SUPLEMENTO DO SEMANÁRIO REGIÃO DE LEIRIA DE 2005 07 29 NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE Parceria com a ESEL ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DE LEIRIA 2005 07 29 SEXTA–FEIRA JORNAL MENSAL 0205 PARAÍSOS AQUI AO LADO 03 PRAIAS RADICAIS NA REGIÃO Marco Horácio Sentado no Mocho «A televisão está a estupidificar as pessoas.» 07 08
Ficha Técnica
Director Francisco Rebelo dos Santos
Director Executivo
Pedro Costa
Presidente do Conselho
Editorial
Graça Fonseca (presidente do conselho directivo da ESEL)
Coordenador Técnico
António José Laranjeira
Redacção e colaboradores:
Ana Rosa; Cátia Campos; Cristina
Parente; Daniel Borges; Diana Combo; Edite Felgueiras; Estela Francisco; Fátima Cordeiro; Fernanda Branco; Filipa Gonçalves; Filipe Guerra; Joaquim Martins; Liliana Martins; Márcia Lamy; Mário Ventura; Marta Costa; Mónica Oliveira; Paulo Marques; Rui Marques; Susana Machado; Tatiana Carreira; Vânia Costa Crespo
Departamento Comercial
Alda Moreira (Directora);
Propriedade
Empresa Jornalística
Região de Leiria, Lda.
Contribuinte N.º 500 096 805
Redacção
Escola Superior de Educação de Leiria
Rua João Soares, Leiria akademicos@esel.ipleiria.pt
Parceria
Escola Superior de Educação de Leiria
Impressão
Mirandela, SA, Lisboa
Distrbuição
Vasp
akademico s @esel.ipleiria.pt
Vai lá, Vai... uma agenda do mês
EXPOSIÇÃO
“A nova vida das imagens” até 31 de Dezembro Pintura restaurada dos séculos XVI–XVIII da Colecção do Município de Leiria. Até 31 de Dezembro, no Edifício do Banco de Portugal, a entrada é livre.
ANIMAÇÃO DE RUA
Praça Viva
A decorrer no Jardim Luís de Camões e no Pátio do Mercado Sant’Ana – Centro Cultural, engloba espectáculos diversos. Até dia 15 de Setembro, às 21h.30m. Programa completo em www.cm-leiria.pt.
inKérito |
“Férias 100 Limites”
Com actividades direccionadas para os mais novos, decorre durante o mês de Agosto na Praia do Pedrógão. Com várias actividades, desde os ateliês até ao desporto. Pode consultar o programa completo em www.cm-leiria.pt.
CONCERTOS
Rock Pedrógão
Integrado no projecto “Férias 100 Limites”, dia 5 de Agosto, Enema; dia 26 de Agosto, Yesterday. Os concertos iniciam-se às 22h, na zona de animação, e a entrada é livre.
Pop Pedrógão
Integrado no projecto “Férias 100 Limites”, dia 12 de Agosto, Banda Radical e Los Cúbitos; dia 13 de Agosto, Lúcia Moniz e Pólo Norte; e dia 14 de Agosto, Filarmónica Gil. Os concertos iniciam-se às 22h, na zona de animação, e a entrada é livre.
DESPORTO
Passear de bicicleta à beira-mar
Em Julho e Agosto, a Região de Turismo Leiria/Fátima convida-o a passear de bicicleta. Aventure-se pelos trilhos do Pinhal do Rei ou desfrute do conforto da Estrada Atlântica que o leva às praias da região. Eles emprestam as bicicletas. Para mais informações ver www.rt-leiriafatima.pt ou telefonar para o 244 848 770.
Campeonato da Europa de Aeromodelismo
Na Pista de Aeromodelismo de Pombal (Casalinho), de 25 de Agosto a 4 de Setembro. Este evento reunirá em Pombal os melhores praticantes de todos os países europeus. O campeonato contará com voos de aviões como Spitfires, Mustangs, Lancasters, Hurricanes e até um Bucker, vencedor do último campeonato da Europa, realizado em 2003, na Áustria, e vencedor do Mundial de 2002.
