Akadémicos 95

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POLITÉCNICO DE LEIRIA

Boas festas e feliz 2022!

Projeto inovador de reabilitação cardíaca nasce no ciTechCare págs. 4 e 5

Suplemento integrante da edição nº 4422 de 16 de dezembro de 2021 do semanário REGIÃO DE LEIRIA. Não pode ser vendido separadamente.

95 O arquiteto português é muito reconhecido lá fora

Joel Esperança Arquiteto

PHOTO BY JESSE ORRICO ON UNSPLASH

págs. 6 e 7


2 Natal Dão-se mais voltas ao cachecol, redobra-se a dose de chocolate quente, passeia-se pelas ruas enfeitadas de luz. O Natal está quase a chegar.

A ABRIR…

Tradições natalícias no mundo Em vez de um pai natal, o folclore islandês inclui 13 personagens chamados Jólasveinar (os Rapazes deYule, em português), parecidos com trolls, que visitam os mais pequenos nos 13 dias que antecedem o Natal. É tradição as crianças deixarem um sapato no parapeito da janela: se se portaram bem, recebem um brinde; caso contrário, uma batata crua.

O Akadémicos reuniu algumas tradições natalícias especiais em vários pontos do mundo e sugere um acompanhamento musical alternativo para a quadra.

Na Áustria é habitual os jovens vestirem-se de Krampus, um demónio que atormenta as crianças que se portaram mal durante o ano, andando pelas ruas a fazer barulho com correntes e chocalhos. Na Alemanha, escondese na árvore de Natal um ornamento com a forma de pepino. Diz a tradição que, no dia 25, o primeiro a encontrá-lo terá sorte no novo ano.

A véspera de Natal é sinónimo de esconder as vassouras na Noruega. Isto acontece porque se acreditava que os espíritos e as bruxas apareciam neste dia para encontrar vassouras com as quais pudessem voar. Um dia 24 sobre rodas, é literalmente assim na Venezuela. A tradição em Caracas é ir à missa da véspera de Natal deslocando-se em patins.

Digitaliza o código QR e descobre a nossa seleção musical noYoutube.

No México, as piñatas são um elemento essencial no Natal. Construída em papel ou barro, muito ornamentada e recheada de doces, a piñata é pendurada. As crianças, vendadas, tentam quebrá-la com um bastão, até caírem todos os doces. Fontes https://www.wizard.com.br/cultura/as-tradicoes-de-natal-mais-diferentes-do-mundo/ https://www.momondo.com/discover/christmas-traditions-around-the-world

convidado especial NBC. O valor da entrada varia entre 12,50€ a 15€ e o concerto realiza-se noTeatro José

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para interpretarem um conjunto de canções natalícias. A cantata acontece na igreja de Carvide, com entrada gratuita, a 19 de dezembro, das 15h às 16h.

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18 de dezembro, Museu de Leiria

Exposição Dançada. Advento

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NÃO PERKAS

Christmas time has come! Descubram a nossa playlist natalícia, com escolhas musicais menos óbvias para as festividades.

20 e 21 de dezembro,Teatro Miguel Franco

Lúcio da Silva, dia 22 de dezembro, às 21h30. 26 de dezembro, Museu de Leiria

O Ponto do Conto

Paraíso “Paraíso” é um documentário produzido pelo realizador brasileiro SérgioTréfaut, que retrata a vida de homens e mulheres anónimos, alguns quase centenários, que viveram num Brasil diferente do que é hoje. O filme tem duas sessões, nos dias 20 e 21 dezembro, pelas 21h30, e o preço dos bilhetes varia entre 3,5€ e 4€.

Inserido na programação de Natal da cidade, Luís Mourão dá voz à leitura de contos infantojuvenis em “O Ponto do Conto”. O evento acontece dia 26, às 19h30, no Museu de Leiria, e destina-se a crianças com mais de seis anos. A entrada é gratuita, mas carece de marcação prévia através do email museudeleiria@cmleiria.pt ou do contacto 244 839 677. DR

Desenvolvido a partir de uma exposição fixa do Museu de Leiria, Inesa Markava apresenta espetáculo de artes performativas, com Texto foco em recursos expressivos da Ana Rita Nobre, dança clássica e contemporânea. Marina Fonseca Entrada gratuita mediante agene Randeson Lima damento prévio, dado tratar-se de um evento com lotação limitada. Apresentada no Museu de Leiria, a performance acontece dia 18 de dezembro às 10h30. 19 de dezembro, Igreja Matriz de Carvide, Leiria

22 de dezembro,Teatro José Lúcio da Silva

Cantata de Natal

The Cotton Christmas

A CoopMúsica organiza um concerto de Natal que junta os alunos do Centro de Estudos Musicais de Carvide e de Monte Real, assim como outras escolas musicais,

Um espetáculo com um repertório exclusivo de clássicos de Natal, de roupagem soul e funky, que junta no mesmo palco Aurea, Cais Sodré Funk Connection e o

Diretor Francisco Rebelo dos Santos francisco.santos@regiaodeleiria.pt

Apoio à Edição Alexandre Soares alexandre.soares@ipleiria.pt

Coordenadores Pedagógicos Catarina Menezes catarina.menezes@ipleiria.pt

Marta Oliveira marta.s.oliveira@ipleiria.pt

Paulo Agostinho paulo.agostinho@ipleiria.pt

Projeto Gráfico Leonel Brites leonel.brites@ipleiria.pt

Marco Gomes marco.gomes@ipleiria.pt

Maquetização Leonel Brites

Redação e colaboradores Alexandre Cruz, Ana Garcia, Ana Pinto, Ana Rita Nobre, Ana Santos, Brenda Gallegos, Carolina Barros, Débora Pacheco, Edmar Correia, Eva Carvalho, Fábio Sousa, Filipe Santiago, Francisco Beato, Inês Fonseca, Inês Quintas, Isaque Fernandes, Joana Gonçalves, João Sardinha, Manuela Marques, Márcia Centeio, Margarida Bexiga, Mariana Vieira, Marina Fonseca, Matilde Morgado, Miguel Carreira, Nuno Rebelo, Rafael Dutra, Rafael Santos, Randeson Lima, Sofia Batista, Sofia

Relva, Tatiana Caetano, Tiago Branco, Tomás Duarte.

