Akadémicos 97

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Suplemento integrante da edição nº 4445 de 26 de maio de 2022 do semanário REGIÃO DE LEIRIA. Não pode ser vendido separadamente.

97 Ana Peneda Moreira Jornalista

Há muita emotividade que temos de gerir e filtrar págs. 6 e 7

UCRÂNIA

Apoio a refugiados envolve sociedade civil pág. 4 e 5


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A ABRIR Ilustração Alexandre Cruz Fábio Sousa Mariana Sebastião Tiago Branco

Parabéns e boa sorte aos finalistas. Boas férias para os restantes. Voltamos em 2022/23.

de Esther Mucznik. A escritora e cronista cruza a História dos judeus e a História de Portugal em momentos, episódios e personalidades que demonstram uma relação íntima. O evento inicia às 16h30 e tem a duração de 60 minutos.

NÃO PERKAS

28 e 29 de maio, Teatro José Lúcio da Silva

E Tudo o Morto Levou

27 de maio, Texas Bar

Keep Razors Sharp e Rodrigo Cavalheiro

A banda Keep Razors Sharp atua amanhã em Leiria, no Texas Bar, num concerto para os amantes de música com sonoridades entre o psicadelismo, o shoegaze e o pós-rock. A noite inclui o espetáculo de Rodrigo Cavalheiro, músico brasileiro dos coletivos Born a Lion e Country Playground. A abertura de portas é às 22h00 e o início dos concertos acontece às 22h30. A entrada tem um custo de 10€. Texto Bernardo Garcia Fábio Rocha Pedro Afonso

“E Tudo o Morto Levou” é uma comédia teatral protagonizada por Marina Mota que chega ao Teatro José Lúcio da Silva no próximo sábado e domingo. O espetáculo tem início às 21h30 no sábado e às 16h00 no domingo e uma duração de 2h00, com intervalo. O custo do bilhete é de 15€ a 17,5€.

solista convidada. O concerto, com a duração de 45 minutos, terá duas sessões, uma às 10h00 e outra às 11h30. O preço do bilhete é de 7€. 3 de julho, Leiria

Leiria OCR Police

A cidade de Leiria acolhe o evento “Leiria OCR Police”, uma corrida de obstáculos com um percurso de aproximadamente 10km. O circuito está dividido em duas modalidades: Open, sem qualquer exigência competitiva, aberta a todos os participantes de diferentes idades, e Elite, destinada a qualquer pessoa que queira competir ao lado dos melhores atletas nacionais. As inscrições efetuam-se na plataforma meutempo.pt e têm o valor de 20€ ou 28€, consoante a modalidade escolhida.

5 de junho, Teatro Miguel Franco

Sons Macios e Brincalhões

O Teatro Miguel Franco recebe o espetáculo para bebés “Sons Macios e Brincalhões.” O evento, organizado e produzido pela companhia Musicalmente, reúne vários instrumentos e sonoridades e conta com a participação da trompetista Andreia Marques,

28 de maio, Biblioteca Municipal de Alcobaça

Judeus portugueses: uma história de luz e sombra

A Biblioteca Municipal de Alcobaça vai ser o palco da apresentação literária da obra “Judeus portugueses: uma história de luz e sombra” da autoria

Cada vez mais próximos... e sempre ligados. Diretor Francisco Rebelo dos Santos francisco.santos@regiaodeleiria.pt

Apoio à Edição Alexandre Soares alexandre.soares@ipleiria.pt

Coordenadores Pedagógicos Catarina Menezes catarina.menezes@ipleiria.pt

Marta Oliveira marta.s.oliveira@ipleiria.pt

Paulo Agostinho paulo.agostinho@ipleiria.pt

Projeto Gráfico Leonel Brites leonel.brites@ipleiria.pt

Marco Gomes marco.gomes@ipleiria.pt

Maquetização Leonel Brites

Redação e colaboradores Alexandre Cruz, Amanda Della Dea, Ana Beatriz Antunes, Ana Carolina Carvalho, Ana Carolina Gonçalves, Ana Salina, Ana Santos, Ângela Pereira, Anita Martins, Beatriz Conceição, Bernardo Garcia, Catarina Gonçalves, Catarina Severino, Constança Vieira, Edmar Correia, Ema Marques, Fábio Rocha, Fábio Sousa, Francisco Beato, Helena Sá, Inês Costa, Inês Quintas, Isaque Fernandes,

João Sardinha, Márcia Centeio, Maria Lopes, Mariana Ascenso, Mariana Braz, Mariana Sebastião, Mariana Vieira, Marta Silva, Nicole Santos, Pedro Afonso, Pedro Batista, Sofia Relva, Tatiana Caetano, Tatiana Duarte, Tiago Branco, Tiffany Sérgio e Valentina Guedes.

Presidente do Politécnico de Leiria Rui Pedrosa presidencia@ipleiria.pt

Os textos e opiniões publicados não vinculam quaisquer orgãos do Politécnico de Leiria e/ou da ESECS e são da responsabilidade exclusiva da equipa do Akadémicos.

