médio do PDI em 1-2%, originando 4% menos finos

• Ativar um alarme. Este controlo contribui para um aumento de ren-

energia e tempo. Isto permite um retorno finan-

dimento entre 2-5% com menos paragens efetua-

ceiro em menos de um ano.

das. Além disso permite detetar precocemente os rolos e matrizes desgastadas.

Automatic Roller Adjustment) para a peletizadora

O upgrade do controlo de deslizamento con-

Paladin 2000 permite que diferentes distâncias

siste em:

sejam definidas entre a matriz e os rolos. Isto permite aos fabricantes de ração a capacidade de selecionar a distância perfeita entre o rolo e a matriz para diferentes fórmulas numa única peleti-

• Bobinas montadas nos veios de suporte dos rolos; • Magnético montado nos rolos;

zadora, garantindo um produto de maior qualidade

• Cablagem, anel deslizante e caixa de distri-

e mais estável, incluindo uma gama mais ampla de

buição;

subprodutos.

• Caixa de junção separada com terminais e

O ajuste automático permite um arranque rápido

transmissor;

e suave com os rolos retraídos e durante o fun-

• Conversor de sinal e software.

cionamento constrói/ cria uma camada na matriz aumentando o tempo de retenção.

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

• Parar o alimentador e/ ou condicionador;

/ reprocessamento e com um menor consumo de

O sistema de ajuste automático dos rolos (ARJ –

30 |

• Ativar a vávula anti-atascanço;

O aumento de potência em 25% trocando os 2 motores de 160kW para 200kW permite um

Aquando da paragem normal ou forçada os rolos

aumento da capacidade em 25% (mais de 23

retraem e limpam a matriz.

ton/h) e da qualidade/ PDI do pellet.


Existem também alterações na transmissão da potência (figura 3), com a alteração das correias Optibelt Red Power para Blue Power.

Este sistema permite ao operador fazer a troca da matriz numa posição ideal de trabalho de forma segura, rápida (aprox. 20 minutos), utilizando ferramentas elétricas (figura 4).

Figura 5 – Anel intermédio e anel de desgaste Figura 3 – Transmissão Paladin 2000

O upgrade da troca rápida da matriz, que permite reduzir os tempos de troca em cerca de 50%, foi desenvolvido pela Andritz através do conceito que existe nos modelos da série FeedMax G/ PM.

Figura 4 – Troca de matriz com ferramenta elétrica

As alterações necessárias para este upgrade são apenas a introdução de um anel de montagem intermédio e um anel de desgaste adicional, como podemos observar na figura 5.

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1

30/05/23

Os benefícios operacionais e de processo tangíveis que os clientes podem esperar destes upgrades, incluem melhor qualidade do pellet, maior capacidade e melhor utilização de energia com um conjunto durável, versátil e simples de operar.

11:03

A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

|

31


ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO

EFEITOS DE DIFERENTES DOSES DE SUPLEMENTAÇÃO MULTIENZIMÁTICA NO DESEMPENHO DE CRESCIMENTO, PH E MORFOLOGIA DUODENAL E CARACTERÍSTICAS DA CARCAÇA EM FRANGOS DE CARNE ALIMENTADOS COM DIETAS COM REDUÇÃO CRESCENTE DE ENERGIA Mosaad Hashim1, David Gonzalez-Sanchez2,*, Alexandra Wealleans2, Mohamed Abdelkader2, Salah Abdel Rahman El – Safty1,3, Abdel Rahman Y. Abdelhady1,3 Applied Feed Research House (AFRH), Egipto 2 Kemin Animal Nutrition and Health, Bélgica 3 Department of Poultry Production, Faculty of Agriculture, Ain Shams University, Egipto * Autor para quem a correspondência deve ser endereçada. 1

Este artigo é um resumo do artigo publicado na

foram melhores (p < 0,05) para os frangos de carne do

revista Animals MDPI em 21 de julho de 2023 (https://

grupo CN1+KZP300 em comparação com os do grupo

doi.org/10.3390/ani13142378)

CN1, CN2 e CN2+KZP500, e aves CP semelhantes (p >

Resumo

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

melhor (p < 0,05) peso corporal final e eficiência ali-

O custo da ração representa cerca de 70% dos custos

mentar em relação ao CN1 e CN2. A altura das vilosi-

totais de produção na produção de frangos de carne e

dades foi superior (p<0,05) para CP e CN1+KZP300 em

encontrar estratégias para os reduzir tem uma impor-

comparação aos restantes tratamentos. A profundi-

tância crucial para alcançar uma rentabilidade susten-

dade de cripta foi superior (p<0,05) para CN1 e CN2

tável. Entre outras estratégias para reduzir o custo da

em comparação com CN1+KZP300. A suplementação

ração, a utilização de carboidrases e proteases tem

de KZP nas dietas CN1 e CN2 reduziu (p < 0,05) a %

sido largamente implementada em muitas operações

de gordura abdominal. Este estudo demonstra que a

avícolas em todo o mundo. Na produção de frangos

suplementação de KZP em dietas com redução de

de carne, a utilização destas enzimas pode melhorar

energia melhorou o desempenho em frangos de carne.

o desempenho e pode ser complementada para redu-

Palavras-chave: multienzima; NSP; frangos de carne;

zir o custo energético com o objetivo de melhorar a

carboidrase; protease; custo da ração; morfologia

rentabilidade geral. Além disso, também podem trazer

intestinal; características da carcaça

benefícios para algumas características da carcaça. O

32 |

0,05). As aves do grupo CN1+KZP500 apresentaram

presente estudo tem como objetivo avaliar os efeitos

Material e métodos

da suplementação com diferentes doses de um com-

Um teste de 35 dias foi conduzido na Unidade de

plexo multienzimático (KZP) que contém carboidrases

Investigação de Frangos de Carne da AFRH (Applied

e uma protease no desempenho de crescimento, pH e

Feed Research House Evaluation & Innovation), no

morfologia duodenal e características da carcaça em

Egito. Todos os procedimentos experimentais esta-

frangos de carne alimentados com dietas cada vez mais

vam de acordo com as práticas comerciais e foram

reduzidas em energia. Mil e duzentos pintos de carne

aprovados pela comissão de ética em investigação

com um dia de idade foram alocados a cinco tratamen-

e cuidado de animais experimentais da comissão do

tos dietéticos com oito repetições de 30 aves cada:

setor agrícola da Universidade Aims Shams (aprova-

(CP) uma dieta de controlo positivo formulada para

ção n.º 5-2023-1).

satisfazer necessidades nutricionais de Arbor Acres;

Um total de 1.200 pintos de carne fêmeas Arbor Acres

(CN1) dieta de controlo negativo reformulada para 80

com um dia de idade (45,13 ± 0,91 g na eclosão) foram

kcal/kg menor energia metabolizável aparente (EMA)

provenientes de uma incubadora comercial. As aves

em comparação com o CP; (CN2) dieta de controlo

foram alocadas aleatoriamente a cinco tratamentos

negativo reformulada para 120 kcal/kg menor EMA

dietéticos com 240 aves cada: uma dieta de controlo

em relação ao CP; (CN1+KZP300) um CN1 suplemen-

positivo formulada para satisfazer as necessidades

tado com 300 g/t de KZP; e (CN2+KZP500) um CN2

nutricionais (CP) de Arbor Acres; dieta de controlo

suplementado com 500 g/t de KZP. O desempenho de

negativo reformulada para 80 kcal/kg menos do

crescimento foi medido ao longo do estudo. Aos 35

que a energia metabolizável aparente (EMA) do

dias, 10 aves por tratamento foram selecionadas alea-

CP (CN1); dieta de controlo negativo reformulada

toriamente e eutanasiadas para avaliação das carac-

para 120 kcal/kg menos do que a EMA do CP (CN2);

terísticas da carcaça e foram recolhidas amostras do

dieta CN1 suplementada com 300 g/t de KZP (CN1 +

duodeno para exame morfológico e nível de pH. O peso

KZP300); e um CN2 suplementado com 500 g/t de

corporal médio final e a taxa de conversão alimentar

KZP (CN2 + KZP500). O complexo multienzimático


A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

|

33


ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO

utilizado neste estudo foi o KEMZYME Plus dry (Kemin Europa NV, Herentals, Bélgica), que se baseia em Endo-1,4-beta-xilanase 35.000 U/g, Endo-1,3(4)-beta – glucanase 2350 U/g, Endo-1,4-beta-glucanase 18.000 U/g, Alfa-amilase 400 U/g e Bacilolisina 1700 U/g. A experiência foi realizada em 40 baias no chão (réplicas) de 2 m2 (densidade populacional de 15 pintos/m2). Cada grupo continha 8 réplicas de 30 frangos alojados juntos como unidade experimental. As réplicas foram homogeneizadas para fornecer pesos corporais (PC) semelhantes (p > 0,1) no início para os diferentes grupos. Durante a experiência, todos os frangos foram criados em camas de serradura. Todos os dias, a temperatura e a ventilação do edifício eram monitorizadas e ajustadas de acordo com as diretrizes da raça. A luz natural e as lâmpadas fluorescentes colocadas por cima das baias forneceram um programa de iluminação consistente (0–3 dias, 24 horas/luz; 4–7 dias, 23 horas/ luz; e 8-idade final, 20 horas/luz). Forneceu-se dieta à base de milho e soja às aves. O programa alimentar consistiu em três fases: uma dieta inicial entre os dias 0 e 14, uma dieta de crescimento entre os dias 14 e 28 e uma dieta de finalização entre

os dias 28 e 35. A dieta inicial foi fornecida sob a forma esfarelada e as dietas de crescimento e de finalização foram fornecidas sob a forma peletizada. As condições de peletização (<60 °C) foram aceitáveis para a estabilidade térmica de todas as enzimas. A ração e a água foram fornecidas ad libitum durante todo o estudo. A composição dos ingredientes e os perfis nutricionais das dietas são apresentados na Tabela 1. 2.2. Avaliação de desempenho de crescimento Todas as aves foram pesadas individualmente após a sua chegada da incubadora e nos dias 14, 28 e 35. Para fornecer dados ao nível da baia calculou-se a média dos pesos corporais individuais. Para determinar a ingestão de ração (IR) e a taxa de conversão alimentar (TCA), pesaram-se os sacos de ração e toda a ração restante nos comedouros. Registou-se a mortalidade diária por baia. As aves foram abatidas no dia 35. 2.3. Características da carcaça Um total de 10 aves com peso vivo médio de 2.000 g foram selecionadas e abatidas para avaliação das características da carcaça. Este protocolo de seleção foi conduzido para evitar a criação de diferenças potenciais no rendimento de carcaça por diferenças no peso vivo final.