Presidente do Politécnico de Leiria Rui Pedrosa presidencia@ipleiria.pt

Os textos e opiniões publicados não vinculam quaisquer orgãos do Politécnico de Leiria e/ou da ESECS e são da responsabilidade exclusiva da equipa do Akadémicos.

Diretor da ESECS Pedro Morouço dir.esecs@ipleiria.pt Coordenadora do Curso de Comunicação e Media Catarina Menezes catarina.menezes@ipleiria.pt akademicos.esecs@ipleiria.pt


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16 dezembro 2021

Evolução de Leiria em exposição no museu da cidade Texto Joana Gonçalves, João Sardinha, Matilde Morgado e Tomás Duarte

“Cidade de Leiria: Tamanho e Desenho” é o tema da exposição que se encontra no Museu de Leiria e que leva os visitantes numa viagem no tempo e no espaço. A mostra encontra-se no seu último mês de exibição e pode ser vista até 30 de dezembro. A iniciativa é da responsabilidade do arquiteto António Moreira de Figueiredo, que estuda há vários anos o urbanismo da cidade através de antigos mapas e representações de Leiria. O objetivo é levar o visitante a conhecer a região, desde os seus primórdios à atualidade. No recinto, abrigada por claustros, a informação em texto e imagens encontra-se distribuída por painéis móveis. Em cada um, há um código QR que encaminha para a versão áudio da exposição, permitindo uma visita mais inclusiva e interativa. As imagens apresentadas provêm de arquivos municipais, dos gabinetes de arquitetura da Câmara Municipal e de cartografias do exército. A exposição tem, também, uma versão exterior, situada na Avenida Heróis de Angola, com a seleção de 14 das cartografias mais antigas, expostas em maiores dimensões. “Conjugámos o facto de esta exposição precisar de mais visibilidade e considerámos o espaço útil para esse efeito”, refere Sara Cruz, coordenadora do evento. Com isso, espera-se atrair as pessoas para a avenida e para o museu.

O concerto que uniu dois politécnicos Texto Joana Gonçalves, João Sardinha, Matilde Morgado e Tomás Duarte

O Teatro José Lúcio da Silva recebeu, a 27 de novembro, a Orquestra Clássica do Politécnico do Porto, numa parceria entre o Politécnico de Leiria e o Politécnico do Porto. O evento, que teve o apoio do Orfeão de Leiria e da Câmara Municipal de Leiria, consistiu numa ação conjunta de partilha entre instituições. O Politécnico do Porto trouxe a sua orquestra e o Politécnico de Leiria ficou responsável pela programação. “No fundo, eles trazem o que têm de bom e nós levamos o que temos de melhor”, afirma Samuel Rama, docente do Politécnico de Leiria e responsável pela organização. A orquestra semiprofissional, que integra antigos alunos da Escola de Música do Politécnico do Porto, começou em 2019, mas teve uma interrupção devido à pandemia, retomando os ensaios em setembro do presente ano. “Nós quisemos criar um espaço entre a escola e o mundo profissional”, explica Jorge Alexandre Costa, professor do departamento de música da instituição de ensino superior do Porto. O coletivo conta atualmente com 68 músicos, em diferentes divisões de instrumentos, como cordas, sopro e percussão. Já com passagem por diversas

A par da mostra, foi criada uma coleção de 14 postais com imagens das cartografias, que se podem adquirir em diferentes lojas parceiras do Museu de Leiria. “A ideia é as pessoas colecionarem todos os postais, incentivando a circulação nos espaços e no comércio local”, explica Sara Cruz. Quem completar a coleção e visitar o Museu de Leiria recebe uma caixa arquivadora e duas entradas gratuitas para o espaço. Além do formato físico, a exposição tem a versão digital no sítio do Museu de Leiria, disponível em português e inglês. Brevemente integrará uma terceira opção, que mostra textos e imagens adaptadas à exploração por crianças do primeiro ciclo. k salas de espetáculos do país, a cidade de Leiria foi, no entanto, uma estreia para esta orquestra. O seu repertório é variado, com especial atenção às obras portuguesas, contando já com uma composição original. A cobertura audiovisual do evento esteve a cargo de estudantes da licenciatura em Som e Imagem, da Escola Superior de Artes e Design, das Caldas da Rainha (ESAD.CR). Rui Pedro Mourão, professor da ESAD.CR, destacou a importância destes momentos para os estudantes poderem adquirir, na prática, experiência e desenvolver competências. “Não é todos os dias que temos oportunidade de levar os alunos a um meio profissional, enquanto estão ainda num modo de treino”, explica. k

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ESTÁ –a– DAR

CERIMÓNIA DE JUBILAÇÃO DE ANDRZEJ KOWALSKI

Terminam as aulas, mas não os projetos Texto Filipe Santiago, Miguel Carreira, Rafael Santos e Tatiana Caetano