III Campeonato Distrital de Futebol de Praia
Dias 16, 30 e 31 de Julho no Campo de Jogos da Praia da Nazaré.
VII Torneio 24 Horas de Futebol Praia “O Sótão”
12 e 13 de Agosto no Campo de Jogos de Praia da Nazaré.
17º Torneio de Voleibol de Praia em São Pedro de Moel 19, 20 e 21 de Agosto na Praia de São Pedro de Moel.
Praia do Pedrógão, porque é uma praia calma e sossegada onde se pode estar à vontade. Tem um grande areal e é uma óptima escolha para um bom dia de praia.
Praia de S. Pedro de Moel, porque estão lá os meus amigos todos. Gosto também dos bares e da vila em si. A praia é óptima e o mar é bom para tomar banho. Aconselho.
Praia da Concha, porque é uma praia pequena onde se pode estar à vontade, apanha-se bom sol e não há vento.
Gosto muito das praias algarvias, no entanto aqui na zona de Leiria prefiro a praia Velha de S. Pedro de Moel, pois dispõe de boa acessibilidade e por ser uma praia pouco frequentada, sem a presença de muitas pessoas a incomodar-nos.
Akadémicos JORNAL MENSAL 2005 07 29 SEXTA–FEIRA 01 Luciano
ESEL Vai lá, Vai...
Pedro,
Onde é que vais passar as férias e porquê?
03 02 01
Rui Marques, Tatiana Silva
03 Joaquim Reis, ESEL
02 Sara Ribeiro, ESEL
02
Cristina Parente
04
04 Diogo Mangas ESAD
O alucinado da rádio
Começou por fazer desenhos, actividade que ainda hoje desenvolve. Depois criou, nas traseiras de sua casa, uma rádio que «era tão pirata que tinha um cão à porta e não deixava entrar os convidados». Influenciado pelos programas de humor como “Monty Python”, decidiu juntar ambas as paixões: a rádio e o humor. Por excessiva dedicação à rádio, deixou de ter média para ingressar na universidade e optou por um curso de jornalismo no CENJOR. Uma passagem pela já extinta Correio da Manhã Rádio levou-o à Rádio Comercial, onde Artur Silva, das Produções Fictícias, lhe descobriu o talento. Embora existam coisas de que hoje não se orgulha particularmente, como os textos que fez para o António Feio no programa “Ai os Homens”, há outras que lhe deram «um gozo tremendo escrever porque era uma coisa maluca de humor», como o Herman Enciclopédia, a Paraíso Filmes e o Programa da Maria. “O Homem Que Mordeu o Cão”, da Rádio Comercial, superou todas as expectativas: choviam e-mails de pessoas que mandavam as suas próprias histórias bizarras. «Isto nunca aconteceu na minha vida, mas provavelmente não vai durar mais que quinze dias». Houve mesmo quem lhe dissesse que ia ser despedido. O programa atinge o auge quando a Texto Editora o convida para lançar um livro que vendeu «150 a 160 mil exemplares sem que eu percebesse como». Foram vários os espectáculos ao vivo, com particular destaque para o que se realizou no Coliseu do Porto: «Estávamos deprimidíssimos porque nos tinham dito que tinham vendido poucos bilhetes e afinal estavam lá três mil pessoas. Eu, com a barriga da perna aberta, parecia um diva antiga já decadente a entrar de canadianas no palco”, r ecorda, com entusiasmo . A seguir veio o declínio: o Pedro Tojal tira o programa da Rádio Comercial e coloca-o na Best Rock, uma rádio com muito menos abrangência, o que gerou uma onda de protestos por parte dos fãs. Foi então que achou que estava na altura de experimentar coisas novas, e aceitou o convite da Antena 3 para fazer o “Há vida em Markl”. «Dá-me mais trabalho, mas ao mesmo tempo mais gozo: é pegar na história da minha vida, e de amigos meus», diz, sempre sorridente.
