Revista Alimentação Animal nº 108

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL EDITORIAL

O QUE NOS RESERVAM OS PRÓXIMOS 50 ANOS? Estamos de parabéns: a nossa longevidade é prova inequívoca do valor que a IACA acrescenta todos os dias ao Setor da Alimentação Animal em Portugal. Parte desse valor advém das reuniões que promovemos entre a Indústria, para dar a conhecer novos projetos e desenvolvimentos nas mais variadas áreas de interesse. Celebramos o cinquentenário com vários eventos ao longo do ano, iniciando com a Reunião Geral da Indústria, em 3 de abril, sob o António Isidoro Diretor-Executivo da IACA

tema “Ambiente e Alimentação Animal: Desafios e Oportunidades”, um tema recorrente, uma vez que o assunto nos preocupa e preocupará nos anos vindouros. A reunião abriu com um painel sobre o impacto ambiental da produção pecuária, em que vários oradores discutiram o Roteiro para a Neutralidade Carbónica em Portugal, com foco na produção de bovinos. Seria

ÍNDICE 03 04 TEMA DE CAPA REUNIÃO GERAL 10 DA INDÚSTRIA 14 PARCERIAS 19 INVESTIGAÇÃO 30 OPINIÃO 32 SPMA 36 EMPRESAS 4 1 NOTÍCIAS NOTÍCIAS 50 DAS EMPRESAS EDITORIAL

53 54 AGENDA

NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA

remisso se não referisse a coerência com que foi organizado todo o programa da Reunião, já que aos cenários apresentados para atingir a neutralidade carbónica seguiram-se apresentações sobre as diferentes estratégias práticas para o conseguir (estratégias nutricionais para redução das emissões, utilização de ingredientes sustentáveis, valorização de efluentes), as boas práticas a seguir no controlo das emissões, e a medição da eficácia das medidas implementadas, através da análise do ciclo de vida dos produtos da cadeia de valor. Em suma, toda a Conferência contribuiu para a definição de um Roteiro para a produção pecuária nacional, que vá de encontro às necessidades do planeta, mas também do setor. Logo a seguir, ainda em abril, estivemos num evento sobre Bovinos, também a discutir os Desafios e Oportunidades, no quadro da nossa participação na Bolsa do Bovino. Em maio estivemos presentes no II Congresso Internacional de Avicultura (AVIS’19), organizado pela Associação Portuguesa de Engenharia Zootécnica (APEZ). Sendo o evento técnico por excelência do setor avícola, não é surpresa que tenha sido patrocinado pelos associados da IACA. Aqui foram apresentados os mais recentes desenvolvimentos técnicos e científicos no sector avícola, com foco em sistemas de produção e na importância da segurança alimentar e bem-estar animal. Tive o prazer de participar, juntamente com o Eng. Jaime Piçarra, no painel de discussão que encerrou o Congresso, onde se debateu o tema “Avicultura e Sociedade”, com foco na perceção do setor pelos consumidores e na dificuldade que a ciência experimenta em fazer passar a sua mensagem ao público em geral. Em junho tivemos o privilégio de ser agraciados pela FPAS com o prémio Parceiro de Excelência (Ouro), encerrando o semestre com o reconhecimento do nosso trabalho, desta vez no setor da suinicultura! Mas o melhor do cinquentenário ainda está para vir: em outubro iremos celebrar com uma Conferência, seguida de um Jantar de Gala, onde faremos um balanço global da indústria. O tema será “Passado, Presente e Futuro: Uma Indústria preparada para os Desafios da Sociedade”. Também aqui, à semelhança dos eventos anteriores, discutiremos questões relacionadas com a economia circular, com a competitividade e eficiência da indústria e de que forma é que a perceção da sociedade difere e interfere com a nossa realidade, hoje e no futuro. Destaque para a Mesa Redonda, em que os nossos associados conversarão, com colegas de referência da Europa, sobre os desafios que a Sociedade lhes apresenta. E como os iremos enfrentar! E mais não digo: resta-me convidar-vos a estar presentes! Nos próximos 50 anos, há que percorrer um longo caminho para a sustentabilidade da Indústria da Alimentação Animal. Não podemos fazê-lo sozinhos. A abordagem a seguir é obrigatoriamente pluridisciplinar, multissectorial, requer que todos os intervenientes estejam alinhados, e, para tal, há que fortalecer as relações de confiança existentes. O mote é sempre o mesmo: juntar os parceiros certos para discutir os principais assuntos, de forma a alcançar resultados credíveis e relevantes. É aqui que a IACA atua, e continuará a atuar, nos próximos 50 anos e, porventura, muitos mais. A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL TEMA DE CAPA

CONTAGEM DECRESCENTE PARA 25 DE OUTUBRO Lançadas no dia 3 de abril, na Reunião Geral da

Destacamos os prémios que recebemos, da UTAD

Indústria dedicada ao tema do Ambiente e o seu

e mais recentemente, como Parceiro Ouro da

impacto na Alimentação Animal, e vice-versa,

FPAS, que partilhamos com os Associados, Órgãos

com os Desafios, Ameaças e Oportunidades que

Sociais, antigos e atuais, e os incansáveis colabo-

daí advêm – tema a que voltaremos no dia 19

radores e Equipa IACA que trabalham todos os

de setembro, nas VIII Jornadas de Alimentação

dias para dignificar e prestigiar esta Instituição.

Animal, também em Fátima – começa verdadeiramente agora a contagem decrescente para as Comemorações do 50º Aniversário da IACA. Uma história que se confunde com a evolução da Indústria ao longo dos últimos 50 anos. Um ano que começou intenso e que certamente se irá prolongar ao longo de 2019.

Temos também as primeiras “palavras” das empresas e organizações que se querem associar a esta efeméride, pelo que publicamos os primeiros textos, seguindo-se naturalmente outros em próximas edições da “Alimentação Animal”. Na anterior edição da Revista deslindámos um pouco o véu, mas nesta edição deixamos o Pro-

A aposta na Comunicação levou-nos, entre outras

grama e, sobretudo a imagem, agradecendo, ao

iniciativas como o lançamento de um novo site

mesmo tempo, aos sponsors, moderadores e ora-

e o Estudo de reputação do Setor, ou o Projeto

dores, sem os quais não seria possível organizar

piloto do PEFMED (em articulação com a FIPA),

um evento (Conferência e Jantar de Gala) com a

a uma ligação com o público mais jovem, com o

dignidade que o Setor merece.

Fórum Estudante. Nesta edição da “AA”, podemos ver os primeiros artigos dedicados a esta temática, cujo ponto alto vai ser o Dia Aberto da Alimentação Animal, a 16 de outubro, em escolas de todo o País e em empresas e instituições ligadas à IACA.

Celebração

50.º Aniversário Patrocinadores

Estivemos em inúmeros eventos, a nível nacional e internacional, com Cursos, formações, desde a agricultura, pecuária, consumo, da PAC às proteínas ou redução da utilização de antibióticos, eco-

Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais

25 de outubro de 2019 Convento do Beato Lisboa

nomia circular, numa abrangência multissetorial que, muitas vezes, parece ultrapassar os limites de atuação do Setor e da IACA, mas a isso somos chamados. E porque pensamos que a cadeia alimentar começa no Solo e no Mundo Rural, temos de facto uma ligação transversal, muito para além da atividade pecuária. Até porque as parcerias e a cooperação institucional estão no nosso ADN. 4 |

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CULTIVANDO O PROGRESSO.

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL TEMA DE CAPA

pioneirismo do Setor, campeões da econo-

Conferência e Jantar de Gala Passado, Presente e Futuro: Uma Indústria preparada para os Desafios da Sociedade

mia circular, competitividade e eficiência e

25.outubro.2019

O tema da Conferência “Passado, Presente e Futuro: Uma Indústria preparada para os Desafios da Sociedade” pretende mostrar o

que estamos atentos aos sinais dos tempos,

Lisboa – Convento do Beato Rua do Beato, 48 • 1950-427 Lisboa • Portugal • www.conventodobeato.com

mas sobretudo, às exigências da Sociedade, pretendendo-se ao mesmo tempo, evitar os fundamentalismos e apostar nas decisões com base científica. Não nas emo-

13:00 – 14:30 h

Receção dos participantes

14:30 – 15:00 h

Sessão de Abertura José Romão Braz, IACA e Luís Capoulas Santos, Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural (a confirmar)

ções, no ruído ou nas modas passageiras. Sabemos bem quais os verdadeiros valores que interessam à Sociedade, procurando fugir à “espuma dos dias” projetado pelas redes sociais e pelos media sensacionalistas. Mostrar e demonstrar o que fazemos,

Perceção e Realidade: Uma Indústria campeã da economia circular, competitividade e eficiência Manuel Chaveiro Soares (IACA), moderador

com respeito pela segurança alimentar,

US Soy

o bem-estar e saúde animal, tal como o

Brent Babb, USSEC

das pessoas, ambiente e sustentabilidade,

Perceção e realidade: A Indústria da Alimentação Animal vista pela Sociedade António Gomes, GfK

com o Homem, as alterações climáticas, a digitalização e as novas tecnologias, como pano de fundo.

Perceção e realidade: Uma Indústria pioneira no Setor Agroalimentar Ana Paula Marques, Grupo Valouro

Quisemos, ao mesmo tempo, homenagear duas personalidades a quem muito devemos:

15:00 - 16:45 h

internamente, ao Professor Manuel Chaveiro Soares, e no quadro da FEFAC, o seu Secre-

Soluções nutriconais inovadoras para garantir a sustentabilidade da Indústria pecuária na UE Nicolas Martin, Ajinomoto

tário-Geral, Alexander Döring. Por isso, os convidámos como moderadores, o primeiro no Painel sobre Perceção e Realidade: Uma

Novas Técnicas de Melhoramento de Plantas (NBT) e Aprovisionamento de matérias-primas: Realidade e perspetivas Clara Serrano, CORTEVA

Indústria campeã da economia circular, da competitividade e da eficiência, o segundo, na Mesa Redonda em que empresas nacionais e estrangeiras vão explicar-nos “Como

Sustentabilidade na Produção Animal Matteo Crovetto, USSEC

16:45 - 17:00 h

Debate

17:00 - 17:30 h

Intervalo para café

estão a preparar as suas empresas para os Desafios da Sociedade”. Vai ser seguramente uma grande Confe-

Mesa Redonda “Como Preparar as Empresas para os Desafios da Sociedade” Alexander Döring (FEFAC), moderador

rência, a que se vai seguir um Cocktail de Boas-vindas e um Jantar de Gala, com mui-

17:30 – 19:00 h

José Romão Braz, Grupo Finançor Nick Major, ForFarmers António Isidoro, Sorgal/Soja de Portugal Pedro Cordero, Nanta Cristina de Sousa, Raporal Jean-Michel Boussit, Axereal-Elevage Avelino Gaspar, Racentro/Lusiaves Co De Heus, De Heus

19:00 - 19:30 h

Sessão de Encerramento (José Romão Braz, IACA, Jorge Henriques, FIPA, Nick Major, FEFAC, Mensagem de Sua Excelência o Presidente da República)

19:45 - 20:45 h

Cocktail de Boas-vindas

20:45 h

Jantar de Gala com Espetáculo “Luz” de Cuca Roseta

tas surpresas, terminando com o Espetáculo “Luz” com Cuca Roseta. Luz, pelo brilhantismo da atividade da IACA ao longo de 5 décadas. Luz, para nos iluminar neste caminho que pode parecer mais difícil e complexo, mas que não é mais do que um novo ciclo, com desafios e oportunidades, com as necessárias adaptações e abertura à mudança. Afinal, não foi e será sempre assim? Jaime Piçarra

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Constituída a 12 de Maio de 1995, a Agrolex II Rações é hoje uma referência na indústria de alimentos compostos para animais no mercado nacional. Inaugura em Dezembro de 1996 a sua 1ª unidade fabril e em 2004, fruto da qualidade da sua ração, investe numa 2ª unidade fabril. Destaque-se que a empresa ganhou quota de mercado através da qualidade dos seus produtos, e da flexibilidade e rapidez na resposta às necessidades dos clientes. A Agrolex II Rações dispõe de uma frota de camiões adaptados para a distribuição dos seus produtos, os quais obedecem a normas de higiene e segurança alimentar, tanto para a ração a granel como

Agrolex em 1996

para a ração ensacada. A relação da Agrolex II Rações com a IACA, nestes anos de existência tem sido de proximidade, de ajuda e de colaboração nas suas mais diferentes áreas. A Agrolex Rações tem contado com inúmeros apoios que a IACA disponibiliza aos seus associados, desde o apoio jurídico, ao PROJETO QUALIACA, aos artigos de opinião, à divulgação da empresa, etc. A IACA assume um papel relevante e de extrema importância, para o sector dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais, na defesa dos seus interesses, e consequentemente na defesa dos interesses dos produtores pecuários.

Agrolex em 2019

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL TEMA DE CAPA

Raporal nos anos 90

A relação entre a Raporal e a IACA teve início em 6 de fevereiro de 1974, três anos após a fundação da Raporal, que aconteceu em 1971 pela mão empreendedora de um grupo de 18 suinicultores, unidos pela ambição de produzirem alimentação de excelência para animais em Portugal. A experiência na nutrição animal, aliada ao rigor no cumprimento das normas de segurança alimentar, impulsionaram a empresa, anos mais tarde, a dar um passo decisivo e inevitável no seu crescimento: a aposta em toda a fileira do suíno e do bovino, desde o cultivo de matérias-primas até à transformação da carne. Um sério compromisso com a total rastreabilidade dos seus produtos e em pleno equilíbrio com a natureza. Na área de negócio RAPORAL Rações a evolução da nutrição animal e da tecnologia são hoje fatores determinantes para a diversificação dos seus produtos. Apostando na modernização dos métodos produtivos, combinando uma criteriosa seleção de matérias-primas com as normas da qualidade e segurança alimentar, numa procura constante da excelência na produção de Alimentos Compostos para Animais. Porque a alimentação animal e humana são uma só! Passados 48 anos da sua fundação, a Raporal atualmente, alia a tradição à inovação, desenvolvendo uma estrutura de produção verticalizada sustentada no profissionalismo dos seus colaboradores

e investindo na diversificação de produtos e de novas áreas de negócio, em todo o seu universo. Presente nos mercados da Agricultura, Produção Animal, Produção de Alimentos Compostos para Animais, Abate e Transformação de Carne. A RAPORAL S.A. assume a aposta naquela que é a sua maior vantagem no mercado: A total rastreabilidade dos seus produtos. Esta estrutura de produção verticalizada confere à empresa, uma grande capacidade de inovar e evoluir para fazer face aos desafios e exigências do mercado global… Nesta caminhada de mais de 4 décadas, esteve sempre presente a IACA (numa relação de proximidade), como a Associação representativa do setor dos Alimentos Compostos para Animais. Como mostra a participação da Raporal nos Órgãos Sociais da Associação, desde o ano 2000 até aos dias de hoje, designadamente na Direção da mesma, de onde se destaca a Presidência da Direção entre 2012 e 2017. Este ano, a comemoração dos 50 anos da IACA é um marco histórico na vida da associação. Foram 50 anos de dedicação à indústria dos alimentos compostos na defesa dos interesses do setor. Ao fim de 50 anos de história vale a pena revisitar os estatutos da Associação, que nortearam o posicionamento da mesma (aceitando naturalmente as respetivas revisões em função da evolução dos tempos ao longo de 50 anos) de forma a que a IACA soubesse enfrentar todas as vicissitudes com a humildade, o profissionalismo e a verticalidade das grandes instituições. Foi esta forma de estar no setor, que conferiu à IACA a admiração e o respeito com que é olhada em Portugal e no mundo. Foram 50 árduos anos de valorização da fileira da alimentação animal, defendendo os seus interesses em geral e os dos seus associados em particular, nomeadamente, através da representação dos seus associados perante os órgãos da administração pública, outras associações, sindicatos

e o público em geral; Foram 50 árduos anos a negociar e celebrar, em representação dos seus associados e dentro dos limites estabelecidos, por lei, convenções coletivas de trabalho, e, a intervir na sua execução; Foram 50 árduos anos a aconselhar, prestar informações, dar pareceres, promover estudos, criar e manter serviços, propor medidas e desempenhar quaisquer missões que lhe fossem confiadas ou solicitadas pelos organismos públicos sobre todos os assuntos de interesse para a indústria e para os associados; Foram 50 árduos anos a estimular uma eficiente e leal cooperação entre os associados. A IACA, ao longo destes 50 anos, norteou sempre a sua atuação pela dignificação do setor e pela procura incessante da justiça, sempre respondeu a todos os problemas com saber, clarividência e acertado sentido do dever. A tentativa de antecipação dos momentos de crise foi um princípio essencial na gestão pró-ativa de que a IACA se deve orgulhar. Para o futuro… Fica reservada uma visão assente em três pilares indissociáveis, designadamente, Segurança Alimentar, Nutrição Animal e Sustentabilidade… 50 anos de trabalho, profissionalismo e integridade…, mas também muita história ! Parabéns à IACA. RAPORAL S.A.

Raporal em 2019

JUNTOS SOMOS MELHORES O associativismo é a prova que o nosso país comporta na sua génese uma forte componente solidária. Das muitas associações empresariais a IACA destaca-se pela sua resiliência e criatividade associativa, ao longo de 50 anos procurou sempre desenvolver estratégias inovadoras de protecção dos seus associados, honrando assim a confiança que estes depositam nela. Sem nunca perder o farol que a orienta, fortemente focado na promoção e desenvolvimento do sector, a IACA venceu ditaduras, crises econômicas, pressões, mitos e tabus. Lutou sempre pela defesa dos associados, porque estes são sem sombras de dúvidas a família ao qual dedicam a sua vida, por eles lutam diariamente 8 |

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promovendo e estimulando a cooperação cordial do sector, defendendo os seus interesses junto de variadíssimos organismos nacionais e internacionais. A Sersilito entrou na história deste grande associação através da Revista “Alimentação Animal”, revista que orgulhosamente produzimos desde do design à impressão offsett. Quando muitos vendem a ideia do fim do papel e gritam pelo total domínio dos meios digitais, a IACA continua a apostar no tradicional meio de comunicação, brindando periodicamente os seus associados com artigos informativos de elevada qualidade contribuindo dessa forma para a continuação e conservação do seu legado histórico.