O auditório 2 da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) recebeu, a 25 de novembro, a cerimónia de jubilação do professor Andrzej Kowalski, docente da ESECS. Num auditório repleto de estudantes, docentes, familiares e amigos, o evento contou com intervenções do presidente do Politécnico de Leiria, Rui Pedrosa, e do diretor da ESECS, Pedro Morouço. Nas palavras que dirigiram aos presentes, ambos felicitaram Andrzej Kowalski pelo seu percurso e por toda a dedicação e empenho enquanto docente do Politécnico de Leiria. “É um orgulho para nós [Politécnico] ter um profissional tão experiente e dedicado a lecionar nas nossas escolas”, refere Pedro Morouço. Na sua última lição, o professor falou acerca de um dos projetos que coordena na Guiné-Bissau, “Televisões Comunitárias”. Com o suporte de pequenos vídeos, Andrzej Kowalski ilustrou o desenvolvimento da iniciativa e demonstrou como a implementação de um novo meio de comunicação foi evolucionário nesse país. Ao longo de duas horas foi feita uma retrospetiva da vida e carreira do professor, desde a época de adaptação a Portugal até à conclusão da sua experiência enquanto docente. Deste vasto percurso, Andrzej Kowalski destaca, com enorme satisfação, o convívio com pessoas de diferentes culturas, os projetos que realizou e a felicidade que é partilhar conhecimento e lições de vida com os estudantes. “Toda esta experiência, quer a lecionar, quer na integração de projetos, proporcionou-me um enriquecimento pessoal e uma satisfação imensa”, sublinha. Apesar de cessar funções pedagógicas, Andrzej Kowalski revelou que durante os próximos três anos irá continuar a fazer parte de projetos relacionados com a área que sempre o fascinou: a imagem e o vídeo. k


4 INVESTIGAÇÃO

Muitos corações num só projeto

“2ARTs” é o projeto científico de investigadores e professores do Politécnico de Leiria que alia engenharia e saúde numa abordagem inovadora à reabilitação cardíaca. A Fundação para a Ciência e aTecnologia (FCT) financia a iniciativa destinada à recuperação dos pacientes com enfartes agudos do miocárdio. Texto Ana Garcia, Francisco Beato, Inês Fonseca e Margarida Bexiga

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oi da tese de doutoramento de Rui FonsecaPinto, licenciado em matemática e doutorado em engenharia biomédica e com formação em microneurografia, que surgiu a ideia do projeto. O objetivo é prescrever exercícios para programas de reabilitação cardíaca com base na análise do sistema nervoso autónomo, uma divisão do sistema nervoso especializada no controlo de processos involuntários do corpo, como os movimentos da respiração ou as contrações do coração. A microneurografia é a técnica que permite a avaliação, medindo os impulsos que esta divisão do sistema nervoso envia diretamente para o coração. Rui Fonseca-Pinto assume a coordenação do projeto, que envolve uma equipa multidisciplinar de engenheiros, fisiologistas e fisioterapeutas. Entre eles, encontram-se Rui Rijo, investigador e professor de Engenharia Informática na ESTG, Ricardo Martinho, cofundador da e-MAIS- Movimento Associação dos Sistemas de Informação em Saúde, e Joana Cruz, fisioterapeuta, professora da ESSLei e investigadora do Centro de Inovação em Tecnologias e Cuidados de Saúde (ciTechCare). Com uma abordagem única em Portugal, o projeto “2ARTs”, promete ser um marco na investigação em saúde.

Projeto inovador O “2ARTs – Accessing Autonomic Control in Cardiac RehabiliTaTion” apresenta uma ideia inovadora no que se refere à reabilitação cardíaca, destinada a ajudar pessoas que sofreram enfartes agudos do miocárdio. Estes doentes necessitam que o seu plano de reabilitação inclua, precocemente, a atividade física, sendo habitualmente definido através de uma análise meramente empírica. Aquilo que o projeto “2ARTs” propõe é descobrir uma “fórmula” que prescreva, de forma personalizada e objetiva, exercícios específicos para cada paciente. Como refere o coordenador, “cada pessoa tem um tratamento diferente” e a microneurografia é o método que permitirá determinar a atividade apropriada a cada pessoa. Na prática, esta técnica consiste na medição direta da função do sistema nervoso autónomo através do acesso com um elétrodo de agulha ao nervo periférico peroneal, na perna. O projeto será desenvolvido nas instalações do campus 5 do Politécnico de Leiria, onde se situa o ciTechCare. O equipamento de microneurografia já se encontra disponível e o laboratório está pronto para ser montado por um estudante de engenharia eletrónica, ao qual foi atribuída uma bolsa. Importância da informática no campo da saúde O uso da informática no contexto da saúde tem vindo a ser cada vez mais abrangente e o “2ARTs” aposta no cruzamento das duas áreas. O projeto inclui uma forte componente de programação, assegurada por Rui Rijo e Ricardo Martinho, gestores da plataforma web a partir da qual será possível criar as prescrições de planos de tratamento personalizados, bem como acompanhar a evolução dos pacientes. A inteligência artificial é uma ferramenta determinante, que vai permitir “aumentar a eficiência da capacidade de ação” e “aumentar a qualidade de resposta e de serviço”. O algoritmo vai cruzar os dados biomédicos inseridos, como o peso, a frequência cardíaca e os sinais vitais, para apontar o tratamento mais apropriado a cada paciente. É necessário reforçar que esta ferramenta serve de apoio à avaliação e decisão médicas, não pretendendo substituir o papel dos especialistas. A integração de componente informática no projeto do Politécnico foi facilitada pela qualidade dos recursos humanos da região, onde muitas empresas de software se têm vindo a implementar e a destacar a nível nacional. “Leiria tem a capacidade de ser o Silicon Valley Português”, assume Rui Rijo.

