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Capítulo 21

mente. Um estado questionável pode ser considerado curado ou não, dependendo das características radiográficas iniciais (Fig. 21-3). O defeito deste método de avaliação é que ele determina o “sucesso” com base estritamente em características radiográficas. Já em 1966, Bender e colaboradores14 observaram que a interpretação radiográfica é geralmente dominada pelo julgamento pessoal e que mudanças nas angulações podem frequentemente fornecer uma aparência completamente diferente da lesão, fazendo com que pareça maior ou menor. Também, observadores diferentes podem não concordar com o que veem em uma radiografia e o mesmo observador pode discordar dele próprio se solicitado a revisar a mesma radiografia em outro momento.15 Ørstavik e colaboradores16 sugeriram o uso do índice periapical (PAI) para avaliação radiográfica do resultado do tratamento de canal. O PAI depende da comparação de radiografias com um conjunto de cinco imagens radiográficas relatadas por Brynolf em 1967.17 Estas imagens representam um periápice radiograficamente saudável, (classificação 1) até uma lesão periapical ampla (classificação 5). Para cada radiografia pré-operatória e de revisão é atribuída uma classificação de acordo com sua semelhança a uma das cinco imagens de referência. O resultado do tratamento de canal usando o PAI pode ser classificado como “cicatrizando”, se a lesão estiver menor, “curada”, se a lesão foi completamente eliminada, ou “em desenvolvimento”, se uma nova lesão se formou.

Exame Histológico A avaliação histológica de rotina dos tecidos periapicais após o tratamento de canal é pouco prática e impossível sem

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Avaliação de Resultados Endodônticos

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cirurgia.18 Se um dente tratado fosse avaliado histologicamente, o tratamento ideal teria que demonstrar reconstituição das estruturas perirradiculares e ausência de inflamação (Fig. 21-4). Existe uma incerteza sobre o nível de correlação entre as características histológicas e a aparência radiográfica negativa. Duas pesquisas histológicas em cadáveres cujos dentes foram tratados endodonticamente chegaram a conclusões muito diferentes.17,19 Brynolf17 concluiu que quase todas as raízes com canais tratados mostraram alguma inflamação perirradicular apesar da aparência de tratamento bem-sucedido nas radiografias. Ao contrário, Green e colaboradores19 observaram que a maioria dos dentes com canal tratado cujas radiografias periapicais estavam normais, também estavam de fato livres de inflamação histologicamente. Assim, com a tecnologia atual, as características clínicas (sinais, sintomas) e a avaliação radiográfica são os únicos métodos práticos de avaliação do nível de cicatrização após o tratamento de canal.

ÍNDICES DE SUCESSO Como ocorre em outros procedimentos médicos e odontológicos, infelizmente nem todos os tratamentos de canal são bem-sucedidos. O reconhecimento, a aceitação e a abordagem dos tratamentos que não se resolvem e que não levam à cura podem ser difíceis e frequentemente envolvem um conjunto complexo de fatores. Historicamente, tem existido uma crença popular de que as taxas de sucesso e sobrevivência para os tratamentos de canal estão entre 80% e 95%. Entretanto, as porcentagens gerais devem ser avaliadas com cuidado e cada caso deve ser avaliado individualmente para determinar a porcentagem da probabilidade de sucesso.

B

Figura 21-3 Questionável. A, Preparo do canal inadequado, obturação deficiente e infiltração pela coroa contribuíram para o

fracasso. O dente é adequado para retratamento e restauração convencionais. B, Reavaliação em 12 meses após o retratamento. Uma fístula desapareceu e o paciente relata ausência de sintomas. A lesão radiolúcida está diminuindo em tamanho, mas não se resolveu. Como o resultado ainda é questionável, reavaliação adicional é necessária. (Cortesia do Dr. A. Stabholz.)


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