Diretor da ESECS Pedro Morouço esecs@ipleiria.pt Coordenadora do Curso de Comunicação e Media Catarina Menezes catarina.menezes@ipleiria.pt akademicos.esecs@ipleiria.pt


3 Com o prazo de 24 horas, a atividade propunha que as equipas de estudantes articulassem as suas competências para responder a diferentes desafios de forma criativa e com foco na inclusão. Para Miguel Jerónimo, pró-presidente do Politécnico de Leiria, o evento destaca-se por “proporcionar aos estudantes uma experiência diferente na procura de soluções para os seus colegas com necessidades específicas”. As expetativas para a edição de 2022 eram altas, não só pela qualidade dos resultados do evento anterior, mas porque a fase da pandemia permitiu um bom ambiente para a concretização do projeto. O encontro contou com a presença de estudantes Texto Inês Costa, Nicole Santos de diversos cursos do Politécnico de Leiria, que foram e Tiffany Sérgio convidados a sair da sua zona de conforto e a contactar com diferentes métodos de trabalho. Uma das parA cantina da Escola Superior de ticipantes, do curso de Comunicação e Media, referiu Tecnologia e Gestão acolheu, a que estava a por em prática os conhecimentos adqui5 e 6 de maio, a segunda edição ridos nas aulas. do evento Hackathon 100% IN, no No global, o balanço foi positivo e o evento agradou qual várias equipas foram desafiadas a encontrar so- aos estudantes, que o consideraram uma experiência inluções em contextos de inovação social, tecnológica teressante e desafiante. Além da importância das aprene de criatividade. Os resultados que os vários grupos dizagens, houve quem destacasse as infraestruturas e o alcançaram podem ser aplicados em contexto real. acompanhamento prestado às equipas.

ESTÁ –a– DAR

Politécnico de Leiria junta estudantes para criarem projetos inclusivos na Hackathon 100% IN

Cibersegurança em destaque nas Corporate Talks na ESTG Texto Ana Beatriz Antunes, Ana Carolina Gonçalves, Catarina Gonçalves e Ema Marques

A 3.ª sessão das Corporate Talks decorreu na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), do Politécnico de Leiria, no dia 16 de maio, com a participação especial da NERLEI – Associação Empresarial da Região de Leiria, representada por Henrique Carvalho, e de Carlos Rabadão, docente do curso de Engenharia Informática. O tema em destaque foi a Cibersegurança e a Segurança da Informação, evidenciando a sua importância tanto nas empresas como no dia a dia da sociedade. O impacto da pandemia na proteção de dados foi um dos tópicos abordados. Durante esta fase, verificou-se o aumento de registos de ameaças e ciberataques, numa tendência que parece crescente. “Hoje em dia os ciberataques representam 1% do PIB mundial e a previsão que temos para 2025 é que represente 15%”, referiu Fernando Amaral, do Sendys Group. Foi também feito o retrato de Portugal no que respeita à cibersegurança, tendo sido divulgado que apenas três empresas têm o certificado ISO 27001, norma internacional para a gestão da segurança da informação.

Trata-se de um dado alarmante, visto que, em apenas 24 horas, uma empresa pode sofrer milhares de ataques. A justificação discutida para a baixa adesão das empresas nacionais a estratégias de segurança da informação foi a falta de conhecimento e sensibilidade para os perigos deste contexto. Para a Viseeon, uma das empresas que participaram na conferência, a proteção de dados dos clientes é uma preocupação e tem já algumas medidas implementadas. “Em relação aos dados pessoais, nós procuramos uma série de medidas, sobretudo medidas comportamentais, como testes de intrusão ou internet que não partilhamos”, refere José Pedro Farinha, representante da marca. Apesar de direcionados para o mercado empresarial, os debates incluíram dicas para proteção de dados pessoais, como o uso do double authenticator e de cartões de débito único no MB WAY quando se efetuam compras online. Trata-se de estratégias simples, mas que permitem aumentar a segurança ao utilizar a internet. O evento insere-se no conjunto das Corporate Talks, um road-show de conversas sobre literacia económica, que reúne empresas de diversas áreas, por todo o país, como a Fidelidade, o Novo Banco, o Sendys Group e Viseeon Portugal. A iniciativa tem como objetivo educar empresas e estudantes para a literacia financeira e para o mercado empresarial. A moderação fica a cargo de Camilo Lourenço, jornalista especialista em Economia e representante do canal “Cor do Dinheiro”. k

26 maio 2022

Apesar se tratar de uma competição, a iniciativa teve vários momentos de animação, como a oferta de lanches saudáveis, por parte do curso de Dietética e Nutrição, ou a sessão de alongamentos e exercícios, promovida por docente de Desporto e Bem-Estar. A maratona de ideias terminou com a apresentação de soluções dos vários grupos e a atribuição de prémios nas categorias de Comunicação, Acessibilidade Física e Informática e Tecnologia. k

ALCOBAÇA

Museu do Vinho recebe exposição sobre a Censura Texto Francisco Beato, João Sardinha e Márcia Centeio

