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23 de dezembro, Cineteatro de Porto de Mós
Minha Vida de Courgette” foi nomeado para o Óscar de melhor filme de animação. Haverá duas sessões, uma amanhã (14h30) e outra no dia 31 de dezembro (10h30). Mais informações em teatrojlsilva.pt.
29 de dezembro, Jardim do Cardal, Pombal Espetáculo de magia de André Melão
O Município de Pombal recebe, a 29 de dezembro, o espetáculo de magia de André Melão, ilusionista premiado com o “Troféu Afirmação 2017”, atribuído pela Associação Portuguesa de Ilusionismo. Em 2016 obteve o 3.º lugar na Gala Internacional de Close-up, tendo participado em vários programas de televisão. O evento tem início às 16h00 na Tenda de Natal, no Jardim do Cardal. Mais informações em cultura.cm-pombal.pt.
Clássicos
O Cineteatro de Porto de Mós recebe amanhã o espetáculo musical “Os Melhores Clássicos Portugueses”. O evento, organizado por Paulo Sanches e Sérgio Fernandes, promete uma viagem no tempo que permite revisitar músicas e cantores intemporais da cultura portuguesa das décadas de 50, 60 e 70. O concerto tem início marcado para as 21h30 e o preço do bilhete é de 10 euros.
O Teatro Miguel Franco exibe amanhã o filme infantil “A Minha Vida de Courgette”. A obra cinematográfica do suíço Claude Barras relata a história de um jovem que, após a morte da mãe, é levado para um orfanato. “A
Diretor
Francisco Rebelo dos Santos francisco.santos@regiaodeleiria.pt
Coordenadores Pedagógicos
Catarina Menezes catarina.menezes@ipleiria.pt
Paulo Agostinho paulo.agostinho@ipleiria.pt
Marco Gomes marco.gomes@ipleiria.pt
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Marta Oliveira marta.s.oliveira@ipleiria.pt
Projeto Gráfico Leonel Brites leonel.brites@ipleiria.pt Maquetização Leonel Brites
Até 31 de dezembro, Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha
A exposição “Voltar aos passos que foram dados” está a decorrer até 31 dezembro na Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha. A mostra, elaborada no âmbito do centenário de José Saramago, é composta por uma “viagem” pela bibliografia literária do autor e conta com a seleção e composição de textos de Carlos Reis e Fernanda Costa, além do design de André Letria. Pode ser visitada no horário habitual da biblioteca, segunda-feira e sábado das 13h30 às 19h00 e nos restantes dias úteis das 10h00 às 18h00.
Afonso Vidigal, Ana Antunes, Ana Carolina Gonçalves, Ana Carvalho, Ana Salina, Beatriz Conceição, Beatriz Correia, Bernardo Garcia, Catarina Gonçalves, Constança Vieira, David Sampaio, Diana Regueira, Diogo Ramos, Ema Marques, Guilherme Ramalhete, Helena Sá, Jéssica Lourenço, Maria Inês Lopes, Mariana Ascenso, Mariana Macedo, Mariasole Di Lorenzo, Marta Pereira, Marta Silva, Nicole Santos, Paula
Benavides, Pedro Afonso, Pedro Batista, Sarahí Cardenas, Tatiana Fonseca e Tiffany Sérgio.
Presidente do Politécnico de Leiria Carlos Rabadão presidencia@ipleiria.pt
Diretor da ESECS Pedro Morouço esecs@ipleiria.pt
Coordenadora do Curso de Comunicação e Media Inês Conde ines.conde@ipleiria.pt
Até 25 de dezembro, Porto de Mós
O município de Porto de Mós dinamiza até dia 25 de dezembro, a 2.ª edição do Festival Gastronómico do Bacalhau, Azeite e Alho. A iniciativa visa promover, incentivar e divulgar a gastronomia local, através dos restaurantes aderentes, que estão identificados com um dístico na porta de entrada.
Os textos e opiniões publicados não vinculam quaisquer orgãos do Politécnico de Leiria e/ou da ESECS e são da responsabilidade exclusiva da equipa do Akadémicos.
akademicos.esecs@ipleiria.pt
“Voltar aos passos que foram dadosJosé Saramago”Apoio à Edição Redação e colaboradores David Sampaio, Diogo Ramos e Pedro Afonso Sempre ligados.
A música, o teatro e a literatura encontraram-se no mesmo palco através da peça “A Maior Flor do Mundo”, que abriu, a 16 de novembro, o I Festival Leiria Cidade Criativa. O evento decorreu no Teatro José Lúcio da Silva e foi organizado pela Câmara Municipal de Leiria.