SERSILITO

empr esa gráfica, lda.

O papel desta associação não se esgotou em 50 anos, assim como o papel desta revista na relevância associativa, é certo que os actuais tempos trazem novos desafios, mas enquanto houver Homens que lutem pelo que acreditam a única coisa que pode falhar são mesmo as baterias dos meios digitais e dos robots. Em nome de toda a equipa da Sersilito empresa gráfica, o nosso bem haja carregado de gratidão pela confiança empresarial. E claro, muitos parabéns a todos que acima de tudo acreditam que juntos somos melhores! Patrícia Sá Carneiro


o aminoácido essencial para minimizar os níveis de proteína em dietas para frangos?

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL REUNIÃO GERAL DA INDÚSTRIA

AMBIENTE E ALIMENTAÇÃO ANIMAL: DESAFIOS E OPORTUNIDADES

Tal como é habitual nos eventos anuais da IACA, a Reunião Geral da Indústria é dedicada a um tema de atualidade, tendo sido escolhido para este ano, o Ambiente sob o lema “Ambiente & Alimentação Animal: Desafios e Oportunidades”. Pelos vistos, foi uma escolha acertada, confirmada pelos mais de 130 participantes que, no dia 3 de abril, esgotaram a sala do Dom Gonçalo Hotel & Spa, em Fátima. A Sessão foi aberta pelo Presidente da IACA, Engº Romão Braz, tendo a APA primado pela ausência, por motivos de última hora, pelo que não podemos contar com a Engª Mercês Ferreira. O primeiro Painel foi moderado pelo Prof. Chaveiro Soares, dedicado ao tema “Impacto da Atividade Pecuária no Ambiente”, em que intervieram, o Prof. Francisco Avillez (Agrogés) e o Eng. Eduardo Diniz (GPP) sobre o RNC 2050, o primeiro como responsável da parte agrícola e agroalimentar, em termos de cenários e estratégias do Roteiro Nacional para a Neutralidade Carbónica, o segundo, a apresentar o contributo do MAFDR, no quadro da consulta pública. A terminar este Painel, tivemos o Engº Jerónimo Pinto (Eurocereal) que abordou os desafios e estratégias para o setor dos bovinos, carne e leite, a Dr.ª Lola Herrera, sobre a utilização de soja sustentável e o impacto no ambiente (água, solo e rentabilidade). Finalmente, o Engº Tiago Rogado apresentou o PEFMED, concluindo que a determinação da pegada ambiental na alimentação animal é uma realidade e não uma utopia. 10 |

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Após o almoço, tivemos um segundo Painel, moderado pela Engª Filipa Horta Osório, responsável da DGADR, sobre “Inovação na Alimentação Animal: respostas para os desafios ambientais". Em debate, a apresentação do Grupo Operacional Efluentes, que contou com as intervenções da Dr.ª Olga Moreira (INIAV), Dr. Henrique Trindade (UTAD) e a Engª Ana Cristina Monteiro (IACA). Tempo ainda para a Dr.ª Susana Pombo e o Dr. José Manuel Costa, da DGAV, abordarem medidas de controlo de emissões no ambiente, em particular a avaliação do impacto da proteína bruta nas dietas, tema a que iremos regressar em breve, na sequência de um estudo que está a ser finalizado pela DGAV e DGADR. Com um debate muito vivo, interessante e interativo em cada um dos painéis, ficou claro que o setor da alimentação animal tem muitos desafios e também oportunidades, que quer ser parte da solução, o que será possível com o recurso a uma alimentação de precisão e a novas tecnologias e ferramentas, mas com cautelas, passos seguros e sem fundamentalismos. A sustentabilidade é ambiental, mas também social e económica e, que, sem empresas viáveis, não existe Sustentabilidade. Afinal, ficou demonstrado que a pecuária e o nosso Setor estão claramente sobrestimados, que há que rever metodologias e que temos uma palavra importante no RNC 2050. Mas não nos podemos responsabilizar mais do que o peso que temos no ambiente e que sem pecuária e a alimentação animal teremos ainda mais abandono, menos território, mais pobreza e dependência alimentar. Nas páginas seguintes teremos duas reflexões importantes sobre este tema: do Presidente da IACA, na Sessão de Abertura e do Prof. Chaveiro Soares, como contributo para o evento. Uma excelente forma de iniciarmos as comemorações dos 50 Anos da IACA. Um tema a que iremos necessariamente voltar ao longo do ano. Com ambição, orgulho do nosso passado e do papel da Indústria na Economia Circular, e, sobretudo, com responsabilidade! Finalmente, um agradecimento muito especial aos patrocinadores e apoiantes (USSEC, Alltech, HRV e Indukern/Ajinomoto), aos parceiros (APA, Agrogés, GPP, Eurocereal, INIAV, DGAV e DGADR), aos oradores e ao público, inexcedível e entusiasta e que vai enriquecendo os nossos eventos, cada vez mais uma referência no Setor. A todos, muito Obrigado!

1.º Painel

2.º Painel


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ALIMENTAÇÃO ANIMAL REUNIÃO GERAL DA INDÚSTRIA

INTERVENÇÃO DO PRESIDENTE DA IACA

José Romão Braz

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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

Gostaria de começar por lamentar a alteração da sessão de abertura, que se fica a dever à ausência da Sra. Eng.ª Mercês Ferreira da Agência Portuguesa do Ambiente, que por razões de última hora, devido a uma reunião urgente com o Ministro do Ambiente, não lhe foi possível estar presente. Também lamento, não ter sido possível a presença de um representante da APA para nos ouvir e testemunhar as nossas preocupações, mas também o esforço que fazemos no dia a dia para cumprir as exigências e mostrar que temos soluções e queremos fazer parte delas. Esperemos que a ausência não seja uma afirmação quanto à forma como a APA olha para este tipo de eventos, em que pretendemos discutir ideias, estratégias e projectos, pois certamente teremos outras ocasiões para estar com a APA e iremos enviar para os seus responsáveis o que de relevante sair deste dia tão importante para a Indústria. Também quero aproveitar esta ocasião para agradecer a todos os oradores e patrocinadores a sua disponibilidade para este evento. É, assim, com muito prazer que realizamos esta Reunião Geral da Indústria com tão grande adesão de associados e parceiros da fileira da alimentação animal, o que demonstra a importância do tema escolhido: Ambiente e Alimentação Animal: Desafios e Oportunidades. Esta reunião geral inicia a contagem decrescente para a comemoração dos 50 anos da nossa Associação, com várias actividades e iniciativas que iremos levar a cabo, nas quais o desenvolvimento de um estudo que nos permitirá saber como a nossa indústria é vista pelos consumidores, opinião publica e stakeholders em geral. É pois, um tema de grande actualidade e que é do interesse da Indústria discuti-lo e contribuir para clarificar e desmistificar algumas informações que têm passado para a opinião pública e, também para que nos preparemos enquanto Indústria da alimentação animal, mas acima de tudo num contexto de fileira, incluindo a agro-pecuária, recordando o papel primordial que temos vindo a desempenhar na chamada Economia Circular, que está na génese e na origem do nosso sector há muitas décadas, pois nascemos para poder aproveitar a sêmea de trigo, os bagaços de oleaginosas, etc, mais de 1/3 das nossas matérias-primas dizem respeito à utilização de coprodutos de outras indústrias agro-alimentares. Não somos uma indústria poluente, mas temos uma grande preocupação com a questão das emissões e dos GEE e naturalmente o impacto da produção

pecuária, cujo contributo para as referidas emissões queremos ajudar a mitigar; A visão 2030 da nossa indústria alinhada com o Acordo de Paris e os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, são disso um exemplo; Projectos como PEF (para a medição da pegada de carbono da indústria), a procura de matérias-primas sustentáveis – como o caso da soja (SSAP e outros); o projecto GO Efluentes, o Laboratório Colaborativo InovFeed que somos promotores em conjunto com o INIAV, Universidades e empresas privadas; e os Relatórios de Sustentabilidade, são a demonstração da proactividade do nosso sector e da nossa indústria em particular. Não nos revemos e repudiamos os fundamentalismos que estamos a observar contra o consumo da carne e que ignoram vantagens óbvias da actividade pecuária no Mundo Rural, mas também o papel das forragens e pastagens na retenção de carbono, onde há um exagero do impacto da actividade pecuária no Planeta, aliás como vários especialistas têm vindo a demonstrar e a explicar-nos, vemos o RNC 2050 nesta linha e queremos contribuir para esta discussão e adopção da melhor estratégia para o país e o nosso Planeta; Sustentabilidade não é apenas Ambiente, sem empresas viáveis não existe sustentabilidade; A IACA e a Indústria da Alimentação Animal são e querem ser parte da solução e recordando os pilares da visão 2030 da nossa indústria – Nutrição Animal – onde destacamos questões como o bem-estar animal e a alimentação de precisão que garante uma maior eficiência na produção de produtos de origem animal e um menor impacto da actividade; Sustentabilidade – como na questão do aprovisionamento das matérias-primas; Segurança Alimentar – em que temos o QUALIACA como ferramentas; Demonstram a nossa postura de procurar consenso entre o sector, os Ministérios da Agricultura e Ambiente, mas acima de tudo, assegurando uma estratégia coerente e de transição, sem que o País corra o risco de ser campeão dos objectivos mas dependente em termos alimentares e pobre, com é o caso da esmagadora maioria dos países que não são autosuficientes em termos alimentares! Reafirmo, nesta ocasião, que seremos parte da solução e que podem contar connosco. Muito obrigado e bom trabalho a todos…


IMPACTO DA ACTIVIDADE PECUÁRIA NO AMBIENTE Manuel Chaveiro Soares

Quando o meu Colega e Secretário-Geral da IACA, Engenheiro Jaime Piçarra, me convidou para moderar este Painel, aceitei prontamente tão honroso convite no desejo de corresponder a uma iniciativa da IACA, a que desde há já algumas décadas me ligam laços de amizade e colaboração. Só mais tarde me apercebi da responsabilidade que tinha assumido, não só atendendo à natureza e amplitude do temário em causa – origem de opiniões divergentes –, mas também tendo em conta a competência e prestígio dos conferencistas que irão discorrer sobre diferentes aspectos relacionados com o tema do presente Painel. Quando se analisa a evolução da balança alimentar portuguesa, desde o fim da II Grande Guerra até à actualidade, nota-se principalmente um aumento notável no consumo de géneros alimentícios de origem animal, tendo-se passado de um estado de subalimentação para um estado de sobrealimentação, nomeadamente em termos calóricos e proteicos. Esta elevação de níveis alimentares da população portuguesa decorre, fundamentalmente, do desenvolvimento económico entretanto ocorrido no País, que de economia subdesenvolvida passou a país desenvolvido no princípio da década de 1990, quando o PIB per capita ultrapassou 9500 dólares. O enorme incremento do consumo de carne, leite e ovos, associado a um consumo igualmente elevado de pescado, está associado não só às suas propriedades organolépticas, mas também ao elevado valor biológico das suas proteínas, decorrente da presença dos aminoácidos essenciais, não sintetizados pelo Homem, em proporções adequadas às suas necessidades, e também da presença de ferro e da vitamina B12 (que não está presente nos alimentos de origem vegetal), do cálcio e vitaminas diversas do leite, etc. Na minha modesta opinião, este maior consumo de proteínas de origem animal, incluindo o pescado, está associado à maior estatura da generalidade dos jovens portugueses de hoje, comparativamente à dos seus antecessores nascidos na primeira metade do século XX. A pecuária nacional tem procurado responder à crescente procura de bens alimentares de origem animal, mas temos de reconhecer que em Portugal as importações de carne representam ainda cerca de 30% do consumo. Este desequilíbrio poderia sugerir que o sector pecuário fosse apoiado em ordem ao equilíbrio da balança comercial, mas na realidade os produtores

pecuários defrontam alguns obstáculos, sobretudo de índole ambiental, que não tornam fácil alcançar o referido equilíbrio. Esta problemática assumiu especial acuidade quando, recentemente, a propósito do Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 e das emissões de gases com efeito de estufa, foi apontada a orientação no sentido de reduzir o efectivo bovino nacional, entre 25% a 50%, quando o País tem um défice de carne de bovino em torno de 50%, para além da produção bovina contribuir para a ocupação humana do interior do País e as correspondentes pastagens concorrerem para a fixação do carbono, a mitigação dos riscos de incêndio e a redução da erosão – problemas ambientais graves que se observam em Portugal. Mas os obstáculos à produção animal estendem-se também aos efluentes pecuários, cuja valorização agrícola defronta sérias dificuldades para que seja autorizada pelo Ministério do Ambiente, nomeadamente na região de Lisboa e Vale do Tejo, que melhor conheço. Ora a verdade é que a fileira da produção animal está muito associada à economia circular: as fábricas de alimentos compostos aproveitam diversos coprodutos da indústria alimentar, com sublinhado para os bagaços de oleaginosas; as explorações pecuárias disponibilizam estrumes e chorumes que, por um lado incorporam no solo nutrientes vegetais presentes nos adubos inorgânicos e provenientes de fontes não renováveis, e, por outro lado, os dois aludidos subprodutos elevam o teor de matéria orgânica do solo, que constitui o principal reservatório de carbono (C) dos sistemas terrestres (Hinsinger, 2014). A terminar, gostaria de sublinhar a crescente produtividade dos animais, devida principalmente aos avanços científicos alcançados no melhoramento genético e na nutrição. Por exemplo, um frango abatido aos 28 dias de idade atingia um índice de conversão alimentar de 4,4 em 1957 e apenas de 1,4 em 2014, ou seja, obteve-se uma redução acentuada na quantidade de alimento ingerido por kg de peso vivo produzido. A este propósito importa sublinhar que a referida evolução produtiva é “amiga” do ambiente, embora uma espécie de mitologia ecológica considere, infundadamente, que uma elevada eficiência dos animais de produção acarreta consequências nefastas para o ecossistema, quando efectivamente se verifica o contrário. E é neste sentido que deverá continuar a orientar-se o melhoramento genético e a alimentação animal, matéria a que a IACA vem dedicando a maior atenção. A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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PARCERIA DA IACA COM O FÓRUM ESTUDANTE Como aqui demos conta na edição anterior da Revista “Alimentação Animal”, no âmbito dos 50 Anos e preocupados com a Comunicação, sobretudo junto do público mais jovem, a IACA assumiu uma parceria com o Fórum Estudante em 2019, para a publicação de conteúdos na sua Revista, website (www.forum.pt) e redes sociais, procurando informar e sensibilizar os mais jovens e os estudantes, bem como os Professores e o Ministério da Educação para temas relevantes e sensíveis na área da Alimentação Animal, e desmistificar alguns conceitos e inverdades.

Para além da publicação regular nos conteúdos do Fórum Estudante, a IACA tem ainda como objetivo a preparação do Dia do Animal, que se vai realizar no dia 4 de outubro, em que se pretende mostrar a produção nacional de petfood e a responsabilidade social das empresas, bem como o Dia Aberto da Alimentação Animal, no dia 16 de outubro, em escolas de Norte a Sul do País, em que alunos e professores, com o apoio dos técnicos das empresas associadas e da IACA, irão falar da Alimentação Animal, baseados em conteúdos que estão a ser preparados e que serão divulgados oportunamente.

A ideia é termos uma cobertura o mais abrangente possível, atingindo as 50 escolas. Para já, aqui divulgamos o trabalho e conteúdos já desenvolvidos com o Fórum Estudante e que pode ser lido nas páginas seguintes: a qualidade dos alimentos e a Alimentação nas Escolas (divulgação do projeto), Bem-Estar Animal, Economia Circular e Inovação, chamando a atenção dos jovens para as oportunidades de emprego neste Setor, que aposta cada vez mais na tecnologia. Seguir-se-ão, mensalmente, novas temáticas que aqui traremos.

Conhece por dentro o que te chega ao prato Quais os principais passos que são dados para garantir a qualidade dos alimentos? E que tipo de cuidados deves ter quando os selecionas? Estes serão alguns dos temas em destaque durante o ano de 2019, no espaço da Forum Estudante dedicado às boas práticas alimentares, com destaque para algumas das indústrias e profissões associadas.

A Alimentação nas Escolas No âmbito deste projeto, as Escolas também irão receber a mensagem da sustentabilidade na área da Alimentação, com ações realizadas nas escolas. No Dia Mundial do Animal, a 4 de outubro, os estudantes e comunidade

Carne de vaca É um alimento rico em proteína animal e ferro, além de vitaminas B1, B2, B3, B6 e B12. Cada 100g tem 26,4 gramas de proteína animal e 163 calorias.

escolar poderão ficar a saber mais sobre o tema da Alimentação Animal. Já a 16 de outubro, no Dia Mundial da Alimentação, serão visitadas 50 escolas e algumas empresas do setor, dando a conhecer tudo o que é feito nesta área.

Segundo um inquérito da Universidade do Porto, de 2017, os portugueses consomem mais alimentos de origem animal do que de origem vegetal, com 34% a ter um consumo de carne superior a 100g/dia. Face a estes números, é importante que se conheçam os passos que são tomados, no nosso país, para assegurar a segurança e o bem-estar animal.

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Para olhar a nossa alimentação, necessitamos de focar a área da alimentação animal. Afinal de contas, será importante perceber quais os passos que são dados para garantir o crescimento saudável dos animais envolvidos na indústria agropecuária. Por essa razão, ficarás a conhecer por dentro este setor, com destaque para as condições necessárias para assegurar o seu desenvolvimento sustentável. Neste ponto, haverá vários tópicos em destaque. Para além da Segurança Alimentar, vais poder saber mais sobre Nutrição, Saúde e Bem-estar Animal. Muitas das alterações, neste campo, partiram de políticas Europeias que são hoje seguidas em Portugal. O conhecimento destes cuidados assegurados pelas empresas do setor da Alimentação Animal vai garantir-te também uma literacia alimentar, mostrando-te quais os produtos que respeitaram o bem-estar animal, antes de serem comercializados. Ou seja, poderás ter informação essencial, para aplicar na próxima ida ao supermercado. Uma das questões relevantes para encarar a alimentação do século XXI é, por exemplo, o tema da utilização de antibióticos na alimentação animal e da resistência antimicrobiana. Por essa razão, vamos saber que passos foram dados, no sentido da criação de uma política de “One Health” ou de “Uma Só Saúde”, em linha com as recomendações das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável. A alimentação é também uma peça fulcral no desenvolvimento económico. O setor da alimentação animal, por exemplo, representa um volume de negócios de cerca de 1500 milhões de euros por ano, influenciando diretamente a atividade pecuária (que, por sua vez, movimenta mais de 2700 milhões de euros anuais). Muita desta atividade segue práticas inovadoras, com as quais poderás ter contacto, fundadas em conceitos atuais como economia circular e de rentabilização de coprodutos. E porque a Economia se faz de pessoas, focaremos também algumas das saídas profissionais e oportunidades que surgem nestes setores, explorando as suas ligações ao mundo da Química ou da Engenharia, por exemplo. Estas indústrias podem cumprir um importante papel, ao garantir um desenvolvimento sustentado do território, combatendo a desertificação e o abandono, e promovendo a coesão e a biodiversidade. Para saberes mais sobre estes temas, entre outros, fica atento a este espaço mensal, na edição impressa da revista Forum Estudante. E não percas outras ações que se espalharão pelo país.

