Boletim do Kaos 14

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DISTRIBUIÇÃO & Redação Qualquer pessoa ou entidade interessada em distribuir o Boletim do Kaos na sua quebrada (ou não), pode retirar em quantidade (50, 100, 200 ou pacote com 400 exemplares) na nossa redação. É grátis.... querendo agendar, email abaixo. Ou vá às terça-feira, das 20h às 22h durante o SARAU SUBURBANO.

EDITORIAL Salve amigos (as) leitores do Boletim do Kaos. Vocês sabem da nossa luta pra manter nosso jornal gratuito nas ruas, com conteúdo. Fechamos em 2014, patrocínio pra 6 edições..... pra não soltar tudo agora e parar depois, dividimos no início, meio e final do ano. Teremos (isso é garantido) nosso Kaos em Janeiro (vc lê agora), fevereiro, junho, julho, novembro e dezembro. Pros demais só surgindo algum novo apoio. Mas nos meses acima tem KAOS nas ruas. Esclarecido essa questão, queria desejar a vocês um FELIZ 2014, com muita saúde e PAZ. O Boletim do Kaos é um veículo da Suburbano Convicto Produções, tem o editor Alessandro Buzo (apresenta o quadro SP CULTURA do SPTV 1a edição da Globo), diagramação e arte de Alexandre de Maio (Catraca Livre) e matérias de Jéssica Balbino e Buzo.

LIVRARIA SUBURBANO CONVICTO

Visa mostrar os projetos da Suburbano e outras matérias e entrevistas exclusivas, como nessa edição o Max B.O. (apresentador do Programa Manos e Minas da TV Cultura) e tantas outras. Queremos a sua participação, até 25 de janeiro. Quem você quer na capa do KAOS de fevereiro ? Mande sua sugestão: suburbanoconvicto@hotmail.com Já estamos em 2014 e pra nós, o ano não começa só “depois do carnaval”. Contamos com vocês. Alessandro Buzo editor www.buzo10.blogspot.com Twitter: @Alessandrobuzo

Redação do Boletim do Kaos Rua 13 de Maio, 70 - 2o andar Bela Vista São Paulo - SP - CEP: 01327-000 (11) 2569-9151 suburbanoconvicto@hotmail.com

Pontos de Distribuição O Boletim do Kaos é encontrado em diversos endereços nas periferias de São Paulo, de eventos culturais ao comércio local. Matilha Cultural Rua Rego Freitas, 542 - Centro (Prox. Pça Roosevelt) Ação Educativa Rua General Jardim, 660 Vl Buarque Escola de Samba Unidos de Santa Bárbara Rua José Cardoso Pimentel, 1-B Centro do Itaim Paulista

Jornal Boletim do Kaos Alessandro Buzo Editor e repórter Jessica Balbino Reportagens Alexandre de Maio Diagramação Suburbano Convicto Produções - Distribuição Rua 13 de Maio, 70 2o andar - Bela Vista - São Paulo SP - Cep: 01327-000


Retrospectiva 2013 do Sarau Suburbano

Fotos: Marilda Borges

Em 2013 foram realizados 45 edições do Sarau Suburbano, só contando as noites de terça-feira na Livraria Suburbano Convicto do Bixiga, contando as edições especiais e edições na UNINOVE, foram 61. Durante a semana, no Bixiga, ele é grátis e ainda tivemos 8 edições do “Sarau Suburbano é 10!”nas unidades da Uninove. Além disso tivemos dois Sarau Suburbano no “Dia da Consciência Negra” (19 e 20/11/13) no Anhangabaú, tivemos Sarau Suburbano na Virada Cultural, no Twitteratura no Sesc Pinheiros, na 1ª edição na Favela do Tijuco Preto no Itaim Paulista em novembro e em outubro no Favela Toma Conta, também no bairro da Zona Leste, sem contar no Dia do Graffitti no Bixiga e por fim teve Sarau Suburbano no evento da Uninove no Casa Grande Hotel do Guarujá. Com isso, chegamos a 61 edições. 61 vezes Sarau Suburbano. Grande maioria desses 61 Saraus, a apresentação ficou com Alessandro Buzo (idealizador do evento e dono da livraria onde acontece) e o Tubarão Dulixo. Durante uma viagem do Tubarão, algumas edições tiveram Buzo e Augusto Oliveira na missão. Se o numero de 61 Saraus no ano impressiona, imagina se dissermos o número de lançamentos que aconteceram no sarau. Foram 36 livros, 23 Cds, 1 DVD, 1 videoclipe e por fim 1 exposição de roupas customizadas. Confira abaixo a lista de quem lançou sua obra no Sarau Suburbano do Bixiga, só em 2013:

LIVROS:

22/01/13 - A Saga de Writer de Bruno Pastore e Lobot 29/01/13 - A MASSA (segunda versão) do Emerson Alcalde 19/02/13 - Incorporos de Akins Kinte 26/02/13 - Antologia Coletivo Perifatividade - Vol II e Perifatividade nas Escolas. 05/03/13 - Livro coletânea “PERIFEMINAS” 12/03/13 - Para Brisa do Ni Brisant 19/03/13 - A vida em três tempos de Marcio Vidal Marinho 19/03/13 - Como a Água do Rio do Sacolinha 09/04/13 - Negraciosa de Sidney de Paula Oliveira 16/04/13 - Bentevi, Itaim de Akira Yamasaki 23/04/13 - Embrionários vs Revolucionários de Thiago Peixoto 07/05/13 - Versos e Rimas da Noite de Márcia Tatiane Coimbra Santos 14/05/13 - Sensacionalíssimo de Caco Pontes 21/05/13 - Vale dos Atalhos de Sonia Regina Bischain 11/06/13 - Fragmentos Dispersos de Mel Duarte 18/06/13 - Eterno Contínuo de Luz Ribeiro 25/06/13 - Do Sertão ao Mundão do MC Helder 02/07/13 - Antes de Evanescer do Escobar Franelas 16/07/13 - Retiniscências de Allan Regis 30/07/13 - A Curva do Rio de Carlos Biaggioli 06/08/13 - A MENINA QUEBRADA de Eliane Brum 13/08/13 - Bola, Lápis e Papel de Carolina Peixoto 20/08/13 - Felicidade Brasileira do Márcio Ricardo 27/08/13 - Vozes dos Porões de Alejandro Reyes 10/09/13 - Eterno Contínuo de Luz Ribeiro (pela segunda vez), na primeira em 18/06 ela foi prejudicada pelas mega manifestações em São Paulo).