Dificuldades são só desafios O contexto da pandemia veio condicionar as perspetivas da investigação, mas os envolvidos entendem essas dificuldades acrescidas como desafios a ultrapassar. Quer o coordenador do projeto, quer a investigadora Joana Cruz, concordam que o atraso causado pelo Covid-19 leva a que os testes em pessoas apenas possam começar daqui a um ano, dado que não existe ainda um número suficiente de pacientes nos hospitais. Ainda relativamente ao Covid, é possível que os utentes demonstrem apreensão em participar numa iniciativa desta dimensão, o que será um problema, tendo em conta que uma quantidade insuficiente de dados recolhidos torna impossível validar a metodologia da investigação. Enfrentam-se também desafios a nível de atrasos nas obras do laboratório, com dificuldade em contratar empreiteiros e mão de obra, bem como em comprar materiais. O facto de trabalharem em equipas multidisciplinares é outro dos desafios, pois implica espírito de colaboração e persistência. Com previsão de fim do projeto em dezembro de 2023, a pressão para cumprir o prazo com um produto desenvolvido, testado e validado é grande, mas não é algo que faça os investigadores desistirem. Apesar da imprevisibilidade das condições, o coordenador reforça a importância da investigação: “Mesmo que não se chegue a resultado algum, pelo menos é possível transmitir ao mundo que o caminho já foi percorrido e não funcionou”. DR

KAPA


contribuir para a evolução em conjunto. “Vão ajudar muito na coesão da equipa”, declara Joana Cruz. No final, esperam que isso os leve a atingir o propósito principal: uma fórmula objetiva na prescrição do exercício físico de reabilitação do paciente. A investigação pioneira em Portugal na aplicação da microneurografia à reabilitação cardíaca humana será, espera-se, tema de artigos científicos e apresentações em conferências e congressos em várias partes do mundo. "Até 2023 vamos produzir conhecimento e a partir daí transferi-lo para a sociedade”, garante Rui Fonseca-Pinto. k

Nasci e cresci numa aldeia à qual gosto de chamar “cantinho do céu”, que foi sempre a minha realidade. Sempre disse que gostava de morar aqui, mas também nunca conheci outra coisa. Até entrar para o ensino superior, a minha realidade era a da aldeia. Como costumo dizer, só ia à cidade para as consultas no hospital. Agora vivo cá. As diferenças são muitas. Demasiadas, até. Quando a mudança ocorreu, lembro-me que combinei ir almoçar com uma colega ao McDonald’s e pedi-lhe que me ajudasse a fazer o pedido, porque não sabia como aquilo funcionava. Ela perguntoume como é que era o da minha terra… Na minha aldeia não existem cadeias de fast food, nem hipermercados, nem lojas de fast fashion, nem shoppings. Na minha terra existe a casa dos meus pais, da minha avó e dos meus tios, existem apenas dois supermercados, minimercados e lojas a retalho. Lá na minha aldeia, conhecemos todos os elementos de famílias inteiras e sabemos as rotinas uns dos outros. Quando alguém está doente, leva-

mos um cabaz de comida à família para aliviar um pouco as despesas desse mês. Damos por falta uns dos outros. Agora vivo num prédio em que não conheço nenhum vizinho, ninguém me conhece, nem sabemos as rotinas uns dos outros. Podemos estar mal, mas ninguém sabe sequer que existimos. É verdade que vivemos uma vida muito mais discreta, mas se eu precisar de um favor, será que posso confiar em alguém? Hoje, quando saio da escola, vou a pé para casa, ou apanho um autocarro e, em cinco minutos, estou em casa. Na minha terra, apanhava o autocarro quase de madrugada e tinha de esperar até à noite por outro, mesmo que não tivesse aulas à tarde. Por vezes, levava cerca de uma a duas horas no regresso. Durante o confinamento, as pessoas que vivem na aldeia tiveram muita sorte. Puderam sair à rua, apanhar ar puro sem se cruzar com ninguém, com toda a segurança. Têm hortas, quintais, jardins para onde podiam “fugir” um pouco desta nova realidade. A alimentação é, também, completamente diferente em meio rural. Nunca comprámos um frango no talho. Temos as nossas próprias criações, a nossa horta onde cultivamos tudo o que comemos. Vivemos mais saudáveis, com mais qualidade de vida. Agora que conheço as duas realidades posso dizer que não consigo escolher uma. Tanto a cidade como o campo têm coisas boas e coisas más. Tenho boas memórias de ambos os lados. k

Viver numa vila que todos pensam ser uma cidade Texto Inês Quintas

NATURE VECTORS BY VECTEEZY

Expectativas para o futuro A motivação e as expectativas da equipa em relação ao desenvolvimento do projeto estão elevadas. São vários os investigadores que se dizem “lisonjeados” por participarem nesta investigação “interessante e ambiciosa”. Não se esperam ajudas monetárias para além das que já foram disponibilizadas, mas podem vir a existir apoios externos, através de parcerias com farmácias, associações e hospitais na articulação com pacientes. O trabalho futuro prevê a realização de reuniões semanais com a equipa investigadora de modo a itinerar o projeto, dar feedback e