A inclusão foi a base da criação da peça de teatro que se adaptou aos diferentes públicos. “O que torna esta peça diferente das outras, é o seu objetivo, pois é um
A Biblioteca José Saramago, do Politécnico de Leiria, foi o espaço escolhido para celebrar o centenário do compositor Iannis Xenakis. Sob o mote “Iannis Xenakis: a música, o ritmo e o espaço”, o professor e investigador Benoît Gibson guiou, no dia 15 de novembro, a conferência, e Marco Fernandes, maestro da Orquestra Metropolitana de Lisboa, dirigiu o concerto com interpretação de peças do compositor.
A partir de imagens e sons, o evento assinalou o nascimento e percurso do compositor Iannis Xenakis. A sessão focou as ligações da música de Xenakis aos domínios da arquitetura, da ciência e da matemática, e ao modo como estes inspiraram os conceitos de ritmo e de espaço na sua obra Persephassa, de 1969.
Fascinado pelo “aspeto musical, com a relação com a matemática, ciência, ciências da natureza e com a Grécia Antiga”, Benoît Gibson inspirou-se no trabalho de Xenakis pela sua “música diferente”, dando origem ao livro The Instrumental Music of Iannis Xenakis: Theory, Practice, Self-Borrowing. Nesse título, Gibson mostra como o artista escolhia, a partir de anteriores
espetáculo acessível a crianças, jovens, adultos, bebés e pessoas com atrasos cognitivos”, explica Frédéric da Cruz, diretor de produção e encenador da peça inclusiva.
O espetáculo pretendeu envolver diferentes gerações para celebrar o nascimento do escritor português galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1998, através da sua obra infantil “A Maior Flor do Mundo”. O pano subiu com o foco na artista Matilde Cruz, que recorreu a uma atuação dinâmica e acompanhada pela musicalidade da cantora leiriense Surma. Para além de contar com a participação de um intérprete de língua gestual portuguesa, as folhas de sala do espetáculo continham a informação traduzida em braille e pictogramas.
Trabalhar e adaptar o texto foi um dos maiores desafios para Matilde Cruz, refere a bailarina de formação que, nesta peça, assumiu também papel de atriz. Da mesma forma, Carlos Vieira, ajudante de produção, afirmou que “a maior dificuldade foi a complexidade da adaptação do texto, pois fazer um espetáculo para o público em geral é mais fácil. No entanto, fazer um espetáculo que chegue a uma audiência que inclui pessoas cegas e surdas é um esforço agregado”.
obras suas, materiais para construir novas composições “sem passar pelo lado teórico”. Para o professor da Universidade de Évora, Xenakis é sinal de originalidade: “Alargou horizontes e libertou a música dos constrangimentos que tinha na altura, começou-se a imaginar a música de outra forma, com base noutros critérios”.
Depois do enquadramento teórico, seguiu-se o concerto com interpretação da obra Persephassa, por seis músicos das percussões da Metropolitana. A peça, considerada “bastante agressiva” e “fisicamente muito exigente”, teve a duração de 28 minutos. Ensaiada em “contrarrelógio”, o maestro Marco Fernandes admitiu que a música não é fácil de compreender: “É um bocadinho um work in progress, pois há primeiro uma preparação individual de cada percussionista e depois uma preparação coletiva”.
Além disso, “há muito trabalho de secretária” onde se fazem contas para perceber “se os cálculos estão certos” quando todos os músicos se juntam, explica Marco Fernandes, ao mesmo tempo que afirma querer “desbloquear o conceito de música clássica”, posta “de parte no quotidiano”. Elogia, por isso, as pessoas que integram este “projeto artístico-pedagógico” constituído por professores e antigos estudantes, existindo uma comunicação igualitária, entre pares. “A forma como olhamos uns para os outros é bastante especial”, conclui o maestro. k
Para Carlos Vieira, o evento foi bem recebido, uma vez que pessoas de diferentes idades e com necessidades específicas puderam assistir a uma peça cujo tema faz parte do imaginário da cultura portuguesa. k
A licenciatura em Serviço Social e o CTeSP em Intervenção Social e Comunitária organizaram o seminário “Intervenção Social com Famílias Deslocadas e Crianças não Acompanhadas”, que teve lugar no auditório dos Serviços Centrais do Politécnico de Leiria, a 24 de novembro. Um dos pontos em destaque foi o processo de acolhimento a deslocados e de recolha de bens que ocorreu no seguimento da guerra na Ucrânia.