Tabela 1. Ingredientes e composição de nutrientes das dietas experimentais. 0–14 dias (Inicial)

14–28 dias (Crescimento)

28–35 dias (Finalização)

Ingredientes (g/kg)

CP

CN1 1

CN2 1

CP

CN1 1

CN2 1

CP

CN1 1

CN2 1

Milho

584,00

586,02

562,52

649,21

636,29

621,10

701,83

680,95

669,78

Bagaço de soja , 46% CP

343,13

361,92

356,64

251,92

310,39

306,66

179,74

254,08

254,92

Óleo de soja

10,00

2,00

2,00

10,00

6,92

5,99

15,00

15,00

13,20

Glúten feed de milho, 60% CP

23,72

10,00

10,00

50,33

10,00

10,00

63,37

12,64

10,00

Carbonato de Cálcio

11,65

12,81

12,93

11,39

11,10

11,18

12,07

11,70

11,75

Farinha forrageira de trigo

-

-

29,37

-

-

20,00

-

-

15,00

Fosfato monocálcico

11,09

11,00

10,63

10,31

10,07

9,82

9,92

9,62

9,41

Cloreto de Sódio

1,76

1,92

1,85

1,45

1,95

1,90

1,14

1,77

1,77

Bicarbonato de Sódio

2,43

2,57

2,24

2,86

2,16

2,19

3,32

2,42

2,40

L-Lisina HCl

3,89

3,39

3,44

4,83

3,30

3,33

5,82

3,87

3,80

DL-Metionina

3,57

3,67

3,66

2,94

3,25

3,24

2,86

3,25

3,27

L-Treonina

1,16

1,10

1,12

1,16

0,97

0,99

1,33

1,10

1,10

Pré-mistura vitamínico-mineral

3,00

3,00

3,00

3,00

3,00

3,00

3,00

3,00

3,00

Betaína

0,25

0,25

0,25

0,25

0,25

0,25

0,25

0,25

0,25

Fitase

0,10

0,10

0,10

0,10

0,10

0,10

0,10

0,10

0,10

LYSOFORTE EXTEND

0,25

0,25

0,25

0,25

0,25

0,25

0,25

0,25

0,25

Custo da ração (EUR/t) 2

425,8

416,7

414,3

414,7

404,5

402,2

407,0

397,1

394,0

-9,1

-11,5

-10,2

-12,5

-9,9

-13,0

Diferença de custo vs. CP (EUR/t)

Composição calculada de nutrientes (%, com base na alimentação)

1

Matéria seca

87,68

87,56

87,56

87,68

87,56

87,54

87,72

87,62

87,59

ME, kcal/kg

2900

2820

2780

3000

2920

2880

3100

3020

2980

Proteína bruta

22,65

22,65

22,65

20,5

20,5

20,5

18,5

18,5

18,5

Gordura bruta

3,70

2,92

2,92

3,84

3,50

3,42

4,43

4,38

4,21

Fibra bruta

3,08

3,17

3,36

2,73

2,99

3,12

2,46

2,77

2,89

Lisina SID

1,32

1,32

1,32

1,20

1,20

1,20

1,10

1,10

1,10

SID-Metionina

0,68

0,68

0,68

0,60

0,60

0,60

0,58

0,58

0,58

SID-Metionina + cisteína

0,96

0,96

0,96

0,87

0,87

0,87

0,82

0,82

0,82

SID Treonina

0,81

0,81

0,81

0,73

0,73

0,73

0,67

0,67

0,67

SID Arginina

1,32

1,33

1,33

1,10

1,20

1,20

0,91

1,05

1,05

SID Triptofano

0,22

0,23

0,23

0,19

0,20

0,20

0,15

0,17

0,17

Ca

0,95

0,95

0,95

0,85

0,85

0,85

0,85

0,85

0,85

Fósforo digerível

0,48

0,48

0,48

0,45

0,45

0,45

0,43

0,43

0,43

Na

0,15

0,15

0,15

0,14

0,14

0,14

0,14

0,14

0,14

Cl

0,22

0,22

0,22

0,22

0,22

0,22

0,22

0,22

0,22

ara criar os tratamentos experimentais, adicionou-se uma multienzima composta por xilanase, β-glucanase, celulase, amilase e protease em detrimento do milho da P seguinte forma: CN1 + KZP300, 300 mg/kg (Endo-1,4-beta-xilanase 10.500 U/kg, Endo-1,3(4)-beta-glucanase 705 U/kg, Endo-1,4-beta-glucanase 5400 U/kg, Alfa-amilase 120 U/kg e Bacilolisina 510 U/kg; CN2 + KZP500, 500 mg/kg (Endo-1,4-beta-xilanase 17.500 U/kg, Endo-1,3(4) – beta-glucanase 1175 U/kg, Endo-1,4-beta-glucanase 9000 U/kg, Alfa-amilase 200 U/kg e Bacilolisina 850 U/kg, 2 Milho: 0,285 EUR/kg; Bagaço de soja, 46% PB: 0,550 EUR/kg; óleo de soja: 1 EUR/kg; glúten feed de milho, 60% PB: 0,850 EUR/kg; L-Lisina HCl: 1,2 EUR/kg; DL-Metionina: 4 EUR/kg; L-Treonina: 1,6 EUR/kg; farinha forrageira de trigo: 0,260 EUR/kg.

34 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL


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35


ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO

Após o abate e sangria dos frangos, retiraram-se as penas, as carcaças

ticas, as diferenças foram consideradas significativas quando p < 0,05;

foram cuidadosamente evisceradas e cada carcaça foi pesada. O peito

p < 0,1 foi considerado para indicar uma tendência quase significativa.

inteiro com asas e coxas, sobrecoxas e gordura abdominal foram retirados da carcaça e pesados individualmente. O fígado, moela, coração,

3. Resultados

baço e bolsa também foram pesados individualmente. As caracterís-

3.1. Desempenho de crescimento

ticas da carcaça foram expressas em percentagem do peso de abate.

A Tabela 2 apresenta os resultados de desempenho por período de

2.4. pH e morfologia duodenal

alimentação e geral (0 a 35 dias). A mortalidade foi considerada baixa

No dia 35, 10 aves por tratamento foram selecionadas aleatoriamente e eutanasiadas e recolheram-se amostras duodenais do piloro até à parte distal da alça duodenal para exame morfológico e determinação do nível de pH. Antes do esvaziamento da digesta, mediu-se o pH do duodeno em amostras triplicadas utilizando um medidor digital de pH. O valor médio obtido de três medições por ave foi utilizado para análise estatística. Examinaram-se imagens geradas por computador das amostras quanto a alterações morfométricas na altura das vilosidades e na profundidade de cripta, usando uma câmara digital com um software de análise de imagem associado ligada a um microscópio digital. Realizaram-se duas medições de altura de vilosidades (AV) e profundidade de criptas (PC) em cada lâmina, e os valores médios dessas medidas foram utilizados para análise estatística. A relação altura das vilosidades/profundidade de cripta (AV:PC) para cada réplica foi calculada a partir da medição média. 2.5. Análise estatística Os dados são apresentados como erros padrão da média global (EPM) e foram analisados na plataforma Fit Model do JMP 15 (SAS Institute, Cary, NC, EUA) tendo a dieta experimental como fator principal. A baia

(<5%) e não diferiu entre os diferentes tratamentos. No dia 28, os frangos de carne do grupo CN1 + KZP300 estavam mais pesados (p < 0,05) em comparação com aqueles dos grupos de tratamento CN1, CN2 e CN2 + KZP500, e não se encontrou qualquer diferença (p > 0,05) quando foram comparados com as aves do grupo CP. Entre os dias 14 e 28, os frangos de carne dos grupos CP, CN1 + KZP300 e CN2 + KZP500 estavam mais pesados (p < 0,05) e apresentaram melhor TCA (p < 0,05) em comparação com os frangos de carne dos grupos CN1 e CN2. Entre os dias 28 e 35, os frangos de carne do grupo NC2 + KZP500 apresentaram maior IR (p < 0,05) em comparação com as aves dos grupos CN1 + KZP300 e CP, e não se encontrou qualquer diferença (p > 0,05) em relação às aves dos grupos CN1 e dos grupos CN2. O GPC médio dos frangos de carne do grupo CN1 + KZP300 foi ainda significativamente superior em comparação com os grupos CN1 e CN2 (p < 0,05), embora não tenha sido diferente (p > 0,05) dos grupos CP e CN2 + KZP500. As TCA foram melhores para os frangos de carne dos grupos CN1 + KZP300 (p < 0,05) e CP em comparação com os frangos dos grupos CN1, CN2 e CN2 + KZP500. As taxas de conversão dos frangos de carne dos grupos CN1 e CN2 + KZP500 foram melhores (p < 0,05) em comparação com

foi considerada a unidade experimental para desempenho, caracterís-

o CN2. Aos 35 dias, o PC final foi superior (p < 0,05) para os frangos

ticas da carcaça, pH e morfologia duodenal. Nenhum dado atípico foi

de carne do grupo CN1 + KZP300 em comparação com os dos grupos

identificado ou excluído do conjunto de dados. As médias foram com-

CN1, CN2 e CN2 + KZP500 e não foi diferente (p > 0,05) em comparação

paradas com recurso ao teste de Tukey. Em todas as análises estatís-

com as aves do CP. A IR não foi diferente (p > 0,05) entre tratamentos. A

Tabela 2. Efeitos da suplementação dietética de KZP no desempenho de crescimento de frangos de carne em cada grupo experimental, medidos em diferentes etapas de crescimento. CP