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O QUE É A ECONOMIA CIRCULAR?

As vantagens são muitas e atrativas. Crescimento Económico, benefícios ambientais e na qualidade de vida dos cidadãos são algumas delas. Tudo isto, a partir de uma ideia simples que está na base da Economia Circular — partilhar, reutilizar, reparar e reciclar produtos. Este é um conceito marcante no setor da Alimentação Animal, uma Indústria que nasceu há cerca de 50 anos, precisamente a partir do aproveitamento dos subprodutos da moagem, com o aproveitamento da sêmea de trigo, ou os bagaços, resultantes da extração das sementes de oleaginosas.

UE promove Economia Circular Matéria prima

Design

Produção, remanufatura

Reciclagem

Economia Circular

Distribuição

Desperdício

Arrecadação

Imagina uma unidade de moagem, para a indústria da panificação e fabrico do pão. Há grãos que entram, produtos que saem. Pelo meio, há subprodutos que podem ficar pelo caminho – a sêmea ou a farinha forrageira são alguns exemplos. A pergunta revolucionária que está na base da Economia Circular é apenas: “E se utilizássemos estes ‘desperdícios’?”. Neste campo, os cereais são um bom exemplo. Tal como o é a indústria da Alimentação Animal. Um estudo do Engenheiro de Produção Animal, Mário Picoto Pereira, reflete sobre a importância da Economia Circular neste setor, uma vez que “a transformação de subprodutos agroalimentares pode gerar valor, pode alimentar uma outra cadeia produtiva, os animais 16 |

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Todos os anos são produzidos 2,5 mil milhões de toneladas de lixo na União Europeia (UE). Por essa razão, o Parlamento Europeu destacou recentemente o tema da Economia Circular. De acordo com esta informação, a legislação europeia está a atualizar a sua legislação relativa à gestão de resíduos. De acordo com esta fonte, estas medidas podem significar poupanças no valor de 600 mil milhões de euros – 8% do volume de negócios atual das empresas da UE – e a redução das emissões anuais totais de gases com efeito de estufa entre 2 a 4%.

Consumo, utilização, reutilização e arranjo

de produção”. Mas qual exatamente a oportunidade que encontramos? A produção de alimentos gera grandes quantidades de resíduos ou subprodutos que podem ser aproveitados na alimentação de animais. Esta reutilização permite, de acordo com Mário Picoto Pereira, “aumentar a produção”, “melhorar a economia”, “melhorar a qualidade de vida das famílias”, “aumentar o número de postos de trabalho” e ainda “preservar e respeitar os recursos naturais do planeta”. Por essa razão, esta é uma prática comum no setor da Alimentação Animal, em Portugal, de forma a contribuir para o crescimento equilibrado das explorações agrícolas e pecuárias. Também a nível europeu, estas medidas são vistas

como vitais para o desenvolvimento económico e sustentabilidade ambiental (ver caixa). Farinhas resultantes de produção de bolachas ou da moagem de trigo (como a sêmea de trigo), por exemplo, são utilizadas para a produção de rações. “Com a utilização destes ingredientes, conseguimos, simultaneamente, contribuir para a economia circular e reduzir a pegada de carbono das nossas explorações”, destaca a IACA – Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais. De referir que estes coprodutos das industrias agroalimentares, já representam cerca de 36% das matérias-primas utilizadas nesta Indústria, campeã da reciclagem e da Economia Circular.


Porque os animais também sentem Que passos são dados para garantir o bem-estar animal? Sabe mais sobre este conceito que, na União Europeia, determina condições específicas a serem cumpridas. A procura de produtos de origem animal tem vindo a aumentar, de mãos dadas com o crescimento da população humana. Este aumento levanta uma série de questões éticas, incluindo a sustentabilidade ambiental e o acesso seguro aos alimentos. Inquietações às quais se soma, obviamente, a preocupação com o bem-estar dos próprios animais. O bem-estar animal assenta em diversos conceitos, princípios gerais e normas legislativas comunitárias ao nível da União Europeia (UE). Os indicadores de bem-estar podem ter em conta o estado de saúde, a condição física, o aspeto fisiológico e até o estado emocional dos animais. De acordo com alguns especialistas, o bem-estar pecuário pode ser avaliado segundo alguns critérios: liberdade de fome e sede, de desconforto, dor, lesão ou doença, de medo e angústia ou de expressão de um comportamento normal. Muitos países europeus responderam às preocupações públicas sobre bem-estar animal, aprovando legislação que sanciona determinadas práticas.

Estas diretivas que serviram depois de base para a criação de legislação geral no âmbito da União Europeia. A Convenção Europeia para a proteção dos animais nas explorações pecuárias, datada de 1978, determina algumas condições: evitar sofrimento, garantir abrigo, nutrição e sistemas de maneio adequados aos animais. O Protocolo sobre proteção e bem-estar dos animais da UE reconhece os animais como “seres sencientes” – que sentem, que são sensíveis – e solicita por isso aos Estados-Membros que “prestem atenção às exigências do bem-estar dos animais, respeitando as disposições legislativas ou administrativas e aduaneiras dos estados-membros, em particular, os rituais religiosos, tradições culturais e património regional”.

Muitos países europeus responderam às preocupações públicas sobre bem-estar animal, aprovando legislação que sanciona determinadas práticas

A importância da Nutrição Animal Uma boa nutrição é essencial para termos animais saudáveis e em situações de bem-estar. Desta forma, a Nutrição Animal é uma área muito relevante e acompanhada por nutricionistas, com base no conhecimento científico, multifuncional e nas diferentes necessidades dos animais (proteínas, vitaminas, minerais, etc), segundo as diferentes fases de crescimento. Por essa razão, a Asso-

ciação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais (IACA) tem 3 pilares na sua Visão 2030, alinhada com os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas: Segurança Alimentar, Nutrição Animal e Sustentabilidade. “Esta também é uma responsabilidade social das empresas do setor da alimentação animal”, salienta a IACA.

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL PARCERIAS

Entrevista a Francisca Martins, Diretora Comercial da Farmcontrol

“O mundo da alimentação animal está cheio de possibilidades para os jovens” Francisca Martins é a Diretora Comercial da Farmcontrol – a empresa tecnológica que promete “a revolução da pecuária inteligente”. À FORUM, a responsável sublinha que a inovação tecnológica é o presente da indústria agropecuária e da alimentação animal. Uma realidade que será fundamental para responder a desafios futuros e que implica oportunidades “muitíssimo interessantes para os jovens”.

Esse avanço tecnológico no setor é uma perspetiva de futuro ou é já uma realidade atual? No caso da Farmcontrol começámos em 2014 e, neste momento, contamos já com 150 explorações com o sistema implementado. O avanço tecnológico é já uma realidade que existe nas explorações. E é uma realidade que já tem mostrado retorno e capacidade de evolução.

Qual pensa ser o conhecimento do público em geral da realidade do setor da alimentação animal? Atualmente, penso que existe algum desconhecimento, sobretudo nas áreas mais urbanas, sobre aquilo que se faz no mundo rural, bem como sobre as evoluções que existem. Por isso, acho que existe uma grande necessidade de explicar o setor primário — um setor onde já existe muita tecnologia e onde se trabalha, cada vez mais, de forma muito profissionalizada.

A tecnologia poderá ser especialmente importante na ligação com os jovens? Os jovens também são essenciais nesta dinâmica. Tem a ver com uma questão geracional. As gerações mais jovens têm uma relação completamente diferente com a tecnologia. A entrada do smartphone nas explorações agropecuárias é uma evolução: os mais jovens não conseguirão ter uma exploração que não utilize este tipo de meios. Os jovens têm também preocupações que há uns anos não existiam e que não são apenas nutricionais.

Relativamente aos desafios da alimentação para o futuro, a FAO garante que, por exemplo, será necessário aumentar a produção alimentar em 56%, até 2050. Isso aumenta a importância desta explicação? Sem dúvida. Existe uma maior necessidade de eficiência. Agora, como é conseguida essa eficiência? Um dos caminhos — que é o que abordamos na Farmcontrol — está ligado à tecnologia. Isto faz com que as explorações possam detetar situações que precisam de resposta, garantindo que as premissas do consumidor são cumpridas. 18 |

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Essa poderá ser uma questão interessante para os jovens. Preocupações como a literacia alimentar ou o bem-estar animal são importantes para uma parte significativa das novas gerações. A tecnologia é também uma forma de garantir uma resposta a estas preocupações? Sim. Ao existir toda esta monitorização, cada vez mais conseguimos mostrar o modo de produção, mostrando que são cumpridos os requisitos e

divulgando inclusivamente as regras que existem. Não só em termos de alimentação e temperatura, por exemplo, como em termos de espaço disponível ou horas de luz. Outra das tendências identificadas nas gerações mais jovens é o gosto pelo contacto com o meio ambiente. Ao trabalhar no setor da alimentação animal, vive entre estes dois mundos – a inovação e a natureza? Eu, em específico, vivo muito entre esses dois mundos (risos). Divido a minha vida entre o escritório e a parte do exterior, exatamente. E acho que isso é muitíssimo interessante para uma geração mais jovem. Permite, por um lado, manter a ligação à agropecuária e, por outro lado, saber que estamos na vanguarda. Há conceitos que têm evoluído bastante e esta é uma área com muitíssimo interesse. É um mundo cheio de possibilidades para um jovem.

Existe algum desconhecimento, sobretudo nas áreas mais urbanas, sobre aquilo que se faz no mundo rural, bem como sobre as evoluções que existem.


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ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO

LEVEDURA HIDROLISADA COMO UMA FERRAMENTA PARA MELHORAR O CONSUMO DE ALIMENTO E O DESENVOLVIMENTO FISIOLÓGICO INTESTINAL EM LEITÕES DESMAMADOS Desmame e o seu impacto sobre o consumo de alimento

Birgit Keimer, R&D Manager, Biochem Zusatzstoffe GmbH

Bastian Hildebrand,

Na produção moderna de suínos, o leitão é desmamado a idades precoces (21-28 dias de idade), o que é altamente antinatural. Na natureza, o leitão seria gradualmente desmamado a uma idade superior (12-17 semanas) e com um maior nível de maturidade. A redução da idade do desmame ocorreu em grande parte devido a razões económicas, contudo é caracterizada por uma alta incidência de distúrbios intestinais como diarreia e um baixo crescimento. O fraco desempenho do crescimento do leitão recém-desmamado é certamente um resultado de stress ambiental, nutricional, social e psicológico. O efeito imediato do desmame resulta numa redução drástica no consumo de ração (Figura 1). Enquanto aproximadamente 50% dos leitões desmamados começaram a comer nas primeiras 24 horas após o desmame, cerca de 10% dos leitões não consumiram ração nas primeiras 48 horas após o desmame (Brooks et al., 2001). Como consequência de um défice nutricional, e de todas as alterações na fisiologia intestinal, microbiologia e imunologia, os leitões ao desmame são altamente suscetíveis a doenças entéricas patogênicas, como a diarreia pós-desmame causada por E. coli (Heo et al., 2013).

Technical Manager Southwestern Europe, Biochem Zusatzstoffe GmbH

importante no controlo dos desequilíbrios relacionados com o desmame. Tanto o sabor doce como o sabor umami desencadeiam os estímulos gustativos e promovem a ingestão de ração em leitões desmamados. Em contraste, sabor amargo – por exemplo de toxinas – é desagradável para os leitões e reduz o consumo de ração (Roura & Fu, 2017). Os produtos de levedura são discutidos como parte das possíveis estratégias alternativas de alimentação para reduzir o impacto negativo do desmame no desenvolvimento intestinal (Broadway et al., 2015). No entanto, existem muitos produtos de levedura descritos para a alimentação de suínos. As mais conhecidas são as leveduras vivas (probióticos) e as paredes de levedura (YCW – prebiótico). As leveduras hidrolisadas vão recebendo uma maior atenção, uma vez que a sua aplicação é particularmente interessante como fonte proteica funcional na alimentação de animais jovens de todas as espécies. As leveduras hidrolisadas têm como base a célula completa da levedura e são processadas por diferentes métodos de forma a melhorar a digestibilidade da proteína e / ou melhorar a funcionalidade dos diferentes componentes de levedura. A levedura hidrolisada pode ser descrita como fonte proteica funcional, pois não é apenas uma fonte de proteína digestível, mas muito mais uma fonte de aminoácidos funcionais, como aminoácidos de sabor umami, de ácidos nucleicos / nucleotídeos tendo também um efeito prebiótico e imuno-modulador.

Figura 1: Impacto do desmame sobre o consumo de alimento (adaptado de Brooks e Tsourgiannis, 2003)

O consumo reduzido de ração é conhecido por afetar os seguintes parâmetros: Ruben Crespo, Technical Sales Manager Spain, Biochem Zusatzstoffe GmbH

• Desempenho do crescimento • Desenvolvimento intestinal • Morfologia intestinal • Sistema imunológico • Incidência de diarreia

Leveduras hidrolisadas vão ao encontro das preferências de sabor dos leitões Entre outros fatores, a composição e palatabilidade

Feed Safety for Food Safety® das dietas de desmame desempenham um papel 22 |

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Figura 2 – A levedura hidrolisada Kluyveromyces fragilis melhora o consumo de alimento e o crescimento em leitões no período entre o dia 1-42 pós-desmame (Keimer et al., 2016), ab = P < 0.05; AB = P < 0.1


Devido à sua alta quantidade de aminoácidos de sabor umami, peptídeos e nucleotídeos, a levedura hidrolisada é conhecida por melhorar a palatabilidade do alimento (Foster, 2011). O processo de hidrólise leva a um aumento da disponibilidade de compostos intracelulares, como aminoácidos de sabor umami e ácido nucleico / nucleotídeos, aumentando o consumo de ração no período pós-desmame. As leveduras mais usadas incluem cepas de Saccharomyces spp. sendo a S. cerevisiae a mais conhecida e estudada, também conhecida como levedura de panificação. Atualmente outras cepas de levedura, como Kluyveromyces spp. estão a receber uma maior atenção para a aplicação na nutrição animal. Em comparação com S. cerevisiae, as

leveduras baseadas em K. fragilis são ricas em proteína bruta e aminoácidos – ácido glutâmico – resultando numa melhoria da palatabilidade dos alimentos em humanos e animais. Para a nutrição de leitões, a levedura Kluyveromyces aparenta ser vantajosa devido ao seu sabor umami. Os efeitos positivos da levedura hidrolisada à base de K. fragilis no consumo de ração após o desmame foram relatados por Keimer et al. (2016) (Figura 2). Como indica o estudo de Keimer et al. (2017), o processo de hidrólise é importante para atingir os respetivos efeitos positivos em leitões desmamados, comparando a levedura K. fragilis quer na sua forma original quer na forma hidrolisada enzimaticamente, a uma taxa de inclusão de 1%, sobre os parâmetros produtivos e sobre a fisiologia intestinal. A levedura hidrolisada melhorou o ganho médio diário e o consumo total de alimento (Figura 3). Comparando o controlo não suplementado e a levedura não hidrolisada, a altura das vilosidades e a taxa vilosidade /

cripta aumentaram significativamente no grupo suplementado com levedura hidrolisada (Figura 4). A digestibilidade ileal aparente (AID) da proteína bruta tendeu a ser mais alta em animais suplementados com levedura hidrolisada, em comparação com o grupo de controlo e o grupo de levedura não hidrolisada (Figura 5).

Conclusão A levedura hidrolisada K. fragilis é um produto com enorme potencial na aplicação na nutrição animal. O sabor umami melhora a palatabilidade da ração. As proteínas altamente digestíveis e os ácidos nucleicos garantem um crescimento saudável. O risco de doenças é reduzido devido às propriedades prebióticas da parede da levedura e aos efeitos imuno-moduladores dos β-glucanos. A combinação de várias características do produto permite que a levedura hidrolisada possa competir ou complementar com várias outras matérias-primas ou aditivos.

Figura 3: Efeitos da levedura hidrolisada e não hidrolisada sobre o ganho médio diário (BWG) e o consumo de alimento (FI) durante a fase pós-desmame contra uma dieta controlo à base de produtos de soja (gramas por dia, média ± SD, n = 8, + P < 0.1, Keimer et al., 2017) Logística • Comercial • Imobiliário • Renováveis

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Figura 4: Efeito do tipo de dieta sobre a altura das vilosidades e a profundidade da cripta no jejum em leitões desmamados com 38 dias de idades. (Média ± SD, ab Diferentes letras indicam diferenças significativas, P < 0.05, Keimer et al., 2017)

Figura 5: Efeito das diferentes dietas sobre a digestibilidade ileal aparente (AID) da proteína bruta em leitões desmamados com 38 dias de vida. Means ± SD

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO

REDUÇÃO DO USO DE ANTIBIÓTICOS NA PECUÁRIA; IDENTIFICAR METAS E ALTERNATIVAS POTENCIAIS

Doutora Susanne Kirwan

A redução de antibióticos na produção pecuária é uma tendência social e científica em 2018. Este estudo pretendeu testar a hipótese de que uma estirpe específica de Bacillus subtilis (PB6) tem o potencial de reduzir o uso de antibióticos terapêuticos na avicultura comercial. A presente hipótese baseou-se num conjunto de investigações científicas que demostraram os efeitos desta estirpe específica de Bacillus na modulação do microbioma. Durante um período de 27 semanas em 2017, um integrador avícola comercial aplicou o microbiano ativo em casos de camas húmidas ou nos primeiros sintomas de distúrbios digestivos. Ao mesmo tempo, introduziu-se a vacinação para ORT (Ornithobacterium rhinotracheale). Não se aplicou nenhuma outra alteração às condições de alojamento, produção, genética ou gestão. Em comparação com os três anos anteriores (2016, 2015, 2014), registou-se uma diminuição numérica no número de aplicações de beta-lactâmicos (-13%) e uma diminuição significativa nos tratamentos com colistina (-44%) e outros antibióticos agrupados (-51%). A frequência de doenças que exigem tratamentos diminuiu no período do ensaio em comparação com o ano anterior. A diminuição foi significativa para enterite (-38%), colibacilose (-34%) e ORT (-38%). Em conclusão, este ensaio confirma a hipótese de que a adição de um microbiano ativo B. subtilis PB6 tem um efeito direto no uso de antibióticos.