“Lápis Azul: A Censura no Estado Novo” é o nome da exposição patente no Museu do Vinho, em Alcobaça, que leva os visitantes a recordarem tempos passados da censura. Organizada pelo Museu Nacional da Imprensa, encontra-se em exibição até ao próximo dia 19 de junho. A exposição itinerante, que está a cargo do museólogo e atual coordenador do museu, Alberto Guerreiro, foi inaugurada a 21 de abril com o intuito de retratar o período desde a revolução de Gomes da Costa até ao próprio dia 25 de abril de 1974. No local, é possível encontrar jornais que foram alvo de censura, documentos originais de detenção, fichas de levantamento de informação dos censores, os próprios lápis azuis e carimbos que foram doados ao Museu Nacional da Imprensa por um antigo censor, além de algumas réplicas e reproduções de documentos que demonstram a realidade da imprensa naquela época. Aberta a todos os públicos, o importante nesta exposição é “passar a mensagem às novas gerações, à comunidade local”, refere Alberto Guerreiro. O museólogo salienta que “a adesão tem sido positiva, atraindo pessoas que normalmente se interessam por estas temáticas e que costumam visitar espaços como, por exemplo, o Museu Nacional Resistência e Liberdade, na Fortaleza de Peniche”. Está assim preparada para receber turmas escolares e também grupos de visitantes, que, por vezes, estão de passagem pelo Museu do Vinho e aproveitam para voltar atrás ao tempo do Estado Novo. Da articulação entre a exposição e a comunidade, surgiu já a apresentação escolar de uma aluna do 12.º ano, sobre a censura, no local, com um jornalista do tempo retratado como convidado especial. Grande parte dos documentos e objetos estão na posse do Museu Nacional da Imprensa, enquanto outros, tal como afirma Alberto Guerreiro, “foram doados por colecionadores privados, apenas com o propósito de enriquecer a amostra desta exposição itinerante”. k


4 SOLIDARIEDADE

Mobilizados para a integração

KAPA A sociedade civil em Portugal não ficou indiferente ao impacto que a guerra provocou na Ucrânia e nos seus habitantes. Cidadãos e instituições responderam ao desafio de ajudar milhares de ucranianos, crianças, jovens, adultos e pessoas idosas. O Akadémicos ouviu histórias de solidariedade na primeira pessoa, num momento em que os estudantes também abraçam a causa ucraniana. Texto Anita Martins, Amanda Della Dea, Catarina Severino e Edmar Correia

S

em casa e sem apoio familiar. É assim que muitas famílias de refugiados ucranianos chegam a Portugal, onde a solidariedade dos portugueses tenta responder às necessidades de quem está numa situação penosa. Enquanto Portugal assiste ao desenrolar dos conf litos que se passam a cerca de 4 mil quilómetros de distância, há milhares de ucranianos que escolhem o nosso país para se refugiarem. Antes da invasão russa, viviam em Portugal 27200 cidadãos ucranianos. Hoje, os dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras apontam para que sejam 52 mil. Pedro Silva, residente na Lourinhã, conhece a realidade de perto. Os seus pais acolheram cinco crianças e jovens ucranianas: um par de gémeas de 19 anos, que vieram sozinhas, e outras duas irmãs, uma com 10 anos e a outra com 19, acompanhadas pela mãe de 41 anos. O processo de acolhimento começou a partir de uma publicação na rede social Facebook, com os pais de Pedro a manifestarem a disponibilidade para receberem refugiados ucranianos na sua casa de férias em São Bartolomeu. Dois dias depois, a Organização Portugueses pela Paz entrou em contacto com o casal e informou-os de que vinha um autocarro da

Polónia para Portugal, com ucranianos a precisar de o seu filho, residiu no facto de o número de pessoas, ajuda. Dispuseram-se logo a ajudar e assim foi feito o em casa, passar de duas para sete. A divisão de tarefas foi, no entanto, facilmente realizada. encaminhamento. Devagar, a adaptação a um novo país vai aconteA viagem de autocarro durou três dias e foi bastante complicada. Primeiro, vieram as duas filhas com a cendo em ambas as situações. As crianças mais nomãe e, passadas três semanas, chegaram as gémeas vas estão já a estudar, dado que pretendem ficar em pelo mesmo trajeto. “Ambas as viagens foram muito Portugal. assustadoras e passadas em pânico”, relata Pedro. Neste autocarro que, antes de chegar à Lourinhãapenas O papel das instituições e dos estudantes parou na Bélgica para dormidas e testagem à Covid-19, O Município de Leiria lançou uma campanha de so, encontrava-se um tradutor que traduzia todas as lidariedade intitulada “SOS Ucrânia”, em parceria informações de forma a tranquilizar os refugiados. com a comunidade ucraniana que já reside na região. À chegada, a rapidez com que as pessoas saíram da A iniciativa tem como objetivo recolher produtos no Ucrânia era evidente. “Elas traziam apenas uma mala Estádio Dr. Magalhães Pessoa, juntas de freguesia e de viagem com os bens essenciais, a única roupa que tinham era a que estava no corpo”, menciona Pedro. O primeiro dia destas mulheres ucranianas em Portugal foi emocionante, uma vez que ficaram muito agradecidas e estavam sempre a chorar de alívio. No segundo dia, foram buscar comida e roupa ao centro de refugiados na Lourinhã. Uma das maiores dificuldades sentidas foi a confeção da comida, visto que era muito diferente daquilo a que estavam habituadas. Neste momento, estão todas a ser integradas com sucesso. A criança de 10 anos está a estudar na escola e as três adolescentes e a mãe pretendem começar a trabalhar. As diferenças linguísticas motivam-nas, porém, a fazer um curso de português. Da Lourinhã para Leiria, uma solidariedade itinerante O apoio proveniente da Lourinhã encontra paralelo em Leiria, pela mão de uma voluntária de 31 anos que prefere não ser identificada. Acolheu três crianças, um menino com oito anos, outro com quatro e uma menina com sete anos, todos primos afastados. Com a ânsia de ajudar um povo que se encontrava em perigo e sem opções, deslocou-se à Polónia para ajudar cidadãos indefesos, onde toda a ajuda era bem-vinda. Uma das suas grandes vantagens era o facto de saber falar russo, tornando-se indispensável ao traduzir tudo o que era dito. Com base nisso, foi possível reservar lugares para os refugiados em autocarros que faziam o trajeto entre Varsóvia e Portugal. Uma das três crianças que acolheu veio consigo, no seu carro, no que caracteriza como “uma viagem muito complicada e turbulenta”. Segundo a voluntária, a chegada a Portugal foi muito tensa, uma vez que as crianças estavam totalmente fora do seu quotidiano. “O primeiro momento foi de muito cansaço. Depois, fomos comer e dormir”, explica. A maior dificuldade que sentiu, visto que vivia com