Livro à vista
Para os fiéis seguidores aqui vai uma óptima notícia: tanto as histórias do “Há vida em Markl” como os cartoons que têm saído no Inimigo Público vão ser publicados em livro. «Há também a hipótese de fazer isto em teatro», acrescenta. Relativamente à experiência de ser a voz-off da Sic Comédia considera aliciante pelo «pioneirismo da coisa; quando me convidaram fiquei doido». Questionado sobre o que prefere, diz sem reservas: «Rádio, definitivamente. Televisão só de passagem».
Consumo obrigatório
Complex diferente num pormenor
Primeiro estranha-se e depois entranha-se…
Esquece tudo o que pensavas saber sobre estilo para sair à noite. O tempo do salto alto já era!!! Plásticos e licras são o mote; o comum algodão é encaixado com acrílicos que mudam de cor quando recebem flashes e luzes negras.
A Complex é uma nova loja em Leiria que mostra que o que está a dar é um look muito ao estilo “Guerra das Estrelas”. Segundo a proprietária, Carolina Eduardo Santos, a Complex surgiu quase por acaso, já que a sua ideia inicial era abrir uma empresa organizadora de eventos. No entanto, a vontade de “abrir algo novo e fresco em Leiria” fez nascer a Complex, uma loja que comercializa “clubwear”, um conceito que é pioneiro não só em Leiria como em todo o país. Todo o vestuário e acessórios à venda são da “Cyberdog”, uma marca inglesa, que a loja importa via Internet. A Complex proporciona-nos fantásticos efeitos estéticos nos provadores, onde as luzes negras lá instaladas trazem brilhos e novas cores às peças que se têm vestidas. E se as peças já por si são originais, a Complex oferece ao cliente apenas um artigo de cada, logo, ao original alia-se o exclusivo.
A loja tem também uma linha gótica, no entanto é algo que a proprietária define como “gótico futurista, a ideia é trazer o futuro a Leiria”.
Apesar da tão afamada crise, Carolina Santos diz que não se pode queixar. Desde a abertura da loja, há cerca de três meses, tem vendido bem e nem só para jovens, apesar do local pouco visível da loja (perto do terreiro na Rua do Comercio, nº 17), e de não ter sido feito ainda um grande investimento publicitário. Quanto a preços… Tops por cerca de 30 euros e Tshirt para rapazes por cerca de 50 euros. O melhor é ir e fazer as contas…
em conta a época de avaliação e o início das férias, que impediu boa parte dos elementos da redacção de darem o seu contributo. Foi uma edição que também contou com a especial colaboração da redacção do Região de Leiria, que assina a história da capa − num estreitamento da relação entre as duas redacções que é parte nuclear deste projecto.
O Akadémicos regressa no início do próximo ano lectivo, numa continuação da parceria entre a Escola Superior de Educação de Leiria e o semanário Região de Leiria, que se concluiu dever prosseguir. E se assim foi, é porque o projecto do Akadémicos está a valer a pena. Sobretudo a dois níveis, distintos mas que se completam e que estão na base deste projecto. Primeiro, e sem preocupações de estabelecer qualquer hierarquia, o contacto com uma realidade profissional por parte dos alunos do Curso de Comunicação Social e Educação Multimédia da Escola Superior de Educação de Leiria; depois, o diálogo que a Escola estabelece com a comunidade, através dos milhares de leitores proporcionados pelo Região de Leiria.
Os planos para a próxima série do Akadémicos, a iniciar no próximo ano lectivo, são, por isso, muito claros: continuar, desenvolver e aprofundar este caminho. Pretende-se que o Akadémicos refine as suas características de laboratório do curso, mas também que contribua para uma relação mais próxima entre a Escola Superior de Educação de Leiria e a comunidade académica, económica e social do distrito.
Para já, o balanço é positivo, como demonstra a continuidade do projecto. O que não quer dizer que não haja pontos a melhorar: há, evidentemente, e vamos trabalhar para isso. Como se prometeu no primeiro número, o Akadémicos é um projecto permanentemente inacabado e por isso com total disposição para evoluir.
Então… boas férias!