A participação prolongada de cidadãos, que justificou manter aberto o centro de recolha de bens, foi, para Ana Valentim, vereadora do Desenvolvimento Social e Saúde do Município de Leiria, uma surpresa que “superou todas as expetativas”.
“Foi um movimento de solidariedade que eu nunca vi e posso dizer que já ando nisto há alguns anos. Foi mesmo um apoio impressionante e, por isso, foi muito gratificante”, assegurou a autarca.
Vânia Esteves também partilhou a sua experiência no acolhimento de refugiados ucranianos, considerando-a um “desafio”. “Nunca tinha trabalhado neste contexto, com pessoas estrangeiras, e ter de aprender inglês. Neste novo cenário, a adaptação foi um fator determinante. Apesar de a minha experiência principal ser na área da terceira idade, tive de me adaptar a esta situação, para os conseguir compreender e ajudar”, referiu a educadora social e coordenadora da Estrutura de Acolhimento Coletivo de Leiria aos deslocados da Ucrânia.
Carolina Cravo falou, por sua vez, sobre o projeto “Aqui Mundos” da InPulsar, que opera no atual contexto de crise migratória. Tem como principal objetivo ajudar a integrar jovens estrangeiros não acompanhados requerentes de proteção internacional, que entraram sem família no espaço europeu. O seminário terminou com a partilha de experiências dos estudantes com os refugiados ucranianos acolhidos no Estádio Municipal de Leiria.
Na perspetiva de Cezarina Maurício, docente da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS), o evento cumpriu o objetivo de ser um espaço de partilha e aprendizagem: “Possibilitou não só a vinda de convidados com quem aprendemos sempre muito, mas também a abordagem a temas que nem sempre temos espaço para trabalhar em aula”. k
Recolha de camisas de algodão para "Almofadas de Coração" promete ajudar pacientes oncológicos. A iniciativa de estudantes de Fisioterapia do Politécnico de Leiria e da Liga Portuguesa Contra o Cancro uniu voluntários em torno da vontade de contribuir para melhorar a vida de outros.
gado no tempo. “Nós sentimos que isto não é um projeto de uma semana, mas sim um projeto contínuo e que vai ter frutos, claro, mas com tempo”, explica a estudante de 18 anos.
A campanha iniciada a 12 de novembro pretendia dar vida às camisas de algodão que as pessoas já não usam, com o objetivo de as transformar em corações que, como é referido nos materiais de divulgação, “servem como apoio do membro superior, a fim de aliviar a pressão da axila sobre a área da cirurgia, diminuindo o edema e aliviando a dor – Recolha de camisas (de ALGODÃO) que servem de matéria-prima para a confeção das ‘Almofadas do Coração’”.
Tudo começou a 12 de novembro de 2022, com o Dia Nacional da Fisioterapia. Natália Martins, docente responsável da unidade curricular de Fundamentos da Fisioterapia e membro da Liga Portuguesa Contra o Cancro, estimulou a condição altruísta de um grupo de estudantes da licenciatura em Fisioterapia (1.º ano), da Escola Superior de Saúde de Leiria (ESSLei). Motivo do desafio: associarem uma causa solidária à comemoração do Dia Nacional da Fisioterapia.
“Achámos que devíamos demonstrar que este dia existe e fazer alguma coisa diferente, que fosse rica e que ajudasse alguém”, explica a delegada de turma, Iara Felismino. Para Natália Martins, o resultado da mobilização da turma foi ainda mais importante do que o pretexto: “Arranjámos aqui um argumento muito bonito para nos juntarmos a uma causa solidária e criar esta campanha”.
O envolvimento da comunidade estudantil fez-se sentir e não é encarado como uma atividade pontual, antes como um investimento que tem de ser prolon-
Trata-se de uma campanha destinada a mulheres com cancro da mama, iniciada em 2016, com o projeto “Almofadas do Coração”, dinamizado pelo Núcleo da Região Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro através do Grupo de Voluntariado Comunitário de Pombal. Esta associação, que tem vindo a recolher as camisas e a manufaturá-las pelas mãos das fadas da costura, tem o intuito de promover o envelhecimento ativo e os encontros intergeracionais, colocando as manualidades dos voluntários ao serviço do bem comum. Mantém, também, uma relação de simbiose com o Museu Marquês de Pombal e o Museu de Arte Popular, para onde são enviados os tecidos já não utilizados e, posteriormente, aproveitados para as atividades dos museus, como o Festival Pombalino, que usa os tecidos para elaborar a indumentária dos saltimbancos e das demais personagens que abraçam as recriações histórias do evento.