17/09/13 - Sinceros Insultos do Victor Rodrigues 24/09/13 - Coletânea de Literatura Feminina Negra - Louva Deusas 15/10/13 - Morte e Vida, Virgulina de Fábio Mandinga de Salvador-BA 22/10/13 - Pedagoginga, Autonomia e Mocambagem de Allan da Rosa 29/10/13 - Livro “CULTURA Z/L” Org. Emerson Alcalde 05/11/13 - Antologia “SOBRENOME LIBERDADE” - Org. Ni Brisant 19/11/13 - Gotas de Vinagre - Org. Nego Panda da Praia Grande-SP 26/11/13 - Céu de Agosto do Poeta Fuzzil 10/12/13 - Conserve-se do Ge Ladeira 10/12/13 - Primeiro Corte da Anna Zepa 10/12/13 - Hérnia do Gracco Liveira

Alessandro Buzo e Leci Brandão

CDs

05/02/13 - CD “Resistindo até o Sangue do Pregadores do Gueto 26/02/13 - CD “Caminho Estreito” do Fernandinho Beat Box 02/04/13 - CD “Ascenção” do grupo Hó Mon Tchain 04/06/13 - (livro Sonoro) - A Palavra Despida de Costa Senna 25/06/13 - Do Gangstar ao Undergroud - Vol 1 25/06/13 - Do Gangstar ao Undergroud - Vol 2 02/07/13 - CD “Verdadeiro Tem Que Ser” com Funk Búia, CD não ficou pronto, mas o Funk Búia venho assim mesmo 16/07/13 - CD “Da Cinza à Cena” do Rapper JOTA 30/07/13 - CD “Contra Nós Ninguém Será” com Edi Rock * RECORDE DE PARTICIPAÇÕES NO SARAU (58 participações) 13/08/13 - CD “NóisQtá” do Grupo X4 de Sorocaba-SP 20/08/13 - CD “EPP3” do grupo Potencial 3 03/09/13 - CD “Muita Luz” do Projota 24/09/13 - CD “Ouça e Escute” do Heli Brown 01/10/13 - O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui do EMICIDA 22/10/13 - CD “ALÁFIA” da Banda Aláfia 29/10/13 - CD “Momento Bom” do KAION 05/11/13 - CD “Apresen(to)Ação do grupo InterPRETOação 12/11/13 - CD “Influências” do grupo Matéria Rima 19/11/13 - CD “Reconstrução” com o Coletivo Arte (Murilo SDC, Heli Brown e Nego E 26/11/13 - CD Soul Assim” do Wésley Noog 03/12/13 - CD “Confundindo Sábios” do MC RASHID 10/12/13 - CD “Intaumfião” do Fino Du Rap 17/12/13 - CD “Cidadã da Diversidade” com Leci Brandão

Exposição e Venda de Roupas 19/03/13 - Abayomi Ateliê

Videoclipe

13/08/13 - Clipe “NóisQtá” do Grupo X4 de Sorocaba-SP DVD 17/12/13 - DVD “Cidadã da Diversidade” com Leci Brandão

Tubarão Dulixo


Com o anúncio de mudanças, o rapper Max B.O., que é também o apresentador do programa ‘Manos e Minas’ da TV Cultura dá o aviso: há novidades para 2014, entre elas, alterações nas atrações, no cenário, nas vinhetas e logotipos. “Teremos quadros novos, alguns em formato de série, como por exemplo um onde vou aprender outros elementos da cultura hip-hop. Já me vejo aprendendo a dançar break”, brincou. Mas não para por aí. Em 2013 o programa deixou de ser gravado no Teatro Franco Zampari e passou para os estúdios da emissora, na Barra Funda. Para o apresentador, a mudança foi positiva. “Não era ruim, mas agora ganhamos mais ritmo, mudou nosso jeito de fazer, deixou tudo mais dinâmico”, comentou, ao se referir ao horário pré-determinado da gravação, já que o estúdio tem que ser entregue para o próximo programa e o cenário desmontado. “A gravação durante a semana, no horário da tarde, é um tanto prejudicial pra quem trabalha, mas produzimos plateias também, o que é bom principalmente porque são jovens que tem vontade de ir e muitas vezes não podem nem tem condições de ir por conta própria. São poucos os caras que vão porque gostam de música, gostam do programa, que independente de quem se apresente, querem ver o espetáculo, a coisa acontecer. Esses aprendem muito por conhecerem diversas vivências, vertentes musicais, ideias trocadas, etc”, destacou Max B.O. Questionado sobre a relação polêmica e muitas vezes controversa do rap com a mídia, o MC, que está diretamente ligado a um programa de TV e comunica o hip-hop, acredita em duas

“Quando se fala diretamente do público de TV, sem dúvidas, o Manos e Minas é unânime. Mostra o

situações.

rap, mostra a favela sem maquiagem, a várzea, o samba, tem a cara da comunidade. Mas, quando vamos analisar o público do rap, vejo as ranhuras. Muita gente se esquece que existe a liberdade de expressão, mas que também ainda existe censura, os programas de TV tem sua censura,

assim como jogos de videogame entre outras coisas. Nós fazemos um programa de censura livre, com plateia adolescente e na TV Cultura, que é uma grande referência quando se fala em conteúdo na TV”, resumiu.