CN1

CN2

CN1 + KZP300

CN2 + KZP500

SEM

Valor-p

PC d0, kg

0,046

0,045

0,045

0,045

0,045

0,0003

0,7743

PC d14, kg

0,550

0,536

0,531

0,536

0,523

0,0068

0,0963

BW d28, kg

1,565ab

1,438c

1,416c

1,581a

1,535b

0,0110

<0,001

BW d35, kg

2,077

ab

c

1,921

d

1,872

a

2,098

b

2,047

0,0111

<0,001

GPC 0–14, kg

0,505

0,491

0,486

0,491

0,478

0,0069

0,1121

b

b

a

BWG 14–28, kg

1,015

0,902

0,885

1,046

1,013

0,0089

<0,001

BWG 28–35, kg

0,511ab

0,483bc

0,456c

0,516a

0,512ab

0,0073

<0,001

BWG 0–35, kg

2,031ab

1,876c

1,827d

2,053a

2,002b

0,0112

<0,001

FI 0–14, kg

0,595

0,589

0,593

0,584

0,574

0,0072

0,2896

a

a

FI 14–28, kg

1,521

1,511

1,488

1,543

1,505

0,0141

0,1046

FI 28–35, kg

0,836b

0,855ab

0,867ab

0,832b

0,890a

0,0123

0,0134

FI 0–35, kg

2,952

2,955

2,948

2,960

2,970

0,0185

0,9284

TCA 0–14

1,180

1,200

1,220

1,190

1,204

0,0100

0,0917

FCR 14–28

b

1,500

a

1,676

a

1,682

b

1,478

b

1,487

0,0090

<0,001

FCR 28–35

1,640c

1,768b

1,900a

1,613c

1,742b

0,0136

<0,001

TCA 0–35

1,421d

1,538b

1,574a

1,412d

1,452c

0,0048

<0,001

CP: dieta de controlo positivo formulada para satisfazer as necessidades nutricionais de Arbor Acres; CN1: dieta de controlo negativo reformulada para 80 kcal/kg inferior à EMA do CP; CN2: dieta de controlo negativo reformulada para 120 kcal/kg inferior à EMA do CP; CN1+KZP300: CN1 suplementado com 300 mg/kg de KZP; CN2+KZP500: CN2 suplementado com 500 mg/kg de KZP. EPM: erro padrão da média (geral), n = 8 repetições por tratamento (30 aves por réplica). PC: peso corporal; GPC: ganho de peso corporal; IR: ingestão de ração; TCA: taxa de conversão alimentar. a–c Valores com sobrescritos diferentes na mesma linha foram significativamente diferentes (p < 0,05).

3 6 | |A LIMEN ALIMEN TAÇÃO TAÇÃO AN IM ANAL IMAL


Tabela 3. Efeito da suplementação dietética de KZP nas características da carcaça selecionadas e nos rendimentos (expressos como percentagem do peso de abate) de frangos de carne em cada grupo experimental.

Preparação 1, %

CP

CN1

CN2

CN1 + KZP300

CN2 + KZP500

SEM

Valor-p

74,56

74,01

72,14

75,29

75,20

0,1984

0,513

Peito , %

32,22

31,75

30,02

31,55

31,14

0,1300

0,241

Coxa 3, %

16,61ab

16,00b

15,95b

17,03a

16,70a

0,0937

0,010

2

Sobrecoxa 3, %

8,67

8,15

8,07

8,90

8,77

0,0958

0,425

Gordura abdominal, %

1,33a

1,29a

1,17b

1,18b

1,08c

0,0496

0,040

Fígado, %

2,32

2,38

2,33

2,52

2,50

0,0660

0,244

Moela, %

0,96

1,09

0,89

0,90

1,00

0,0188

0,152

Coração, %

0,31

0,32

0,33

0,37

0,36

0,0039

0,363

Baço, %

0,07

0,08

0,06

0,08

0,06

0,0023

0,203

Bolsa, %

0,06

0,05

0,05

0,08

0,05

0,0025

0,452

CP: dieta de controlo positivo formulada para satisfazer as necessidades nutricionais de Arbor Acres; CN1: dieta de controlo negativo reformulada para 80 kcal/kg inferior à EMA do CP; CN2: dieta de controlo negativo reformulada para 120 kcal/kg inferior à EMA do CP; CN1+KZP300: CN1 suplementado com 300 mg/kg de KZP; CN2+KZP500: CN2 suplementado com 500 mg/kg de KZP. EPM: erro padrão da média (geral), n = 10 aves por tratamento. 1Carcaça eviscerada (com pescoço e gordura abdominal) 2Com asas, pele e ossos. 3Com pele e ossos. a–c Valores com sobrescritos diferentes na mesma linha foram significativamente diferente (p < 0.05).

4. Conclusões

TCA foi significativamente reduzida nos frangos dos grupos CP e CN1 + KZP300 (p < 0,05) em comparação com todos os outros tratamentos e significativamente melhor para o grupo CN2 + KZP500 em comparação com os grupos CN1 e CN2 (p < 0,05). Os frangos do grupo CN2 tiveram a pior TCA (p < 0,05) em comparação com todos os outros tratamentos. 3.2. Características da carcaça A Tabela 3 apresenta os resultados das características da carcaça. A avaliação das características da carcaça selecionada mostrou que a % de coxa das aves CN1 + KZP300 e CN2 + KZP500 foram superiores (p < 0,05) em comparação às dos frangos de carne CN1 e CN2 e não diferiram (p > 0,05) dos frangos de carne CP. A suplementação do KZP tanto na dieta CN1 como na CN2 reduziu (p < 0,05) a % de gordura abdominal. As aves do tratamento CN + KZP500 apresentaram menor (p < 0,05) % de gordura abdominal em comparação com todos os outros tratamentos. Não se detetaram diferenças (p > 0,05) para as restantes características da carcaça avaliadas. 3.3. pH e morfologia duodenal O impacto nas alterações morfométricas das vilosidades e no pH do duodeno das aves aos 35 dias, conforme tratamento, são apresentados na Tabela 4. A AV foi superior (p < 0,05) para os grupos CP e CN1 + KZP300 em comparação com os restantes tratamentos. A PC foi superior (p < 0,05) para os grupos CN1 e CN2 em comparação com o grupo CN1 + KZP300. A AV:PC foi superior (p < 0,05) para o grupo CN1 + KZP300 em comparação com os grupos CN2 + KZP500, CN2 e CN1 e não foi diferente em comparação ao CP. O pH foi superior (p < 0,05) para o grupo CN2 em comparação com todos os outros tratamentos.

As conclusões do presente estudo demonstram que a adição de uma multienzima composta por xilanase, β-glucanase, celulase, amilase e protease às dietas à base de milho e SBM com reduções na EM melhorou o GPC e a TCA e a morfologia duodenal e reduziu a deposição de gordura abdominal. Ambas as reduções dietéticas de EM (-80 e – 120 kcal/ kg) prejudicaram o GPC e a CA. A maior redução dietética de EM (-120 kcal/kg) reduziu o rácio CD:PC, aumentou o pH no duodeno e reduziu a deposição de gordura abdominal em comparação com uma dieta de controlo positivo mais energética. A redução dietética intermédia de EM (-80 kcal/kg) suplementada com 300 mg/kg de KZP não mostrou diferença no GPC, TCA, rácio AV:PC e pH duodenal e redução na deposição de gordura abdominal em comparação com a dieta de controlo positivo mais energética. Isto poderia traduzir-se em benefícios económicos substanciais para a produção industrial de frangos de carne. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS As referências bibliográficas podem ser encontradas no artigo original publicado na revista Animals MDPI (https://doi.org/10.3390/ ani13142378)

Tabela 4. Efeito da suplementação dietética de KZP no pH e morfologia duodenal de frangos de carne em cada grupo experimental. CP

CN1

CN2 b

1340,480

a

CN1 + KZP300

CN2 + KZP500

SEM

Valor-p

b

1296,048

a

1404,012

b

1320,151

14,327

<0,001

a

b

ab

Altura das vilosidades, μm

1430,635

Profundidade de cripta, μm

194,807

198,384

199,936

181,204

186,504

Rácio VH:CD

7,362

bc

6,785

6,509

pH

5,502b

5,435b

5,884a

a

ab

ab

c

3,848

0,0046

7,781

bc

7,098

0,158

<0,001

5,493b

5,469b

0,031

<0,001

a

CP: dieta de controlo positivo formulada para satisfazer as necessidades nutricionais de Arbor Acres; CN1: dieta de controlo negativo reformulada para 80 kcal/kg inferior à EMA do CP; CN2: dieta de controlo negativo reformulada para 120 kcal/kg inferior à EMA do CP; CN1+KZP300: CN1 suplementado com 300 mg/kg de KZP; CN2+KZP500: CN2 suplementado com 500 mg/kg de KZP. EPM: erro padrão da média (geral), n = 10 aves por tratamento. a–c Valores com sobrescritos diferentes na mesma linha foram significativamente diferente (p < 0,05).