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TAK Texto

Ana Rita Nobre, Marina Fonseca e Randeson Lima

Raimundo Cosme Dos sonhos ao palco Natural deTorres Vedras, o criador e ator de 33 anos Raimundo Cosme recebeu o Prémio Carreira Alumni da Escola Superior de Arte e Design (ESAD.CR) do Politécnico de Leiria, que visa distinguir antigos alunos pelo seu percurso profissional e cívico. Raimundo Cosme concluiu a Licenciatura em Teatro na ESAD.CR no ano letivo de 2008/2009 e, desde então, tem marcado o palco como diretor artístico da companhia de teatro Plataforma 285 e como ator em séries, cinema e anúncios publicitários. Para Raimundo, a decisão de estudar na ESAD.CR foi clara, pois a oportunidade de estágio representava uma “ponte ideal entre a escola e o mercado de trabalho”. Nesse sentido, atribui o sucesso dos seus primeiros passos profissionais ao apoio dos professores, que impulsionaram a sua carreira e ajudaram a cultivar as suas habilidades artísticas. Além do suporte dado pelos docentes, a iniciativa e a vontade de criar foram elementos essenciais. Raimundo e sua parceira de trabalho, Cecília Henriques, decidiram concretizar as suas ambições e criar um espetáculo. Assim, equipados com 285 euros e o apoio da companhia Cão Solteiro, nasceu em 2011 a Plataforma 285. Depois de diversos desafios, conseguiram fazer com que a companhia tivesse uma estrutura física que permitisse realizar os seus trabalhos. “O que nos interessava era ter uma estrutura fixa muito pequena”, explica o ator. Com participações em inúmeros espetáculos, salienta principalmente a atuação como protagonista na série Soldado Milhões, considerando-o um dos papéis mais especiais da sua carreira. Recentemente, participou no filme Sombra, de Bruno Gaspom. A nível dos trabalhos de criação, o ator menciona Esa Cosa Llamada Amor 10 anos depois, uma peça que recorda “o caminho de dez anos” que fizeram “em conjunto com outras pessoas que já estiveram na Plataforma 285”. O Prémio Carreira Alumni que recebeu em novembro simboliza “um voto de confiança da ESAD.CR e do Politécnico de Leiria”, entendendo-o como uma forma de "privilegiar o tempo, o espaço e o valor das pessoas”. Sobre o futuro, o objetivo de Raimundo passa por internacionalizar a sua carreira e o seu trabalho como ator: “Eventualmente quero fazer um filme que seja tão bom que possa circular internacionalmente e que vá para festivais de topo”. Mas entende que para isso ainda resta uma longa caminhada. k


Gostamos do tato, daquilo que os materiais nos SENTADO transmitem NO Joel Esperança Arquiteto MOCHO

Arquitetos de Leiria com trabalho a ser reconhecido pelo mundo. Joel Esperança é o fundador da Contaminar, o ateliê que venceu o prémio internacional de arquitetura MasterPrize 2021, na categoria residencial unifamiliar, com a obra Casa Povo, situada na freguesia do Arrabal. Juntamente com a sua equipa, foi ainda nomeado para prémio de "Edifício do Ano" pelo site ArchDaily. Texto Brenda Gallegos, Isaque Fernandes, Manuela Marques e Rafael Dutra

Como surgiu o fascínio pela arquitetura? O meu intuito em ser arquiteto vem desde os cinco anos de idade, quando me ofereceram uma caixa de lápis da Caran D’Ache. Não tinha ninguém na família que dizia que queria ser arquiteto. Durante o meu percurso académico, cheguei a fazer trabalhos de férias na área de arquitetura, para ter mais conhecimento sobre a realidade da área. Fi-lo durante dois anos nas férias, com 14 e 15 anos. Depois, fiz um curso numa escola que chamava Arch on Atima, com uma matriz muito similar a uma grande escola na Alemanha, a Bauhaus. Nessa escola, trabalhávamos com escultores, pintores, ceramistas e designers gráficos. Tínhamos muitas vezes aulas com pessoas de áreas diferentes, mas complementares.

É um dos fundadores do ateliê de arquitetura Contaminar. Como surge a empresa? Assim que acabei a faculdade, o meu intuito foi montar um ateliê de arquitetura em Leiria, porque sou de Leiria. Logo no primeiro momento convidei o meu sogro, que já está comigo há muito tempo. Durante as praxes académicas, no primeiro dia da faculdade, a pessoa que ficou agarrada à minha sapatilha foi o Ruben, que é atualmente um dos sócios da Contaminar, ao qual fiquei ligado profissionalmente até agora. Ele tem uma forma de abordar o exercício da arquitetura completamente diferente da minha, mas achamos que as coisas devem ser complementares. Ele está comigo desde 2005. A Contaminar já teve outra equipa, mas, com a crise, só fiquei eu e o Ruben. Depois houve um novo ressurgimento e neste momento somos quatro sócios: eu, Ruben Vaz, Eurico Sousa e Joaquim Duarte. E temos mais três colaboradoras, a Filipa Pimpão, Sara Fernandes e Cláudia Leal. A Contaminar é um trabalho de sete pessoas que pensam a arquitetura. Como se sentiu ao ver o trabalho reconhecido com o prémio MasterPrize 2021 e ser candidato a “Edifício do Ano” pela ArchDaily em 2017? É um trabalho de equipa, e não só a do ateliê, mas, como é normal em qualquer atividade, sentimos orgulho. Pertencemos a uma zona geográfica relativamente pequena, que muitas vezes não tem a visibilidade de alguns centros com mais dimensão, como acontece em Lisboa. Estamos com alguma frequência entre os finalistas da ArchDaily e é gratificante vermos o nosso trabalho reconhecido. Quais são as influências para a idealização de projetos? Trabalhamos com um questionário de 60 perguntas. O cliente é uma referência muito grande em tudo o que vai dizer. Não há no ateliê uma espécie especial de fio condutor. Recebemos muitos inputs através desse questionário com clientes. Trabalhamos com o que em arquitetura se chama "conceitos", desenvolvemos três estudos prévios e o cliente é o decisor. Se nós apresentássemos só um estudo prévio, íamos mostrar ao cliente que aquele é o único possível ou o melhor, e não é esse o intuito. O intuito é contarmos três histórias, três histórias fortes, três pontos de partida e, a partir daí, o cliente vai escolher onde se encaixa mais. O que pretende comunicar quando projeta um trabalho? Tentamos que as nossas obras sejam as mais sensoriais possíveis. Há pessoas que dizem "Eu adorava viver ali" e outra pessoa poderia dizer "Eu tenho muito medo de