A recolha das camisas de algodão realizou-se durante o mês de novembro, na ESSLei, com uma participação muito positiva da comunidade escolar. “Inicialmente não estava a corresponder às nossas expetativas, mas depois começou a ganhar forma e acho que conseguimos aquilo que queríamos”, refere Daniela Bernardo, também estudante do 1.º ano da licenciatura em Fisioterapia.
A caixa para recolha das camisas foi transportada, cheia, no dia 30 de novembro, mas, durante a preparação, houve também “momentos engraçados” e com espaço para o improviso. “Foi um bocadinho em cima da hora”, afirma Joana Oliveira, uma das estudantes envolvidas, acrescentando: “Precisávamos de
revistas e tesouras, arranjámos o material em cinco segundos, corremos para a biblioteca e foi aí que construímos a caixa”.
A ação dos futuros fisioterapeutas fez-se sentir em todo o processo, desde a recolha das camisas até à sua entrega. Essa atitude é reconhecida por Natália Martins: “Foram eles que deram o pontapé de saída. Só acontece porque quiseram que acontecesse”.
O objetivo de transformar as camisas em almofadas-coração só se concretizou com a fase da costura. Para isso, Natália Martins levou a roupa recolhida às fadas da costura, que são membros da Liga ou voluntárias anónimas encarregues de dividir as camisas para diferentes fins e costurá-las em forma de corações.
No passado dia 21 de dezembro, o Grupo de Voluntariado Comunitário de Pombal protagonizou, num convívio natalício, o primeiro momento de entrega de almofadas do coração provenientes da recolha dos estudantes, além de mantas e sacos para colostomizados aos hospitais regionais. O Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro associou-se também a esta iniciativa em Pombal.
Todas as almofadas confecionadas foram devidamente embaladas e entregues no Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Depois, as voluntárias hospitalares distribuem-nas às mulhe-
res em fase de pós-operatório de mastectomias. As almofadas são, assim, pensadas com dois objetivos: por um lado, ao receberem o símbolo do coração, as pacientes sentem-se confortadas e apoiadas num momento de fragilidade emocional; por outro, o formato da almofada serve uma função específica. “É pensada anatomicamente porque, se pegarem nela, encaixa-se perfeitamente na axila e dá um conforto extra à mulher”, explica Natália Martins. Esta não é a única iniciativa de solidariedade em que a docente está envolvida. Existe um conjunto de processos de reciclagem e aproveitamento de tecidos que permitem ajudar várias causas. Através de um grupo de voluntariado comunitário e de um projeto em envelhecimento ativo, Natália Martins conhece senhoras que já não trabalham e querem ajudar. As almofadas em forma de coração obedecem a um molde que só pode ter costuras nas laterais e, com o tecido que sobra, são feitas bolsas de que os pacientes operados aos intestinos necessitam.
O circuito de reaproveitamento em prol de causas não termina aqui. A Liga Portuguesa Contra o Cancro também já teve um projeto chamado BECA, que é o Boneco da Esperança, da Coragem e do Amor, elaborado a partir de sobras de tecido para oferecer à ala oncológica do hospital pediátrico de Coimbra.
Mais recentemente foram feitas parcerias, uma delas com “Os Amigos da Anita”, um projeto que se dedica à recolha de roupa e de bens para distribuir. A parceria com esta associação de Pombal acontece devido à doação de camisas para o projeto Almofadas do Coração.
A docente da ESSLei refere, ainda, que a Liga Portuguesa Contra o Cancro recebe camisas que não são de algodão e, como não se conseguem aproveitar, reencaminham-se para a reciclagem têxtil. Ainda no mesmo contexto, surge uma outra parceria com uma empresa que recicla têxteis. “O que nós sabemos é que ajudamos uma associação. Por cada tonelada de têxteis que enviamos para
a reciclagem recebemos 50 euros. É pouco, mas é muito significativo porque o ciclo completa-se”, esclarece Natália Martins.
O impacto do projeto nos estudantes
O empenho da turma na conceção e dinamização da ação de recolha foi, desde o início, muito significativo. Os estudantes reconhecem a mais-valia de se mobilizarem em torno de uma causa que dá apoio e conforto a quem dele precisa.
“Acho que estas iniciativas são sempre muito importantes, ainda para mais no meio académico, porque os jovens são o futuro do país e do mundo e são estes projetos que têm mais potencial para fazer a diferença”, afirma Joana Oliveira.
Além do impacto positivo na vida de doentes oncológicos, os estudantes destacam o facto de ser um projeto muito importante a nível pedagógico. A sensação da turma é a de dever cumprido: “Estamos a fazer a mudança no mundo”, salienta a estudante de 18 anos.