A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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37


ALIMENTAÇÃO ANIMAL SPMA

SECÇÃO DE PRÉ-MISTURAS E ADITIVOS

XII JORNADAS DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL: ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS PARA A SUSTENTABILIDADE Contando com cerca de 150 participantes, as XII Jornadas de Alimentação Animal, organizadas pela SPMA/IACA no dia 21 de setembro, voltaram a ser o ponto de encontro incontornável da Indústria da Alimentação Animal no pós-férias. O evento teve como tema principal “Estratégias Nutricionais para a Melhoria da Sustentabilidade em Produção Animal”, refletindo a crescente importância da sustentabilidade no setor e o compromisso proativo da Indústria e da IACA em busca de soluções inovadoras para tornar a produção animal mais sustentável. Naturalmente que na próxima edição da Revista “Alimentação Animal” daremos o devido destaque a este evento. Como é habitual, um dos pontos altos do evento é a atribuição dos Prémios a personalidades que marcaram a Indústria da Alimentação Animal ou a IACA, pelo seu empenho, dedicação e entrega, estejam ou não em final de carreira.

38 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

Este ano, os Prémios foram entregues a Divanildo Monteiro, da UTAD, José Manuel Costa, da DGAV, ambos membros do conselho consultivo do FeedInov, e a Cristina de Sousa, dirigente da IACA de 2007 a 2022, e Presidente em dois Mandatos, de 2012 a 2017, simbolizando o singelo reconhecimento e Homenagem pelas suas contribuições para o setor. Para além de ser a primeira mulher a exercer estas funções na Indústria, a sua presidência ficou marcada por duas iniciativas estruturantes para a Associação: o QUALIACA e a alteração dos Estatutos, consolidando a abertura da IACA a outras atividades ligadas à alimentação animal.


ALGUMAS NOTAS SOBRE O SURVEY SOBRE O ALIMENTO MEDICAMENTOSOSO EM 2022 O estudo realizado este ano pela IACA revela, numa amostragem de 48 % da produção total dos seus Associados em 2022, uma quebra de 45,5% da produção de Alimentos Medicamentosos face ao ano anterior, sendo que o total de produção de Alimentos Medicamentosos representa no ano referido 3,5% do total da produção de alimentos compostos para animais face aos 6,4% em 2021 . • Esta redução de alimentos medicamentosos tem maior peso, no estudo realizado, em suínos ( – 57,4% versus 2021) sendo a redução em aves e coelhos respetivamente 33 e 30 %. • Estes dados estão em conformidade com o estudo realizado pela ApifVet , que numa base de parceria institucional partilhou com a IACA o estudo entretanto realizado, apresentando uma redução de 63% dos Antibióticos em Saúde Animal nos últimos 3 anos (2019-2022) com uma particular redução 52 % em 2022 versus o ano anterior. Importante salientar que o estudo da IACA monitoriza o fabrico

de Alimentos Medicamentosos e a ApifVet

Associados em 2022, uma redução de

monitoriza as vendas dos KAI (Kilograms

45,5% da produção de Alimentos Medi-

Active Ingedient) dos diferentes antibióticos.

camentosos versus o ano transato.

• No estudo da ApifVet os antibióticos veicu-

2. O antibiótico Colistina, considerado como

lados via Alimento Medicamentoso reduzi-

crítico no conceito One Health e sendo o

ram78% nos últimos 3 anos, representando

único antibiótico classificado na Categoria

a administração via Alimentos Medicamen-

B – Restringir, administrado via Alimento

tosos apenas 37 % do total do mercado dos

Medicamentoso, apresenta uma redução

antibióticos em Saúde Animal.

no Alimento Medicamentoso superior a

• No caso da Colistina, o único antibiótico crí-

79%, o que nos permite garantir que o

tico utilizado via Alimento Medicamentoso

objetivo de reduzirmos abaixo dos 5mg por

classificado pela AMEG/EMA com Classe

biomassa encontra-se totalmente alinhado.

B – Restringir, os Alimentos Medicados

3. Face aos dados recolhidos e com cruza-

com Colistina tiveram uma redução de

mento de informação de vendas dos Anti-

79,15% em 2022 face ao ano anterior, o

bióticos em Saúde Animal, a IACA está

que se encontra em linha com o estudo da

fortemente comprometida, e em parceria

ApifVet que apresenta uma baixa de 84%

com outros parceiros do setor, em contri-

de Polimixinas ( Colistina ) entre 2019-2022 .

buir positivamente para atingirmos uma

Em sumário:

redução de 50% no consumo de antibióticos em Saúde Animal como está definido

1. O estudo realizado pela IACA revela, numa

nas metas para 2030 no Pacto Ecológico

amostragem de 48% da produção dos seus

Europeu e na estratégia do Prado ao Prato.

RESUMO DO 46º COMITÉ DE PRÉ-MISTURAS E ALIMENTOS MINERAIS No passado dia 14 de setembro foi realizado,

2023/1455 relativo à autorização provisória

evitar custos administrativos ainda mais ele-

em formato virtual, o 46º Comité de Pré-mistu-

urgente de acetato de cobalto (II) tetra-hidra-

vados. Além disso, seriam evitadas quaisquer

ras e Alimentos Minerais. Este Comité preten-

tado, carbonato de cobalto (II), carbonato e

desvantagens competitivas para as empresas

deu dar continuidade aos temas já iniciados na

hidróxido (2:3) de cobalto (II) mono-hidratado

que apresentem atempadamente pedidos de

primeira reunião do ano, com especial enfoque

e sulfato de cobalto (II) hepta-hidratado como

extensão da aprovação, em comparação com

nas autorizações/renovações de autorização

aditivos em alimentos para ruminantes com

as empresas que não apresentem um pedido

de aditivos, bem como nas notificações aos

um rúmen funcional, equídeos e lagomorfos.

de extensão dentro do prazo e recebam uma

centros antiveneno, e ainda nas regras de

Ressalve-se, contudo, que o fim do período

aprovação de emergência para aditivos nutri-

transição para a utilização de vitamina B12.

de autorização é “logo que tenha sido tomada

cionalmente importantes.

No que se relaciona com o tema dos aditivos, e

uma decisão sobre a autorização do aditivo nos

Relativamente às notificações na plataforma

concretamente com os sais de cobalto 3b301,

termos do artigo 9º do Regulamento (CE) nº

europeia, PC-ECHA, como temos vindo a aler-

3b302, 3b303 e 3b305, a autorização de utili-

1831/2003 e, o mais tardar, em 14 de julho de

tar, a partir de 1 de janeiro de 2024, irão pas-

zação dos mesmos iria expirar em julho, consi-

2028”. Pese embora esta decisão, as Autorida-

sar a ser aplicados novos requisitos quanto às

derando que nenhum pedido de renovação tinha

des Alemãs, na reunião do SCoPAFF realizada a

informações a transmitir pelos importadores

sido submetido. Contudo, a FEFAC em coorde-

3 e a 4 de julho, levantaram uma questão sobre

e utilizadores a jusante que colocam mistu-

nação com a COPA/COGECA e com o apoio da

a abertura de um precedente com a concessão

ras no mercado classificadas como perigosas

FEFANA, iniciou uma ação junto da Comissão

desta autorização. De facto, estas Autoridades

devidos aos seus efeitos na saúde e devido aos

Europeia, reunindo informação comprovativa da

solicitaram à Comissão Europeia o estabele-

seus efeitos físicos. A FEFAC, inclusivamente,

importância destes sais na dieta, especialmente,

cimento de um sistema de precaução com os

organizou um webinar, dividido em várias ses-

de ruminantes de pastoreio. Nesta sequência,

stakeholders e com os Estados-membros por

sões, uma delas dedicada especificamente a

foi solicitada uma autorização temporária para

forma a prevenir não só a caducidade dos adi-

uma explicação passo a passo de como fazer

estes quatro sais, tendo a mesma sido conce-

tivos que desempenham um papel essencial

a submissão na referida plataforma. Cerca de

dida através do Regulamento de Execução (UE)

do ponto de vista nutricional, mas também

90% dos participantes deste webinar referiram A L I ME N TAÇÃO A N I M A L | 3 9


ALIMENTAÇÃO ANIMAL SPMA

nunca ter experimentado a plataforma PC-E-

atualmente, as submissões são feitas através

de vitamina B12 que não da estirpe mencionada

CHA. Ainda com respeito a este tema, a Euro-

do CIAV – Centro de Informação Antivenenos.

podem continuar a ser colocadas no mercado e

pean Chemicals Agency publicou uma divulga-

Um outro tema de destaque foi o da vitamina

utilizadas até 6 de julho de 2024; as pré-misturas

ção, em agosto de 2023, na qual consta a visão

B12. Algumas questões têm sido levantadas no

produzidas com vitamina B12 que não da estirpe

que se relaciona com as medidas transitórias na

mencionada podem continuar a ser colocadas

utilização de vitamina B12 que não produzida

no mercado e utilizadas até 6 de outubro de

por Ensifer adhaerens CNCM I-5541. De facto,

2024; e os alimentos compostos para animais

o Regulamento de Execução (UE) 2022/1249

e as matérias-primas para alimentação animal

autoriza a utilização de cianocobalamina pro-

produzidos com vitamina B12 que não da estirpe

duzida por Ensifer adhaerens CNCM I-5541 em

mencionada podem continuar a ser colocados

todas as espécies animais, sendo esta a única

no mercado e utilizados até 6 de julho de 2025.

estirpe que passou a ser permitida a partir de 9

Estes e outros temas continuarão a ser acom-

de fevereiro de 2023. Contudo, há que ressalvar

panhados e transmitidos aos nossos Associa-

a publicação do Regulamento de Execução (UE)

dos pelos vários canais de comunicação que a

tomado uma decisão final quanto a esta ser a

2023/1173 que retira do mercado determinados

IACA disponibiliza. Está previsto que a próxima

única plataforma de submissão (à semelhança

aditivos para a alimentação animal e que esta-

reunião se realize a 6 de março de 2024, em

de outros Estados-membro). Relembre-se que,

belece três medidas transitórias: as existências

regime presencial.