5 quartéis de bombeiros, para apoio aos refugiados, tendo maior procura os produtos de higiene, medicamentos e roupa térmica. O Politécnico de Leiria disponibilizou-se, também, para ajudar na recolha de bens, promovendo uma angariação de produtos, já entregues diretamente na Ucrânia. Atualmente, a recolha continua, mas os bens agora angariados destinam-se aos refugiados ucranianos que estão em Leiria. Neste processo, as associações de estudantes do Politécnico têm trabalhado em rede, nomeadamente as da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) e da Escola Superior de Saúde (ESSLei). É este trabalho em cooperação interescolas que tem permitido dar resposta com sucesso às solicitações de entidades externas. “Penso que temos conseguido corresponder às expetativas, e aqui falo um pouco de uma forma transversal de todas as associações”, refere Joel Rodrigues, presidente da associação de estudantes da ESTG. Para além de haver um conjunto de dinâmicas com algumas instituições instaladas em Leiria e que trabalham com os mais desfavorecidos, houve um grande apoio na questão dos refugiados. Um dos exemplos foi a iniciativa da associação de estudantes da ESSLei que, no Dia Mundial da Saúde, recolheu produtos de higiene para doar à Cáritas Diocesana de Leiria, uma instituição particular de solidariedade social que desenvolve a sua ação na diocese de Leiria-Fátima. Outra das iniciativas surgiu do contacto entre o clube União Desportiva de Leiria e Joel Rodrigues. O desafio foi aceite: juntar um grupo de estudantes voluntários para recolher bens

de primeira necessidade nos jogos que viriam a acontecer no estádio. Mesmo que um adepto não tivesse bilhete, conseguia assistir ao jogo desde que levasse um produto essencial, uma estratégia criativa que fez com que, tanto a solidariedade, quanto o desporto, saíssem vencedores. Perante a situação de guerra, o Politécnico mostrou sempre o seu apoio aos alunos afetados pelo conflito. A primeira ação do presidente da instituição foi assegurar a atenção ao desenrolar dos acontecimentos e a garantir a ajuda a todos os estudantes ucranianos e seus familiares. Por sua vez, o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, órgão nacional que o Politécnico de Leiria integra, tem estado a trabalhar com o governo e já se mostrou disponível para acolher estudantes ucranianos refugiados. Para Joel Rodrigues, a ação das escolas, politécnicos e universidades tem de se alinhar com as preocupações solidárias. “As instituições de ensino devem, a partir de agora, apoiar estas iniciativas, sejam da câmara ou de outras entidades, mas que apoiem a recolha de bens para dar aos refugiados em Leiria ou para enviar para a Ucrânia”, explica o estudante. Do envolvimento de várias entidades e da sociedade civil, as doações não são tantas como se pensa, visto que existiu uma grande adesão à primeira recolha de bens e as pessoas tendem a sentir que já cumpriram o seu dever. No entanto, o apelo não cessa porque as necessidades também não acabaram. Débora Nogueira, membro do pelouro solidário da associação de estudantes da ESECS, assume a confiança de que venham a acontecer mais contributos. “Nós estamos na esperança de que haja mais contribuição”, refere. k