O impacto do projeto nos estudantes foi importante e não tem vindo a esmorecer. A turma de Fisioterapia do 1.º ano do Politécnico de Leiria continua interessada em contribuir, no futuro, para mais iniciativas desta natureza. k
Ivan Barroso, de 42 anos, vive em Leiria, mas nasceu em Lisboa. Licenciou-se em Artes Plásticas pela Escola Superior de Artes e Design (ESAD.CR), do Politécnico de Leiria, nas Caldas da Rainha, e especializou-se em videojogos. Atualmente, aplica essa paixão como professor da licenciatura em Jogos Digitais e Multimédia, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG). Escreveu durante sete anos para a revista de videojogos PUSHSTART e escreve para o jornal Público sobre o tema.
A escolha de um curso na área das artes aconteceu porque considera o “desenvolvimento criativo muito importante na universidade”. Ao longo da sua formação teve oportunidade de trabalhar com fotografia, vídeo, animação e artes sonoras.
Apesar de essencial, a experiência académica nem sempre dá tempo suficiente para testar e desenvolver projetos. Por isso, criou um “estúdio de verão”, onde trabalha com estudantes. “O curso não chega, têm de se mexer, aproveitar os recursos que a universidade oferece, frequentar conferências e workshops e conversar com as pessoas dos mais diversos cursos porque o conhecimento é uma mais-valia”, defende Ivan Barroso.
Durante semanas, professor e estudantes usam o estúdio para desenvolver um videojogo sobre mitologia portuguesa, para transmitir valores culturais e ensinar sobre a História de Portugal, no enquadramento do programa académico PlayStation First
O investimento pessoal no projeto PlayStation Talents Portugal começou em 2016 e, desde então, Ivan Barroso tem motivado várias equipas de estudantes a participar. Os resultados têm sido muito positivos, com distinções da PlayStation em 2017, com o jogo “Out of Line”, e do Nordic Game Contest em 2018, com o jogo “Keg Wars”.
Gosta de acompanhar os estudantes durante todo percurso académico e o seu crescimento, pois uma das coisas de que mais sente orgulho é “saber que os estudantes acabaram o curso e estão preparados”. k
Antigo estudante da Columbia University, Daniel Gallant é dramaturgo, ator, professor e produtor teatral, além de palestrante e consultor nas áreas da comunicação digital e do marketing artístico. Criou a Theoria Foundation e foi, durante 13 anos, diretor executivo do Nuyorican Poets Cafe, em Nova Iorque, um espaço icónico fundado em 1973 que promove diversas formas artísticas, e onde ainda hoje permanece como membro da direção. Destacado pelo seu trabalho em diversos media norte-americanos, esteve na ESECS, em Leiria, a realizar um programa de intercâmbio ao abrigo do programa Fulbright Specialists
O que o motiva a partilhar o seu amor pelas artes? Cresci numa casa artística, a minha mãe era escritora e o meu pai era ator e cantor. Eles ajudaram-me a compreender a importância das habilidades práticas, mostraram-me como ser um entusiasta das artes. Consegui ver o que significava equilibrar uma carreira prática com uma carreira artística. As pessoas valorizam as artes e o entretenimento em termos de consumo, mas muitos de nós não pensamos que essas sejam áreas nas quais alguém se possa especializar profissionalmente. Tento criar programas educativos que possam mostrar não só a criação dos espetáculos, mas o verdadeiro lado prático das artes.
Como trabalha com diferentes formas de arte, quem inspira o seu trabalho?
Fico mais inspirado quando trabalho com artistas que estão a tentar algo novo ou diferente. Pode ser muito emocionante ouvir um escritor, músico ou um cineasta talentoso falar sobre o trabalho que tem vindo fazer, mas fico mais inspirado quando vejo alguém a assumir um risco criativo, como por exemplo um poeta a tentar um novo estilo que ainda não experimentou. Gosto de trabalhar com artistas que estão no começo da carreira e que ainda não descobriram o que querem fazer.
O que sente quando está no palco a falar com as pessoas sobre arte?
Amo estar no palco e falar sobre o processo criativo com pessoas, coloca-me numa zona emocional muito positiva. Gosto de ajudar pessoas que acham que não são capazes de explorar uma carreira profissional em arte e de lhes mostrar o que realmente podem conquistar. Tenho a certeza que muitos profissionais de arte que hoje admiramos também começaram por não acreditar que podiam ser artistas profissionais, que esse era um caminho impossível de atingir.