geral das decisões de cada Estado-membro relativamente à implementação do Anexo VIII do Regulamento (CE) 1272/2008 relativo à classificação, rotulagem e embalagem de substâncias e misturas, mais comumente conhecido como Regulamento CLP. Segundo a divulgação, Portugal está preparado para aceitar as notificações através da submissão no portal PC-ECHA, pese embora ainda não tenha

IN MEMORIAM FALECIMENTO DE GONÇALO PEIXOTO Cumpre-nos a triste notícia de informar o falecimento do Dr. Gonçalo Peixoto, antigo Administrador da TNA e reconhecido médico veterinário, destacando-se os seus conhecimentos, as posições frontais e verticais, “amigo do seu amigo”, que nunca nos deixou indiferentes. Também com ele muito aprendemos, na IACA e no Setor da Alimentação Animal, nos bons e nos momentos mais difíceis. Recordamos a sua participação, sempre ativa, nas reuniões da IACA e sobretudo na então Secção de Fabricantes de Pré-Misturas, da qual foi membro da Direção, de 2000 a 2005, tendo substituído Vitor Cabeleira na Presidência da Secção, cargo que exerceu com dignidade e na defesa dos seus ideais, que nunca abandonava. Que descanse em Paz. Jaime Piçarra

RECORDAR GONÇALO Conheci o Gonçalo Peixoto em 1976, portanto há 47 anos, quase meio século, na Escola Superior de Medicina Veterinária. Embora com feitios bem diferentes Algo nos aproximou: – Ambos fomos refugiados políticos da “ Abrilada “ no Brasil; O Gonçalo fora piloto da Força Aérea, nomeadamente piloto de helicóptero do General Kaúlza de Arriaga o que explica a sua passagem por aquele País. – Ambos comungávamos dos mesmos valores Políticos e Morais Volvido do Brasil resolve tirar o Curso de Medicina Veterinária; fomos colegas de curso e uma vez licenciados seguimos diferentes percursos. Trabalhava eu na Iberil / Zoon, o colega Carlos Madeira sai para trilhar novo caminho e, desafio o Gonçalo Peixoto para vir trabalhar comigo; aí partilhamos 3 anos juntos. 40 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

Mais tarde desafiei-o para fazermos Consultadoria em quatro fábricas de rações o que sucedeu durante 2 anos. Finalmente surge o Projecto TNA e foram mais 30 anos lado a lado. Foram 35 anos de labuta profissional que o Gonçalo Peixoto sempre desempenhou com Lealdade, Frontalidade e Empenho. Mas, onde o seu coração sempre falou mais alto, o que o fazia vibrar eram sobretudo os AVIÕES. Gonçalo: que na Vida Eterna pilotes o melhor dos melhores aviões. Luis Baptista FALECIMENTO GONÇALO PEIXOTO Pediram-me para escrever umas palavras para evocar a memória do Dr. Gonçalo Peixoto. É difícil. Difícil por muitas razões.

Além de Amigo e Colega, o Gonçalo foi sempre uma pessoa com quem contei. Sempre disponível e pronto a ajudar, mas também irredutível nas suas convicções pessoais e profissionais. Milhares de Quilómetros rodámos juntos em inúmeras viagens. Quando algo no campo corria menos bem, ou sempre que a nossa ajuda era solicitada. Muito aprendi sobre Veterinária, Nutrição, fábricas de rações, mas também sobre aviões, a sua enorme paixão. Várias vezes voámos juntos, com o Gonçalo aos comandos da sua “máquina voadora”. Aí tudo mudava. Aquela pessoa que há pouco chamei de irredutível transformava-se num Homem diferente, visível na suavidade natural dos seus gestos e no indescritível prazer que o avião e estes momentos lhe proporcionavam. Recordo com saudade todos os episódios que passámos juntos. Descansa em paz, Gonçalo. Até um dia. José João R. Sousa Nunes


IN MEMORIAM DE GONÇALO DA ROCHA PEIXOTO Pede-me o Jaime Piçarra que escreva sobre o Gonçalo. A ideia é muito boa, mas a tarefa não é fácil! Escrever sobre um Amigo não é fácil. Perdemos, ou corremos o risco de perder, a clareza de espírito necessária para sermos imparciais. Ainda assim, alinho (tento alinhar) alguns pensamentos sobre ele. O Gonçalo Não era um HOMEM “FÁCIL”. Mas tinha qualidades que hoje em dia poucas vezes encontramos entre os HOMENS! – ERA FIÁVEL – ERA JUSTO – ERA DIRETO – ERA DISPONÍVEL – ERA CORRETO A lista dos adjetivos aplicáveis a um HOMEM BOM, é infindável. Percebeu como realista que era, que os dias dele estavam acabando. Pediu à Teresa que me telefonasse para eu o poder ir visitar na quinta de que ele tanto gostava. Falámos (com grande dificuldade física para ele) durante horas! Voámos, como ele tanto gostava! Percebi que se estava a despedir. Partiu, poucos dias depois deste encontro. No CÉU, onde certamente estarás, continuarás a VOAR! Um abraço amigo do teu companheiro de algumas lutas Luís Capitão Valente

ETERNOS VOOS COMANDANTE Tive o privilégio de conhecer o querido amigo e mentor Gonçalo Peixoto logo no início da minha vida profissional e a honra de trabalhar ao seu lado todas as quartas-feiras durante 10 anos consecutivos. Criámos, desde logo, uma profunda relação de amizade e respeito profissional. Os seus vastos conhecimentos na Área da produção animal intensiva e a paixão com que defendia o nosso setor, principalmente nos momentos mais difíceis, era contagiante (embora, por vezes, as suas palavras tivessem a subtileza da dinamite...). Um apaixonado por África, Aviação e Alimentação Animal, conseguia captar a minha atenção horas a fio, entre sessões de formulação, o projeto TNA do qual foi um dos sócios fundadores e que deixou a sua marca na consultoria em nutrição animal e as suas 2 comissões como voluntário na Guerra Colonial em Moçambique.

Amigo do seu amigo, era com ironia que dizia “Sei, mas não digo. Tenho, mas não empresto”, contudo agia sempre de maneira oposta: com generosidade e conhecimentos, na busca de soluções para os desafios que iam surgindo. Recordo, com emoção, a maioria dos momentos que passámos juntos, desde os “de-briefings” das nossas reuniões matinais em Ferreira do Zêzere, à mesa com o Engº Nata, o Luis Guilherme, a Cristina e o Duarte Nascimento, até aos famosos concursos de Pequenos Produtores de vinhos na Adega do Sr. Manuel Ferreira (vinho de Pontével vs Ferreira do Zêzere), bem como os inesquecíveis passeios de avião que me proporcionou. Eternos voos Comandante Gonçalo da Rocha Peixoto. Tiago Grosso

Logística • Comercial • Imobiliário • Renováveis

IN MEMORIAM GONÇALO PEIXOTO Conheci o Gonçalo Peixoto há mais de 35 anos, ainda nos tempos da saudosa Faculdade de Medicina Veterinária nas Picoas, quando nos apoiava nas aulas práticas de clínica no banco de consultas externas. Mais tarde, agora enquanto profissional representante de uma empresa de saúde animal, voltei a relacionar-me com o Gonçalo quando do início do que veio a ser um dos maiores sucessos empresariais na área da nutrição animal, a TNA, então liderada por uma extraordinária equipa, da qual o Gonçalo fazia parte juntamente com o Dr. Luís Baptista, o Dr. Capitão Valente e a D. Elisabete. Relembro o Gonçalo, que agora infelizmente nos deixou, como uma pessoa de convicções fortes, assertivo, frontal, amigo do seu amigo, e sempre disponível quando solicitado. Tive o prazer de conviver com o Gonçalo em múltiplas situações e recordo o muito que tecnicamente também me ensinou. Lembro-me com um sorriso nos lábios, das suas histórias em África, enquanto piloto da Força Área e da sua incursão na aviação comercial. Infelizmente não vou poder continuar a ouvir as suas aventuras, mas deixa-me saudades o seu espírito crítico e acutilante. Obrigado Gonçalo, por teres partilhado comigo tantos e bons momentos! Até sempre! Rui Gabriel

Farinha de soja extrusada - Fullfat

Maizlac

Trigolac

60 anos ao serviço do sector agroalimentar

A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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41

Marín | Vilagarcía | Cee | A Coruña | Ferrol | Ribadeo | Cartagena | Madrid | Viana do Castelo | São Paulo | Paracas


ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS

30.º CONGRESSO DA FEFAC Ystad, Suécia, 14 a 16 de junho 2023

Resumo do evento "Resiliência dos sistemas sustentáveis de produção alimentar da UE – O papel da alimentação animal circular" A FEFAC, em cooperação com a DAKOFO e a FS organizou a sua 67ª Reunião Pública Anual que se realizou em Ystad, Suécia. O tema foi “Resiliência dos sistemas sustentáveis de produção alimentar da UE – O papel da alimentação animal circular”. A conferência pública de 15 de junho acolheu um vasto leque de oradores nacionais, europeus e internacionais e contou com a presença de mais de 200 participantes. Duas sessões de alto nível analisaram as principais políticas do Pacto Ecológico da UE e os impulsionadores de mercado para soluções de alimentação animal circular, seguidas de três workshops de especialistas centrados nos principais pontos de pressão da sustentabilidade para diferentes espécies animais. Os comentários de abertura foram proferidos por Jan Rundqvist, da Associação Sueca da Indústria de Alimentos Compostos para Animais (FFS) e por Asbjørn Børsting, ex-presidente imediatamente anterior da FEFAC. Rundqvist esclareceu as dificuldades da atual situação do mercado para a cadeia alimentar humana e animal, na sequência da crise na Ucrânia e após a pandemia de COVID e que não deixa escolha aos nossos membros e clientes para se adaptarem e reverem as suas respetivas estratégias comerciais e negociações para evitarem perturbações significativas da cadeia alimentar humana e animal da UE, em estreita parceria com as autoridades públicas. Børsting apresentou a recente publicação da brochura da FEFAC sobre técnicas avançadas de alimentação animal para a transição para sistemas de pecuária e aquicultura mais circulares e sustentáveis. Agradeceu também aos nossos colegas da DG AGRI por considerarem soluções sustentáveis e circulares de nutrição animal, assim como sistemas de alimentação inteligentes como ferramenta fundamental para os criadores de gado e produtores de aquicultura se tornarem “mais verdes”. Jan Rundqvist, Presidente da Associação Sueca da Indústria de Alimentos Compostos para Animais FFS: “Definimos uma agenda muito ambiciosa que analisa o papel das soluções circulares de alimentos compostos para animais e das técnicas avançadas de alimentação animal para ajudar os nossos clientes da pecuária e da aquicultura na transição para sistemas de produção mais sustentáveis e neutros em carbono, reforçando simultaneamente a resiliência da UE no seu setor agroalimentar em tempos de crise geopolítica e impactos adversos das alterações climáticas.”