Introdução

Valentine Van Hamme

Doutora Ing. Natasja Smeets

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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

Existe uma pressão social (Lipsitch et al., 2002) e científica (Mukerji et al., 2017) crescente para reduzir o uso de antibióticos na pecuária. Na União Europeia, os antibióticos promotores de crescimento foram banidos em 2006, por isso, esta pressão é agora exercida sobre os antibióticos terapêuticos. Existem muitas matérias-primas e aditivos para a alimentação animal, sistemas de produção e raças com potencial para reduzir a necessidade do tratamento com antibióticos. No entanto, os antibióticos terapêuticos são usados em pecuária sob controlo veterinário e, normalmente, com indicações do motivo pelo qual são utilizados, por exemplo, quando se regista um aumento da mortalidade ou de camas húmidas em frangos de carne. Consequentemente, o desafio ao reduzir os antibióticos terapêuticos é não reduzir o bem-estar animal ou os lucros da exploração pecuária ou ambos. A alimentação animal é certamente crucial para uma boa saúde animal. Cuidados veterinários perfeitos, alojamento dos animais, a genética mais adequada e as melhores práticas de produção resultam em saúde e bem-estar animal precários quando o alimento não é suficiente para as necessidades do animal. As três razões principais pelas quais o alimento pode afetar a necessidade de tratamento com antibióticos são as seguintes: 1) O alimento pode ser uma causa primária de doença, por exemplo, se patógenos potenciais, tais como a Salmonela são introduzidos através do alimento ou se as micotoxinas estão presentes no mesmo, levando a doenças. 2) O alimento pode predispor os animais para doenças, por exemplo, quando é deficiente em nutrientes necessários para apoiar o sistema imunitário (Dalloul et al., 2002).

3) O alimento também tem o potencial de prevenir doenças ou modular os efeitos de doenças muito comuns, como a coccidiose, em aves. Um microbioma saudável e equilibrado pode mesmo melhorar o estado de saúde dos animais não diretamente relacionado com a alimentação, por exemplo, tornando as vacinas mais eficazes (Zhang et al., 2016). O presente estudo de campo visou o terceiro ponto, através da prevenção da doença em vez de usar antibióticos para a curar quando surge. Os efeitos inibidores do Bacillus subtilis PB6 no Clostridium spp. in vivo foram anteriormente documentos (Teo e Tan, 2007; Abdelqader et al., 2013). Teoricamente, uma aplicação deste B. subtilis tem o potencial de tornar os bandos mais saudáveis, exigindo menos tratamentos terapêuticos. No entanto, é difícil testar esta hipótese em estudos científicos, pois os desafios artificiais, tais como dietas ricas em proteínas ou a utilização de camas usadas não representam com precisão as condições da produção avícola. Além do mais, mesmo em condições severas, nem todos os bandos precisarão de tratamento com antibióticos e seria necessário um grande número de repetições para atingir resultados mensuráveis. Assim, este estudo visou registar um conjunto muito grande de dados em condições normais de produção de perus. Os perus foram escolhidos porque requerem tratamentos regulares com antibióticos para manter a sua saúde e bem-estar. Um efeito sobre o uso de antibióticos deve, portanto, ser mais pronunciado em perus em comparação com frangos de carne ou poedeiras. A hipótese principal deste trabalho foi que uma modulação ligeira do microbiota intestinal através da alimentação com B. subtilis PB6, diminui a necessidade de tratamento com antibióticos, ao mesmo


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SUSANNE KIRWAN, VALENTINE VAN HAMME, NATASJA SMEETS Kemin Europa NV, Toekomstlaan 42, 2200, Herentals, Belgium

ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO

Mail to: Natasja.smeets@kemin.com; susanne.kirwan@kemin.com; valentine.vanhamme@kemin.co

FIGURAS

tempo que mantém a saúde animal, pelo menos, ao mesmo nível. Em segundo lugar, esperava-se que o efeito fosse maior nos antibióticos destinados primariamente ao tratamento de distúrbios intestinais, tais como a enterite ou a colibacilose.

Materiais e Métodos

Figura 1: Número de aplicaciones de Bacillus subtilis PB6 semanales

Efeitos no Uso de Antibióticos

As Figuras 2 e 3 mostram o número de tratamentos com beta-lactâmicos e colistina, respetivamente, por semana, nas primeiras 27 semanas de cada ano. O efeito da aplicação de B. subtilis no uso de beta-lactâmicos não foi estatisticamente significativo (p <0,05); houve uma diminuição numérica de 13% quando comparados os usos de beta-lactâmicos em 2017 e em 2016 (Figura 2). Para o mesmo período de referência, o uso de colistina diminuiu significativamente 44% (p=0,004) (Figura 3). Isto não parece conduzir a AUTORES uma mudança nos outros antibióticos, pois a utilização de tilosina, doxiciclina, fluoroquinolonas e trimetoprim diminuiu 51% ao longo SUSANNE KIRWAN, VALENTINE VAN HAMME, NATASJA SMEETS do período de referência. Kemin Europa NV, Toekomstlaan 42, 2200, Herentals, Belgium . Figura 2: Número de tratamientossusanne.kirwan@kemin.com; con beta-lactamos por semana Mail to: Natasja.smeets@kemin.com; valentine.vanhamme@kemin.com

Número de tratamientos (n)

O período de ensaio teve início em dezembro de 2016, em colaboração com um integrador comercial de perus na Europa Ocidental. O Bacillus subtilis PB6 (CLOSTAT®, Kemin Europa NV, Herentals, Bélgica) foi aplicado em todos os bandos desde a eclosão até à idade do abate através da água de bebida (3x108/L), nos casos em que se observaram camas húmidas ou outras indicações do início de problemas intestinais. A decisão de tentar manter uma boa saúde intestinal sem a utilização de antibióticos foi deixada ao critério do respetivo responsável técnico. Foram usados os dados históricos dos três anos 2014 2015 2016 2017 anteriores (em que não foi utilizado o B. subtilis PB6) como referência. 16 2014 2015 2016 2017 FIGURAS Os dados foram agrupados no Microsoft Excel seguindo o padrão usado anteriormente. Os dados recolhidos incluíram dados meteoroló- Figura14 1: Número de aplicaciones de Bacillus subtilis PB6 semanales gicos, a média semanal de incidência de enterite, doença respiratória, 12 colibacilose, ORT (Ornithobacterium rhinotracheale) e outras doenças 10 agrupadas por nível de gravidade e que requerem tratamento. Para o 8 controlo dos tratamentos com antibióticos, foram registados separadamente dois grupos de antibióticos (todos os beta – lactâmicos 6 e a colistina) e todos os outros tratamentos com antibióticos foram 4 registados como um grupo (incluindo tilosina, doxiciclina, fluoroquinolonas e trimetoprim). Para os antibióticos, foi registado o número de 2 tratamentos semanais (n=1 indica uma exploração com necessidade 0 de tratamento, independentemente, do número de alojamentos tratados). No período do ensaio, o número de tratamentos com B. subtilis semanas PB6 foi acrescentado aos parâmetros registados. Introduziu-se um Figura 2: Número de tratamentos com beta-lactâmicos por semana programa de vacinação para ORT. Figura 2: Número de tratamientos con beta-lactamos por semana

Resultados As aplicações do microbiano ativo não seguiram o padrão sazonal esperado, com distúrbios intestinais mais pronunciados nos meses com tempo frio e elevada pluviosidade, tendo apresentado grandes flutuações entre as semanas (Figura 1). Durante todo o período de observação houve apenas uma semana (26) em que não foi utilizado em, pelo menos, dois casos.

14

2015

2016

2017

2014

2015

2016

2017

14 10 12 8 10

12

86 6 4 4 2 2

00

10

semanas semanas

8 6

Figura 3: Número de tratamentos com colistina por semana

4

Figura 4: Prevalencia de enfermedades durante el periodo de prueba

2

Efeito na Incidência de Doenças

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 Calendar weeks

Figura 1: Número de aplicações de Bacillus subtilis PB6 por semana

26 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

Durante o período experimental, foi registada semanalmente a inci7.00 Avg 2016 Avg 2017 dência de doenças que requerem tratamento. A incidência de enterite 6.00 diminuiu 38%, a colibacilose 34% e a ORT 38%. Houve um ligeiro 5.00 nas doenças -38%registadas na categoria “outros” (Figura 4). aumento Media semanal (n)

Number of B. subtilis PB6 applications

16

16

Número de tratamientos Número de tratamientos (n)(n)

Aplicação do Bacillus subtilis

2014

4.00 3.00 2.00 1.00

-34% -38%


A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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27


0 semanas

ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO Figura 4: Prevalencia de enfermedades durante el periodo de prueba

Media semanal (n)

7.00

Avg 2016

6.00

5.00

Avg 2017

-38%

4.00 3.00 2.00

-34% -38%

1.00 0.00

Figura 4: Prevalência de doenças ao longo do período de observação (ORT = Ornithobacterium rhinotracheale)

Discussão O objetivo deste estudo foi testar a hipótese de que uma estirpe específica de Bacillus subtilis (PB6) tem o potencial de reduzir o uso terapêutico de antibióticos em avicultura comercial. A literatura sobre o B. subtilis PB6 mostra um efeito redutor em Clostridium spp. e E. coli, e uma melhoria em Lactobacillus e Bifidobacterium spp. Este pressuposto efeito promotor de saúde não tinha sido previamente demonstrado num ensaio clínico controlado, em condições de campo. Com base nos dados registados no presente artigo, a hipótese proposta poderia ser confirmada, pois o tratamento com B. subtilis, de facto, resultou numa redução no uso de antibióticos. As alterações nos antibióticos foram observadas durante todo o período do ensaio (primeiras 27 semanas de 2017, em comparação com o mesmo período de 2016). Uma análise mais detalhada dos tratamentos com antibióticos individuais usados durante o ensaio confirmou a hipótese secundária de que a redução nos tratamentos com antibióticos foi mais pronunciada nos antibióticos ou grupos de antibióticos direcionados principalmente para o tratamento de distúrbios intestinais. Embora os fatores abióticos e de maneio não pudessem ser controlados no ensaio, foram registados. O clima na região foi ligeiramente mais quente em 2017 do que em 2016, mas não em comparação com 2015 e 2014. O alojamento permaneceu inalterado em todas as explorações incluídas neste ensaio de campo. A diferença no uso de antibióticos não esteve, portanto, ligada a quaisquer mudanças nos fatores abióticos. O maneio e os animais também permaneceram inalterados nos dois períodos de referência. O integrador manteve a mesma raça de perus e o mesmo sistema de gestão nos dois anos em comparação. Além disso, os três principais técnicos não mudaram ao longo do período do ensaio e de referência, tornando as suas decisões um fator constante. Para este ensaio de campo, a hipótese principal foi que uma aplicação direcionada de B. subtilis PB6 pode realmente reduzir a necessidade do tratamento com antibióticos. A redução nos tratamentos com antibióticos não levou a uma diminuição da saúde e bem-estar animal, mas, pelo contrário, a uma melhoria. A vacinação adicional contra a ORT melhorou ainda mais a saúde e o bem-estar dos perus no período do ensaio. Foi observado um efeito de redução do uso de antibióticos mais limitado no caso do tratamento com beta-lactâmicos. O modesto efeito 28 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

sobre os beta-lactâmicos pode ser explicado pela sua aplicação normal. Os beta-lactâmicos são usados para tratar uma variedade de patógenos, incluindo problemas respiratórios, por isso, não se pode esperar que uma abordagem de saúde intestinal afete o seu uso na mesma medida. O efeito sobre os antibióticos registados sob o rótulo “outros antibióticos” foi significativamente reduzido (p=0,002). As aplicações de tilosina, doxiciclina, fluoroquinolonas, TMP foram reduzidas em 51% ao longo do período de referência. Como a redução/substituição de antibióticos foi o objetivo original do ensaio de campo, a redução destas moléculas, por si só, teria uma rentabilidade suficiente para justificar a aplicação de um microbiano ativo. O uso de colistina está, como é óbvio, intimamente ligado à frequência de colibacilose. Como a colistina é normalmente usada para distúrbios intestinais, por exemplo, infeções por E. coli, foi possível observar-se uma maior redução no uso de colistina, comparativamente ao uso de beta-lactâmicos. Do ponto de vista da saúde animal, é importante não ter um aumento correspondente na morbilidade prejudicando o bem-estar dos animais, com a redução de antibióticos. Apesar da diminuição do uso de colistina, a incidência de colibacilose diminuiu 34%. Vale a pena observar que a vacinação para a ORT (Ornithobacterium rhinotracheale) foi apenas parcialmente bem-sucedida na gestão da ORT (diminuição de 38%); tendo sido insuficiente para eliminar completamente a necessidade de tratamento em todos os bandos. Embora a literatura difira de 50% a 80% na quota de antibióticos usados para distúrbios intestinais, existe um largo consenso de que este é o maior motivo para o uso de antibióticos em avicultura. A substituição de alguns antibióticos pelo uso preventivo de um antibiótico específico (por exemplo, a colistina) pode ser considerada bem-sucedida se a incidência de enterite permanecer inalterada. Em contraste, neste estudo de campo, observou-se que a enterite diminuiu 38%. Este poderia ser um resultado direto da diminuição do uso de antibióticos no estudo, pois a enterite pode ser a causa do tratamento com antibióticos e igualmente o resultado. Cada aplicação de antibióticos implica sempre um risco nos distúrbios intestinais que, por sua vez, podem exigir mais tratamentos com antibióticos. Isto deve-se ao efeito não seletivo dos antibióticos, reduzindo não apenas os patógenos, mas também os microrganismos potencialmente benéficos do microbioma. Em geral, o ensaio aqui apresentado indicou claramente que é possível usar um microbiano ativo (B. subtilis PB6) para reduzir o uso terapêutico de antibióticos em perus. Para conseguir novas reduções na necessidade de tratar com antibióticos, devem tomar-se medidas adicionais. Uma opção será usar os recursos próprios do animal modulando a resposta imunitária alimentando-os com beta-glucanos (1,3) (Cheng et al., 2015). Este estudo demonstrou um claro efeito nos perus mantidos sob condições europeias. Para confirmar o efeito em leitões ou frangos de carne, e para antecipar hipóteses secundárias sobre melhores efeitos para alguns grupos de antibióticos na produção comercial de animais são necessários mais estudos.

Conclusões Em conclusão, tanto a hipótese primária de redução de antibióticos pela aplicação de B. subtilis PB6, como a hipótese secundária de que o efeito é mais pronunciado em antibióticos direcionados para distúrbios intestinais, conseguiram ser provadas no presente ensaio. * Referências bibliográficas a pedido


A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL OPINIÃO

O GLIFOSATO E A “GUERRA DO GLIFOSATO”

Pedro Fevereiro

A Plataforma Transgénicos Fora (PTF) apresenta

mais herbicidas, permitindo uma rotação do her-

um estudo de quantificação de glifosato na urina de

bicida utilizado e reduzir assim o uso continuado

voluntários, realizado em 2018. Os valores médios

do mesmo herbicida.

detetados nas amostras foram de 0,35 ng/ml em

O movimento ambientalista decidiu então encetar

julho e de 0,31 ng/ml em outubro. Os métodos de

“a guerra do glifosato”. Esta guerra tinha uma dupla

quantificação foram diferentes para cada data. Não

finalidade: condicionar a globalização de empre-

se sabe como foi estruturada a amostra. Não se

sas multinacionais (mas porquê se o glifosato é

sabe como foram feitas as colheitas. Não foram

atualmente de livre produção e comercialização?)

referidas quaisquer contra-análises. É mais uma

e continuar a oposição, entretanto esgotada, contra

batalha na “guerra do glifosato”

as VGM, alegando que os herbicidas para os quais

O glifosato é um herbicida sistémico de amplo

as variedades são resistentes são carcinogéneos.

espectro. É um composto organofosforado, que

É este o momento em que nos encontramos. Para

atua como inibidor da enzima 5-enolpiruvilchiqui-

além da recente e polémica categorização do glifo-

mato-3-fosfato sintase. Esta enzima não existe nos

sato no grupo 2A (possivelmente carcinogéneos),

animais, mas existe nas bactérias. Nas bactérias a forma da enzima não é inibida pelo glifosato. O glifosato é usado para matar ervas daninhas, especialmente as anuais de folhas largas e gramíneas que competem com as colheitas. Foi pela primeira vez colocado no mercado para uso agrícola em 1974 sob o nome comercial de Roundup®. A última patente comercialmente relevante relativa ao glifosato expirou em 2000. Desde então é produzido e comercializado livremente. O glifosato é um dos herbicidas menos tóxicos atualmente utilizados, de acordo com o nível de efeito crónico não observado (NOEL). É também um dos herbicidas com menor Quociente de Impacto Ambiental (EIQ). É por isso que é utilizado para controlo de ervas daninhas nos passeios das povoações. O glifosato tornou-se um alvo prioritário do movimento ambientalista, após a introdução no mercado de variedades geneticamente modificadas (VGM) de milho, soja e algodão resistentes ao glifosato, por introdução de um gene bacteriano que codifica uma enzima que não é inibida por este herbicida. Esta modificação permite aos agricultores utilizar o herbicida após a germinação da colheita, de forma a aumentar o nível de controlo das ervas daninhas.

junto com a carne vermelha e com a frequência de cabeleireiros e barbeiros, pela Agência Internacional para Pesquisa do Cancro (IARC),(2) nenhuma entidade internacional de referência considera o glifosato uma substância que apresente risco de produção de carcinomas, utilizada ou presente nas concentrações e quantidades aprovadas. De facto, uma análise em 57.311 aplicadores de pesticidas licenciados nos estados do Iowa e Carolina do Norte(3) mostrou que não existia qualquer associação entre a exposição ao glifosato e a maioria dos cancros. Tendo este estudo apresentado dúvidas sobre um possível risco de incidência sobre o mieloma múltiplo, um segundo estudo não encontrou tendências significativas de risco de mieloma múltiplo com dias cumulativos de uso de glifosato e com estimativas pontuais de risco para uso constante de glifosato.(4) Recentemente a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA)(5) reviu os níveis máximos de resíduo para o glifosato em diferentes produtos alimentares. Os níveis que não devem ser ultrapassados e são considerados não arriscados pela EFSA são de 0,05 mg (50.000 ng) de glifosato por

modificadas, pois o uso destas variedades per-

"List of Classifications, Volumes 1-115" (http://monographs. iarc.fr/ENG/Classification/latest_classif.php). IARC Monographs on the Evaluation of Risk to Humans. IARC. February 22, 2016. Retrieved March 5, 2016.

mitiu, entre 1996 e 2015 reduzir a utilização do

3

Alavanja MC, Sandler DP, McMaster SB, Zahm SH, McDonnell CJ, Lynch CF, Pennybacker M, Rothman N, Dosemeci M, Bond AE, Blair A, 1996 The Agricultural Health Study. Environ Health Perspect. 104(4):362-9.