Akadémicos JORNAL MENSAL 2005 07 29 SEXTA–FEIRA
Está a dar
03
TAK Tomografia Axial Komputorizada
Nuno Markl
Fernanda Branco, Paulo Marques
Filipe Guerra
As praias mais radicais da região
São pequenos paraísos, capazes de fazer esquecer as opções mais populares nos areais da região. As praias mais ou menos “alternativas” existem, estão perto de nós e podem significar um dia bem passado, longe das confusões habituais.
Osso da Baleia
A praia do Osso da Baleia, no norte do concelho de Pombal, é um bom exemplo de um casamento feliz entre o que se espera de uma praia, sem muitos dos contras que são frequentes nos destinos de massas.
É praia Dourada, o que significa um carimbo de qualidade e de preservação ambiental. Se chegar à praia não evita um banho de pó ao veículo que para lá nos conduza, o certo é que a chegada é coroada com uma sensação de prémio merecido. Depois de quase ser necessário chegar à Figueira da Foz, o visitante menos conhecedor tem de tomar atenção às placas para não ser surpreendido com a desorientação de quem se perde. Mas se tudo mais falhar, a tradicional paragem na berma para indagar pelo melhor caminho para a praia aca-
depois do cruzamento da EN-109 que nos convida a rumar a Oeste, lá termina o asfalto, começa um par de centenas de metros de terra batida, e o Osso da Baleia avista-se. O prémio constitui-se de um areal limpo, dunas à espera de serem exploradas, e todas as infra-estruturas que os visitantes mais exigentes podem pedir. Mas com a vantagem de ser pouco provável o convívio com vizinhos do lado que escolhem estacionar a dois palmos da nossa toalha e gritar para que a Vanessa largue o irmão. Passadiços em madeira, que nos permitem explorar as dunas, um bar de apoio que convida a uma paragem, são dois dados que saltam à vista quando se chega. Depois é olhar à volta e escolher o local do areal que melhor se adequa aos planos que temos para esse dia. A praia é vigiada, o que acresce alguma segurança a quem se aventura nas águas nem sempre calmas e que recomendam cuidados. Mas se as coisas se complicarem, talvez seja tranquilizador saber que à espera de qualquer eventualidade está uma ambulância. Caso o vício do tabaco teime em persegui-lo, saiba que à entrada da praia não faltam os cinzeiros para levar consigo. O elegante objecto vermelho permite à biodegradável cinza perder-se no areal, mas a beata regressa no fim do dia de praia. À saída tem ainda a possibilidade de usar os chuveiros e lava-pés.
Lagoa da Ervideira
Mais a Sul, embora já integrada nalguns roteiros de veraneantes, a Lagoa de Ervedeira pode ser equacionada para algumas horas de descanso. A meia dúzia de quilómetros do litoral, a Lagoa insere-se num campo dunar, entre as matas nacionais do Urso e do Pedrógão, na freguesia do Coimbrão. As águas calmas, a fauna e flora ricas, passadiços que convidam ao passeio, são argumentos que podem fazer valer a pena parar por lá. E se gosta de pescar, então tem mesmo de experimentar aquelas paragens. A ida de semana é regra para fugir a confusões.
Velha Dourada
Ainda mais a Sul, igualmente no rol de praias douradas da região, capaz de permitir alguma privacidade, a Praia Velha, mesmo ao lado de São Pedro de Moel, é uma opção válida. É certo que em dias de maior afluxo às praias a zona junto ao bar pode ser mais congestionada. Mas é uma questão de tentar uma manobra de evasão para as zonas laterais da praia. Pode provar ser o suficiente para conseguir acabar o livro que
A ribeira de Moel rasga o areal e acrescenta algum colorido à paisagem, mas nem sempre aparenta transportar um caudal totalmente recomendável.
De resto, há os passadiços em madeira e as infra-estruturas de apoio habituais nas praias. Destaque para o acesso facilitado a deficientes e, claro, não falta vigilância.