Contudo, de acordo com ele, estar à frente da apresentação do programa pode confundir algumas pessoas envolvidas com o rap. “Depois que comecei a apresentar o Manos, percebi que vários caras vem me entregar CDs, como se eu escutando fosse colocar o CD embaixo do braço e levar pra produção do programa. Fiquei um ano sem CD player, tem muito som aqui pra ouvir, porque depois cobram se você já ouviu. Acho fundamental perguntar se o CD é pra mim ou pro Manos e Minas, por que se for pra lá, passo o e-mail da produção musical e ainda digo o que precisa: olha, manda release, foto, isso e aquilo. Eu não sou responsável por isso, tem gente capacitada lá pra fazer, agendar, produzir, coordenar. Ah, mas aí já virou uma barreira, por que muita gente não quer se profissionalizar, fazer a coisa como tem que ser feita. Aí vai criticar, dizer que é panela e blá, blá, blá... Eu tenho culpa se determinado artista vai 3 vezes no ano no programa, se o cara faz trabalhos que justifiquem isso? Tem muita gente que chegou agora, mas se organiza e vai, tem gente de muito que perde tempo reclamando de quem vai e fica. E eu apresento todos com a mesma satisfação”, alfinetou. Para Max B.O., este é de fato, o grade desafio do Manos e Minas como a voz das periferias. “Manter a essência sem perder o equilibro e manter o equilíbrio sem perder a essência”, comentou, antes de lembrar da importância do MC para a cultura. Há algum tempo, o rapper ‘criou’ o #DiadoMC, com direito a hashtag e tudo e mobilizou a internet para a questão. O nome chegou aos Topic Trendings do Twitter e promoveu reflexão. “Fiz um post fantasma do dia MC no

dia que o Bezerra morreu. Tivemos milhares de RTs, notícias isso e aquilo muita gente apoiou. Aí falei que eu quem tinha criado e no ano seguinte já não foi tão forte... Só ficaram os a favor. A pessoa esquece que não é o dia do MC Max B.O., é o dia do MC. De rap, funk, MC de premiações, dia do Mestre das Cerimônias... Enfim, faz parte”. Musicalmente, o MC comenta que terminou a mixtape ‘FumaSom’ vol.1, em parceria com Wzy. Este é o primeiro trabalho assinado pela Lil Castle Studios e neste meio tempo, para este novo ano, há o projeto de um EP com três músicas produzidas com a Rebeca Salomão. Além disso, outros artistas como MC Front devem firmar parcerias.

“2013 foi um ano difícil, foi preciso muita calma pra não enlouquecer. Por outro lado, não lembro de um ano que produzi tanta coisa... Quero pontuar que a dificuldade é o que torna o ser humano maior. Não tema”, anunciou.


Por: Alessandro Buzo Fotos: Marilda Borges

Inquérito monta cinema pra exibir videoclipe “Meu Super Herói” na Zona Norte de São Paulo Em uma noite de sexta-feira (20 de dezembro de 2013), em uma rua comum na quebrada do Flamengo, Zona Norte de São Paulo, virou um cinema a céu aberto, com direito a pipoca e tudo. A comunidade colou em peso e foi uma noite linda. Fui conferir a exibição do clipe ‘Meu Super Herói’ do Inquérito na rua em que foi gravado e a mesma em que Renan Inquérito cresceu. Participaram das gravações sete garotos da comunidade, que estiveram presentes durante o lançamento, que foi a segunda exibição do clipe – a primeira foi um dia antes no Matilha Cultural, no Centro de São Paulo. Um dia depois, encerramento a sequencia de lançamentos, o clipe foi exibido no programa Manos e Minas, da TV Cultura. No próximo dia 18 de janeiro de 2014 você assiste também uma matéria sobre essa exibição, no quadro SP Cultura, com Alessandro Buzo, no telejornal SPTV 1ª edição, da Rede Globo. Este é o quinto videoclipe do Inquérito e o primeiro dirigido por Levi Vatavuk, que assina o roteiro ao lado de Thiago Cervan. Os anteriores foram dirigidos por Vras77, que desta vez fez o making of do trabalho. Estética do videoclipe remete à saudade da infância e a relação entre pai e filho. Com quatro minutos, a história das lembranças de um filho sobre o pai e transição da infância para a vida adulta são contadas no material audiovisual, que foi inspirado na própria história de Renan Inquérito. O videoclipe reúne também historias de outros músicos, que inspiraram o rapper a compor a letra. O clipe, com direito a ‘viagem no tempo’, está entre os principais sucessos do Inquérito. “O clipe mostra cenas que na música tinham ficado subliminares, por isso a combinação foi perfeita e o roteiro e a fotografia trouxeram poesia para as imagens”, destaca Renan Inquérito.