42 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

Asbjørn Børsting, ex-presidente imediatamente anterior da FEFAC: “Continuo pessoalmente convencido de que os sistemas sustentáveis de produção de alimentos compostos para animais e de pecuária são indispensáveis para qualquer transformação sustentável dos sistemas alimentares, tal como foi recentemente sublinhado pela última publicação da FAO sobre o papel dos sistemas sustentáveis de pecuária, principalmente devido ao nosso conhecimento e capacidade de reter nutrientes de fontes comestíveis não-humanas em sistemas circulares de produção alimentar.”

1ª Sessão: “Resiliência dos sistemas de produção alimentar da UE – o que significa isto para o setor dos alimentos compostos para animais e para a pecuária?”

Pierre Bascou, Diretor-Geral Adjunto em exercício da DG AGRI, Comissão Europeia.

Na primeira sessão da manhã, o discurso principal foi proferido por Pierre Bascou, Diretor-Geral Adjunto em exercício da DG AGRI, Comissão Europeia, que destacou o importante papel desempenhado pela indústria de alimentos compostos para animais da UE no sentido de garantir a resiliência alimentar da UE. Partilhou a perspetiva da DG AGRI sobre os atuais desafios do mercado (seca em Espanha e Portugal, inundações em Itália), observando que as estimativas de colheita de cereais e oleaginosas ainda deverão exceder a colheita de 2022 (em 7,4%). Ao referir-se à diminuição das exportações de carne da UE e ao aumento das importações de carne de aves de capoeira, em particular da Ucrânia, sublinhou a necessidade de um maior investimento para manter as Rotas de Solidariedade da UE, que representam mais de 60% das exportações agrícolas ucranianas, expressando a esperança de que a iniciativa dos Cereais do Mar Negro permaneça em vigor. Explicou que as medidas preventivas temporárias da UE sobre o trigo, o milho, a colza e o girassol foram concebidas para evitar a saturação dos mercados nos países fronteiriços da UE e serão eliminadas gradualmente em 15 de Setembro. Salientou que a crise atual sublinha a necessidade de uma transformação profunda dos nossos sistemas alimentares. Observando que 11 Planos Estratégicos Nacionais incluíram ações sobre a produção pecuária, para reduzir as emissões de metano e amoníaco, com apoio concedido para a introdução de práticas de gestão alimentar animal, tais como pastoreio ao ar livre, rácios alimentares adaptados ou a utilização de aditivos alimentares, através de regimes ecológicos, referiu o objetivo


político da UE de reduzir a dependência da UE em proteínas vegetais importadas para alimentação animal. Pierre Bascou esperava que as medidas da PAC para apoiar o crescimento das proteaginosas locais levassem a um aumento da área plantada de 4,3 milhões de ha para 7,1 milhões de ha em 2027. Apelou às partes interessadas para que continuem a cooperar, uma vez que “o vosso conhecimento é extremamente valioso para traduzir os objetivos políticos da UE em ações”. 1.º Painel: “Resiliência dos sistemas de produção alimentar da UE – o que significa isto para o setor dos alimentos compostos para animais e para a pecuária?” Pierre Bascou, Diretor-Geral Adjunto em exercício da DG AGRI, Comissão Europeia; Lars Olsson, Diretor-Geral Adjunto, Ministério dos Assuntos Rurais e Infraestruturas, Suécia; Asbjørn Børsting, ex-presidente imediatamente anterior da FEFAC, Diretor da DAKOFO; Pekka Pesonen, Secretário-Geral da Copa-Cogeca. Moderado por Rose O’Donovan, Editora-chefe da Agrafacts

Pekka Pesonen destacou a falta de resultados e perspetivas políticas positivas da Estratégia do Prado ao Prato para incentivar os agricultores a aumentarem a produção de biomassa, com muitas iniciativas atrasadas e adiadas e/ou que procuram atingir metas contraditórias. Afirmou que algumas das políticas do Pacto Ecológico da UE irão expulsar a produção animal, que será substituída por importações de carne, minando a autonomia alimentar e os objetivos de sustentabilidade da UE. Lars Olsson salientou o papel fundamental da implementação da nova PAC como um passo importante para uma produção agrícola mais sustentável e resiliente na UE.

Destacou a importância de aumentar a produção de biomassa para satisfazer a procura da UE por alimentos, rações, fibras e bioenergia. Observou ainda que o comércio aberto é essencial para a segurança alimentar e a resiliência da UE, referindo-se ao debate informal do Conselho Agrícola da UE sobre a autonomia estratégica aberta da UE para alimentos e energia. Asbjørn Børsting sublinhou que a FEFAC está totalmente empenhada em aumentar a produtividade e melhorar a sustentabilidade da produção de biomassa na UE com a ajuda de novas tecnologias (biorrefinação, NGT) e sensibilizando os Estados-Membros para incluírem estratégias alimentares sustentáveis nos seus planos estratégicos nacionais. Pekka Pesonen salientou que, na ausência de viabilidade económica de certas iniciativas políticas da UE para os agricultores, é pouco provável que ocorram mudanças positivas. 2º Painel: “Contributo da alimentação animal circular para sistemas de produção pecuária resilientes e sustentáveis” Hanne Søndergaard, Vice-Presidente de Sustentabilidade e Comunicação, ARLA & Marc Sneyders, Líder de Assuntos Industriais EMEA, BAYER; Dirk Jacobs, Secretário-Geral da FoodDrinkEurope; Pekka Pesonen, Secretário-Geral da Copa-Cogeca; Pedro Cordero, Presidente da FEFAC.

Hanne Søndergaard destacou os contributos para sistemas alimentares animais sustentáveis que a indústria de laticínios pode dar. Ao definir metas baseadas na ciência, a ARLA esforça-se para reduzir as emissões de CO2 dos Âmbitos 1+2 em 63% e as emissões do Âmbito 3 em 30% até 2030. O modelo de sustentabilidade utilizado consiste em cinco abordagens: alimentação animal sustentável, eletricidade renovável, gestão do esterco, cultivo de carbono,

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criação e utilização de fertilizantes ecológicos. Duas destas cinco abordagens dizem respeito aos alimentos compostos para animais. Neste quadro, a ARLA pretende aumentar ainda mais a eficiência alimentar animal e proteica, a robustez dos animais, a utilização de fertilizantes ecológicos e reduzir a utilização da terra. Além disso, Søndergaard apresentou o Modelo de Incentivo à Sustentabilidade da ARLA, que foi concebido para recompensar a implementação de ações amigas do clima nas explorações agrícolas. Utilizando um sistema que converte pontos de ação sustentáveis em centavos de euro/litro de leite FPCM, os agricultores recebem incentivos monetários para contribuir para a produção leiteira sustentável financiada diretamente pela ARLA com um orçamento total de 500 milhões de euros. Atualmente, o modelo faz parte de um programa piloto de 4 anos sobre agricultura regenerativa e envolve 24 explorações piloto que melhoram a biodiversidade, o sequestro de carbono e a saúde do solo. Marc Sneyders descreveu a abordagem holística da Bayer que permite a transição da agricultura e da pecuária para uma agricultura com metas de emissões líquidas zero. Os compromissos da BAYER com “Emissões Líquidas Zero” e um “Futuro Inclusivo da Agricultura” consistem na redução das emissões de gases com efeito de estufa no campo, inovações na proteção das culturas e na capacitação dos agricultores para acederem a soluções agrícolas sustentáveis. Centrando-se na prevenção, monitorização e intervenção na gestão das culturas e em torno das mesmas, a abordagem holística inclui melhorias na saúde do solo (plantio direto), métodos de agricultura de precisão, ferramentas de big data, técnicas de melhoria e cultivo inteligente de culturas. Um estudo de caso sobre o PRECEON – Sistema de Milho Inteligente foi apresentado como exemplo específico para ilustrar a abordagem holística aplicando todas as inovações já mencionadas. Com o recurso a uma combinação de genética, ciência de dados, práticas agrícolas e relatórios de desempenho de sustentabilidade, o impacto ambiental da produção de milho poderia ser mitigado de forma eficaz. No painel de discussão, Dirk Jacobs, Diretor-Geral da FoodDrinkEurope reconheceu o papel importante do setor da alimentação animal para sistemas alimentares sustentáveis, ao converter coprodutos comestíveis não-humanos em proteínas animais de alto valor e também ao ajudar a reduzir as perdas alimentares através da utilização de restos de géneros alimentícios nos alimentos compostos para animais. Salientou que o setor da transformação alimentar da UE era o maior e mais “saboroso” setor da bioeconomia, representando 70% das utilizações de biomassa, no valor de 2,3 mil milhões de euros, empregando 75 milhões de pessoas. Sublinhou que os consumidores estão sob pressão devido à inflação dos preços dos alimentos, referindo também a importância de salvaguardar a diversidade nos sistemas de produção alimentar. Criticou a abordagem política fragmentada da UE, com os objetivos de segurança alimentar e de bem-estar animal em confronto direto com os objetivos ambientais, observando que quase não havia qualquer apoio financeiro no orçamento da UE para ajudar os intervenientes na cadeia alimentar na transição fora do âmbito do orçamento da PAC, uma vez que os mercados de carbono ainda apresentam uma promessa meramente vaga. Apelou à UE para ajudar a acelerar a inovação e o aumento do comércio. Pekka Pesonen sublinhou que os agricultores necessitam de um melhor acesso às novas tecnologias, em particular, a uma melhor genética para melhorar as culturas e o gado com vista a enfrentar a seca e o stress térmico, referindo que a UE está a “arrastar os pés” nas NGT e noutras tecnologias – a atitude dos agricultores em relação à abertura do comércio irá mudar se lhes for negado o acesso a novas ferramentas para enfrentarem as alterações 4 4 | ALIMEN TAÇÃO AN IM A L