26 maio 2022

TAK Texto Isaque Fernandes Valentina Guedes

Flávio Andrade Num lugar vago Flávio Andrade, nascido em Pinhal Novo, em Setúbal, é fotógrafo, fotojornalista e artista visual, papéis a que se junta o de formador no CENJOR – Centro Protocolar de Formação Profissional de Jornalistas. Já publicou cinco livros e em 2017 fundou uma editora. A sua mais recente formação foi o curso “Seeing Through Photographs”, realizado no Museu da Arte Moderna em Nova Iorque. Pela lente da sua máquina já passaram registos de várias áreas, desde fotografia de produto a moda, mas é na fotografia autoral que se sente “em casa”. Apesar de considerar que a metodologia de trabalho relacionada com a fotografia autoral é “muito idêntica” à do fotojornalismo, existe, nesta última, uma limitação à subjetividade. “O que vemos é o que estamos a dar a conhecer ao leitor”, explica. Para Flávio Andrade, a fotografia “nasce antes da câmara fotográfica”, estando a natureza da fotografia na essência do próprio autor. Exemplo disso é a exposição “Vago”, um conjunto de 19 autorretratos Polaroid que se faz acompanhar de um vídeo performativo, interpretado pelo fotógrafo, com uma banda sonora imersiva e criada propositadamente para esta mostra. A exibição realizada na Galeria Banco das Artes, em Leiria, propõe uma reflexão sobre o “movimento e a incerteza” num lugar “incomum, vago e íntimo”. “Vago” é uma das intervenções artísticas que integram o portefólio de Flávio Andrade, repleto de trabalhos que “desconstroem a imagem que temos de nós mesmos” ao “por-nos a pensar”, através de um imaginário de arte que “não é bonito nem feio, é aquilo que é”. Quanto aos desafios de pensar a arte e o mundo na atualidade, o fotógrafo destaca a tendência para manter uma neutralidade, que limita a criação. “O politicamente correto não está a trazer-nos nada de bom, está a tornar-nos demasiado conservadores. Não estamos a chegar à essência, mas a afastar-nos dela”, defende. Enquanto professor, aconselha os seus alunos a criarem: “O estado criativo não precisa de qualquer suporte, basta existir”. A expressão artística não existe sem liberdade e esse é, para Flávio Andrade, um elemento central. “A criação deve ser um ato de liberdade e não devemos deixar que ela seja propagandeada de uma forma pornográfica. A liberdade não está na rua, está dentro de nós”, conclui. k


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Não estamos ali para ser heróis, SENTADO estamos ali para NO MOCHO ser jornalistas Ana Peneda Moreira Jornalista

Ana Peneda Moreira, jornalista e pivô da SIC e da SIC Notícias, foi enviada especial na capital da Ucrânia durante o conflito armado. De volta a Portugal, reflete sobre a responsabilidade de ser repórter e trazer às pessoas o que não viram, em cenários de “muita emotividade” que é necessário “gerir e filtrar”. Texto Ana Santos, Ângela Pereira, Mariana Vieira e Sofia Relva

O que a motivou a escolher a área do jornalismo? Sempre tive uma forte aptidão para ser jornalista. Gosto muito de ser jornalista e o que me agrada na profissão é esta capacidade de podermos contar histórias, de podermos ser veículos, que permitem às pessoas o conhecimento daquilo que não viram. Nós, jornalistas, somos esse olhar, um olhar muito importante para a democracia. Essa capacidade de contar histórias foi o que me motivou a ser jornalista. Alguma vez pensou em ser repórter de guerra? Não. Nunca pensei em ser repórter de guerra, até porque espero que não existam grandes oportunidades para sermos repórteres de guerra. Se o meu trabalho for útil num cenário que é de guerra, então, sim, eu tenho o objetivo de poder adequar o meu trabalho a esse cenário, mas não é um objetivo de vida profissional. Como se sentiu quando soube que ia para Ucrânia na qualidade de enviada especial? Tive um convite por parte da minha Direção para ir para a Ucrânia como enviada especial, numa altura

em que ainda estava em paz, sendo que havia uma fortíssima possibilidade de a guerra se iniciar. Encarei isso como um desafio, como outros que já surgiram na minha carreira. Senti o orgulho de poder ir e, ao mesmo tempo, o peso da missão. Senti que era algo que estava a fazer que era muito importante, não só para a sociedade portuguesa, mas de uma forma geral. Quais as dificuldades e os maiores desafios que os jornalistas encontraram quando chegaram ao país? A primeira dificuldade que encontrei foi a língua. Mesmo que nós dominemos o inglês, a língua é também um veículo da nossa cultura e da forma como nos expressamos. No caso da Ucrânia, não é fácil sair à rua a querer entrevistar alguém e facilmente encontrar quem domine o inglês, e logo aí foi um obstáculo. O segundo maior obstáculo é aquele que estes cenários de guerra trazem, que é a contrainformação. Quando as tropas começam a entrar pela Bielorrússia em direção a Kiev, quando eu estou em Kiev, aí tudo muda. Os táxis desapareceram, os tradutores desapareceram, Kiev entrou de repente num recolher obrigatório. Somos jornalistas e, portanto, o nosso trabalho é na rua, a relatar o que se está a passar. Começou a surgir essa dificuldade de questionar como é que nós faríamos o nosso trabalho, se, em termos de autoridades locais, não havia permissão para estar na rua. Existia uma grande desconfiança quanto às câmaras de televisão, porque circulava a informação de que existiam infiltrados nas ruas, ou seja, russos ou pró-russos que estavam na capital ucraniana, e que poderiam estar a fazer-se passar por jornalistas. Éramos olhados com muita desconfiança por pessoas que estão com armamento de guerra e com as emoções à flor da pele. Depois há uma segunda fase, que é o meu regresso à Ucrânia. Nós tivemos uma saída repentina. Houve informações de Portugal de que as equipas portuguesas estavam em perigo. Corríamos o risco de ficar numa situação de perigo, em que também não tínhamos capacidade de fazer o nosso trabalho. Ponderadas as situações, saímos em conjunto por via terrestre em direção à Moldávia e depois à Roménia. Neste regresso, vimos muitos cadáveres e histórias muito tristes, de pessoas que perderam a família, que perderam as casas, e, portanto, há muita emotividade que temos de gerir e filtrar, para não nos envolvermos demasiadamente e para termos capacidade de continuar. Na questão da segurança, para envergarmos um colete, que nos protege em caso de uma explosão, transportarmos em média 15kg. Há também que gerir o cansaço.