Letra: Meu Super Herói Grupo: Inquérito (2010) Hoje eu queria voltar a ser criança cê vê Mais quando era pequeno não via a hora de crescer Pra ter uma mina, um carro bonito A gente acha que o mundo vai ser sempre colorido ...(Inocente...) acreditava até na Rapunzel Todo santo natal escrevia pro seu Noel Meu bom velhinho me manda um Atari se der Põe na lixeira que aqui em casa não tem chaminé Cresci e descobri que era tudo gogó Passava moto, viatura e nem sinal do trenó De repente meus heróis mudaram Que He - Man, que Huck O salvador agora tinha quadrada e UZI Catava mais mina na quebrada que o Tom Cruise Pagava só de F250 e Suzuki Até que um dia a vida provou pra mim Que aquele cara não era tão herói assim Refrão:. 2x Quando eu me lembro ainda dói Parece que eu escuto sua voz Você podia estar entre nós Meu super herói... Ia pro Centro ficava olhando os boot No aniversário de 12 minha mãe me deu um kichute Queria uma chuteira de couro do bom Mais é o que ela podia me dá vendendo AVON Firmão, eu via os jogo pela televisão Mais um que sonhava jogar na Seleção Minha diversão era os campinho sem grama As trave de bambu, as guerrinha de mamona E a TV sempre mostrava ao contrário num intendo Criança feliz tinha que ter Super Nintendo Num tinha nada disso ó só a liberdade Os dois joelhos cheio de Merthiolate Na propaganda da Estrela Carrinho de Fricção Mais me contentava com a Bola de Capotão E a vida passa como um filme que num tem pra alugar Só tua memória pode rebobinar.

Levi Vatavuk, Buzo e Renan

Refrão:. 2x Quando eu me lembro ainda dói Parece que eu escuto sua voz Você podia estar entre nós Meu super herói... Meu herói tava dentro de casa e eu nem via Também saia cedo só voltava à noitinha Nunca fugiu da luta não, sempre foi forte Seu Batmóvel era uma Barra Forte Carregava sempre a mesma arma, a Marmita O desemprego era o medo, a Criptonita Mais o Super Herói operário Conseguia sobreviver só com um salário Num usava capa nem tinha super poderes Mais só que já me salvou várias vezes Realizou meu sonho, aquilo sim que era herói Fez várias hora extra pra me dá uma Calói Morreu me chamando de filho, era o meu velho Ganhou pouco mais viveu muito sendo honesto Num deixou herança só várias lembrança e um Corcel Num sabia voar mais tá no céu. Refrão:. 2x Quando eu me lembro ainda dói Parece que eu escuto sua voz Você podia estar entre nós


Clicando o Movimento. Por Marilda Borge

Tiquinho do Santa Rosa Break´s do Guarujá com o Boletim do Kaos.

ORIGINAL HIP HOP. Santa Rosa, Guarujá-SP. Por: Alessandro Buzo Renan Inquérito exibe clipe na comunidade Flamengo na zona Norte de SP, onde o mesmo foi gravado.

Evento no bairro Santa Rosa, periferia do Guarujá.

Tudo agendado, sabadão... Guarujá. Não, calma. Não é um sábado de folga e praia. A missão era outra, gravar pra TV o evento promovido no bairro Santa Rosa, periferia do Guarujá, longe do foco dos turistas. Chegando a quadra poli esportiva encontrei o verdadeiro e original Hip Hop. Tinha os 4 elementos, teve atividades a manhã e tarde toda. Grafiteiros de renome, entre eles TOTA, expositores e personalidades do movimento como o Bank´s da BACK SPIN. Quebrada tem em toda parte e nesse dia quente de dezembro de 2013, o que se viu no Santa Rosa foi o esforço do Zulu Tiquinho em levar pra sua comunidade, o que ele conhece, o Hip Hop. Sabe da importância disso pra ajudar crianças que ali crescem, com poucas perspectivas de vida. Sabe a importância que teve na sua vida. Quase todo mês a anos, Zulu Tiquinho vinha a Diadema-SP no ultimo sábado do mês pra curtir o tradicional evento HIP HOP EM AÇÃO, ali conheceu os mestres, gente como Nino Brown, Nelson Triunfo e tantos outros. Essa vivência que ele oferece pros jovens e crianças da sua quebrada. Sai de lá renovado, sim... o Hip Hop está vivo na favela.

Buzo gravando o quadro SP CULTURA do SPTV

Banks, Buzo e Cerebro Idp

Chambinho do Acordeon recebe Prêmio Cine B pelo filme GONZAGA - De Pai pra Filho.


Denis Feijao, produtor do documentário “Raul Seixas – O Início, o Fim, e o Meio” e esposa

Alessandro Buzo agradece prêmio do Profissão MC, observado pela apresentadora do evento Negra Li

Filme ‘Profissão MC’ é premiado na 4ª edição do Prêmio CineB em São Paulo, SP

Evento aconteceu no último dia 9 de dezembro em festa do cinema brasileiro Na segunda-feira, 09/12/13, aconteceu o 4º Prêmio CineB da Brazucah Produções.A premiação aconteceu na Sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, que apoia e patrocina o CineB, que leva cinema (tela, cadeiras, pipoqueiro, 1 filme nacional) aos bairros da periferia onde o cinema comercial não chega. O “Profissão MC” já fez parte do circuito. E foi justamente pelo filme “ROFISSÃO MC” que 4 anos depois ainda rende frutos, que Alessandro Buzo recebeu o troféu. O evento contou com cineastas e atores consagrados. E a apresentação foi por conta da cantora Negra Li. Neste ano, os longas-metragens exibidos pelo circuito itinerante de cinema e que recebem o troféu CineB são: Muito Além do Peso, de Estela Renner; Eu Receberia as Piores Noticias dos seus Lindos Lábios, de Beto Brant e Renato Ciasca; Tropicália, de Marcelo Machado; Vips, de Toniko Melo; Hoje, de Tata Amaral; A Beira do Caminho, de Breno Silveira; Xingu, de Cao Hamburger; Na Quadrada das Águas Perdidas, de Wagner Miranda e Marcos Carvalho; Raça, de Joel Zito Araújo; Pequenas Histórias, de Helvécio Ratton; e Qualé o teu negócio?, de Sérgio Gagliardi. De 2012, as grandes produções brasileiras que serão premiadas são: Raul – o início, o fim e o meio, de Walter Carvalho; Lula – o filho do Brasil, de Fábio Barreto; Paralelo 10, de Silvio Da-Rin; 5x Favela, de Luciana