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viver ali". Para nós, a pior coisa que podia dizer é "aquilo é igual a tantas outras que nós já conhecemos". Preferimos que tenham uma resposta negativa, porque aquilo tocou aquela pessoa, não a deixou indiferente. Quando as coisas são mais marcantes, nós reagimos. Gostamos ou não gostamos. Há a intenção de contar uma história, e que ela tenha sempre esse lado sensorial. Depois há clientes que são mais urbanos, mais rurais, para os quais a casa é uma contemplação da paisagem. Há casas mais estáticas, que fazem com que eu chegue a casa e relaxe, e outras que obrigam a caminhar, a viver, a interagir com elas, e isso é feito de uma forma intencional. Quais os materiais utilizados nas construções? São completamente diferentes. Conseguimos ter obras puramente minimalistas, que até fazem impressão às pessoas, porque é tudo branco e imaculado. E há obras completamente brutalistas em que é o oposto. A Casa Povo, por exemplo, é feita em betão. O próprio minério era o acabamento da nova caverna, numa lógica de reutilização dos materiais. Nós gostamos do tato, daquilo que os próprios materiais nos transmitem, como a cortiça, as madeiras, as pedras. Até ao momento, que projeto lhe deu mais prazer realizar? A primeira obra que executámos. Pertencemos a uma atividade onde, muitas vezes, em termos académicos, desenvolvemos situações que, no contexto real, são de difícil execução. Estamos a trabalhar sobre um ideal e depois chegamos ao mercado de trabalho e não é possível realizar esse ideal. A nossa primeira obra foi logo possível, houve muito empenho. Conseguimos fazer uma obra de referência, que foi divulgada numa série de publicações nacionais e internacionais. Já na altura era muito difícil, editorialmente, serem publicadas obras de jovens arquitetos, em revistas de especialidade, porque há muitas casas a serem feitas em Portugal e no mundo.


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Que conselhos daria a um futuro arquiteto? Há uma realidade diferente em termos nacionais e no resto do mundo. O arquiteto português ainda é muito interpretado como um coordenador de projeto, alguém que deve ter um conhecimento o mais abrangente possível, e que, em obra, deve dominar desde o início ao final o máximo de coisas possíveis. O que acontece hoje em dia é uma segmentação e especialização do arquiteto. Há arquitetos que só estão a fazer texturas da parte de fora do edifício, nem sabem o que é o edifício por dentro. Em Portugal é diferente, mas o arquiteto português é muito reconhecido lá fora. Temos a criatividade, o “desenrasque” e aquela vontade de saber como as coisas são feitas, isso é muito valorizado em grandes ateliês pelo mundo. É aquela pessoa que, quando tem um problema, sabe arranjar uma solução. Para si qual é o propósito da arquitetura? Resume-se numa palavra, que é habitar. Ela surgiu como uma necessidade de ter um elemento que nos proteja e dê conforto. Esse vai ser sempre o propósito primário, depois, quanto ao resto, cada um pode dar os seus inputs. Há outras evoluções, como a arquitetura hoteleira, hospitalar ou educacional, mas ela começa inicialmente como uma matriz mais habitacional, para habitar e proteger. Neste momento, têm algum projeto em mãos? O ateliê tem alguns trabalhos em desenvolvimento, em fase preliminar e de conclusão, e uma obra em Leiria que vai acabar nas próximas semanas, uma casa na Quinta do Rei. Temos uma expetativa muito grande relativamente a essa obra, como se vai comportar em termos internacionais, mas vamos deixar os críticos da arquitetura manifestarem-se. Sabemos que o senso comum interage com a própria obra. Se calhar, é a mais complexa que fizemos até agora: o projeto e a obra têm dez anos e só a estrutura da casa demorou 18 meses a ser feita. Que intervenção arquitetónica gostaria de fazer em Leiria? Gostava de fazer algo que pertencesse à identidade de Leiria, como o desenvolvimento de um cluster relacionado com o Pinhal de Leiria, não só como edifício, mas com uma lógica de pensamento integrado. Para

fazer isso é preciso uma equipa grande e muito trabalho de pesquisa. Quanto a um edifício em específico, propunha a reabilitação do Instituto do Vinho e da Vinha, onde o vinho era analisado, que tem laboratórios e uma espécie de nave industrial. Há muitos anos que não tem função e acho que devia ter um uso. Que influência tem a arquitetura na vida das cidades? Influencia de várias formas, porque aquilo que vemos por fora é uma coisa, já a relação para quem a percorre e circula é outra. A arquitetura também é vivenciada, por isso, muitas vezes, deslocamo-nos a determinadas cidades para ver como elas são, o seu lado mais museológico, e são bonitas de ver. Para além da arquitetura está a forma como vivemos sobre ela. A arquitetura não é só sobre a área edificada, não é só sobre a casa, a moradia, o hospital, o hotel... É também sobre o espaço que deixamos entre casas, entre prédios e hospitais. Isso também é arquitetura e pode definir o gostar de viver em algum lugar porque é aprazível ou o não gostar. O espaço não construído, por vezes, é tão importante como o espaço construído. Quais são os principais problemas arquitetónicos das cidades? Sinceramente não consigo responder de uma forma muito concreta. Sempre que existe uma revolução nas cidades, como aconteceu com a revolução industrial, a cidade é repensada. Nós sabemos que, efetivamente, estamos na época de uma revolução digital. Acho que essa revolução vai ter implicações na própria cidade. O que, no seu olhar de arquiteto, chama a atenção em Leiria? Aquilo que me chama mais a atenção são os edifícios que estão abandonados em Leiria. Qual seria o presente de Natal ideal para Leiria na área da arquitectura? Um presente ideal seria ouvir a população e escolher algo de forma democrática. Acho que uma prenda necessária poderia ser um acordar de mentalidade em relação ao Pinhal de Leiria, porque existe esta lógica de o replantar, que é importante, mas precisamos adicionar mais valor ao que ele representa. Era importante haver uma espécie de educação social que sublinhasse que o pinhal representa um património com muitas possibilidades e potencialidades. O que não pode acontecer é permitir que seja menosprezado e negligenciado pelas entidades públicas gerais. Infelizmente, só quando o perdemos é que demos valor. k