Akadémicos JORNAL MENSAL 2005 07 29 SEXTA–FEIRA
Está a dar
04
Ainda há verdadeiros paraísos de sossego e beleza
Fotos: Região de Leiria
Samouco «alternativa»
Recompensa é a palavra que deve dominar-lhe a mente quando se aventurar para a Praia do Olho de Samouco, situada entre a Praia da Vieira e São Pedro de Moel. Esqueça os bares ou equipamentos similares. Mas prepare-se para acessos dignos de uma prova de todo o terreno e uma paisagem que faz valer a pena a aventura. É que terá de atravessar um espaço florestal digno de atenção. E uma vez na praia, é surpreendido por um areal convidativo pela sua extensão. Não tanto pela limpeza. Apesar disso, as propriedades da praia são recomendadas em sites de surf, roteiros gay e mesmo de naturismo. Isto é, é uma praia selvagem com tudo o que isso pode implicar. Sem vigilância, a praia proporciona sossego, uma possibilidade de descanso e privacidade, sobretudo se for visitada de semana.
Pedras Negras e Vieira
Turismo apoia “Praias de Sonho”
São oito as “Praias de Sonho” que a Região de Turismo de Leiria/Fátima (RTLF) recomenda. São praias menos procuradas que as super-solicitadas Nazaré, Vieira ou S. Pedro de Moel, mas não deixam de ser trunfos para conquistar novos visitantes.
“O projecto ‘Praias de Sonhos’ inclui praias naturalmente selvagens, sem qualquer infra-estrutura e sem qualquer preocupação de segurança”, explica Miguel Sousinha. As sugestões, concretiza o presidente da RTLF, são boas escolhas para apanhar sol e conviver, mas não tanto para quem tem filhos pequenos. “Não são sítios tão indicados para tomar banho, porque o nosso mar é naturalmente agitado e há grandes correntes. Não se devem correr muitos riscos nessas praias”, avisa.
Como praias naturais que são, as excepções surgem naturalmente nas propostas da RTLF. A lista é, por
isso, um pouco abrangente: entre as alternativas tanto consta Paredes da Vitória, que não é propriamente uma praia desconhecida ou sem vigilância, como o Vale Furado, uma língua de areia menos frequentada devido aos acessos complicados.
Este conjunto de praias começa também a ser conhecida além fronteiras. “São muito apetecíveis para se estar à vontade sem ser incomodado por muita gente, como por vezes acontece noutras. Temos feito algum trabalho de divulgação dessas praias, e o projecto ‘Um mar de praias limpas’”, campanha de limpeza e sensibilização ambiental a praias não infra-estruturadas, “serve um pouco para essa promoção”.
A RTLF sugere como “Praias de Sonho” Água de Madeiros, Falca, Légua, Praia do Norte (Nazaré), Paredes da Vitória, Pedra do Ouro, Polvoeira e Vale Furado.
Destinos para todos os gostos
Desde o início do mês de Julho que a Rodoviária do Tejo tem ao dispor da população o “serviço de praias” para a época balnear, que facilita o acesso às praias através de um reforço de horários e autocarros.
A Rodoviária do Tejo apresenta diversos destinos para as praias tais como a Nazaré, Peniche, Foz do Arelho, Praia do Pedrógão, S. Pedro de Moel, Praia da Consolação e Praia da Vieira.
Em declarações ao Akadémicos, Jorge Tavares, director de produção da Rodoviária do Tejo, afirma que os objectivos da empresa para este projecto “são os mesmos todos os anos”, tornando-se, por isso, necessário adaptar a procura à oferta todos as épocas balneares. Outro objectivo é influenciar as pessoas a deixarem de utilizar o seu próprio transporte, para evitar os problemas relativos ao estacionamento. Assim, o transporte público apresenta-se como solução.
proporciona. Não muito longe, mesmo junto à praia da Vieira, mas na margem direita do rio Lis, a Praia da Vieira Norte é garantia de sossego. Mas prepara-se para um areal que, uma vez ultrapassadas as dunas, deixa a desejar no que à limpeza se refere. Sem qualquer infra-estrutura de apoio, sobra o sossego e os maus-cheiros episódicos. O acesso de terra batida, na margem do rio, não é um problema de maior. Ainda assim, os frequentes buracos obrigam a uma condução muito cuidada.