Bezerra, Cacau Amaral, Rodrigo Felha, Wavá Novais e Manaíra Carneiro; À Beira do Caminho e Gonzaga – de pai pra filho, de Breno Silveira; Utopia e Barbárie e O Veneno está na Mesa, de Silvio Tendler; Até que a Sorte nos Separe, de Roberto Santucci; Quem se Importa, de Mara Mourão; e Profissão MC, de Alessandro Buzo e Toni Nogueira. “Durante esses seis anos, o projeto CineB já exibiu mais de cem títulos de longas e curtas metragens nacionais, em mais de 300 sessões gratuitas. É um projeto de sucesso que faz parte da história do Sindicato e auxilia a população mais carente a ter acesso a filmes nacionais em espaços comunitários“, diz Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato.

- Buzo, Cidálio Vieira e Juvandia Moreira Leite (Pres. Sind. Bancários).

Além dos prêmios, dois filmes serão homenageados na noite: Cine Holliúdy, de Halder Gomes, e Profissão MC, de Alessandro Buzo e Toni Nogueira. “A premiação do CineB visa o reconhecimento das comunidades e entidades que receberam nosso projeto e, sobretudo, dos diretores e representantes dos filmes que apoiaram nossa iniciativa e ajudaram a compartilhar seus trabalhos com muitas pessoas através do cinema”, diz o coordenador do CineB, Cidálio Vieira Santos. Tata Amaral (direita), recebe prêmio pelo filme “HOJE”


Dicas de Livros Por: Alessandro Buzo

Fazia muito tempo que não fazia isso, pegar um livro e ler ele no mesmo dia. Aconteceu.... Domingo, 05/01/2014, peguei bem cedo o livro CASAGRANDE e seus demônios - Casagrande e Gilvan Ribeiro (Globo Livros - 248 paginas) e no mesmo dia li tudo. Livro bom, ajudou.... Histórias de vida, biografias... ainda mais quem como eu já usou drogas, me interessa sempre. O ruim do livro é que o CASÃO é gente boa pra caramba, mas é Corinthians. Eu como palmeirense, deixei o lado futebolístico de fora e indico o livro, vale muito a pena.

Quanto ao livro “SABOTAGE - UM BOM LUGAR - Biografia Oficial de Mauro Mateus dos Santos, um livro de TONI C. (Literarua - 344 paginas). É uma leitura obrigatória a todos do Hip Hop, muito bem escrito, trabalho monstro de pesquisa do Toni C. Além de histórias engraçadas do Sabotage, que era único, ainda tem a sua saída do crime (que mais tarde o cobraria) para o mundo artístico. Um livro essencial.


Programa apresentado por Alessandro Buzo visita a periferia e conta histórias de pessoas engajadas com a melhoria do entorno em que vivem Sair da posição de espectador e se tornar um protagonista social é uma postura que a UNINOVE busca desenvolver em seus alunos. Por isso, a instituição desenvolve parcerias com entidades de São Paulo para que os estudantes coloquem em prática o que aprendem e, ao mesmo tempo, contribuam com a me-

lhoria do entorno em que vivem. Ao aliar ensino de qualidade e formação solidária, em que o conteúdo do curso pode ser transformado em ações sociais, envolvendo diversas áreas do conhecimento, a UNINOVE pretende formar profissionais competentes, éticos e comprometidos com uma sociedade mais justa. Para mostrar esses trabalhos, a universidade disponibiliza no seu canal do YouTube o “FALA AÍ, UNINOVE”, programa semanal apre-

sentado pelo escritor e cineasta Alessandro Buzo, que exibe projetos sociais realizados com o apoio da instituição. Desde setembro de 2013, vários programas foram veiculados mostrando que a periferia tem universitários socialmente engajados e entidades que desenvolvem trabalhos transformadores nas áreas de assistência social, esporte, cultura e educação. Inscreva-se no canal da UNINOVE, acessando www.youtube.com/uninove e acompanhe semanalmente as novas matérias do FALA AÍ, UNINOVE.


Buzo e garotas do projeto

LANCE CERTO leva basquete e cidadania à Cidade Tiradentes. Por: Alessandro Buzo Fotos: Marilda Borges Fomos conferir o Projeto Lance Certo na Cidade Tiradentes. Na missão a 5 anos, hoje atendem 80 alunos da comunidade, mas nesse tempo mais de 200 já passaram pelas aulas com os professores Fernando Ramos e Gilmar da Silva. - Muitos já passaram pelo Lance Certo e hoje ajudam a gente. Diz Fernando Ramos, ex-jogador e irmão do DJ KING.

Gilmar, instrutor

Um desses que de aluno passou a instrutor é Guilherme Souza: - É muito bom estar aqui. Diz ele. As atividades acontecem 2 vezes por semana, nos dois dias tem manhã e tarde, com 40 crianças por turma e rola na quadra do CEU ÁGUA AZUL. #APROVADO

Buzo e Fernando Ramos, idealizador

Vem ai....... Sarau Suburbano é 10 ! nas Unidades UNINOVE - ANO 2 O Sarau Suburbano é 10! que fez sucesso em 2013 nos 4 campus Uninove (Vila Maria, Santo Amaro, Memorial e Vergueiro), vai voltar em 2014 com força total. Quatro edições no primeiro semestre (uma em cada campus) e outros 4 (idem), no segundo semestre. Você aluno Uninove, prepare sua poesia e participe.