Quanto tempo leva normalmente para escrever as suas peças?
O mais rápido que demorei a escrever uma peça foi um dia e o mais longo foram cinco anos. Mas essa resposta seria muito diferente se eu fosse um escritor ou guionista a tempo inteiro. Infelizmente, a dramaturgia não paga o suficiente para fazer apenas isso. Há, no entanto, pessoas que são dramaturgas muito bem-sucedidas e também fazem outras coisas. Normalmente,
uma peça de teatro é escrita antes do início da produção, mas já tive de escrever roteiros muito rapidamente, e é por isso que, ocasionalmente, os fiz num dia ou numa semana.
Como se sente quando aparece nos programas mais conhecidos de televisão ou em grandes revistas e jornais?
É sempre agradável fazer parte de um projeto que é reconhecido nas notícias. Mas considero que focar demasiado nisso às vezes significa que o trabalho artístico em si pode sofrer. Sou sempre a favor de fazer o melhor trabalho possível e, depois, se os media ficarem interessados no trabalho, é incrível, mas acho que é importante isso ser um pensamento extra e não aquilo em que nos focamos.
Que conselhos daria a quem quer começar a trabalhar no mundo das artes?
Não esperes, apenas começa. Mesmo que pareça um pouco difícil, começa a escrever, sobe a um palco para te sentires confortável com o teu trabalho para ser apresentado à frente de pessoas. Isto considerando o lado criativo. No lado prático, começa a fazer voluntariado ou a estagiar, seja num pequeno teatro ou numa produtora. Quanto mais voluntariado fizeres, mais competências vais adquirir.
Como era a sua ligação com o Nuyorican Poets Cafe antes de ser convidado para se tornar um dos seus diretores executivos?
É uma instituição incrível e que eu conhecia e frequentava como espectador há anos. Conheço este café como um lugar lendário, mas o que me ajudou a sentir confortável em envolver-me foi ver que o pú-
blico é, geralmente, muito favorável. Sempre dissemos que nós podemos vaiar os juízes, mas nunca os poetas, e essa foi uma regra importante que me ajudou muito.
Como é que o café trabalhou e se adaptou durante a pandemia?
A pandemia foi incrivelmente difícil. A meio do mês de março de 2020, a cidade [Nova Iorque] cancelou todos os acontecimentos e espaços de arte ao mesmo tempo. Foi um período muito desafiante. Mas os artistas estavam muito entusiasmados em voltar a trazer os seus projetos para o online o mais rapidamente possível. Então começámos no Zoom. O que agora pode parecer um lugar confortável, na altura era uma ideia maluca. Uma das melhores coisas deste processo é que nós não só estávamos a receber poetas de Nova Iorque, mas também de todo o mundo. As artes oferecem formas de lidar com desafios emocionalmente intensos. De outra forma, estaríamos paralisados.
O que distingue este café dos outros na cidade de Nova Iorque?
A Theoria Foundation, que fundei, sobrepõe-se um pouco ao café. Ambos estão muito focados em usar causas artísticas ou formas de arte para promover causas sociais, políticas e económicas. A ideia de que as artes se devem entreter a si mesmas, mas que também devem ser transformadoras de forma a encorajar as pessoas a repensar os sistemas em que vivem, é um argumento que os artistas do café têm vindo a defender há anos. O café e a organização encontram maneiras pelas quais múltiplas formas de arte podem “falar” umas com as outras. Quando as artes se alimentam umas das outras, todos ganham.
Em 2016, foi um dos dez cidadãos americanos que receberam a Eisenhower Fellowship. Desta forma, teve a oportunidade de viajar ao Japão e a Espanha. Qual foi a maior diferença que encontrou entre estes países e os Estados Unidos? Havia muitas diferenças. Na altura, uma das maiores era o facto de que na Espanha e no Japão havia, de um modo geral, mais apoio governamental à programação artística e cultural. Nos EUA há algum financiamento governamental para as artes, mas é
uma percentagem muito pequena. As organizações artísticas nos EUA têm de ser muito mais resilientes quando se trata de angariar fundos.
É um especialista em redes sociais, dominando as ferramentas que tornam possível manter os utilizadores, gerir conteúdos pagos e construir comunidades digitais. Pode explicar como é possível aproveitar ao máximo o potencial que as redes oferecem para a gestão de uma empresa ou produto?