Aventura pedestre na Légua
Se quiser arriscar uma pequena aventura pedestre, lá para os lados da Praia da Légua (no caminho que liga Paredes de Vitória à Praia do Norte da Nazaré), experimente cortar à direita no cruzamento imediatamente anterior àquele que conduz à referida praia. Também aí o caminho não é o melhor, implicando alguma paciência e um cuidado suplementar na condução. O caminho termina junto a três habitações. O pequeno largo que as ladeia poderá servir para estacionar. A partir daí, alcançar a praia implica rumar por caminhos pe-
destres – que não estão assinalados – obrigando a um apurado sentido de exploração, muito cuidado e pouco receio de alturas. A paisagem compensa e depois de uma caminhada acidentada chega-se ao areal, por norma praticamente vazio. Mas convém realçar que este é um caminho que não deve ser experimentado de ânimo leve. Geralmente, lá em baixo, é possível caminhar para Sul, rumo à Praia da Légua, essa sim mais “mainstream”.
Salgado obrigatória
Ainda mais a Sul, a praia do Salgado é de visita obrigatória. Vizinha da Nazaré, já foi descoberta por muitos, mas a paisa gem que a envolve é obrigatória. E se gosta de parapente, ali a natureza criou a plataforma de lançamento ideal.
Estes são apenas alguns exemplos de universos balneares da região que, de uma forma ou outra, fogem ao conceito “normal” de praia. A Região de Turismo de Leiria/Fátima reco nhece que a procura destes destinos está a aumentar, e tem preparado um roteiro para satisfazer o mercado (ver caixa).
Quando questionado em relação a possíveis parcerias com as Câmaras, no sentido de alargar os serviços, Jorge Tavares, afirma que “seria agradável, mas as câmaras não estão para aí viradas e usam como pretexto a falta de verbas”. Apesar da Rodoviária continuar a colocar este programa em funcionamento todos os anos, Jorge Tavares afirma que nos últimos anos as expectativas não foram correspondidas, fazendo um balanço de estagnação da procura.
Está
a dar
Dá jeito
«Foram precisos dois anos e meio para que o «Levanta-te e Ri» viesse a Leiria, e eu até já tinha saído. A Câmara Municipal de Leiria disse que o programa não era cultural, ou seja, chamou a cerca de 600.000 pessoas que estão em casa a ver o programa, e a mais 1.000 que vão todas as semanas aos teatros assistir ao espectáculo, de estúpidas e incultas. O que é que a cidade de Leiria tem a mais que as outras? Não tem nada. Acho que foi uma atitude má para a cidade e má para mim.»
«Gosto de mexer com as pessoas»
Natural de Vieira de Leiria, Marco Horácio é uma figura promissora no teatro da televisão e animação em Portugal. Até aos 19 anos, Marco Horácio nunca pensou ser actor. Gostaria, até, de ter sido professor de educação física. Por altura do 10º ano, até realizou, em parte, este sonho. Com o curso de monitor de basquetebol que tirou na altura, deu aulas, e formou uma equipa de iniciados femininos. No entanto, o teatro e a televisão são os donos do seu coração. E afirma: «Se puder fazer isto o resto da minha vida faço, porque é o que mais adoro!»
Fala-nos do teu percurso.
Era uma vez um rapaz de Vieira de Leiria que nunca quis ser actor até aos 19 anos. Entrei em Português / Alemão e como já tinha apetência para a palhaçada, consegui entrar no Conservatório, nem sei bem como. Desde então tenho feito peças de teatro – estreei-me na Barraca –, depois estive no Teatro Nacional e no CCB. A minha estreia em televisão deu-se com a «Pensão Estrela», fiz também o «Lampião da Estrela», até à experiência mais recente que tive e que foi o «Levanta-te e Ri».
Costumas vir a Leiria? Qual é o sentimento que tens para com a cidade?
Não venho tantas vezes quanto gostaria. A relação com a cidade é afectiva, tenho cá a família e os amigos. Sempre fui muito bem tratado, tanto antes, como depois de fazer televisão, o que prova que nada mudou. Sempre que posso falo de Vieira de Leiria, porque gosto e porque sou de cá.