Quais as maiores transformações a que assistiu com o decorrer da guerra? Eu estive sobretudo na cidade de Kiev, uma cidade cheia de vida. De repente, vimos a transformação de uma cidade no seu dia a dia normalizado para uma cidade em defesa. Estávamos no meio de uma cidade que estava à espera de ser atacada, isso implica soldados na rua, armamento militar, tanques, búnqueres, sacos de areia e blocos de cimento. Depois, no regresso, é indescritível, porque nós vimos os arredores de Kiev. Temos o cenário pós-guerra, pontes destruídas, edifícios e casas que colapsaram. É a destruição total. Alguma vez pensou em abandonar o local por falta de segurança? Acabámos por abandonar. Foi contra a minha vontade. Recebi um telefonema do trabalho sobre as informações que estavam a chegar por parte das Direções de Informação em Portugal, e chegou essa indicação que deveríamos sair. Eu não acredito nos jornalistas que estão num cenário de guerra e não ponderam as questões de segurança. Uma pessoa que tem coragem de estar num cenário daqueles não é expurgada de medo. Estamos ali muito conscientes de que estamos num cenário muito complicado, de que estamos perante vários perigos. É a consciência desses perigos que nos permite estar em segurança, na minha opinião. Faço permanentemente esse trabalho de olhar à minha volta e pensar: “Eu estou bem aqui, estou em segurança?”. Obviamente que é uma segurança sempre muito limitada porque, se andamos no meio de explosivos que podem a qualquer momento rebentar, nunca estamos em segurança. É muito importante manter esse alerta constante e, se as nossas informações, e até a nossa intuição, nos disserem “Corremos verdadeiramente perigo”, acho que é nessa altura a hora de sair. Não devemos ficar até ao limite porque o bom jornalista é o jornalista que está vivo e pode contar a sua história. Não estamos ali para ser heróis, estamos ali para ser jornalistas. Foi fácil manter o distanciamento profissional? Eu sinto que foi fácil. Acho que isso passa muito pela personalidade de cada um. Estamos perante situações muito difíceis, a ver imagens com que normalmente


7 não somos confrontados. Penso que tive capacidade para manter esse distanciamento. É uma gestão, que obviamente também tem grandes desafios: não perder a sensibilidade de compreender a dor, mas também não deixar que essa dor nos envolva de tal forma que percamos aquilo que é o distanciamento de um jornalista.

Talvez sim, não há nada neste momento que me impeça de pensar que, numa outra situação, eu deixaria de voltar. Como também já disse, acho que cada caso é um caso e, perante eles, devemos avaliar as nossas condições pessoais e físicas e, a partir daí, sabermos que estamos cem por cento capazes de fazer esse trabalho.

Qual o acontecimento que mais a marcou durante a estadia na Ucrânia? Na sua opinião, quais são os principais A primeira vez que eu estive na Ucrânia, ouvi a desafios que o jornalismo enfrenta nos dias guerra e vi aquilo que eram os preparativos para a de hoje? guerra. No regresso à Ucrânia, vi o pior da guerra, Eu acho que a Internet abriu um mundo de posque é aquilo que ela deixa para trás. Não sei ain- sibilidades, fantásticas por um lado, perigosas da qual foi a imagem mais difícil desta segunda pelo outro. As fake news são um gigante desafio vez, porque nem consigo sequer fazer a seleção para o jornalismo. Temos cada vez mais acesso à de cada uma das histórias, em cada um dos dias informação e o grande desafio é saber triar essa que eu estive na Ucrânia. Cada reportagem que informação. Nós, jornalistas, temos também de enviei tem histórias e pessoas que me marcaram fazer um trabalho muito pedagógico para que as e que eu nunca vou esquecer. E a dor de umas não pessoas percebam que as redes sociais não são é superior à dor das outras. Todas elas perderam necessariamente jornalismo. Agora temos a camuito e estão afetadas para a vida inteira. Não pacidade fantástica de fazer um trabalho em diconsigo deixar de pensar nas várias pessoas com reto, de enviar constantemente imagens, mesmo quem estive. A intensidade do que vimos foi tanta na Ucrânia, num cenário de guerra, no meio de que eu não consigo dizer assim: “Este foi o grande destroços. Acho que é um avanço muito positivo momento que me marcou”. e desafiante dos meios para veicular informação que depois nos obriga a uma exigência incrível Se surgir uma nova oportunidade de fazer este tipo de sermos rápidos e de conseguirmos confirmar de trabalho num outro cenário de guerra, aceitaria? muita informação, porque o fluxo de informação Não tenho por que dizer que não, neste momento. é gigante. k