Alexandre De Maio: da revista Rap Brasil ao Catraca Livre Alexandre de Maio é um dos nomes fortes na comunicação do hip-hop, fez revista por 10 anos e hoje trabalha no site Catraca Livre. Vamos nessa entrevista exclusiva saber um pouco mais desse guerreiro.

Ilustração do livro Desterro

Alessandro Buzo: Você fez a Revista Rap Brasil por anos, como foi esse período e importância desse veículo para o hip-hop? Alexandre De Maio: Foram 10 anos produzindo matérias em uma época que a internet não existia ou não era acessível. Foram anos incríveis. Além da revista produzíamos programas de radio, festivais, DVDs, coletâneas e muitas capas de CDs . Por muito tempo fomos o principal veículo do hip-hop com uma força de divulgação muito forte. Foram 2 milhões de revistas nas ruas e muitas histórias, foi bacana ter feito a primeira matéria de muita gente que depois viraram grandes nomes da nossa cultura como Criolo, Cooperifa, Negra Li e muita gente. Você mesmo que hoje representa lá na Rede Globo foi colaborador da revista, enfim acho que com a revista consegui

meu principal objetivo que era divulgar a cultura hip-hop e colocar um jovem negro, de periferia, que fala de consciência em uma capa de revista, do lado de uma Veja, Trip, Carta Capital , sem censura e sem Interferência comerciais. E a melhor parte era ter um veículo em que se podia falar e escrever o que quisesse coisa rara na mídia. Buzo: Porque a Revista Rap Brasil deixou de circular ? De Maio: Encerrei esse ciclo porque houve uma elitização da banca e revista teria que passar a custar muito, o que mudaria o objetivo de ser um veículo acessível a todos. Foi aí que conheci o Catraca Livre que pude continuar fazendo jornalismo comunitários dando visibilidade para o hip-hop e para muitos outros coletivos. E ao mesmo tempo toda informação é gratuita. Buzo: Como vê a única revista hoje circulando, a Revista Rap Nacional, feita pelo Mandrake ? De Maio: Fazer revista hoje em dia é um processo muito difícil principalmente de hip-hop que não tem um mercado de anunciantes forte. O Mandrake é um dos maiores guerreiros da


comunicação do hip-hop, todo o movimento deve muito pra ele, acho que o seu site, o Rap Nacional já é uma imensa contribuição pro hip-hop. Além de ser acessível para todos. Buzo: Você desenhou o livro ‘Desterro’ do Ferréz, como foi esse trabalho e a repercussão dele? De Maio: Foi incrível ter gente como o Laerte, Gilberto Dimenstein, Arnaldo Antunes, Emicida comentando o trabalho, foi um processo longo de 6 anos fazendo esse livro. É a nossa tentativa de fazer algo original nos quadrinhos e com cara de Brasil, de São Paulo e de periferia. Algo que as pessoas possam ver como é a realidade de São Paulo. Buzo: Antes havia feito, também com desenhos, o livro infantil do Alessandro Buzo e um vídeo clipe do MV Bill? Fale desses trabalhos e o que mais temos seu disponível? De Maio: No meu site tem muitos quadrinhos com minhas ilustrações (www.alexandredemaio.com.br) Paralelo e até antes de ter a revista Rap Brasil sempre trabalhei com ilustrações e quadrinhos inclusive em 1999 os primeiros números da revista vinham com quadrinhos.

Contar histórias em quadrinhos é a minha paixão aos outras profissões são meras amantes.

No final de 2013 ganhei o Prêmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo então até maio de 2014 estarei lançando em parceria com a Andrea Dip uma reportagem em quadrinhos sobre o aumento de exploração sexual infantil por causa da Copa do Mundo. Mas pra quem quiser conhecer mais também faço mensalmente uma coluna na revista Fórum e no site apublica.org tem uma matéria recente em quadrinhos que fiz sobre a meninas que se suicidaram por causa de fotos expostas na internet. Buzo: Hoje você trabalha no site Catraca Livre, qual sua função e como tem sido essa nova etapa na sua vida? De Maio: Tem sido muito boa, pois depois de 10 anos fazendo jornalismo no Catraca tive a oportunidade de me reciclar em termos de tecnologia, e hoje sou Gerente de tecnologia do site. O Catraca se tornou estudo de Harvard e com essa projeção conseguimos muitas parcerias com Facebook, Oracle e muitos outras empresas. Com isso hoje desenvolvo aplicativos para celulares, conexão com banco de dados e gerencio toda uma plataforma. E todo esse projeto tem como objetivo melhorar e facilitar a vida das pessoas nas cidades mostrando tudo que tem de graça em uma cidade. Com isso continuo contribuindo com um jornalismo comunitário, mas hoje em grande escala. O Catraca atinge nessa semana 4 milhões de usuário únicos por mês nossa página do Facebook tem 2,5 milhões de fãs hoje brigamos com os grandes veículos de comunicação.

Capa do história em quadrinhos Desterro feita em parceria com Feréz

Ilustração para abertura do do documentário Sabotage : Maestro do Cannão com lançamento previsto para 2014 Capas das revistas Rap Brasil

Páginas inicial do site Catraca Livre www.catracalivre.com.br


Coletivo Clã Como e quando surgiu o Coletivo Clã ? - Após alguns meses de conversas e reuniões em julho de 2012 grupos, bandas, cantores, dançarinos, poetas, formadores de opinião e agentes culturais alternativos, todos comprometidos com a realidade e as lutas populares aqui no extremo da zona norte de São Paulo, mais precisamente nos bairros do Jd. Brasil, Edu Chaves, Serra Pelada, Jd. Felicidade, Jaçanã e região se uniram em prol da arte dando origem ao “COLETIVO CLÔ. A ideia era se apropriar de

todo e qualquer espaço disponível para realização de “cultura”, seja ela qual for e assim demos inicio a uma série de atividades, dentre elas o “SARAU MUSICADO CLÃ. O local escolhido foi o “BAR DO TIÃO”, espaço já frequentado por músicos e artistas há mais de 20 anos e outro fator determinante na escolha do local foi que, o distrito sofre com a ausência de espaços e áreas de lazer, nesses encontros foram realizados, lançamentos de livros, CDs, videoclipes, apresentações de poesias e músicas inéditas, tornando-se um espaço onde as pessoas da comunidade e de diversos outros lugares puderam se expressar e tornar público suas habilidades e dons artísticos.