4

Tom Sorahan (2015) Multiple Myeloma and Glyphosate Use: A Re-Analysis of US Agricultural Health Study (AHS) Data, Int J Environ Res Public Health. 12(2): 1548–1559.

É difícil questionar as variedades geneticamente

2

glifosato em 264,7 toneladas (em 157 milhões de hectares), com uma redução do impacto em EIQs de 1846,4 por hectare.(1) Para além destes factos, as VGMs mais modernas são resistentes a dois ou GM crops: global socio-economic and environmental impacts 1996-2015 Graham Brookes & Peter Barfoot PG Economics Ltd, UK Dorchester, UK 1

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EFSA (European Food Safety Authority), 2018. Reasoned Opinion on the review of the existing maximum residue levels for glyphosate according to Article 12 of Regulation (EC) No 396/2005. EFSA Journal 2018;16(5):5263, 230 pp.

5


Kg de produto alimentar. Na europa a concentração máxima aceitável de glifosato na água potável é de 0,1ng/ml. Observado todo o cenário, só se pode chegar a uma conclusão razoável: os valores obtidos na urina pelas análises da PTF, na ordem das décimas de nanograma por ml, a serem verdadeiros e corresponderem a uma amostragem fiável, não contaminada à posteriori, e cujas análises são certificadas, não parecem apresentar qualquer risco. Repare-se que a urina é normalmente concentrada 3 a 5 vezes em relação ao plasma sanguíneo. Uma segunda conclusão possível deste estudo e da forma como é apresentado é a de que a PTF pretende assustar a população em geral e tentar valer a sua tese de que o glifosato deve ser proibido. A alternativa da PTF, com o comentário de que as pessoas que comem produtos “biológicos” apresentam uma concentração menor de glifosato

na urina, é de que se deve abandonar todas as outras formas de agricultura. Não creio que tenham razão. De facto o ideal seria não ter que se utilizar qualquer aditivo para produzir alimentos em quantidade e qualidade adequadas ao consumo e às necessidades humanas. Infelizmente qualquer quantificação que se faça mostra que a não utilização de produtos para proteger as culturas resultaria na incapacidade de alimentar mais do que cerca de metade da população mundial atual. Por outro lado, a não aplicação de herbicidas nas culturas implicava ou uma redução brutal das produções, ou a utilização de meios humanos para retirar as ervas daninhas. Será que existirão ainda pessoas dispostas a mondar manualmente os arrozais? Por outro lado para se pedir a proibição do glifosato tem que se proibir, a bem da coerência de propósitos, o consumo de carne vermelha e a utilização

dos cabeleireiros, já que ambos têm a mesma classificação de potenciais carcinogéneos atribuída pela IARC. Claro que do ponto de vista da “guerra do glifosato” a apresentação destas análises faz sentido. É, segundo os seus autores, mais uma “acha para a fogueira”. Esperemos que o cidadão português possa ter discernimento, num mar de ameaças e de intimidações, para não seguir cegamente as posições de arautos de desgraças seletivas. Ao invés, creio ser necessário continuar a considerar credíveis as melhores opiniões das instituições internacionais de referência, apesar da necessidade do seu constante escrutínio. Pedro Fevereiro, Biólogo, Professor do Departamento de Biologia Vegetal da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Presidente do Centro de Informação de Biotecnologia.

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A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL SPMA

SECÇÃO DE PRÉ-MISTURAS E ADITIVOS

NOTÍCIAS DA SPMA - Atravessamos o habitual período de feiras e congressos em Portugal (Ovibeja, FPAS, Alcobaça, Santiago do Cacém, FNA,…), num tempo de “porcas gordas”, com preços de matériasprimas e produtos finais interessantes, exportações de carne porco para China a entusiasmar o setor da suinicultura e o poder politico, criando um ambiente de paz e otimismo que se reflete na economia dos produtores e na área da alimentação animal. - Mas também vivemos os 50 anos da IACA e os “nossos” 25 anos da Secção, com o desafio de comunicar com o exterior / consumidores, de explicar o que fazemos e como fazemos. Num ano que servirá para refletir sobre o que somos e para onde temos de ir face à dinâmica do mundo onde nos inserimos; e quem não perceber isto corre o risco de ficar pelo caminho. - Neste sentido, as VIII Jornadas de Alimentação Animal, a realizar em 19 de Setembro, vão procurar ajudar a pensarmos em conjunto, tendo como tema base a “Alimentação e o Ambiente”. Contamos com a vossa participação.

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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL


RESUMO DO 35º COMITÉ DE PRÉ-MISTURAS E ALIMENTOS MINERAIS DA FEFAC

19 de março de 2019 – Bruxelas

Implementação da legislação sobre aditivos para a alimentação animal Vitaminas B2 e B12, etoxiquina, ácidos orgânicos A discussão ao nível do SCoPAFF começou em fevereiro do corrente ano, e focou-se na existência de períodos de transição curtos para a retirada de vitamina B2 produzida por outras estirpes diferentes das duas que têm opinião positiva da EFSA. A maioria das opiniões vai no sentido de serem atribuídos os mesmos tempos das anteriores re-autorizações, isto é, 9 meses no caso dos aditivos e pré-misturas, um ano no caso dos alimentos compostos e 2 anos no caso de alimentos para animais de companhia. Receia-se que durante o processo de reautorização da vitamina B12 se verifiquem os mesmos problemas que se sentiram relativamente à reautorização da vitamina B2. O problema para a EFSA é o “estatuto OGM” destes produtos; além da vitamina, podem existir” impurezas” provenientes do processo de fermentação do organismo que se usou para a produção da mesma, o qual é OGM e a Lei europeia não permite que existam células viáveis destes microrganismos nos aditivos. O problema para a indústria permanece a possibilidade de acesso limitado a fontes destas vitaminas no mercado, o que se agrava quando se trata da produção biológica que apresenta maiores limitações à utilização destes produtos. No que diz respeito aos aminoácidos, as discussões ao nível do SCoPAFF começaram para a reautorização da lisina. A EFSA expressou dúvidas quanto à ausência de ADN recombinante num dos dossiers submetidos, o que levanta questões sobre a eficiência do processo de purificação, tendo em conta que se espera que os aminoácidos sejam as substâncias com maior grau de purificação. O problema é similar ao verificado relativamente às vitaminas, a tolerância para a presença de partículas de ADN é “0”. Atualmente existem cerca de 400 “estirpes OGM” utilizadas para produzir aditivos, por exemplo enzimas, aminoácidos, vitaminas, ácidos orgânicos e muitos outros produtos, alguns dos quais anteriormente eram produzidos quimicamente. Esta situação verifica-se também na alimentação humana, e na medicina em que o método de fermentação é um caminho frequente-

mente usado na produção de medicamentos como antibióticos, insulina, etc. Quanto à etoxiquina a FEFAC foi informada pelo Consortium ANTOXIAC que existem ainda estudos de impacto ambiental a decorrer, os quais não deverão estar completos antes de final de setembro de 2019, prazo final para a autorização da sua incorporação nos produtos de origem marinha (nomeadamente farinhas de peixe). Além do mais, uma vez que a etoxiquina continua a ser o antioxidante preferido dos fabricantes de aditivos (p.e. vitaminas) dos países terceiros, preparações com e sem etoxiquina são produzidas nas mesmas linhas de produção, levando a contaminações cruzadas até 50 ppm nos aditivos para a alimentação animal. A EFSA concluiu na sua avaliação dos ácidos orgânicos, que estes constituem um risco para a saúde animal quando incorporados em quantidades elevadas nos alimentos, não tendo a Comissão outra alternativa do que estabelecer limites máximos legais para os ácidos cítrico, sórbico, acético, fórmico e propiónico, assim como para os seus sais. Apesar de à primeira vista os valores máximos em discussão deixarem espaço para manóbra, a obrigação de rotular estas substâncias pode ser desafiante para a indústria. A Comissão pediu mais informação prática sobre o assunto com vista a poder deliberar no final de 2019. A mensagem subjacente das autoridades é que, se os operadores quiserem usar ácidos orgânicos para fins zootécnicos, estes devem ser autorizados como “estabilizadores de condições fisiológicas”, o novo grupo funcional (anteriormente designados como melhoradores do bem-estar animal).

Dados de eficácia dos aditivos Sob a iniciativa da FEFANA, foi estabelecida uma plataforma com os principais parceiros, Copa-Cogeca, EMFEMA, AnimalhealthEurope, FEDIAF e FEFAC. O objetivo é originar um documento sobre a eficácia de aditivos nos alimentos para animais. Uma opção é um Sistema que combine testes in vivo (menos do que o requerido atualmente) e provas da função baseados no resultado e no modo de ação. Esta necessidade advém da exigência da Comissão de se provar a eficácia dos aditivos para a alimentação animal, o que faz sentido, no entanto, esta tem de ser provada em animais saudáveis, o que é um desafio enorme.

Aditivos autorizados na produção biológica A DG AGRI lançou um processo de revisão dos aditivos autorizados para a alimentação animal na produção biológica (Anexo VI do Regulamento (CE) nº 889/2008). A ideia é ter esta revisão feita antes da entrada em vigor do novo Regulamento sobre a produção biológica (Regulamento (UE) 2018/848) em 2021. A cadeia Europeia da alimentação animal sobre o Catálogo concordou em aproveitar a oportunidade da alteração das regras de produção biológica para identificar as matérias-primas de produção não biológicas e os aditivos, que seriam úteis aprovar para utilização na produção biológica.

Atualização da legislação sobre substâncias e misturas perigosas Restrições da utilização dos sais de cobalto A ECHA propôs que a utilização de sais de cobalto na alimentação animal ficasse isenta das restrições adicionais que estão a ser consideradas para a utilização de alguns sais de cobalto, com vista a definir um valor máximo de exposição de 0,01 µ Co/m3. Devido à perigosidade que os sais de cobalto representam para a saúde, a ECHA iniciou um processo de recolha de dados com vista a averiguar os cenários de exposição no âmbito da saúde ocupacional, em particular no que diz respeito a doenças cancerígenas, tendo chegado agora a medidas de gestão do risco de exposição. A isenção da utilização de sais de cobalto em alimentação animal prende-se com as baixas concentrações utilizadas, visto que o limite máximo admissível é de 0,0001%, valor muito abaixo do limite apontado (0,001%) para classificação no âmbito da legislação das substâncias perigosas.

M-factor for copper compounds O Regulamento (CE) nº 1179/2016 altera a lista de classificação harmonizada de substâncias. No que diz respeito ao cobre, este regulamento estabelece um fator M de 10, nomeadamente para o sulfato de cobre classificado com perigosidade persistente para o ambiente aquático, o que significa na prática que pré-misturas com uma taxa de incorporação de cobre de 0,25% seriam classificadas como perigosas. A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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33


ALIMENTAÇÃO ANIMAL SPMA

No entanto, tendo em conta as incertezas quanto à relevância deste fator-M para compostos de cobre, o Comité de Avaliação de Riscos da ECHA (RAC) propôs novos fatores-M: em suma, um fator-M de 10 aplicar-se-ia a todos os compostos de cobre exceto ao sulfato de cobre (fator 1). Os especialistas do Comité expressaram preocupação que as restantes fontes de cobre mantenham um Fator M de 10.

Notificação aos centros de venenos O Regulamento (CE) n.º 2017/542 prevê regras harmonizadas para a notificação de misturas perigosas a centros antivenenos de todos os países onde a mistura é comercializada. O procedimento prevê, em particular, que a responsabilidade pela notificação seja do utilizador a jusante (ou seja, no nosso caso, o fabricante da pré-mistura)

para os seus produtos e também para os colocados no mercado pelos distribuidores, mesmo que com outra marca. A implementação deste Regulamento pressupõe a transmissão de dados sobre a composição detalhada do produto ao longo da cadeia. A indústria teme também pelos custos acrescidos que esta medida pode trazer, os quais poderão ser avultados.

RESUMO DO 116º COMITÉ DE NUTRIÇÃO DA FEFAC 20 de março de 2019 – Bruxelas

Atualização sobre a avalia- Revisão da legislação sobre ção da legislação sobre os “feed ban” A Comissão Europeia apresentou os seus pontos pesticidas O estudo sobre a adequação da legislação comunitária sobre pesticidas é o primeiro passo do REFIT da legislação da UE em matéria de pesticidas (autorização e LMR), lançado em 2017, e destinado a apoiar uma eventual proposta legislativa, no âmbito da próxima Comissão, para melhorar as duas legislações. Estes estudo identificou alguns aspetos a melhorar, nomedamente: (i) a necessidades de disposições claras sobre substâncias naturais e substâncias de uso múltiplo, cuja ausência atualmente impede o comércio entre os Estados-Membros, (ii) a duração e transparência insuficientes dos procedimentos de determinação das tolerâncias de importação e iii) variações na aplicação e não aplicação de LMR (limites máximos de resíduos) em alimentos para animais e produtos transformados. O estudo também conclui que a política de LMR protege suficientemente a saúde do consumidor, ao mesmo tempo em que aponta para a falta de metodologia de avaliação de risco cumulativo, de alinhamento entre os prazos para a revisão das autorizações de pesticidas e os LMR, assim como a falta de consistência entre as abordagens baseadas no risco para a autorização de substâncias existente na UE e praticada internacionalmente. As principais mensagens da FEFAC durante a consulta foram a necessidade de rever as regras para o setor dos alimenos para animais com uma clarificação da nota de rodapé 1, o estabelecimento de LMR específicos baseados na segurança alimentar e a harmonização de fatores de processamento. A FEFAC também insistiu na necessidade de esclarecer o caso do uso duplo (por exemplo, etoxiquina autorizada como aditivo, mas não autorizada como pesticida, embora tenha sido estabelecido um LMR no âmbito da legislação sobre pesticidas, mas não na legislação sobre os aditivos para a alimentação animal). 34 |

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de vista sobre os próximos passos relativos ao levantamento do “feed ban” na alimentação animal, na reunião do Grupo de Trabalho sobre EET (encefalopatias espongiformes transmissíveis). Quanto à possibilidade de uma solução técnica para a presença de vestígios de ADN de ruminantes, a Comissão Europeia comunicou à FEFAC a existência de muitas reservas nos diferentes Estados-Membros, no que diz respeito ao estabelecimento de tal limite de ação, mas a questão será inevitavelmente parte das discussões sobre o levantamento da proibição de proteínas animais transformadas (PAT) nos alimentos para animais. O interesse na reutilização de PAT de não ruminantes em alimentos para não-ruminantes tem vindo a aumentar, especialmente no contexto da economia circular em países como os Países Baixos. Se a segurança destes produtos estiver cientificamente provada cabe ao mercado decidir sobre a sua utilização, apesar de, nas atuais condições de mercado e com as restrições legais impostas aos operadores, o interesse económico em reutilizar as PAT de suínos nos alimentos para aves ser baixo.

Revisão dos limites máximos de dioxinas e PCB A EFSA publicou um parecer sobre o risco associado às dioxinas e aos PCB, nos alimentos para animais e nos géneros alimentícios. O valor de ingestão semanal tolerável de dioxinas e PCB’s semelhantes a dioxinas foi revisto e foi reduzido de 14 para 2 pg TEQ/kg de peso corporal, com base em novos dados e métodos de análise. Como consequência, a EFSA concluiu que a exposição alimentar a dioxinas e DL-PCBs é uma preocupação para a saúde, uma vez que os dados indicam superação do novo valor de ingestão em todos os grupos etários. Esta opinião é suscetível de afetar gravemente o sector pecuário, em especial a aquicultura.

A Comissão Europeia pediu à OMS para proceder à revisão dos limites máximos de TEF (toxic equivalency factor), o qual mede a toxicidade das dioxinas e PCB’s, de acordo com estes factos, no entanto, os novos valores em alimentos para animais e géneros alimentícios não deverão ser publicados antes de 2020. Entretanto, a DG SANTE indicou a sua intenção de realizar algum trabalho preparatório, no sentido de: • Identificar alimentos/categorias de alimentos cujos dados de ocorrência disponíveis atualmente indicam uma grande divergência em relação ao valor máximo; • Relacionar os níveis em alimentos para animais e géneros alimentícios de origem animal; • Verificar o desempenho dos métodos analíticos, incluindo métodos de screening. Um primeiro cálculo da Comissão Europeia levou a possíveis reduções dos limites máximos de dioxinas de 0,75 para 0,50 ppt em óleo vegetal, de 1,5 para 0,75 ppt em gorduras de origem animal, de 5 para 2,5 ppt em óleo de peixe, de 0,75 para 0,25 ppt em matérias-primas de origem mineral, aglomerantes e alimentos compostos e de 1 para 0,25 ppt em oligoelementos e pré-misturas. Espera-se que as discussões durem o ano inteiro e a Comissão tenciona concluir o processo no primeiro semestre de 2020. Os sectores foram, no entanto, convidados a verificar rapidamente se o conjunto de dados utilizado pela EFSA é uma representação fiável dos níveis aplicáveis nos respetivos setores.