26 maio 2022

KÁ ENTRE NÓS Texto

Inês Quintas

É possível não gostar do verão! O verão é a estação do ano preferida da maioria das pessoas. Pois. Mas eu não sou uma dessas pessoas. Odeio o verão. Odeio tudo o que tem a ver com o verão. Para mim, é a pior estação de todas. Odeio o calor, odeio a praia, odeio a piscina, odeio tudo o que se associa ao verão. Comecemos pelo horário. Uma das piores coisas. Os dias ficam tão grandes, que se tornam cansativos. Nunca há nada interessante para fazer. E, com o horário alargado, vêm as horas infinitas na praia. Como é que alguém consegue estar na praia um dia inteiro? Impensável. Estar deitada na toalha e de vez em quando ir molhar os pezinhos não é para mim. Também não resulta levar livros, porque, verdade seja dita, com aquele barulho todo, ninguém consegue ler na praia. Já para não falar que, no fim do dia (interminável), ou apanhamos um valente escaldão ou estamos feitos croquetes (quando não são os dois). A melhor parte de um dia de praia, para mim, é quando arrumamos as tralhas e vamos embora. Noites. Dormir no verão… Quem consegue?! É tal o calor que não sabemos como estar. Não temos ar fresco, não temos posição para dormir. Acordamos encharcados em suor e cheios de sede, ou então picados por um qualquer mosquito que se lembrou de nos deixar ainda mais desconfortáveis. O mesmo se passa com o ato de tomar banho. Como assim, eu vou tomar banho e logo de seguida já estou a transpirar? Para não dizer que ninguém gosta de tomar banho com água fria mesmo que estejam 40ºC na rua. Férias. Vivo no interior, que já tem temperaturas altas. Porquê passar férias num sítio onde faz ainda mais calor? Porque realmente é uma coisa mesmo muito agradável, não é? Vais de férias para um sítio quente, onde não tens onde te refrescar e é suposto ficares mais leve. Viajas, mas não podes ir visitar o local, porque não é agradável desfalecer debaixo de um sol escaldante. Ou seja, vais de férias, mas tens de ficar fechado na mesma… ou ir para a praia (mais tórrida ainda). E quando se vive numa zona rural onde a agricultura é um complemento ao emprego principal?! Pois aí, o verão é ainda mais triste. Não se pode ir à piscina, porque ao final da tarde temos de ir para a horta colher as sementeiras ou regar as que sobram. Ou, quando se atinge a maioridade e temos de trabalhar no verão para fazer face às despesas, deixamos de ter verão e passamos a fazer o verão dos outros. Por tudo isto e muito mais: odeio o verão! k


8 WEBINARS 4ALL As Bibliotecas do Politécnico de Leiria promovem uma série de webinars que pretendem reforçar Texto Laura Melícias, Neuza Santos habilitações sociais, e Sofia Morgado profissionais e pessoais da comunidade académica. O Texto projeto aborda diInês Costa versas temáticas da Nicole Santos atualidade, como Tiffany Sérgio o sedentarismo, a atividade física e a arte, com o objetivo de desmistificar ideias e dar ferramentas para atuação em sociedade. As sessões são gratuitas, cada uma com a duração de 1h30, através da plataforma online Zoom nos dias 31 de maio e 8 de junho. A participação é gratuita, mas está sujeita a inscrição prévia no site https:// www.ipleiria.pt/sdoc/4all/.

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RESIM CONFERENCE 2022 O CDRsp – Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado de Produto, unidade de investigação do Politécnico de Leiria, na Marinha Grande, acolhe a 3.ª edição da RESIM Conference. Ao longo dos dois dias do programa vão decorrer vários seminários sobre sustentabilidade e produção, com vista a refletir sobre meios de garantir um futuro mais verde e de qualidade para o mundo até 2030. É possível assistir à conferência presencialmente e online de forma gratuita, porém é necessária inscrição prévia no site https://resim.ipleiria.pt/registration/. O evento realiza-se a 2 e 3 de junho, com mais de 40 convidados e quatro sessões. WORDCAMP EUROPE 2022 O WordCamp Europe 2022 está de volta, este ano com edição no Porto. O evento é um encontro informal preparado pela comunidade de entusiastas do WordPress, que promove a discussão e partilha de ideias entre os participantes a partir de variadas palestras, workshops e momentos de networking. A iniciativa conta com diversos patrocinadores, entre eles a Google, a Hostinger e a Pagely, e decorre de 2 a 4 de junho no Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota. Os bilhetes têm o custo mínimo de 50€ e podem ser adquiridos no site https:// europe.wordcamp.org/2022/tickets/.