Em janeiro de 2013, sofremos uma denúncia, reclamação por barulho e pela concentração de inúmeros jovens ao redor de uma residência, perdemos o espaço, mais a vontade se multiplicou fizemos uma parceria com o PROJETO CICAS², um importante polo cultural da região, com o CEU JAÇANà e a Fábricas de Cultura Jaçanã, todas estas iniciativas nos impulsionaram ao desenvolvimento de outras atividades para suprir necessidades do grupo, como por exemplo: - A empresa “Clã Produções e Eventos, criada para lançamento de produtos, contratos e outros interesses dos integrantes do coletivo. - Confecção e Vendas dos produtos “CLÔ, camisetas e bonés que são formas de geração de renda para a continuidade das ações do coletivo, já que todas as nossas atividades são gratuitas e sem incentivos políticos ou governamentais. Quem faz parte da articulação? A idealização e articulação do “COLETIVO CLÔ são responsabilidade de NEGO TRUTTY do grupo de rap (Spainy , Trutty e Dj Fabio Rogério) e MANO G 1702 da banda (BICA 1702), porém não é organizado por um grupo ou empresa e sim como carrega no nome “COLETIVO” uma grande rede com o objetivo de expandir e se estender, apoiado e gerenciado por grupos e pessoas dos mais diferentes lugares e áreas de atuação, na articulação do núcleo de poesia Jefferson Messias e Jefferson Humberto (Zona Sul) , núcleo de audiovisual Vras77, artes gráficas Don Amaro (Guarulhos), músicos, Alan James, Giba batera, Rodrigo, Juarez e André, Núcleo Rap, Ng Poeta, Mano Black Dog, GrupoTipicos ,Vila Narchi,Ultima Chance e LAKER´S E PÁ, Nucleo Samba, Tiago Luiz, Luiz Miguel da Vai Vai , Miltinho da Vila Maria e Agnaldo Moura (RATO), ainda temos um time de apoiadores que contribuem com as ações do coletivo indiretamente, Junhinho, Rafael, Maria,Leda Alves, Black “The family fron de guetto” e família CICAS, Jamir Nogueira (CEU Jaçana), Claudiney,Nair, Amaral e Nathy (Fabricas de Cultura Jaçana).

Nos falem do Sarau Musicado que vocês fazem? O “SARAU MUSICADO CLà “ é um espaço criativo de cultura, educação e arte, além de um encontro de poetas, grupos de rap, sambistas e personalidades, que apresentam diversos tipos de cultura em um único espaço. A ideia original foi a realização de um sarau convencional porém a musica é muito forte na região e percebemos isso já nas primeira edições então ao contrario de outros temos a musica como foco principal “do rap ao sertanejo de raiz”, junto a diversas intervenções. Em quase todas as edições temos como convidados um grupo musical, um poeta, intervenções de capoeira, grupos de b.boys, streetdance etc... Projetos para 2014 ? Nossos projetos em andamento são para o primeiro trimestre de 2014, onde lançaremos a musica e o vídeo clipe do coletivo clã intitulada, “CLÃ, EU FAÇO PARTE” e também a mixtape “COLETIVO CLÔ VOL 1, com 20 faixas, que vem recheada de surpresas e participações, além de dar continuação nas edições mensais do sarau todo 3º sábado do mês no PROJETO CICAS e 2ª sábado bimestral no CEU JAÇANÃ, para o segundo semestre as metas são a nova coleção dos produtos clã, e o lançamento da mixtape dos integrantes do coletivo (NEGO TRUTTY / MANO G 1702 /). Contatos E-mail: claproducaoeeventos@gmail.com www.facebook.com/ClaProducoeseEventos