Revisão do catálogo de matérias-primas da UE e registo de matérias-primas O grupo de trabalho sobre o Catálogo de matérias-primas da UE (EU FCTF) decidiu, na sua última reunião a 18 de fevereiro de 2019, lançar o procedimento para a 4ª atualização do Catálogo de matérias-primas da UE, o qual deve permanecer principalmente técnico. A maioria das 42 organizações membro do


grupo de trabalho não viu nenhuma necessidade específica de revisão do Catálogo da UE no que diz respeito aos seus produtos, mas algumas delas, como a indústria de alimentos para animais de companhia, viram uma oportunidade de inserir matérias-primas seguras atualmente na zona cinzenta, incluindo alguns antigos aditivos para alimentação animal. A meta é enviar um rascunho do Catálogo atualizado para a DG SANTE em setembro de 2019. No que diz respeito ao registo de matérias-primas para alimentação animal, o Grupo de trabalho da UE concordou em reforçar a cooperação com o SCoPAFF no que diz respeito à identificação de entradas ilegais/incorretas.

Promoção da alimentação animal como parte da solução para os desafios da produção animal O papel da nutrição animal e das estratégias nutricionais para reduzir a necessidade de utilização de antimicrobianos na produção animal foi destacado num evento paralelo à

reunião do grupo de trabalho Intergovernamental ad-hoc do Codex, sobre Resistência Antimicrobiana (RAM), que ocorreu na Coreia em dezembro de 2018. Os membros do grupo de trabalho do CODEX saudaram a visão geral dos especialistas em nutrição animal para combater a RAM, que serviu de referência durante as discussões da sessão sobre como minimizar e conter a resistência de agentes antimicrobianos de origem alimentar. Pode-se esperar que o grupo de trabalho do CODEX necessite de pelo menos mais uma reunião física para chegar a um consenso sobre os documentos preliminares finais, antes de enviar à Comissão do CODEX Alimentarius para aprovação final. Atualmente, permanecem discordâncias importantes quanto aos antimicrobianos medicamente importantes a serem excluídos do uso na produção de animais produtores de géneros alimentícios e na eliminação gradual de antibióticos promotores de crescimento. Os delegados da IFIF e da FEFAC observaram um maior consenso dos delegados do CODEX e a procura de

propostas de compromisso, incluindo o foco adicional do papel da nutrição adequada na prevenção terciária. A FEFAC conheceu Dirk Lange, Chefe de Unidade responsável pelas discussões do Codex, e expressou as suas preocupações com relação aos possíveis efeitos que certas posições da UE ao nível da Codex poderiam ter, em particular a solicitação de que “agentes antimicrobianos só deveriam ser usados para fins médico-veterinários”. Considerando que a definição de antimicrobianos engloba um número diverso de substâncias e não apenas antibióticos, nomeadamente ácidos orgânicos, extratos de plantas ou coccidiostáticos, esta posição da UE poderia afetar drasticamente a capacidade da UE no combate à RAM. A FAO deverá publicar um relatório sobre o papel da nutrição animal no combate à RAM e a IFIF também está a trabalhar num inventário de soluções de nutrição animal com vistas a apoiar a ação de lobbying a nível global, em particular ao nível do CODEX.

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CONHECER OS FORNECEDORES a apresentar-se também como um novo interveniente no setor da nutrição animal. Atualmente o grupo TERVALIS tem um volume de faturação de 550 milhões de euros e engloba 1 500 trabalhadores na sua estrutura. A fábrica de Huelva que visitámos iniciou atividade em 2013, com uma capacidade de produção de fosfatos da ordem de 150 000 tons e 30 000 tons de sulfato de ferro. Com um volume de faturação na ordem dos 50 milhões de euros, a GlobalFeed emprega 45 pessoas, exporta para 30 países, sobretudo para a América do Sul, África, Médio Oriente e Ásia. Em Portugal, a Globalfeed desempenha um

FOCO NO CLIENTE, NA EFICIÊNCIA E NA SUSTENTABILIDADE Prosseguindo a iniciativa que lançámos o ano passado na Revista "Alimentação Animal", felizmente com grande acolhimento da parte dos nossos leitores, deslocámo-nos novamente a Espanha, a Huelva, para conhecer um importante fornecedor de fosfatos para o mercado português, a GlobalFeed, representada no nosso País pela Maprico, parceira da IACA, empresa na qual é responsável Paulo Pinheiro, que nos acompanhou nesta entrevista. A GlobalFeed é uma empresa do Grupo TERVALIS, grupo este que nasceu em Teruel no ano de 1986, tendo como foco a nutrição vegetal e o desenvolvimento de fertilizantes. Em 2004, o grupo passa

" Para Javier Martin," o que a GlobalFeed quer oferecer ao mercado são produtos mais eficientes para o consumidor final, em termos de rentabilidade, sustentabilidade e respeito pelo meio ambiente". Paulo Pinheiro corrobora esta estratégia e posicionamento, referindo que "vê a aposta na parceria com a GlobalFeed como vantajosa para o nosso mercado, sobretudo com os novos produtos, em que existe um grande espaço de formação e informação para o mercado".

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papel de elevada relevância como interveniente no fornecimento de fosfatos e sulfato de ferro. Complementando estas informações prestadas por Javier Dupuy, Diretor de Qualidade e Javier Martin, Diretor-Geral, Paulo Pinheiro refere-nos que a relação com a Maprico se iniciou em 2002, numa primeira fase, consolidada posteriormente em 2013, com a entrada em funcionamento da unidade de Huelva, aproveitando a logística existente. A Maprico, nascida em 1992, com uma história de 27 anos, teve em 2018 um volume de negócios de 10 milhões de euros, empregando 7 pessoas e é, em Portugal, o rosto da Globalfeed.

Uma aposta clara nos projetos de Inovação, Investigação e Desenvolvimento Para além de nos ter dado uma autêntica lição sobre os fosfatos e os diferentes produtos que a empresa comercializa, numa linha de nutrição de precisão, Javier Dupuy, apresenta-nos o Grupo e os objetivos nas áreas de I e I&D, fazendo o ponto de situação dos projetos em curso. O Grupo tem 3 áreas relevantes, a saber a FERTINAGRO Biotech, que inclui a GlobalFeed e que engloba as áreas da nutrição animal e vegetal, a TERRAVALIS, empresa de diversificação de negócios, que integra explorações de porcos, bovinos, alimentos compostos e hotelaria, entre outras áreas de negócio; e a Fundação TERVALIS, num projeto de responsabilidade social, destinado a ajudar e a integrar pessoas com deficiência, não só em Espanha como em muitas áreas do globo. Aliás, existe um compromisso dentro do Grupo, em que todos os trabalhadores têm de conhecer essas empresas e colaborar com


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elas pelo menos durante uma semana. O objetivo é potenciar ideias e experiências que permitam gerar novos negócios. Outro compromisso, sem o qual a empresa não poderá crescer de forma sustentada é o da investigação, desenvolvimento e inovação. A FERTINAGRO, líder no setor dos fertilizantes e vocacionada para uma agricultura de precisão, tem 29 patentes e este ano, na GlobalFeed,

Na área da proteína, um dossier cada vez mais relevante, Javier Dupuy, apresenta-nos o Mucosoy, um produto que consiste numa proteína de alta digestibilidade composto por mucosa de suíno hidrolisada, contendo também uma base de soja. Javier Dupuy apresentou-nos também o Alquabiotic, projeto que visa investigar alimentos para aquacultura mais sustentáveis e saudáveis. Este projeto tem a colaboração das Universidades de Granada e Almeria e visa o desenvolvimento de proteínas derivadas de algas, com uma empresa produtora de algas na região de Almeria. A Universidade de Huelva irá estudar o perfil da proteína em algas e as modificações genéticas necessárias para melhorar a digestibilidade da alimentação animal. Toda esta investigação envolve 6 pessoas responsáveis pelos diferentes projetos e o grande objetivo, como ficou patente, é a sinergia e o potencial de ligação com as Universidades, dando sentido e coerência a toda a área de investigação e posterior disseminação do conhecimento. Acrescentamos nós, nem existe outra forma de trabalhar. Todos estes projetos deverão terminar em 2020 e 2021. A terminar esta conversa com Javier Dupuy quisemos saber o que pensa, como investigador e homem da ciência, dos constrangimentos que a Europa coloca nesta matéria. Em sua opinião, é simplesmente "lamentável que se recuse a biotecnologia sem quaisquer conhecimentos científicos, negando a possibilidade de ajudar as pessoas, num momento em que tendo em conta o crescimento da população mundial, há que produzir mais alimentos”. Como aumentar a produtividade, com respeito pelo ambiente? O objetivo deve ser o ser humano, conclui.

com o crescimento da empresa, esta área foi separada do resto do grupo, designadamente da área dos fertilizantes. No âmbito da Nutrição Animal, o objetivo é a aposta na nutrição de precisão do fósforo e do cálcio, o fosfato inorgânico, a patente de uma fitase e uma linha de investigação dedicada a uma fitase fosfatada. Na área da nutrição mineral, a meta passa pela redução da utilização dos mesmos, com o desenvolvimento de uma gama de quelatos metálicos. Já aprovados pela EFSA, deverão ser lançados no mercado em 2020, sendo produtos de elevada digestibilidade. Um projeto que envolve cerca de 1.5 milhões de € de investimento. A Adbio, com investigação comum com a GlobalFeed, tem uma linha de produtos derivados de cítricos e aliáceas (alho) de grande relevância para a saúde e bem-estar animal. Estes produtos são o culminar do constante trabalho de investigação do grupo em colaboração com centros Universitários como: Universidades de Córdoba, León, Valência e Múrcia e empresas do setor que se disponibilizaram a colaborar. O grande foco atual da Adibio centra-se também na produção livre de antibióticos (PLA), sendo que em explorações da TERRAVALIS (empresa do grupo) foram pioneiros na produção de carne de suíno livre de antibióticos, do desmame ao abate e no desenvolvimento da primeira certificação realizada na Europa. A AENOR é a entidade responsável pela acreditação desta certificação, disponível também para aves e bovinicultura e que se pretende alargar a outras espécies. Este projeto encontra-se em fase de disseminação, pois a tendência de procura por parte dos consumidores para este tipo de produções é alta, assim como da grande distribuição. 38 |

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Oferecer ao mercado produtos mais eficientes e que respeitem o meio ambiente Depois da excelente incursão pelos projetos do Grupo, tendo como grande objetivo a eficiência da nutrição e a sustentabilidade, fomos saber o que pensam os nossos interlocutores sobre o mercado português, quais as perspetivas e se estão alinhados com a Visão 2030 da IACA, já conhecida da nossa Indústria e dos nossos leitores.


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ALIMENTAÇÃO ANIMAL EMPRESAS

No que respeita ao mercado português, Javier Martin, fala da previsão do crescimento da produção de alimentos compostos de cerca de 3% a nível mundial, contrapondo a estagnação ou quebra do mercado europeu, mas não está preocupado com isso. As empresas têm de saber adaptar-se às realidades dos diferentes mercados e a exportação ajuda-nos a ter essa perspetiva. O que a GlobalFeed quer oferecer ao mercado são produtos mais eficientes para o consumidor final, em termos de rentabilidade, sustentabilidade e respeito pelo meio ambiente. Paulo Pinheiro corrobora esta estratégia e posicionamento, referindo que vê a aposta na parceria com a GlobalFeed como vantajosa para o nosso mercado, sobretudo com os novos produtos, em que existe um grande espaço de formação e informação para o mercado. O mercado português irá entrar num novo ciclo e sairá muito valorizado. Javier Martin regressa ao ADN da empresa, que está pensada na orientação do cliente. E é esse, o consumidor, o que compra a carne, o leite e os ovos, que pretende uma garantia do bem-estar animal, a redução da utilização dos antibióticos e o respeito pelo ambiente. E tudo isto, com o máximo de eficiência. É também para dar resposta a estes objetivos e desafios que a empresa tem orientado as suas linhas de investigação. Um bom exemplo é o fósforo digestível em forma de quelato, para o animal o rentabilizar. Sendo certo que as regras dentro da União Europeia estão longe de estarem harmonizadas com o resto do Mundo, pese embora os acordos comerciais e as regras SPS, cada vez mais exigentes, Javier Martin não tem dúvidas: a Administração espanhola ou a portuguesa devem harmonizar as regras dentro do espaço europeu (em Espanha ainda temos as Autonomias), não só a legislação, mas as práticas e comportamentos, para que os objetivos sejam cumpridos. As exigências da União Europeia não devem baixar, mas é essencial que as importações de Países Terceiros cumpram as mesmas regras que são impostas aos produtores dos países comunitários. Um exemplo é o pescado, nomeadamente os camarões que são provenientes do mercado asiático, o que é inadmissível. Outro exemplo negativo tem

de Plantas, conhecidas como NBT. Sabemos o que os consumidores hoje querem e temos de os informar, comunicar com eles e com tecnologias seguras e cientificamente estudadas, oferecer os melhores produtos. Seja em que área for, desde o melhoramento de plantas à substituição dos antibióticos (hoje existe a noção clara de que existe um consumo excessivo) a biotecnologia é o futuro da Humanidade. E como olham para o futuro? Com confiança. Todos estamos focados nos mesmos objetivos e o mercado tem as soluções necessárias. A alimentação animal, o nosso Setor tem de fazer parte da solução. Economia Circular é uma das palavras chave. Por outro lado, quando falamos do ambiente, temos de falar da água, do ar, mas também do solo e este tem sido muito maltratado nos últimos anos. Hoje, todos estamos atentos à contaminação dos solos e ao seu papel na nutrição das plantas e para os animais, a biodiversidade e o impacto ambiental. Numa conjugação com a FERTINAGRO, estão-se a produzir fertilizantes de nova geração, que aportem o mínimo de minerais possível, aplicando mobilizadores. Ir buscar os minerais ao solo é o objetivo. No entanto, tudo isto são processos lentos, de aprendizagem e mudanças de paradigma, mas que terão de ser acelerados, se as empresas querem continuar no mercado. Para Javier Martin, a GlobalFeed estará e continuará a estar focada no cliente, porque este vai-nos pedir cada vez mais eficiência e sustentabilidade. Já Paulo Pinheiro sintetiza que é a única estratégia possível para o mercado português, com produtos ambientalmente sustentáveis, porque temos a obrigação de salvar o Planeta. Este é claramente o maior desafio que a Sociedade hoje nos coloca, o que nos obriga a uma procura de sinergias e a fazer deste, um desafio global. O nosso muito Obrigado aos nossos interlocutores, sem esquecer o Jorge Román, Diretor de vendas para o mecado Ibérico. Em nome da "AA", obrigado pela visita, pelos ensinamentos e partilha de conhecimentos e, sobretudo, pelo excelente acolhimento. Jaime Piçarra

a ver com os OGM e a adoção de novas tecnologias. Tudo isto nos retira competitividade e torna a vida mais difícil para os empresários europeus, que têm de competir no mercado global. E como podemos fazer face a estas campanhas tão negativas sobre o consumo de carne, um pouco por toda a Europa? O consumo de carne nos países ocidentais deverá diminuir ligeiramente, mas é certo que irá aumentar a nível mundial. A única forma de invertermos esta imagem negativa é a formação de profissionais e a aposta na comunicação, simples e objetiva, falar nas vantagens da produção animal, para o ambiente e para a sociedade, e no consumo de produtos animais na saúde das populações. Abrir as portas das empresas à Sociedade, trabalhar com as escolas, mostrar o que fazemos e como fazemos, são um caminho. Por isso saúdam a iniciativa da IACA de lançar em Portugal o Dia Aberto da Alimentação Animal. Os objetivos que todos pretendemos – fazer mais com menos, melhorar a eficiência dos recursos, que serão sempre escassos e cada vez mais, com as alterações climáticas – passam, inevitavelmente, pelas novas tecnologias. Os nossos interlocutores concordam e pensam que haverá sempre pessoas que se vão opor à biotecnologia, como é o caso dos OGM, ou às Novas Técnicas de Melhoramento 40 |

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Jaime Piçarra, Javier Martin, Paulo Pinheiro e Jorge Román


ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS

SECRETÁRIO-GERAL DA IACA HOMENAGEADO PELA UTAD/IAAS Presidente da IAAS, e na sua pessoa, a todos os alunos e ex-alunos que connosco fizeram estas Jornadas, desde 1999. Um Muito Obrigado ao António Simões Monteiro, pelas palavras exemplares e muito comovidas. Nesta informação para os nossos Associados, cumpre-me agradecer ao antigo Secretário-Geral da IACA, Comendador Luis Marques, que me iniciou nestas lides e que me entusiasmou e projetou nestas andanças; aos Diretores, que sucessivamente No passado dia 15 de março, no âmbito das X Jornadas Internacionais de Suinicultura, promovidas desde há 20 anos, pela UTAD e IAAS (Associação Internacional de Estudantes de Agricultura), com o apoio da FPAS e da IACA, entre outras entidades, a organização decidiu homenagear o Secretário-Geral da IACA, Jaime Piçarra, pelo trabalho e empenho colocados ao longo de duas décadas de estreita parceria e cooperação. Foi uma total surpresa para o homenageado, que não estava à espera deste momento, tendo sido presenteado com o título de Membro Honorário da UTAD e da IAAS, sucedendo ao então Secretário-Geral da FPAS, Dr. António Simões Monteiro.

