Diário Oficial - Alerj Notícias (12/02/15)

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ESTA PARTE É EDITADA ELETRONICAMENTE DESDE 1º DE JULHO DE 2005

PARTE II PODER LEGISLATIVO

ANO XLI - Nº 027 QUINTA-FEIRA, 12 DE FEVEREIRO DE 2015

CARNAVAL ESTE SERÁ O PRIMEIRO ANO EM QUE BLOCOS, MARCHINHAS E SAMBA SÃO PATRIMÔNIO IMATERIAL

Justa homenagem a uma marca do Rio Publius Vergilius

Os blocos do Rio fizeram renascer o Carnaval de rua e atraem milhares de pessoas. Diretora da Associação Sebastiana, Rita Fernandes elogia a iniciativa da Alerj: “Foi um grande passo que o Rio deu” Symone Munay

P

repare o confete e a serpentina e separe a fantasia: o Carnaval ganhou reforço e quem gosta da folia tem mais um motivo para comemorar. Ao lado do samba e das marchinhas, os blocos de rua, este ano, desfilam pela primeira vez como Patrimônio Imaterial do Estado do Rio de Janeiro. A lei, que visa a reconhecer oficialmente

essas manifestações culturais e garantir sua preservação, é uma iniciativa da ex-deputada Inês Pandelô (PT) e está na Lei 6.869, aprovada na Alerj em agosto de 2014. “Trata-se de expressões que fazem parte de nossa cultura. São manifestações de relevante valor e que, até os dias de hoje, constituem fonte de lazer e arte, patrimônio vivo, dinâmico e bem intangível”, comenta Inês.

Diretora da Associação Independente dos Blocos de Car-

SEBASTIANA QUER QUE BLOCOS SEJAM PATRIMÔNIO DE TODO O PAÍS naval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro, a Sebastiana (que cuida de 12 blocos), Rita

Fernandes diz que a medida é a única forma de manter a tradição da festa. Do contrário, ressalta, ela poderia cair no esquecimento. “Foi um grande passo que o Rio deu. Agora, junto com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), vamos propor que o carnaval de rua se torne patrimônio imaterial do Brasil”, informa. Este ano, cerca de 500 blocos foram autorizados pela

Prefeitura a desfilar na capital. Iranette Ferreira Barcellos, a Tia Surica, uma das mais conhecidas damas do samba carioca, enfatiza: “O samba está sempre em evidência, apesar de algumas tradições terem sido deixadas para trás. A lei veio para garantir que os jovens saibam o valor que ele tem. Muitas manifestações musicais estão de passagem, mas o samba não”, sentencia. (Colaborou Buanna Rosa) Ecad / Grupo Máquina

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Para Roberto Kelly, bailes trazem as marchinhas de volta As marchinhas atravessaram gerações e continuam, até hoje, na memória popular, tanto que a Prefeitura do Rio, no último dia 6, também reconheceu o gênero como Patrimônio Cultural Imaterial da Cidade. Mestre do estilo, o compositor e pianista João Roberto Kelly, de 77 anos, 55 de carreira, é, desde 2007, o artista que mais recebe direitos autorais do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) pelas marchinhas de carnaval. “É a atual juventude que vai reerguer tudo

isso, nosso patrimônio cultural, e sustentar essas manifestações populares,”, destaca o sambista. De acordo com o Ecad, em maio de 2014, R$ 14,3 milhões foram pagos em direitos autorais para mais de 16.327 titulares que tiveram canções executadas no carnaval do ano passado. Autor de marchinhas como Cabeleira do Zezé, Mulata iê-iê-iê, Maria Sapatão e Dança do Bole-bole, o compositor credita a redescoberta das marchinhas ao retorno dos bailes de salão.

Id: 1794119

Kelly é o compositor que mais recebe direitos autorais do Ecad por sua obra


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