climáticas. Pedro Cordero sublinhou a predisposição da indústria de alimentos compostos da UE para ajudar o setor da pecuária e da aquicultura da UE, fornecendo ferramentas robustas e fiáveis, como as diretrizes de fornecimento de soja da FEFAC e a metodologia da pegada ambiental de produtos PEFCR e a base de dados de ACV dos Alimentos Compostos para Animais do GFLI, que será utilizada como referência para as diretrizes conjuntas de “melhores práticas” da FEFAC e COPA-COGECA sobre rotulagem de alimentos compostos para animais para cobrir alegações de alimentos verdes e informações voluntárias sobre a pegada ambiental.

2ª Sessão: “Prioridades das principais espécies animais para sistemas de alimentação sustentáveis” A sessão da tarde aberta por Daniela Battaglia, Responsável pela Produção Animal da FAO e Constance Cullman, Presidente e CEO da American Feed Industry Association, foi dedicada a investigar o potencial das soluções de nutrição animal para ajudar a enfrentar os diferentes desafios de sustentabilidade com que se depara a produção pecuária e aquícola. Daniela Battaglia apresentou as principais conclusões de um estudo recente da FAO sobre os muitos benefícios positivos que os produtos de origem animal trazem para uma dieta saudável e o contributo da produção pecuária para abordar uma série de ODS, em particular a igualdade de género e a pobreza, assim como a biodiversidade. Sublinhou que se espera que a procura global de produtos de origem animal aumente 1,4% ao ano durante a próxima década, que é essencial melhorar as práticas alimentares para depender menos de ingredientes de qualidade alimentar, como os cereais, e desenvolver ainda mais o conceito de alimentação animal circular, com exemplos específicos como restos de géneros alimentícios, utilização de resíduos alimentares para produzir insetos, etc. Battaglia sublinhou que são necessários dados para avaliar melhor os volumes potenciais de recursos alimentares provenientes da economia circular, assim como dados sobre riscos potenciais, uma vez que a segurança dos alimentos compostos para animais deverá continuar a ser um pré-requisito. Constance Cullman referiu que a sustentabilidade não é nada sem garantir a segurança alimentar, quer seja em termos de qualidade ou de quantidade, e tanto a UE como os EUA devem ter cuidado para que as nossas ações para melhorar a sustentabilidade não se traduzam em mais insegurança alimentar noutras regiões do mundo. Cullman sublinhou que os principais esforços da AFIA são direcionados para a educação e partilha de melhores práticas com vista a melhorar a sustentabilidade da produção de alimentos compostos para animais (por exemplo, kit de ferramentas de sustentabilidade IFEEDER1). Destacou os compromissos empresariais dos grandes processadores de alimentos e retalhistas que pressionam a parte a montante da cadeia pecuária, incluindo os alimentos compostos para animais. Apontou igualmente estudos de mercado que mostram que as vendas de produtos finais aos consumidores aumentam mais rapidamente quando acompanhadas de um selo de sustentabilidade. Insistiu na importância de uma metodologia harmonizada robusta para a geração de dados sobre a pegada ambiental e que havia um acordo entre os setores dos alimentos compostos para animais da UE e dos EUA para trabalharem com base na metodologia LEAP da FAO e no PEF. Sublinhou, no entanto, a importância de permitir que os operadores escolham livremente o tipo de aspetos ambientais sobre os quais pretendem comunicar. 1

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DISCURSO DE ENCERRAMENTO DE PEDRO CORDERO, PRESIDENTE ELEITO DA FEFAC, VICE-PRESIDENTE DA CESFAC Caros delegados, Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a todos aqueles que participaram nas sessões de hoje e, obviamente, àqueles que tornaram possível o nosso encontro neste local incrível. Aceito plenamente que, após um dia tão intenso de contributos de especialistas de alto nível, debates abertos e ideias provocadoras, têm direito a uma “pausa” antes de nos reunirmos novamente no nosso jantar de encerramento. Como tal, permitam-me ser muito breve e partilhar apenas alguns dos destaques do evento de hoje que me impressionaram pessoalmente e também me deram inspiração para a minha nova função como Presidente da FEFAC durante os próximos três anos. Quando se trata da sustentabilidade das nossas atividades no setor dos alimentos compostos para animais e da pecuária, todos nós percebemos que não existe uma “bala de prata”. Mas, simultaneamente, vemos um enorme potencial para melhoria contínua, tanto ao nível das empresas individuais como através da cooperação intersetorial e da partilha cruzada das melhores ideias. Ouvimos muitos oradores referirem-se ao facto de a produção pecuária e aquícola ser uma parte indispensável dos sistemas alimentares sustentáveis. Assim, temos de continuar a trabalhar em conjunto para identificar também os “pontos críticos” que exigem medidas urgentes, assim como as alavancas que

nos permitem contribuir para os desafios de médio e longo prazo, mas também para as oportunidades induzidas pelos impactos das alterações climáticas. Tal como a FAO identificou claramente, os criadores de gado e os parceiros da cadeia de valor podem contribuir muito no que diz respeito aos efeitos de mitigação das alterações climáticas, tais como o aumento da eficiência da produção de proteínas e a redução da intensidade das emissões, que são mais eficazes do que os esforços do lado da procura. Estamos conscientes de que estes desafios são, por vezes, questionados devido aos acontecimentos que se têm registado nos últimos tempos... mas estou convicto de que o nosso investimento e esforços no setor dos alimentos compostos para animais, tal como destacado por muitos oradores hoje, irão permitir-nos alcançar as metas do Pacto Ecológico Europeu, desde que o legislador da UE mantenha uma liderança consistente, prosseguindo uma abordagem equilibrada, permitindo e melhorando a nossa capacidade e a nossa caixa de ferramentas intersetoriais, adotando novas tecnologias e ferramentas de “grandes bases de dados”, como a nossa base de dados de alimentos compostos da CE e o GFLI, que podem ajudar a acelerar a adoção de práticas de produção mais sustentáveis ao nível das explorações agrícolas. Nesta nova função, dando continuidade ao excelente trabalho anteriormente realizado e com o apoio

inestimável da equipa profissional da FEFAC, farei o meu melhor para promover soluções de alimentação animal circulares e sustentáveis, com base nos vossos conhecimentos coletivos enquanto membros e parceiros da cadeia de abastecimento, integrando-os nas nossas recomendações profissionais de melhores práticas para ajudarmos os nossos clientes na transição para sistemas de produção mais sustentáveis. Isto requer uma verdadeira parceria intersetorial em cooperação estreita com as autoridades públicas nacionais e da UE, o que, muitas vezes, exige a necessidade de saltar sobre as nossas respetivas sombras. Enquanto pessoa que trabalha em equipa, apelo a todos os nossos membros e parceiros para que sigam uma abordagem baseada em evidências e factos. Tal irá fornecer-nos a melhor orientação sobre o que é realisticamente alcançável e como lidar melhor com inevitáveis dilemas e compensações. É isso que os nossos formuladores de alimentos compostos conseguem todos os dias “otimizando” a utilização de recursos escassos, procurando o melhor equilíbrio nutricional e cada vez mais sustentável entre centenas (senão milhares) de ingredientes diferentes, é uma tarefa complicada, mas é fazível. Então vamos embarcar nesta jornada juntos e aproveitar o passeio…

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VI GALA DE ENTREGA DOS PRÉMIOS PORCO D’OURO A grande Gala da Suinicultura decorreu no passado dia 23 de junho. A VI Gala de Entrega dos Prémios Porco D’Ouro distinguiu os melhores desempenhos das explorações nacionais relativas ao ano de 2022, num total de 36 prémios para 88 nomeações.