Um filme Mon Oncle, de Jacques Tati

Uma obra Piscina das Marés, de Álvaro Siza Vieira

Um músico Patrick Watson

Um artista António Cova

Um Livro Pai Rico, Pai Pobre, de Robert Kiyosaki e Sharon Lechter

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De que forma abordam a questão ecológica? Não somos insensíveis a isso, é algo recorrente e complexo. A partir do momento em que alguém decide ter uma casa ou fazer uma reabilitação, já estamos a consumir recursos, sejam eles de uma matriz mais reciclável ou não. Temos clientes mais sensíveis relativamente à sua pegada ecológica. Não tem só que ver com a reutilização do próprio material, mas também com o ciclo e com o percurso que o próprio material em si obriga, pois há material que vem de outras partes do mundo. Devido à legislação, estamos a tornar as nossas casas mais eficientes energeticamente, para que haja uma necessidade mínima de aquecimento. Importam não só as matérias-primas, mas também a forma como temos a temperatura de conforto na nossa casa. Posso ser construtivamente ecológico, mas se a temperatura for desconfortável, vou precisar de consumir energia constantemente. Isto é uma maratona, temos de ir aprendendo. Não se consegue, de um momento para o outro, fazer um corte completamente diferente, porque, quem constrói, já constrói daquela forma há 40 ou 50 anos. Temos de ter a capacidade de amadurecer.

16 dezembro 2021

KULTOS Texto

Ana Santos, Mariana Vieira e Sofia Relva

Criada Uma jornada dolorosa até à liberdade A minissérie Criada (Maid ) é baseada na história verídica redigida e vivida pela autora Stephanie Land. Estreou a 1 de outubro na Netflix e ultrapassou o número de visualizações da minissérie da Netflix mais famosa até então, Gambito de Dama (The Queen's Gambit ). Em dez episódios, a atriz Margaret Qualley, que dá vida à personagem principal Alex, mostra as emoções e frustrações de uma mãe que tenta deixar um relacionamento abusivo. Ao longo do drama, assistimos às dificuldades financeiras e familiares de Alex, mas não só. Uma assistente social encaminha-a para um abrigo de vítimas de violência doméstica, onde encontramos mais mulheres na mesma situação de Alex, que saem de um ambiente tóxico e tentam reconstruir a sua própria vida, o que muitas vezes não é possível. Segundo a supervisora do abrigo, é muito comum as mulheres voltarem para os seus ex-parceiros e, mais tarde, regressarem à procura de ajuda até decidirem nunca mais voltar à vida anterior. Com uma experiência profissional muito limitada, Alex candidata-se a um emprego de serviços de limpeza doméstica para conseguir sustentar a sua filha de dois anos, Maddy, enquanto lida com obstáculos à obtenção da sua guarda. Devido à falta de apoio de um advogado nas suas audições jurídicas, a protagonista vê-se aflita quando se apercebe que pode perder a custódia de Maddy por causa da situação de pobreza em que vive. Esta série critica o sistema de apoios estatais nos Estados Unidos da América, que impõe uma complicada burocracia, e também o seu sistema de guarda parental, injusto para os mais desfavorecidos. Os espectadores são levados a refletir sobre as dificuldades de sair de um relacionamento abusivo e os obstáculos que as mulheres passam hoje em dia para poderem obter a proteção de que tanto precisam. Foi muito aclamada pelos media, não só por o assunto ser atual, mas também pela produção ser feita maioritariamente por mulheres. A equipa é constituída pela criadora e showrunner Molly Smith Metzler, com a ajuda de quatro diretoras, três editoras, uma produtora, e muitos mais elementos femininos que foram importantes para criar o ponto de vista da história emocionante de uma mulher. Andie MacDowell, a célebre atriz dos anos 90, que interpreta a personagem Paula, referiu numa entrevista que foi a primeira vez que contracenou com a sua filha, Margaret Qualley, por iniciativa da criadora Molly S. Metzler. Por sua vez, na preparação para o papel, Margaret teve de trabalhar, fora do set, com Rylea Whittet (Maddy), a atriz de apenas cinco anos, para poder exprimir uma relação mais próxima através dos ecrãs. k


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EXPLICA-ME COMO SE TIVESSE 5 ANOS “Explica-me como se tivesse 5 anos” é um ciclo de conversas sobre ciência para crianças e adultos curiosos, que decorre no Instituto SuperiorTécnico de Lisboa. Mensalmente, aos sábados de manhã, cientistas de diversas áreas de investigação da instituição respondem às perguntas enviadas pelo público, explicando tudo de forma simples e acessível. O próximo encontro realiza-se a 18 de dezembro, às 11h, com transmissão na página de Facebook da organização, sendo depois disponibilizada no canal deYouTube. Mais informações em: https://explicame.tecnico.ulisboa.pt/ 20.º CONCURSO AVEIRO JOVEM CRIADOR 2022 Organizado pela Câmara Municipal de Aveiro, o 20.º “Concurso Aveiro Jovem Criador” promove o trabalho e a participação de jovens artistas, dos 12 aos 35 anos, nas áreas de Arte digital, Audiovisual, Escrita, Fotografia, Ilustração, Música e Pintura. Os premiados têm a oportunidade de realizar uma residência artística, além de ganhar um prémio monetário: 500€ para os vencedores na faixa etária dos 12 aos 17 anos ou 2.000€ para os vencedores entre os 18 e 35 anos. As candidaturas devem ser submetidas até 23 de dezembro através do email divulgado na página da Câmara Municipal de Aveiro.