Espaço VIP das palavras Vida em manutenção Por: Ferréz

Um dia desses fui junto com um amigo no bom prato, projeto tão lembrado durante a campanha política. Cada um faz seu paternalismo de um jeito. Lá a realidade é só uma, saquinho de farinha no bolso pra misturar com a comida, gente que chega as 10 da manhã com medo de perder a fila. Um senhor logo começa a falar comigo. – Fio, porque eles num faz janta também? Porque eles num dá um café da manhã? Eu balanço a cabeça e finjo não saber a resposta enquanto não tiro os olhos daquele senhor, que na pele mostra o tanto que já sofreu. E não é só isso, e o que será que eles comem no sábado e domingo? Então antes de sair eu pergunto, ele reponde com uma palavra. - Pão. Por um momento penso que a sobremesa do bom prato bem que podia ser um livro. Paro a viagem, vou pegar a real sobremesa, uma mexerica, que estava com uma casca difícil de tirar, fui saindo de boa e trombei outro amigo e logo perguntei. - mas você num ta trabalhando? - to sim, naquela loja ali na frente. - e porque come aqui? - você sabe né, economizar os tickets pra mistura e pra feira. - e você? - bom, eu sou escritor, num preciso falar mais nada né? Dou um abraço no amigo e saio pensando na cena que vi ontem, os camelôs apanhando no centro da cidade, sempre a mesma coisa, vai chegando fim de ano o bicho pega, lembro do chefe das subprefeituras falando que aquilo não era vendedor ambulante, que eles só vendem coisas contrabandeadas, boa conversa, discurso de quem nunca passou uma dificuldade é sempre comovente. Ele é daqueles que nunca pagou pra tirar a carta de motorista, nunca tenha dado um qualquer pra um policial evitar a multa, nunca prejudicou alguém no escritório, nunca falou mal de alguém e fez uma conversa virar problema, nunca tenha ficado calado quando soube de um esquema maior. Não ele não. Ele é o onipresente nesse momento, o senhor da verdade absoluta, assim como vários homens entupidos de retórica. A vida aqui fora é outra, se você não a vive, não sabe do que se trata. Dizem que sou revoltado, quando falo em algumas questões ficam abalados, mas tantos olham e não enxergam. Senhor, formigueiro humano, compra de natal, eles usam seu nome em vão, constroem templos gigantescos, massacram os mais humildes mentalmente com histórias distorcidas, quem for inocente jogue a primeira cruz na rua. Tudo virou comércio, seu sonho não é mais ser, é ter, iates, cavalos, gados com chips enquanto crianças perdidas não valem uma casa de abrigo. Sinto muito, mas a modelo sem calcinha é a notícia da semana. Genival veio me dizer um dia, que não tem espaço para coisas positivas na mídia, eu aprendi com você Genival, vende tanta Caras, vende tanta Tititi, vende tanto porque eles são os ricos que meu povo adora. O tema se tornou recorrente, favela, violência, seqüestro, roubo. Mas na propaganda do disque denúncia é só seqüestro, crime contra pobre num conta, num adianta denunciar, agente quer é seqüestrador. Eu sei que todos falam da guerra, mas se isso é uma guerra, porque não vejo vencedores nem ontem nem agora? Consumismo desenfreado, pra não ficar chateado toma o meu cartão, compra algo. Qual o tamanho do seu sonho? Ele tem 2 ou 4 rodas, tem estilo? Ou você tem ou não tem. Ele é azul, metálico? Ele é slim? talvez seja digital, prata? Veloz? Talvez seja leve, fácil de transportar e de teclar, pode ser de esquentar, também pode ser que ele frite coisas, ou só as cozinhe, mantendo assim as proteínas. Talvez você leve ele no pulso.

Talvez você coma ele. Seu sonho dá para enrabar? Talvez você monte nele, seu sonho seria um par de olhos? Belos e fixos dentro da sua alma? Más notícias pra você, felicidade não vem com nota fiscal. O problema do Brasil minha pequena Lisístrata é esse. Que trabalho vão me dar? Onde vou me encaixar no mercado? Tem vaga mais pra ninguém não, ta difícil pra você ta difícil pra todo mundo, você tem que ser criativo se quiser comer. Estou falando do que vejo, um monte de gente que nem você indo pro mesmo caminho, fila pra emprego, trafico, roubo de gravata ou sem, é tudo a mesma coisa, só diminui ou aumenta o grau de humilhação, no final uma coisa sustenta a outra, ou do que viveriam tantos advogados, promotores, delegados, juízes? Falam em matar, falam em palavras que não fazem curva, mas só atiram em iguais a vocês, somente um motivo, banal, qualquer coisa e bum! Acabam com uma vida, mas nos muros de todo o morro, nomes de políticos, uma esmola sequer, e lá estão vocês envolvidos, não vêem que eles são os reais inimigos? Com seus ternos caros, suas caras de porcos, suas mentes mais sujas que os córregos que nos cercam? Eles são os inimigos, são os mentores por traz de toda essa miséria, toda essa violência, e pior meu filho, quem elege eles é você, é como se alguém te desse a incrível oportunidade de você mesmo se prejudicar. Vamos fazer um acordo? parar de matar a esperança, distribuir o falso troféu de uma vida curta, alimentando essa cadeia de parasitas, que só vêem agente traficando, que só vêem agente se prostituindo, quando na verdade não tem mais gente honesta do que aqui. honesta sim, todos como meu amigo Paulo, trabalhador que sonha com seu carro ano após ano, tem muitos. Venha na favela de madrugada e veja quantos ônibus saem lotados pela manhã? Ou vocês vão me falar que é tudo ladrão, ladrão meu querido não enche ônibus. Mas criminalizar o gueto é necessário, ah! Isso não pode parar, se não o povo vai se revoltar com o que heim? Temos que linchar o pé de chinelo, para o colarinho branco se candidatar de novo. Temos que começar de novo, reformular tudo, se fala tanto do tráfico, e os barbitúricos, e os tarjas pretas? Agente só vê o que quer meus amigos, mas ninguém aqui está com a razão, ela já fugiu desse país a muito tempo. Uma coisa não legitima a outra, mas opressão demais num cheira bem. Num sei muita coisa não, mas tenho certeza que se tem que escorrer tanto sangue por isso, se vamos morrer, que seja por rasgar a constituição, afinal ela só serve pra quem tem dinheiro. A nossa vida não tem que ser uma filial do Afeganistão, se tiver que ter uma guerra que seja contra quem oprime e não contra outros oprimidos. Um dia agente vai entender porque não tem ensino, porque é mais barato sermos treinados segurando uma pistola e matando outro periférico. Caixinhas, todos somos separados em caixinhas, mas a pergunta é. Quem embala tudo isso? Mudar daqui é mó mamão, mudar a favela é difícil, mas agente tem que tentar, tem que continuar nossa pequena parte nisso tudo, eu fiquei aqui, minha filha vai nascer aqui, eu quero que esse seja o melhor lugar do mundo pra ela e pra todos os que vão continuar aqui, quem é não comenta, essa é a pegada, eu continuo acreditando que a revolução será silenciosa e determinada como ler um livro a luz de velas em plena madrugada. Ferréz (direto do campo de extermínio)


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