A suinicultura foi até à capital do Gótico celebrar a excelência da sua produção na 6ª edição da gala de entrega dos Prémios Porco D’Ouro. Depois de Leiria, Torres Vedras, Mafra, Porto de Mós e Alpiarça, o Centro Nacional de Exposições foi palco dos troféus que premeiam o melhor da atividade suinícola em Portugal. Desde 2015 que a FPAS, em parceria com o IRTA, desenvolve o sistema BDporc Portugal, uma base de dados de referência do setor suinícola. Desde então, já foram organizadas 5 galas e uma cerimónia que premiaram 161 explorações pela excelência dos seus desempenhos e esforço das suas equipas. As cinco edições anteriores vêm afirmando o BDporc Portugal como uma referência incontornável no panorama da suinicultura nacional no plano técnico, empresarial, social e político, cujos objetivos principais são reconhecer o trabalho de excelência dos produtores, técnicos e empresas, fomentar a competitividade partilhando informações e melhorar a imagem do setor para a sociedade. Decorreu mais uma edição da Gala de Entrega dos Prémios Porco D’Ouro, organizada pela FPAS – Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores. O evento teve lugar no dia 23 de junho, no Centro Nacional

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de Exposições, em Santarém, e contou com a parceria da Câmara Municipal de Santarém. Ao longo da noite, foram distribuídos 36 prémios às explorações com melhores resultados em produção numérica, taxa de partos e longevidade, relativos a três escalões definidos de acordo com a dimensão do efetivo reprodutor. Foram ainda atribuídos outros quatro galardões especiais, nomeadamente o “Prémio Bem-Estar Animal CEVA”, o “Prémio Raças Autóctones CEVA”, o “Prémio Especial Porco D’Ouro Ministério da Agricultura e da Alimentação para a Sanidade, Biossegurança, Bem-Estar Animal e Ambiente” e o “Prémio Porco de Diamante”, que distingue o candidato com melhores padrões de higiene, biossegurança e maneio na exploração. A cerimónia contou com a presença de centenas de convidados, como a Ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, que fez a entrega do Prémio do Ministério da Agricultura e da Alimentação. Os nomeados eram provenientes de todas as regiões do país, sendo que 26% das nomeações são do distrito de Santarém, 25% do distrito de Leiria, 23% do distrito de Lisboa, 20% do distrito de Setúbal, 2% do distrito de Portalegre e 1% dos distritos de Aveiro e Viseu. Em termos de regiões administrativas, Lisboa e Vale do Tejo dominou com 85%, o Centro com 10%, Alentejo com 4% e o Norte com 1%. Os concelhos mais representados foram Alcobaça, com 10 nomeações, Rio Maior, Palmela e Leiria com 8 nomeações cada. Os dados foram obtidos a partir de 73.710 reprodutoras, pertencentes a 126 explorações de empresas aderentes ao BDporc - Portugal. Os resultados correspondem aos principais índices de gestão técnica das explorações. O Porco D’Ouro segue o seu caminho de consolidação da sua referência no panorama da suinicultura nacional no plano técnico, empresarial, social e político, cujos objetivos principais são reconhecer o trabalho de excelência dos produtores, técnicos e empresas, fomentar a competitividade partilhando informações e melhorar a imagem do setor para a sociedade. Durante a Gala, foi também atribuído o Prémio Mérito e Excelência a Divanildo Monteiro, professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, diretor do departamento de zootecnia da UTAD e membro do júri dos prémios Porco D’Ouro. A VI Gala de Entrega dos Prémios Porco D’Ouro voltou assim a distinguir o empreendedorismo nacional e a reunir centenas de pessoas, numa cerimónia que pauta por motivar, gratificar e reconhecer a resiliência de milhares de pessoas que trabalham diariamente sob o compromisso de garantir a melhor carne à mesa dos portugueses.


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ALIMENTAÇÃO ANIMAL IN MEMORIAM

IN MEMORIAM FALECIMENTO DE NARCISO CARBÓ BATISTA Cumpre-nos transmitir a triste notÍcia do falecimento do Dr. Narciso Carbó Baptista, ilustre médico-veterinário, desde sempre ligado à Indústria da Alimentação Animal e à atividade pecuária, bem como à IACA e ao movimento associativo. O Dr. Carbó Baptista será sempre relembrado pelo seu dinamismo e entusiamo, bem-disposto, espírito crítico, construtivo e vontade de aprender, conhecer e partilhar os seus conhecimentos, sobretudo com os mais jovens. Também fará parte do património da Indústria e da Associação que a representa. O Dr. Narciso Carbó Baptista foi Diretor da IACA, no período de 1985 a 1990, em representação da empresa Lusigado, e de 1991 a 1993, pela associada Proalimentar. A Indústria ficou mais pobre. Que o Narciso Carbó Baptista descanse em Paz. Na IACA, não será esquecido! Jaime Piçarra

IN MEMORIAM FALECIMENTO DE MANUEL ANTÓNIO LAGOA DE SOUSA VERÍSSIMO Cumpre-nos o dever de comunicar a triste notícia do Falecimento, aos 76 anos, do nosso eterno Secretário da Mesa da Assembleia-Geral, Manuel António Lagoa de Sousa Veríssimo, lugar que ocupou nos Órgãos Sociais da IACA e que tão bem desempenhou, como só ele sabia, desde 1991 até hoje, em representação das Rações Veríssimo. A empresa António de Sousa Veríssimo entrou na IACA em 1969 como fundadora da Associação, tendo sofrido algumas alterações na designação social, passando a Rações Veríssimo, Lda e atualmente Rações Veríssimo, SA. Perdemos (mais) um amigo e uma referência no Setor, uma personalidade, um Homem que não deixou nenhum de nós indiferente e que não esqueceremos, sobretudo a amabilidade, a palavra amiga, a amizade, a preocupação com cada um de nós, o trabalho, o rigor e a exigência. Sobretudo nas Atas, porque tudo tinha de estar certo, a ilustrar o que se passou, nas sucessivas reuniões. E foram tantas…e quando não estava presente, o que raramente acontecia, todos sentíamos a sua falta, a leitura, pausada, das Convocatórias. Obrigado, Senhor Veríssimo por tudo o que deu à Indústria e à IACA, Associação de que tanto gostava. Um sentimento mútuo, partilhado por cada um de nós. Em nome dos Órgãos Sociais da IACA e dos colaboradores, enviamos a toda a Família as sinceras condolências. Paz à sua Alma. Que descanse em Paz. Jaime Piçarra

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AGENDA DE FICHA TÉCNICA REUNIÕES DA IACA ALIMENTAÇÃO ANIMAL Revista da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA NIPC­‑ 500835411

Data 11

• Webinar FEFAC/FEFANA sobre Notificação aos Centros Antiveneno, virtual

TRIMESTRAL ‑­ ANO XXXIV Nº 125

17

• Reunião de arranque do Projeto HubRAM, virtual

Julho / Agosto / Setembro 2023

12

• Curso de verão na Universidade de Coimbra sobre os Desafios da Alimentação Animal

DIRETOR

14

• Reunião da IACA com Ministra da Agricultura e Alimentação

José Romão Braz

19

• Reunião com Calseg (QUALIACA)

CONSELHO EDITORIAL E TÉCNICO

26

• Reunião do eixo “InFeed” pertencente ao Projeto InsectERA, virtual

27

• Reunião com ControlUnion

31

• Reunião com FeedInov

Ana Monteiro Jaime Piçarra Pedro Folque Manuel Chaveiro Soares Rui Gabriel

JULHO

Data 17 a 25

AGOSTO • Missão nos EUA, com USSEC

COORDENAÇÃO

Data

SETEMBRO

Jaime Piçarra Amália Silva Serviços IACA

05

• Reunião do Board da FEFAC, Bruxelas, híbrido

06

• Conferência CONSULAI sobre “O Pacto Ecológico Europeu e os desafios da Agricultura”– AGROGLOBAL, CNEMA, Santarém

07

• Seminário FeedInov na AGROGLOBAL, CNEMA, Santarém

11

• Fórum das Associações da FIPA, híbrido

12

• Reunião com GeneraRecetas, virtual

14

• Reunião do Comité de Pré-Misturas e Alimentos Minerais da FEFAC, virtual

14

• Grupo de Diálogo Civil da PAC, Bruxelas

EMAIL

20

• Reunião do Colégio de Diretores da FEFAC, Madrid, híbrido

iaca@iaca.pt iaca.revista@iaca.pt

21

• XII Jornadas de Alimentação Animal – “Estratégias nutricionais para a melhoria da sustentabilidade em produção animal”, Monte Real, Leiria

ADMINISTRAÇÃO, SEDE DE REDAÇÃO E PUBLICIDADE (incluindo receção de publicidade, assinaturas, textos e fotos) IACA ­‑ Av. 5 de Outubro, 21 ­‑ 2º E 1050­‑047 LISBOA TEL. 21 351 17 70 (Chamada para a rede fixa nacional)

SITE

• Reunião de Direção da IACA

www.iaca.pt

EDITOR

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Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA

• Reunião com Câmara Municipal de Santarém e FeedInov para preparar o Dia Mundial do Animal, Santarém

22

• Reunião com INIAV sobre o Projeto Living Lab, Fonte Boa, Vale de Santarém

26

• Reunião do Comité de Alimentação Animal da FEFAC, virtual • Apresentação sobre os Desafios e Perspetivas para a Alimentação Animal na Universidade Egas Moniz Health School, Monte da Caparica

27

• Reunião do Conselho Agroalimentar da CIP, hibrido

28

• Reunião do Comité de Alimentos de Aleitamento da FEFAC, virtual

EXECUÇÃO DA CAPA Salomé Esteves

EXECUÇÃO GRÁFICA Sersilito ­‑ Empresa Gráfica, Lda. Travessa Sá e Melo, 209 4471­‑909 Gueifães ­‑ Maia

PROPRIETÁRIO Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais ­‑ IACA Av. 5 de Outubro, 21 ­‑ 2º E 1050­‑047 Lisboa

DEPÓSITO LEGAL Nº 26599/89

REGISTO EXCLUÍDA DE REGISTO NOS TERMOS DO DISPOSTO NA ALÍNEA A) DO N.º 1 DO ART.º 12.º DO DECRETO REGULAMENTAR N.º 8/99, DE 9 DE JUNHO, REPUBLICADO PELO DECRETO REGULAMENTAR N.º 2/2009, DE 27 DE JANEIRO

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De acordo com o RGPD, de 25/05/2018, a IACA reconhece e valoriza o direito à privacidade e proteção dos dados pessoais, pelo que conserva esses dados (nome e morada) exclusivamente para o envio da Revista “Alimentação Animal”, que nunca serão transmitidos ou utilizados para outros fins. A qualquer momento, poderá exercer o direito de retirar esse consentimento enviando-nos um e-mail para privacidade@iaca.pt


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