Ouve já em akademicos.ipleiria.pt/contrakapa

Politécnico de Leiria celebra o centenário de José Saramago O Politécnico de Leiria está a celebrar o centenário de José Saramago com diversas atividades até junho de 2022. As comemorações iniciaram a 16 de novembro, dia em que o autor completaria 99 anos. O início das comemorações foi marcado pela inauguração do mural “Manual de Pintura e Caligrafia”, do artista Fernando Travassos, inspirado no livro de José Saramago com o mesmo título. A obra encontra-se junto ao edifício dos Serviços Centrais do Politécnico de Leiria.

O campus 2 da instituição recebe a exposição de retratos do escritor produzidos por ilustradores portugueses e espanhóis, que pode ser vista até ao final do ano. Destacam-se, entre os artistas, André Carrilho, João Maio Pinto, Javier Olivares e Cristina Sampaio. Na Biblioteca José Saramago, no mesmo campus, a exposição “Ensaio sobre a cegueira” apresenta um conjunto de fotografias de cenas do filme “Blindness”, a adaptação do livro “Ensaio sobre a Cegueira”. O mesmo filme tinha estado em exibição até 15 de dezembro nesse espaço. O programa das próximas atividades inclui, em março, a apresentação do filme de animação “A Maior Flor do Mun-

Leiria recebe as fases finais do Desporto Universitário

de Leiria, acredita que a prova “dará mais visibilidade ao desporto universitário”, até porque, sublinha, “tem uma mística e um espírito diferente”.

Texto e Fotografia Alexandre Cruz, Fábio Sousa, Márcia Centeio e Tiago Branco

Em relação à temporada desportiva a decorrer, o IPLeiria sagrou-se campeão nacional de karting por equipas, graças às prestações de Gabriel Caçoilo (ESTG – 2.º lugar), Rafael Malho (ESTG – 4.º) e João Trincadeiro (ESTG – 10.º). A prova realizou-se no Kartódromo Cabo do Mundo, em Matosinhos, a 25 de novembro. Ainda nesta modalidade, o kartódromo Euroindy, na Batalha, recebeu o XII Troféu de Karting Politécnico de Leiria, no passado dia 18 de novembro. Participaram 51 estudantes em representação de todas as escolas do IPleiria, tendo Gabriel Caçoilo (ESTG) conquistado o primeiro lugar. João Trincadeiro (ESTG – 2.º lugar) e Rafael Malho (ESTG – 3.º) completaram os restantes lugares do pódio. k

O distrito de Leiria vai acolher a próxima edição das Fases Finais dos Campeonatos Nacionais Universitários, a decorrer nas cidades de Leiria e Marinha Grande, de 16 a 27 de maio de 2022. A organização do evento é da responsabilidade do Politécnico de Leiria (IPLeiria), em parceria com os municípios locais. A competição contará com as seguintes modalidades: andebol, basquetebol, futsal, rugby 7 e voleibol, nas vertentes masculina e feminina. No futebol somente as equipas masculinas irão participar. Cândida Bairrada, coordenadora técnica do setor de desporto do Politécnico

do”, de Juan Pablo Etcheverry, nas Bibliotecas dos campi 1, 3 e 4. Em junho, na Biblioteca José Saramago, Carlos Marques dará o concerto “Levanteime do Chão – Lado B”, que conta alguTexto mas histórias do liAna Pinto, vro “Levantado do Débora Pacheco, Chão”, bem como Inês Quintas, músicas inspiradas e Nuno Rebelo no escritor e em grandes nomes da música portuguesa de intervenção, como Sérgio Godinho e Zeca Afonso. k

A FECHAR

CAMPEONATO NACIONAL DE KARTING

MONEFY

ON LINE

É uma aplicação com o intuito de Texto ajudar no controlo Carolina Barros, de gastos e despeEdmar Correia, sas pessoais. Basta Eva Carvalho e Sofia Batista inserir as despesas mensais e ir adicionando novos registos no dia a dia. Fornece um gráfico informativo e grelhas detalhadas de todos os gastos. É um software bastante popular para controlo financeiro pessoal, disponibilizando uma versão em português para Apple ou Android. Disponível na Google Play e App Store.

SHAZAM Trata-se de uma aplicação gratuita que identifica a música que se está a ouvir, mas da qual não se sabe o nome ou o artista. O funcionamento é muito simples: ao ouvir uma determinada canção, basta aceder à aplicação e tocar no botão azul. Em poucos segundos, a app irá reconhecê-la e apresentar detalhes. Disponível na Google Play e App Store.

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READING SUMMIT (READS) - CONCURSO DE LEITURA E ESCRITA NO ENSINO SUPERIOR Estão abertas as inscrições para a 2.ª edição do Reading Summit , um concurso de leitura e escrita destinado Texto a estudantes do Ana Santos, Ensino Superior. Mariana Vieira As candidaturas e Sofia Relva podem ser feitas até 31 de dezembro, no Portal do PNL2027, e implicam a criação e o envio de um texto verbal ou multimodal sobre um livro que conste das sugestões do Plano Nacional de Leitura. Mais informações em: https://www.pnl2027.gov.pt/np4/acoes ?cat=concursos


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