Ouve já em akademicos.ipleiria.pt/contrakapa

EDUCAÇÃO

Desafios Matemáticos e Matematrix na ESECS A ESECS voltou a organizar as provas finais das competições Desafios Matemáticos e Matematrix, no dia 11 de maio, com a participação de 2830 alunos do 1.º e 2.º ciclos do ensino básico. Organizadas em parceria com a Associação de Professores de Matemática (APM), ambas as iniciativas têm como objetivo estimular a aprendizagem da Matemática de forma divertida, através da resolução de problemas. Os Desafios Matemáticos tiveram início em 2000, no Ano Mundial da Matemática. Inicialmente, apenas incluíam crianças do 4.º ano do distrito de Leiria, mas, em 2014, a competição foi aberta aos alunos do 5.º e 6.º anos. “Havia um interesse

Leiria e Marinha Grande acolhem festa do desporto universitário Texto Ana Carolina Carvalho, Ana Salina, Beatriz Conceição e Constança Vieira

O andebol feminino do Politécnico de Leiria alcançou o 4.º lugar no Campeonato Nacional Universitário (CNU). Na primeira semana de jogos, este ano a decorrer em Leiria, estiveram na disputa pelo título nacional as equipas de futsal em femininos e futebol 11 em masculinos. As fases finais dos campeonatos nacionais universitários arrancaram na passada segunda-feira, 16 de maio, tendo sido realizados 16 jogos nesse primeiro dia. A competição foi disputada nos pavilhões do Lis, Juve Lis, campo do GRAP e gimnodesportivo dos Pousos. O espaço da “Feira de Maio” acolheu a cerimónia de abertura no segundo dia das provas, momento que serviu para a organização se congratular com a rea-

muito grande em dar continuidade ao que os alunos já faziam no 4.º ano”, refere Dina Tavares, uma das docentes da comissão organizadora das iniciativas. O concurso divide-se em duas provas escritas, de resolução de desafios matemáticos, que os alunos realizam individualmente. Marina Rodrigues, outra docente da organização, destaca a importância que professores e famílias dão ao evento, ao verem a participação dos mais novos como “uma coisa de grande responsabilidade”. Ainda assim, o mais importante é a componente lúdica enquanto se lida com os desafios. “O objetivo não é identificar o melhor, é que todos desenvolvam a sua comunicação e raciocinem para resolver os problemas”, esclarece Dina Tavares. O Matematrix é um concurso online que promove a aprendizagem de matemática através do uso de novas tecnolo-

gias na sala de aula. “O grande desafio do concurso Matematrix é o facto de ter de se responder em grupo, ter de partilhar ideias, ter de procurar a solução por um desenho ou um esquema ou uma tabela, em conjunto”, refere Dina Tavares. Texto Mesmo após a inHelena Sá terrupção dos eventos Maria Lopes durante dois anos, Marta Silva devido à pandemia de Pedro Batista Covid-19, a motivação das crianças nas finais das competições não diminuiu. “Estavam todos felizes, todos excitados, todos barulhentos, foi muito entusiasmante”, comenta Marina Rodrigues. k

lização de mais uma edição dos “nacionais universitários”. A atuação do Grupo de Percussão Tocándar iniciou a fase de convívio para as dezenas de atletas e voluntários presentes, terminando, depois, com a atuação dos DJ “Cromos da Noite”. Depois da festa, imperou a vontade de vencer. A fase de grupos do andebol feminino foi bastante competitiva. Lograram alcançar vitórias as equipas da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), da Universidade do Porto (UP), da Associação de Estudantes do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (AEISCAP), da Universidade de Aveiro (UA) e do Politécnico de Leiria. No pavilhão da Juve Lis, as andebolistas do Politécnico de Leiria disputaram um lugar no pódio com a AAUM, tendo saído derrotadas por 19-23, numa partida bastante equilibrada que daria o 4.º lugar à formação de Leiria. No rescaldo do jogo, Bárbara Ferreira, da licenciatura em Desporto e Bem-Estar, não escondeu a frustração: “Sabemos que esta semana é para dar tudo. Mas é complicado articular as duas realidades, o desporto e os compromissos da faculdade”.

A equipa feminina de futsal e a formação masculina de futebol 11 do Politécnico de Leiria não conseguiram ultrapassar a fase de grupos, enquanto a equipa de voleibol alimenta fortes expetativas. Mariana Bento, estudante de Comunicação e Media, é uma das atletas leirienses que demonstra plena confiança: “O jogo só acaba aos 25 pontos… até lá: é jogo!” k

A FECHAR

TRADUTOR DE VOZ Agora, traduzir um texto em qualquer idioma, seja falado, escrito ou mesmo presente numa imagem, está apenas à distância de um toque. A app Tradutor de Voz facilita a comunicação entre Texto diferentes nacionaMariana Ascenso lidades, através da Mariana Braz câmara e do áudio Tatiana Caetano Tatiana Duarte do telemóvel. Desde conversas diárias a documentos oficiais e uso de termos científicos, a app Tradutor de Voz ajuda também a pronunciar palavras. Disponível na App Store e Google Play Store, em qualquer idioma.

ON LINE

FUELIO Controlar os gastos de combustível, assim como a quilometragem de qualquer veículo, é possível através do Fuelio, uma aplicação onde, a partir do registo do veículo, são identificadas todas as suas despesas, como tickets de estacionamento. O Fuelio também analisa e atualiza regularmente os preços praticados pelos diferentes postos de combustíveis, com o objetivo de ajudar o utilizador a poupar ao abastecer. A app já está a “contar quilómetros” na App Store e Google Play Store.


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