Revista Catalise - Edição 01

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da udesc para o mundo “Um casal banal, que mora numa casa banal, vivendo uma vida comum”. Insólito, é um espetáculo que ilustra de forma cômica e surpreendente, o absurdo da existência humana e o distanciamento e a frieza da comunicação entre as pessoas. Dividida em três atos cíclicos, a peça convida o espectador a se transportar e a invadir um universo inusitado e, paradoxalmente, muito próximo da realidade cotidiana do ser humano, chamado “Insólito”. As ações cotidianas diminuídas e expandidas vocalmente e corporalmente trazem ao espectador memórias ao se deparar com a própria ação dramatúrgica e física dos atores. A encenação, como um todo, provoca uma profunda identificação do espectador e extrai, de forma simples, o riso do público quando o mesmo percebe e absorve o absurdo das ações. Utilizando elementos cênicos simples, mas muito precisos, como a iluminação e o cenário, “Insólito” traduz a dramaturgia nos corpos dos atores, e não necessariamente em sua dramaturgia escrita. Com influências do dramaturgo romeno Eugéne Ionesco, o processo de criação da dramaturgia resultou de exercícios e jogos de improvisação estimulados pelo diretor e acadêmico Carlos Longo. Com uma pesquisa que reflete as nuances do Teatro do Absurdo, o processo está sempre em estágio de aprofundamento e, portanto, em constante mutação, sem, porém, perder a sua particularidade.


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