A apresentação do homenageado foi preparada, em segredo, e apresentada pelo amigo António Simões Monteiro, que destacou as qualidades humanas e o percurso profissional de Jaime Piçarra, para além de considerações pessoais, seguindo-se um pequeno filme da presença nas sucessivas Jornadas, ao longo de todos estes anos.

dirigiram esta Instituição e aos seus Presidentes, Jaime Lança de Morais, Alberto Campos, Pedro Corrêa de Barros, Cristina de Sousa e Romão Braz, por confiarem em mim na representação da IACA; à Equipa da IACA, meus colegas, pelo incansável trabalho e que asseguram a “retaguarda”, e finalmente, aos Associados, que me estimulam, ajudam a crescer e a ter um orgulho enorme

"Tanta Honra para tão pouco merecimento".

em os representar, seja onde for, em prol

Foi um momento de particular emoção e de reconhecimento, que muito agradeço. Tal como referi em Vila Real, desde logo ao Prof. Divanildo Monteiro e a Sofia Mendes,

Esta Homenagem e o prémio deve ser repar-

da Indústria da Alimentação Animal e do reconhecimento da IACA. tido por todos e cada um de vós. Muito Obrigado. Jaime Piçarra

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS

II CONGRESSO INTERNACIONAL DE AVICULTURA – AVIS’19 Bernardo, e a Ex.ma. Sr.ª Directora regional de agricultura, Eng.ª Carla Alves. O AVIS’19 contou com o inestimável apoio de grandes empresas, de enorme relevância para o sector avícola português, como Nos passados dias 9 e 10 de Maio de 2019 realizou-se, no centro de Congressos da Alfândega do Porto, o II

o Grupo Soja de Portugal (Avicasal e Savinor), o Grupo Valouro (Pinto Valouro), H&N Peninsular,

Congresso Internacional de Avicul-

Inoxnorma, ALS-Controlvet, Novus

tura (AVIS’19). Esta foi mais uma ini-

(Wisium), DeHeus, Cobb, MSD Animal

ciativa promovida pela Associação

Health, Hipra, Exafan, Ross (Aviagen),

Portuguesa de Engenharia Zootécnica

Zinpro, Lonza, Cargill, Zoetis, Nutri-

(APEZ), que contou com cerca de 276

nova, DIN, CEVA, Farmcontrol, Huve-

participantes, entre estudantes e pro-

pharma, Dinazoo, Boehringer Ingelheim,

fissionais da área.

Inogenvet, TLH, Celjade e Grupo CAC.

Com um programa ambicioso, aborda-

Tivemos, também, o apoio da UTAD,

mos os mais recentes desenvolvimen-

IACA, APCA, FEPASA, Ordem dos Enge-

tos técnicos e científicos no sector aví-

nheiros, Pecuária.pt, Agroportal, NEE-

cola, tendo presentes palestrantes de

Z-UTAD, IAAS-UTAD, ZootecnIsa, ABZ,

renome internacional e participantes

Veterinária Actual, NEZCTA-UE, Agro-

de diversas nacionalidades.

Negócios, Agrotec e RuralBit.

Foi nosso objectivo reafirmar o Con-

A organização congratula-se pelo

gresso de Avicultura da APEZ como

sucesso do II Congresso de Avicul-

o fórum de discussão do sector aví-

tura. Agradecemos a todos os apoian-

cola, permitindo a todos os agentes

tes, patrocinadores e congressistas o

da fileira a oportunidade de interac-

interesse e participação. Esperamos

ção, promovendo o sector avícola

ter superado as vossas expectativas.

português.

Contamos com a vossa presença no 71º

O Congresso contou, na sua sessão de

Congresso da Federação Europeia de

abertura com a presidente da APEZ,

Ciência Animal (EAAP) em 2020, e, no

Ana Sofia Santos, e com o Presidente

III Congresso Internacional de Avicul-

da Comissão científica, Manuel Cha-

tura (AVIS’21)

veiro Soares. Seguiram-se 8 sessões de trabalho que abordaram os principais temas em destaque no sector avícola, terminando com um painel de discussão que contou com a presença do Professor Carlos Fiolhais, Professor Chaveiro Soares, Dr. António Isidoro, Professora Carla Gonçalves, Eng. Jaime Piçarra e Eng.ª Maria do Rosário, moderados pela jornalista Teresa Silveira, onde se debateu o tema ”Avicultura e Sociedade”, fechando com chave de ouro dois dias de trabalho intenso e profícuo. A fechar o AVIS’19 tivemos a presença do Ex.mo. Sr. Director Geral de Veterinária, Professor Fernando 42 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL


A LI ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS

CONFERÊNCIA DA USSEC EM LISBOA PROMOVE A SOJA SUSTENTÁVEL A terminar a Conferência, um olhar para o mercado local e regional, com as intervenções de João Roda, responsável da Bunge em Portugal, e Lola Herrera, responsável pela USSEC em Portugal e Espanha. Foi salientado o excelente momento vivido pela soja dos EUA, com importações de 523 000 tons de grãos de soja em 2018, contra os 131 000 tons de 2017. Em 2017 a origem dos EUA representava 18% do mercado português, contra os 47% deste ano. No entanto, a Bunge espera importar Com a colaboração da IACA, a USSEC rea-

USSEC, sobre as perspetivas de um produtor,

lizou no dia 7 de fevereiro, em Lisboa, uma

que falou do mercado e da sustentabilidade.

Conferência intitulada “Experience Today’s

Gonzalo Mateos, Professor da Universidade

US Soy Advantage”, destinada a promover

Politécnica de Madrid abordou as vantagens

a soja dos Estados Unidos, falando-se ao

nutricionais da soja dos EUA comparada com

mesmo tempo dos mercados, desafios e

outras origens, chamando a atenção para

oportunidades, muito para além da soja.

outras características nutricionais para além

Destaque para as atuais tensões comerciais,

da proteína, centrando-se na digestibilidade

designadamente com a China e eventuais con-

e na alimentação de precisão. "A soja, mais

sequências, para além da sustentabilidade da

do que fonte de proteína, deve ser olhada

indústria da alimentação animal e da produção

como fonte de aminoácidos", referiu.

pecuária, destacando-se a soja sustentável,

Brent Babb, falou da soja sustentável e do

assegurada pelo Protocolo SSAP, reconhecido

Protocolo SSAP, numa altura em que este

pelo Benchmarking FEFAC (projeto ao qual a

tipo de soja começa a ganhar uma cres-

IACA está diretamente ligada) e pelo Consu-

cente procura, referindo que mais de 90%

mers Goods Forum (CGF), uma organização

dos produtores aderiram a esta sistema de

de cadeias de distribuição a nível mundial, e

produção de soja sustentável e que os cer-

que já integra algumas empresas portuguesas.

tificados são gratuitos. Esta soja representa

De resto, os recentes pedidos de algumas

cerca de 30% das exportações norte-ameri-

cadeias por soja sustentável (ou responsável)

canas e 5% da soja exportada globalmente.

deve-se, em grande parte, à sua integração

Na União Europeia, já são solicitadas anual-

nesta organização.

mente 4 milhões de tons de soja certificada

Com grande participação de associados da

e em Portugal começa a ser uma realidade.

IACA e operadores do mercado, depois das

Finalmente, informou que a soja SSAP foi

boas-vindas de Brent Babb, Diretor Regional

aprovada para a produção de biocombustí-

da USSEC para a Europa, Médio Oriente e

veis na União Europeia, no quadro da Diretiva

Norte de África, a Conferência foi aberta

RED (Energias Renováveis) no passado dia

por George Glass, Embaixador dos EUA em

29 de janeiro, pelo que esta certificação é

Portugal, que se referiu às excelentes rela-

da maior importância.

ções comerciais entre Portugal e os EUA,

Seguiu-se uma excelente reflexão com uma

destacando naturalmente a soja.

intervenção de Bob Bresnahan, CEO da trilate-

Após a apresentação de um vídeo em que a

ral sobre a situação global da soja, ameaças e

audiência se familiarizou com a produção e

oportunidades, muito centrada nas previsões

colheita da soja, interveio Monte Peterson, agri-

macroeconómicas e nas guerras comerciais,

cultor do Dakota do Norte e vice-Presidente da

designadamente entre os EUA e a China.

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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

menos em 2019, de um total de 1 milhão de tons, os EUA deverão ter cerca de 450 000 tons no mercado nacional. Tudo vai depender das relações com a China e com a União Europeia e da evolução do nosso mercado versus competitividade de outras fontes de proteína. Como sabemos, a origem de outubro a março é essencialmente norte-americana e a partir de março, da América do Sul (Brasil e Argentina) Para já, os EUA olham para a Europa e para Portugal como há muito não acontecia. A Conferência terminou com um almoço convívio com todos os participantes, culminando uma manhã de muita partilha de conhecimento e de informação relevante para a Competitividade do Setor. Parabéns à USSEC pela iniciativa, pela cooperação, já longa, com a IACA e pelos 50 anos que, tal como a nossa Associação, celebram neste ano de 2019.

Secretário-Geral da IACA com Embaixador dos EUA, George Glass


(www.andritz.com)

CONCLUSÕES 9º CONGRESSO NACIONAL DE SUINICULTURA

(www.geelencounterflow.com)

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Arrefecimento

8 e 9 de maio de 2019 – Rio Maior O 9º Congresso Nacional de Suinicultura, decorreu entre 8 e 9 de maio, em Rio Maior, focado em três principais áreas de análise. Com apresentações e conversas distribuídas ao longo dos dois dias, as abordagens inseriram-se nas seguintes temáticas: •O mercado e as tendências de consumo: temática sob a qual decorreram as apresentações A Carne Sintética, Uma opção à vista, proferida pelo Professor Doutor Carlos Buxadé; a Mesa Redonda Tendências de Consumo – Somos e seremos aquilo que comemos, momento que contou com a participação de Nuno Forner, representante da Plataforma Zero e Carla Gonçalves, nutricionista e diretora do curso de Ciências da Nutrição na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, com a moderação do Professor Fernando Bernardo, Diretor-Geral de Alimentação e Veterinária. Realizou-se ainda, a apresentação A Suinicultura no Planeta China, Potencialidades do Futuro na Suinicultura, tema proferido pelo Consultor Internacional, Osler Desouzart. •M arketing e Comunicação: temática sob a qual decorreram as apresentações O Marketing Digital nas tendências de consumo, proferida por Pedro Aguiar, docente do IPAM; o Exemplo da Colômbia, Campanha de promoção da Carne de Porco, proferida por Liliana Astrid Galindo, Diretora de Marketing PorkColombia e, também, A Promoção Conjunta na União Europeia, proferida por Óscar Mozún, responsável da Tactics Europe, que apresentou o projeto conjunto para a promoção de carne de porco em Portugal, Espanha e França, projeto este que é candidato a financiamento comunitário. • As características do tecido empresarial nacional/Empresa familiar-A motivação e a sucessão geracional: temática sob a qual decorreram as apresentações a Liderança e Motivação, proferida por António Sacavém, Coach com vasta experiência na área da gestão e motivação. Já António Nogueira da Costa foi responsável pela apresentação a Sucessão geracional na empresa familiar. No âmbito desta temática decorreu, ainda, a mesa redonda A motivação e a Sucessão geracional, moderada pela Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, Isaura Morais, contando com a participação

de representantes – líderes atuais e seus sucessores – de algumas das mais reputadas empresas suinícolas do país, nomeadamente, Fernando e Davide Vicente, pela empresa Valsabor; Fernando e Nuno Correia, pela empresa Intersuínos; Manuel e Gonçalo Querido, pelo Grupo Querido e Vítor e Mónica Menino, pela Valorgado.

Granulação

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O Mercado e as Tendências de Consumo No que respeita ao mercado e às tendências de consumo, é incontornável falar da China, enquanto país importador. A atual situação do mercado chinês é uma grande oportunidade para a Suinicultura nacional e por essa razão não poderia deixar de ser discutida no 9º Congresso Nacional de Suinicultura. A China é o maior produtor, o maior consumidor e também o maior importador de carne de porco do mundo. No atual contexto em que a Peste Suína Africana (PSA) afeta sobremaneira a produção do gigante mundial, a Suinicultura portuguesa pode beneficiar, na mesma proporção, desta situação. Alguns dos dados veiculados neste congresso permitem-nos afirmar que neste momento há uma realidade de surtos de PSA, iniciados em agosto de 2018 e que, segundo as informações transmitidas, se mantêm, apesar das medidas implementadas e dos abates sanitários realizados até ao momento. Sabemos que cerca de dois milhões de animais terão sido submetidas a abate sanitário e que existirá uma queda de 18% no alojamento de porcas reprodutoras, com a consequente diminuição de produção e que, ainda em 2019, a China irá abater cerca de 440 milhões de suínos no seu território. Da produção portuguesa sairão para a China, em 2019, cerca de 80 mil toneladas de carne nacional, o equivalente a um sexto do volume abatido anualmente no país, estando já incorporado neste valor o efeito da Peste Suína Africana e estando o Volume de Negócios originado orçado em 100 Milhões de euros. Este é um negócio que suinicultura portuguesa pretende fazer crescer e que, inclusivamente pode ajudar à autossuficiência do país. O aparente paradoxo explica-se pela motivação do empresário, ou seja, o facto de existir uma alternativa para o escoamento – que até agora se encontrava concentrado na

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS

Grande Distribuição – motiva uma série de investimentos e de parcerias no sentido de aumentar a produção o que, em concomitância com a exportação, acabará por beneficiar a autossuficiência nacional. Em todo o caso, o setor sabe que nenhum mercado é a panaceia para todos os males, assim, a suinicultura nacional, prepara-se também para outros mercados como a Coreia do Sul que revela algum potencial, tal como as Filipinas e a Índia, este último atualmente em estudo com o apoio da AICEP. Igualmente, no mercado interno, o setor tem a expectativa de se valorizar, dando cumprimento ao seu desígnio estratégico de tornar Portugal autossuficiente em produção de carne de porco até 2030. A marca nacional o porco. pt, lançada há pouco mais de ano e meio representa já cerca de 13 Milhões de euros de Volume de Negócios. Ainda ligado com a questão de mercado, mas, desta feita, não no que respeita ao trade, mas sim no que concerne às questões que enformam as decisões do consumidor final, estão as novas tendências de consumo e estas, embora polémicas, foram também abordadas no encontro. Nuno Forner, representante da Plataforma Zero, referiu que uma sua análise de dados estatísticos para o ano de 2015, revelando que cada português consome 4,4 vezes mais do que seria necessário deste grupo de alimentos, tendo em consideração o preconizado pela Direção-Geral de Saúde, que recomenda, segundo o próprio, uma média de 90 gramas por dia por pessoa de carne, ovos e pescado. Ainda segundo o representante da Plataforma Zero, cada português consome num ano cerca de 178 kg de carne, pescado e ovos quando deveria consumir apenas 33 Kg. Por outro lado, a qualidade nutricional da carne de porco, foi também abordada Carla Gonçalves, nutricionista e diretora do curso de Ciências da Nutrição na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Segundo a especialista, a análise à questão da nutricional deve ser sempre feita no âmbito do trinómio sabor, sustentabilidade e saúde. Sem um destes aspetos a análise não estará completa e pode ser enviesada, uma vez que opções aparentemente corretas do ponto de vista ambiental e nutricional, tal como a alimentação exclusivamente baseada em vegetais ou cereais, se forem produzidos em outras partes do mundo, podem implicar elevados custos ambientais no que respeita ao transporte, mas também, impactos nutricionais nem sempre medidos corretamente. O consumo de produtos que já não estão nas suas condições ótimas e que implicam uma grande destruição de floresta – o que 46 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

acontece também na produção de alimentos vegetais – pode ter um impacto nutricional negativo na saúde. A carne sintética, na opinião de Carlos Buxadé, Professor emérito da Universidade Politécnica de Madrid e que nos últimos anos se tem dedicado ao estudo dos desenvolvimentos da carne sintética e aos seus potenciais impactes na área da suinicultura, defende que esta tendência não atingirá o consumidor de forma generalizada imediatamente, no entanto, vai apresentar – se como uma realidade mainstream em duas gerações. Até lá, pequenos nichos de consumidores, nomeadamente os vegetarianos e os flexitarianos – cuja opção alimentar tenha origem em questões éticas e de defesa dos animais e não unicamente na crença de que a proteína animal é prejudicial ao ser humano – estarão cada vez mais interessados nesta alternativa alimentar.

Marketing e Comunicação A comunicação com o consumidor torna-se, assim, essencial para clarificar os benefícios e os impactes da inclusão da proteína animal na alimentação humana, questão que se apresenta como essencial, uma vez que o tema alimentação afeta todos e cada um de nós, sem exceção. O 9º Congresso Nacional de Suinicultura foi, também, palco para esta discussão, através da presença de reputados oradores na área do Marketing e Comunicação. O E-commerce como uma extensão da estratégia de marketing de qualquer empresa ou produto, inclusivamente na área alimentar, e a cultura de cliente, ou seja, o colocar do cliente no centro da ação da empresa é, na opinião de Pedro Aguiar, docente IPAM, a primeira e primordial ação a ser implementada. O E-commerce, surge, assim, como mais uma das ferramentas que poderão ser utilizadas e que tem, naturalmente, as suas características específicas. Na opinião do docente do IPAM uma das formas que nos podem ajudar a colocar o cliente no centro da nossa comunicação é a atenção à forma como se pesquisa a informação relacionada com a nossa área de atividade, isto é, sabendo que palavras/informações/produtos o meu cliente pesquisou online até “vir ter comigo, à minha loja virtual”. Concretamente, uma das formas de concretizar esta recomendação é ter atenção às pesquisas efetuadas nos motores de busca, nomeadamente no Google, onde são feitas mais 60 % das pesquisas a nível mundial. A reter no que respeita à comunicação em redes sociais é o facto de a imagem ser importante, e de o story telling ser. O ter a capacidade de transmitir ao meu destinatário,

online, a experiência que pode ter ao consumir o meu produto, mais do que centrar-me nas características do produto em si é uma das apostas da comunicação em redes sociais. A comunicação online pode, ainda, efetivar-se em diversas outras plataformas, tais como as lojas online e os market places (reprodução digital de um mercado, ou seja, um “local” em que são vendidos vários produtos. Exemplo disso são as plataformas eBay ou a Amazon.) cada uma com as suas características específicas. Ainda no tema comunicação, Liliana Galindo, Diretora de Marketing do projeto PorkColombia apresentou as diversas campanhas de comunicação realizadas neste país, no sentido de promover o consumo de carne de porco colombiana, por parte dos habitantes deste país. Óscar Mozún, representante da Agência de Publicidade Tactics Europe, apresentou o projeto de comunicação que está atualmente em análise de financiamento nas instâncias próprias na Comissão Europeia e que promete contribuir, de forma arrojada e inovadora, para a desmistificação de algumas ideias pré-concebidas no que respeita à produção e consumo de proteína animal com origem em carne de porco.