Penso que conhecer muito bem a empresa ou o produto é o primeiro passo. É sempre melhor ter alguém que conhece muito bem o trabalho criativo a iniciar o processo de marketing, pois isso poderá contribuir para que a promoção do produto ou empresa seja fiel à essência da marca. Eu ensino também como criar um orçamento para uma campanha a longo prazo. É importante planear como vai ser a programação de conteúdo ao longo de três ou seis meses para que possa existir uma consistência de publicação, criando assim um diálogo com o público da empresa, que se possa sustentar a longo prazo.
Qual é o maior desafio de trabalhar com este tipo de plataformas?
Um dos maiores desafios destas plataformas é a forma como usam a nossa informação, e as leis de privacidade não são poderosas o suficiente para limitar o uso que é realizado por elas. Mas o maior desafio é saber usar estas plataformas para crescermos ou para termos diálogos saudáveis com quem apoia o nosso trabalho.
Pode falar-nos das suas ambições e projetos futuros?
Adoro fazer o trabalho que tenho vindo a fazer com o projeto da Fulbright, que consiste em ajudar estudantes criativos e organizações artísticas a descobrir uma forma melhor de contar as histórias que querem contar utilizando recursos digitais. Fico muito animado para mostrar como as plataformas digitais, como o Instagram, o TikTok e o YouTube, podem ajudar a promover as artes. Criar trabalhos artísticos interessantes, ajudar artistas a criar projetos inovadores, mas também ajudá-los a comunicar esses projetos da melhor forma, são neste momento as minhas maiores ambições. k
A OPTO apresentou, a 9 de setembro, Praxx, a mais recente série portuguesa criada por Ana Lúcia Carvalho e Patrícia Sequeira e produzida pela Santa Rita Filmes. A série, baseada em factos verídicos, explora um enredo dramático que propõe a reflexão sobre a praxe e a influência que tem na vida de vários estudantes universitários que dela fazem parte.
O caso dos estudantes do Meco, a situação mais chocante com ligação a contextos de praxe académica passada em Portugal, é a principal inspiração da série de ficção, acendendo e prolongando a discussão acerca desta velha tradição académica.
A história acompanha um grupo de sete jovens universitários que vão passar um fim de semana a São João da Cruz para celebrar os seus novos cargos na AVA, a associação académica da praxe da sua universidade. No meio da comemoração, seis das sete personagens acabam por morrer afogadas, algo que levanta muitas suspeitas, principalmente por parte de Marta (papel da atriz Madalena Almeida), a irmã de uma das vítimas, que acredita que a tragédia foi consequência de uma praxe liderada por Gonçalo Vilar (interpretado pelo ator João Jesus), presidente da associação e único sobrevivente. A narrativa dramática conta também com a participação dos atores Alexandre Jorge, Catarina Rebelo, Jason Fernández, Margarida Bakker, Vera Moura e Diogo Mazur, que interpretam os papéis das vítimas do acidente.
Para além do foco no tema da praxe, a série também aborda vários assuntos como o bullying e a intimidação, com cenas fortes que têm o propósito de impactar os espectadores e abrir discussões. As gravações duraram mais de cinquenta dias e envolveram cenas noturnas em vários locais da zona de Lisboa onde as atividades de praxe habitualmente se realizam.
Com este projeto, a plataforma OPTO trouxe de volta as conversas em torno das praxes por parte dos jovens, apostando em causar um impacto que envolve várias gerações. k
dificuldades, utilizando o cartão de horas de apoio”, explica a Professora Coordenadora.
para permitir melhor acessibilidade.
As Jornadas do Grupo de Trabalho de Publicidade da Sociedade Portuguesa de Ciências da Comunicação (SOPCOM) ocorrem a 5 de janeiro de 2023, no Instituto Politécnico de Viseu, dedicadas ao tema “Ligados ou Desligados? A publicidade na era da hiperestimulação”. Vão estar em reflexão as formas de criar uma ligação e captar a atenção de utilizadores, numa época altamente mediada por ecrãs. A comissão organizadora conta com o Instituto Politécnico de Viseu, a Universidade da Beira Interior, a Universidade do Minho e a Universidade Nova de Lisboa, além do apoio da SOPCOM.
As XVI Jornadas Cinema em Português têm como foco a discussão de cinematografias de territórios onde o português é a língua dominante, utilizando estas obras como exemplo de novas dinâmicas artísticas, culturais e socioeconómicas. A edição de 2023 acontece entre 10 e 12 de maio, estando aberta a chamada para a submissão de trabalhos até 31 de dezembro de 2022. A organização é da responsabilidade do Departamento de Artes da Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior. Mais informação em https:// labcomca.ubi.pt/xvi-jornadas-cinema-em-portugues.