A motivação e a sucessão geracional No último tema a ser abordado neste congresso discutiu-se uma questão muito relevante em Portugal, a Sucessão geracional, uma vez que o tecido empresarial português é constituído, maioritariamente, por micro, pequenas e médias empresas e que, sendo usualmente empresas familiares, se vêm a braços com a questão da Sucessão.A Suinicultura não é exceção. Por essa razão, num setor que se quer modernizar, esta questão não poderia deixar de ser discutida. Neste âmbito, a Liderança e Motivação, foram temas abordados por António Sacavém, Coach e Professor convidado de diversas instituições de ensino superior em Portugal, nomeadamente IPAM, Universidade Europeia, Católica Lisbon School of Business and Economics, entre outras. Já António Nogueira da Costa abordou especificamente as questões relacionadas com gestão numa empresa familiar, abordando, designadamente, as diferenças de atuação e de decisões relacionadas com áreas-chave da vida da empresa: a propriedade, a gestão. Áreas estas que exigem diferentes tipos de postura e implicam diferentes limites que devem ser respeitados, a bem da manutenção da saúde empresarial e da gestão familiar.


NO RESCALDO DO IX CONGRESSO NACIONAL DE SUINICULTURA FPAS ANUNCIA NOVO EVENTO De hoje a um ano abre portas a FEIRA NACIONAL DO PORCO O pontapé de saída para a 25.ª Feira Nacional do Porco foi dado em 14 de maio, com a assinatura do protocolo entre a Câmara Municipal do Montijo e a Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS), no auditório da Galeria Municipal do Montijo. No rescaldo do 9º Congresso Nacional de Suinicultura que juntou mais de três centenas de agentes do setor e contou com a presença do Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, a FPAS lança a 25ª Feira

Vitor Menino. “Este é um ato simbólico e importante para a suinicultura portuguesa. É motivo de satisfação podermos contar com o empenho e o envolvimento da Câmara Municipal do Montijo para mais uma feira que irá, certamente, dignificar o nosso setor e o concelho do Montijo”, acrescentou. Por parte da Câmara Municipal do Montijo, o presidente Nuno Canta afirmou a importância de manter no concelho a realização da Feira Nacional do Porco, assegurando que “a nossa missão, assim como a forma de parce-

organizar as jornadas técnicas. Por sua vez, a câmara ficará responsável por um conjunto de questões logísticas necessárias à realização da feira, por intervenções de melhoria no Parque de Exposições e pela colaboração na divulgação da 25.ª Feira Nacional do Porco. A última edição do certame, realizada em 2018, contou com a presença de 110 expositores e mais de 20 mil visitantes, numa feira aberta ao público e que une a área profissional da suinicultura à gastronomia e à cultura.

ria com a FPAS, é no sentido de reforçar a suinicultura nacional e o papel do Montijo neste setor. Desejamos que seja uma grande feira,

Nacional do Porco que decorrerá de 14 a 16

que consiga projetar a suinicultura portu-

de maio de 2020 no Parque de Exposições

guesa não só internamente, como no mundo”.

do Montijo.

O protocolo assinado entre a Câmara Muni-

Com a cerimónia de assinatura do pro-

cipal do Montijo e a FPAS estabelece as res-

tocolo, iniciaram-se os preparativos para

ponsabilidades de cada uma das entidades.

“realizarmos a maior Feira do Porco de

A FPAS está encarregue de delinear todo

sempre”, declarou o presidente da FPAS,

o programa da feira, promover o evento e

A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS

ANPOC LANÇA MARCA CEREAIS DO ALENTEJO E PREVÊ ATINGIR 2,5 MILHÕES DE EUROS EM VOLUME DE NEGÓCIOS ATÉ 2021 Cereais do Sul, a Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches, a Cooperativa Agrícola de Beringel, a GlobAlqueva e a Procereais.

Sobre a ANPOC

A Associação Nacional de Produtores de Proteaginosas, Oleaginosas e Cereais (ANPOC) acaba de lançar a marca Cereais do Alentejo, por ocasião do 20.º aniversário do Clube Português dos Cereais de Qualidade, e prevê gerar um volume de negócios no valor de 2,5 milhões de euros no período de dois anos, ao envolver cerca de dez mil toneladas de cereal, abrangendo uma área cultivada de mais de 3.300 hectares. Além de assumir um papel agregador na fileira dos cereais, a marca Cereais do Alentejo pretende contribuir para o desenvolvimento económico e social do País através da redução da dependência alimentar externa e da consolidação e do aumento das áreas de produção. De acordo com José Pereira Palha, Presidente da ANPOC, «a criação da marca Cereais do Alentejo surge na sequência do lançamento da Estratégia Nacional para a Promoção da Produção de Cereais em Portugal, coordenada pelo Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral e na qual a ANPOC teve intervenção, mas também num contexto em que a segurança alimentar e a saúde pública têm vindo a tornar cada vez mais exigentes normas que garantam a proveniência dos produtos agroalimentares. E, neste em particular, o fator portugalidade e o reconhecimento do valor dos nossos produtos têm um peso importante». O responsável da ANPOC explica ainda que os cereais são vistos como commodities, o que faz aumentar a sua dependência perante os mercados internacionais. «Nos últimos 30 48 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

anos, a área de produção em Portugal baixou de 900 mil hectares para cerca de 200 mil. Há que inverter esta tendência e tornar o setor mais atrativo. Ao criar uma marca única, que une produtores, investigação e indústria dos cereais estamos a dar o primeiro passo». Na fase de arranque da nova marca, a ANPOC celebrou já um contrato com a Germen, uma das maiores empresas de moagem de cereais em Portugal, e com a Sonae para a comercialização de produtos produzidos com cereais do Alentejo. A ANPOC assinou ainda um protocolo com a Cerealis e a Auchan também para a comercialização; e uma parceria com a Cerealis para a produção das massas com o selo Cereais do Alentejo (edição limitada). Ao todo, constituem a marca cinco organizações de produtores associadas da ANPOC: a Cersul – Agrupamento de Produtores de

A Associação Nacional de Produtores de Proteaginosas, Oleaginosas e Cereais (ANPOC) é uma associação sem fins lucrativos que representa os produtores junto de associações e confederações, bem como instituições nacionais e internacionais, com vista à defesa dos cereais. A ANPOC pretende facilitar a concentração, a diversificação e a adaptação da oferta às exigências do mercado, e melhorar as estruturas das organizações da produção e comercialização. Com 35 anos, promove a investigação e divulgação das ações técnicas e económicas para a melhoria das condições de produção, transformação e comercialização de cereais, oleaginosas e proteaginosas.


A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS DAS EMPRESAS

CONFERÊNCIA DA ALLTECH DEBATEU DESAFIOS GLOBAIS DA AGR ICULTURA E PECUÁRIA tist recebeu candidaturas de estudantes de 120 universidades e 40 países, com o objetivo de atrair as novas gerações para a Ciência e estimular a Inovação. O trabalho dos jornalistas da área agrícola em todo o mundo também é simbolicamente homenageado durante a ONE, através do prémio IFAJ-Alltech International Award for Leadership in Agricultural Journalism, coorganizado entre a Alltech e a Federação Internacional de Jornalistas de Agricultura (IFAJ). Denene Erasmus, editor da revista sul-africana Farmer’s Weekly foi a vencedora ONE – A Conferência de Ideias da Alltech

Grylls, uma das mais reconhecidas figuras

juntou 3500 participantes de 68 países,

no mundo da sobrevivência e da aventura

incluindo de Portugal, em mais um grande

ao ar livre e apresentador do programa de

fórum de debate sobre as soluções para os

TV “Man Vs. Wild “, no Discovery Channel,

desafios globais da agricultura e da pecuá-

já assistido por mais de 1,2 biliões de teles-

ria, de 19 a 21 de Maio em Lexington, Ken-

pectadores.

tucky, nos EUA. O programa incluiu mais

A ONE é também o local onde novas gera-

de 60 sessões sobre bovinos de carne e

ções de cientistas e jovens empresários

de leite, aves, suínos, aquacultura e cul-

apresentam ideias e projetos inovadores.

turas agrícolas.

Inserido no programa da conferência, o

da edição 2019. «Temos orgulho em premiar a próxima geração de cientistas e os jornalistas da área agrícola. Hoje mais do que nunca é importante apoiar estes jovens líderes e as suas carreiras profissionais, dando-lhes visibilidade a nível global através de programas como o AYS e parceria com o

A Conferência ONE da Alltech é o local

nas de start-ups da área agroalimentar, às

para sonhar mais alto, procurar inspiração

quais dá formação intensiva sobre finanças,

e novas ideias rumo a um mundo melhor.

desenvolvimento de negócios e marketing

IFAJ», afirmou Mark Lyons, presidente e CEO da Alltech. A Conferência de Ideias da Alltech regressa a Lexington, Kentucky, nos EUA, de 17 a 19 de Maio de 2020. Mais informações consulte: https://one.all-

Realiza-se anualmente nos EUA e congrega

e a oportunidade de contac-

tech.com/

um painel de prestigiados oradores, entre

tar com potenciais investi-

cientistas, agricultores, empresários, polí-

dores que podem alavancar

ticos e muitas outras personalidades inspi-

os seus negócios.

radoras, como foi o caso este ano de Bear

Jovens cientistas da área

“Pearse Lyons Accelerator” reúne deze-

das Ciências Agrárias são anualmente premiados na ONE. Este ano a vencedora da competição Alltech Young Scientist (AYS) foi Deeksha Shetty, estudante na Universidade de Saska-

Grupo Ibérica

tchewan, no Canadá, com uma investigação intitulada “Papel do fator sigma RpoE e dois componentes dos sistemas Cpx, na formação de biofilme das subespécies enterica serovar Enteritidis de Salmonella enterica”. Desde o seu início, há 14 anos, a Alltech Young Scien50 |

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS DAS EMPRESAS

ESPECIALISTAS PORTUGUESES E ESTRANGEIROS NAS JORNADAS TÉCNICAS DA DIN

A DIN – Desenvolvimento e Inovação Nutricional realizou no final de maio as II Jornadas Técnicas, no Montebelo Aguieira Lake Resort, em Mortágua. O evento reuniu produtores, parceiros, clientes e especialistas nacionais e estrangeiros, num total de quase 100 participantes. Ao longo de dois dias, foram partilhadas informações técnicas, esclarecidas questões e apresentados estudos técnico-científicos desenvolvidos pelo departamento técnico da DIN, empresa com sede em Santa Comba Dão, distrito de Viseu, que fabrica e comercializa pré-misturas e alimentos compostos para animais na fase de iniciação. No primeiro dia, José Almeida falou sobre ideias e desafios de liderança e, mais tarde, os participantes foram convidados a participar numa atividade de team building, que abriu o apetite para o jantar. No segundo e último dia, os trabalhos começaram com a intervenção de Iara Martins, da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), intitulada ‘Comprar a Portugal – Fileira Agroalimentar’. Da Direção Geral de Alimentação e Veterinária estiveram presentes Inês Almeida e José Manuel Costa que abordaram a utilização de biocidas para a desinfeção da água de bebida para animais, bem como o fabrico, colocação no mercado e utilização de alimentos medicamentosos: estratégias para mitigar o impacto na RAM (Resistência aos Agentes Microbianos). Os participantes assistiram ainda à palestra de Andres Donadeu, da Tervalis (Espanha), sobre os métodos mais recentes e perspetivas para a produção livre de antibióticos. Elizabeth Schwegler, do Instituto Federal Catarinense, Brasil, fez a sua intervenção através de videoconferência sobre o stress térmico em vacas leiteiras, baseando-se em estudos e casos concretos. O presente e o futuro do controlo de qualidade foram apresentados por Sara Ferreirinha, da DIN. João Moreira, também da DIN, explicou a importância da ordem de incorporação de aditivos ao nível de oxidação de vitaminas. 52 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

Para a direção da DIN, este evento, que teve a sua primeira edição em 2017, é importante na medida em que permite “a partilha de informação, a apresentação de estudos e uma aproximação dos clientes à empresa”.


ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA

IV GALA PORCO D'OURO FPAS DISTINGUE IACA COM O PRÉMIO “PARCEIRO DE OURO” DA SUINICULTURA

Ao todo foram entregues 31 prémios na Vila

de Estado da Alimentação e Investigação

de Porto de Mós perante uma audiência de

Agroalimentar.

Agrupalto e Aligrupo foram os destaques

sença do Secretário de Estado da Agricul-

do evento que anualmente distingue a

tura e Alimentação, Luís Medeiros Vieira e

produtividade dos produtores suinícolas

do Presidente da Comissão Parlamentar de

nacionais*. Explorações do Agrupamento

Agricultura e Mar, Joaquim Barreto.

Agrupalto vencem 18 dos prémios da noite.

A Vila de Porto de Mós foi ainda palco

As explorações Valpor e Porval ocupam o

para a distinção do Parceiro de Ouro da

segundo e terceiro lugar do pódio com, res-

suinicultura, entregue à IACA – Associa-

petivamente, 7 e 4 dos galardões da Gala

ção dos Industriais de Alimentos Com-

Porco D’Ouro. Nas novas categorias Prémio

postos para Animais e para a homenagem

Inovação Zoetis e Prémio Ministério da Agri-

Mérito e Excelência entregue a Nuno Vieira

cultura para Ambiente e Bem-estar Animal

e Brito, pelo trabalho que desenvolveu,

o vencedor foi a exploração Valorgado do

quer enquanto Diretor-Geral de Alimen-

Agrupamento Aligrupo.

tação e Veterinária, quer como Secretário

mais de 600 personalidades representantes da cadeia de valor da suinicultura e na pre-

* Os dados para as classificações dos Prémios Porco D’Ouro foram obtidos a partir de 25.758 reprodutoras, pertencentes a 53 explorações de empresas aderentes ao BDporc – Portugal. Os resultados correspondem aos principais índices de gestão técnica das explorações.

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FICHA TÉCNICA ALIMENTAÇÃO ANIMAL Revista da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA NIPC­‑ 500835411

TRIMESTRAL ­‑ ANO XXX Nº 108 Abril / Maio / Junho 2019

DIRETOR José Romão Braz

CONSELHO EDITORIAL E TÉCNICO Ana Monteiro Jaime Piçarra Pedro Folque Manuel Chaveiro Soares

COORDENAÇÃO Jaime Piçarra Serviços da IACA

ADMINISTRAÇÃO, SEDE DE REDAÇÃO E PUBLICIDADE (incluindo receção de publicidade, assinaturas, textos e fotos) IACA ­‑ Av. 5 de Outubro, 21 ­‑ 2º E 1050­‑047 LISBOA Tel. 21 351 17 70 Telefax 21 353 03 87

EMAIL iaca@iaca.pt

SITE

AGENDA DE REUNIÕES DA IACA Data

ABRIL

3

• Reunião Geral da Indústria - Fátima • Assembleia Geral Ordinária da IACA - Fátima

4

• 1º Fórum da Fileira do Bovino – INIAV, Santarém

5

• Conselho de Presidentes da FIPA – Lisboa • Reunião Plataforma de Comunicação Agricultura e Ambiente - Lisboa

10

• Workshop Internacional sobre Leguminosas – INIAV, Elvas

11

• Reunião do Praesidium da FEFAC – Bruxelas

12

• Reunião do Comité Diretor da FEFAC – Bruxelas

23

• Reunião na DGAV sobre o Compromisso da Redução da utilização de antibióticos

24

• Inauguração Oficial da OVIBEJA - Beja

29

• Reunião da CEREALTECH - Évora

Data 8

MAIO • Reunião CT37 na IACA

8e9

• 9º Congresso Nacional de Suinicultura – Rio Maior

9 e 10

• II Congresso Internacional de Avicultura AVIS'19– Porto

14

• Reunião da Direção da IACA • Reunião da Plataforma Agricultura e Ambiente - Lisboa

15

• Dia do Agricultor – INIAV, Elvas

16

• Comité Alimentos para peixes da FEFAC - Bruxelas

23

• Comité Alimentos Compostos da FEFAC – Bruxelas

28

• Reunião no Convento do Beato para a preparação do Evento do Aniversário da IACA

29 e 30

• II Jornadas Técnicas da DIN – Santa Comba Dão

29

• Assembleia Geral do CIB - Lisboa

31

• Lançamento dos Cereais do Alentejo – Fronteira e Elvas

www.iaca.pt

Data

EDITOR

4

• Formação “Processo de votação Internacional e Europeu” - IPQ

Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA

6

• Comemoração do 60º Aniversário da FEFAC – Bruxelas • Reunião da Plataforma de Comunicação – Lisboa

7

• Conselho e Assembleia Geral da FEFAC – Bruxelas

11

• Conferência do CIB na Feira Nacional de Agricultura “Poderá a agricultura portuguesa usufruir das novas técnicas de melhoramento?”- Santarém

12

• Conferência da CAP na Feira Nacional de Agricultura “Produção pecuária sustentável” - Santarém

13

• Eventos da Corteva e da Syngenta na Feira Nacional da Agricultura - Santarém

EXECUÇÃO DA CAPA Eduarda Loureiro

EXECUÇÃO GRÁFICA Sersilito ­‑ Empresa Gráfica, Lda. Travessa Sá e Melo, 209 4471­‑909 Gueifães ­‑ Maia

PROPRIETÁRIO Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais ­‑ IACA Av. 5 de Outubro, 21 ­‑ 2º E 1050­‑047 Lisboa

DEPÓSITO LEGAL Nº 26599/89

REGISTO EXCLUÍDA DE REGISTO NOS TERMOS DO DISPOSTO NA ALÍNEA A) DO N.º 1 DO ART.º 12.º DO DECRETO REGULAMENTAR N.º 8/99, DE 9 DE JUNHO, REPUBLICADO PELO DECRETO REGULAMENTAR N.º 2/2009, DE 27 DE JANEIRO

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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

16-19

JUNHO

• Conferência da U.S.Grains Council em Atenas

18

• Conferência do Centenário da DGAV – FMV, Lisboa

19

• Primeiro Colóquio Internacional PETMAXI – Ferreira do Zêzere

21

• Reunião com o Forum Estudante na IACA • IV Gala Porco d’Ouro – Porto de Mós

24

• Reunião CT37 na IACA

25

• 7º Congresso da FIPA , Lisboa

26

• Reunião da Direção da IACA

27

• Evento técnico da Brandsweet “Branding the Future” - Lisboa

28 e 29

• Cimeira da Fauna e Gestão Cinegética 2019 – INIAV, Oeiras

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