Com o intuito de elaborar um livro acerca da importância do som para o jornalismo, está aberta a chamada para propostas de capítulos até dia 31 de março de 2023. As submissões podem abordar temas como o jornalismo radiofónico, o jornalismo alternativo ou a literacia do som. Os textos podem ser escritos em português, inglês ou espanhol. Mais informações no sítio do Instituto de Comunicação da Universidade Nova de Lisboa (ICNOVA), em https://www.icnova.fcsh.unl.pt/callsicnova.
A conferência “Diversidade no Ensino Superior: Inovação, Inclusão e Acessibilidade” foi o espaço escolhido para analisar os resultados do projeto 100% IN. No auditório dos Serviços Centrais do Politécnico de Leiria, o dia 28 de novembro foi dedicado ao debate sobre o apoio e a inclusão de estudantes durante o percurso académico, além da inserção no mercado de trabalho e transição para a vida ativa.
O projeto 100% IN iniciou em 2018 e trata de questões relacionadas com a inovação social no âmbito da inclusão integral de estudantes com necessidades específicas. Carolina Henriques, pró-presidente do Politécnico de Leiria, refere que o objetivo desta iniciativa é “o sucesso académico dos estudantes com necessidades educativas específicas, em situação de vulnerabilidade, seja física, psicológica ou social”.
“Os estudantes têm a possibilidade de serem acompanhados por um gestor de caso e receberem algum acompanhamento extra em unidades curriculares nas quais apresentem mais
Existem outras ações como o Buddy 100% IN, apoio prestado voluntariamente por estudantes, com características adequadas, nas tarefas diárias, tendo em conta as necessidades. Carolina Henriques sublinha, ainda, o papel dos Serviços Académicos, que dão “resposta individualizada” aos estudantes inseridos no projeto, bem como aos docentes.
Do lado de quem recebe estes apoios personalizados, a integração torna-se mais fácil. “Este projeto faz-me sentir igual aos outros apesar de ter as minhas limitações e problemas de aprendizagem”, conta um dos participantes, em testemunho partilhado pela Logframe, empresa responsável pela avaliação do 100% IN.
Os resultados do projeto indicam que os estudantes nele inseridos sentem maior facilidade na adaptação ao ambiente e funcionamento da escola. Consideram, por isso, haver benefício nas medidas adequadas às suas necessidades, que permitem ter sucesso académico e concluir os cursos por via do estatuto alcançado. Em termos de condições físicas, reconhecem a aposta do Politécnico de Leiria na melhoria das infraestruturas
Ao nível dos aspetos a melhorar, os estudantes com necessidades específicas indicam o preconceito que ainda existe, sobretudo por parte de colegas. Reclamam, por outro lado, mais oportunidades que facilitem a transição para o mercado de trabalho, bem como a importância de divulgar mais o projeto.
O financiamento do 100% IN terminou, mas já foi submetido pedido a novo apoio financeiro. “O programa não vai terminar, as boas práticas são para continuar”, assegura Carolina Henriques. k
Disponível em akademicos.ipleiria.pt/contrakapa.
A atleta Laura Costa conquistou a medalha de bronze no Campeonato Nacional Universitário (CNU) de Judo, na categoria de -57 kg, realizado a 20 de novembro, no Pavilhão do Colégio da Imaculada Conceição, em Cernache. João Martins (-60 kg) obteve a 5.ª posição, enquanto João Ferreira (-73 kg) terminou no 15.º lugar e Tiago Marques (- 90kg) no 9.º posto.
No fim da prova, a estudante de Biomecânica tomou conhecimento de que foi a primeira atleta a ganhar uma medalha na categoria feminina em representação do Politécnico de Leiria, não escondendo, por isso, a satisfação: “Espero que esta conquista sirva de incentivo para os mais jovens praticarem judo, mas também o desporto em geral. Senti-me bastante bem em prova e muito contente por poder competir com estudantes de outras faculdades”.
O último mês de novembro revelou-se proveitoso para a academia lei-
riense. Gabriel Caçoilo venceu o XIII Troféu de Karting do Politécnico de Leiria, realizado no Kartódromo da Batalha. O Torneio contou com a participação de 58 estudantes provenientes da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS), Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) e Escola Superior de Artes e Design (ESAD.CR).
Gabriel Caçoilo referiu que foi um evento bem organizado, tendo os estudantes a oportunidade de conduzir o dobro do tempo e pagando o mesmo valor de inscrição. O estudante de Engenharia Mecânica destacou o bom comportamento do seu kart, ao mesmo tempo que “deseja continuar a participar em mais torneios e consquistar troféus”. k
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