Como consideras Leiria no panorama cultural?
Apesar de eu achar que Leiria não é uma cidade que apoie muito as artes, há bandas e pessoas que se têm feito por elas próprias. As pessoas nascem em Leiria, fazem-se em Leiria, mas a cidade em si só as considera de cá quando conseguem alguma coisa, o que eu acho triste. Acho que as pessoas devem ser apoiadas no início, há músicos e artistas bons que não têm o devido apoio. Por que é que só se reconhece o valor dessas pessoas e se dá apoio depois de elas terem passado por Lisboa ou por se terem auto-promovido? Nós em Lisboa nunca sabemos as peças que há dos grupos de teatro de cá, ninguém sabe da existência de grupos de teatro, sequer. Para mim isso é falta de apoio. Eu digo sempre que sou de Vieira de Leiria, estudei um ano em Leiria, mas devo muito mais a uma terra que tem 10.000 habitantes, do que a uma cidade que nunca se interessou pelo meu trabalho.
E
o que é que achas que é necessário fazer?
Acho que Leiria já mostrou que tem valores firmados, que tem pessoas com qualidade. É preciso apoiar estas gerações vindouras. Foram precisos dois anos e meio para que o «Levanta-te e Ri» viesse a Leiria, e eu até já tinha saído. A Câmara Municipal de Leiria disse que o programa não era cultural, ou seja, chamou a cerca de 600.000 pessoas que estão em casa a ver o programa, e a mais 1.000 que vão todas as semanas aos teatros assistir ao espectáculo, de estúpidas e incultas. O que é que a cidade de Leiria tem a mais que as outras? Não tem nada. Acho que foi uma atitude má para a cidade e má para mim. Se a Câmara fez isso com o «Levanta-te e Ri», deve fazer o mesmo com outro tipo de iniciativas. Acho que Leiria deve começar a ter uma dinâmica de espectáculos muito maior do que a que tem actualmente. Há um festival de teatro em Évora feito por uma dúzia de pessoas, mas pode dizer-se que há um festival de teatro. Leiria tem capacidade para ter o seu festival de teatro.
Sentado no mocho . Sentou, vai ter k explicar
«Eu acredito que se Leiria tivesse mais dinamismo a nível de teatro e outros espectáculos isto esgotava sempre. As pessoas querem ver coisas novas, é preciso dar-lhes alternativas, porque senão começam a estupidificar e para isso já chega a televisão.»
Marco HORÁCIO Actor
O que achas desta iniciativa de organizar um espectáculo a favor da ACAPO?
Para nós, figuras públicas, não há nada mais compensador. É fazer com que as pessoas venham ver o espectáculo, ao mesmo tempo que as sensibilizamos para o facto de haver pessoas que precisam de ajuda. Esse poder é muito bom. Eu acredito que se Leiria tivesse mais dinamismo a nível de teatro e outros espectáculos isto esgotava sempre. As pessoas querem ver coisas novas, é preciso dar-lhes alternativas, porque senão começam a estupidificar e para isso já chega a televisão.
Há alguma razão específica para teres deixado o «Levanta-te e Ri»?
Eu estou nos projectos porque acredito neles e acho que podem fazer a diferença. Foram dois anos e tal, eu estava muito cansado e gostava que o programa seguisse por outra linha a nível de qualidade, de participantes, de tudo. E a SIC achou, e tem todo o direito a achar, que este formato ainda aguentava e que era possível continuar com ele sem ser preciso mudar. Como eu também não quero fazer as coisas só para ganhar dinheiro, fizemos um acordo de cavalheiros e eu retirei-me. Não valia a pena eu estar a despender energias por uma coisa que eu achava que devia ser outra. Por amor àquilo que faço e às pessoas, saí, era a coisa mais sincera e verdadeira que podia fazer. De qualquer forma, acho que o programa é importante e trouxe uma nova
abertura ao nível das mentalidades e ao nível do mercado. Foi graças a esse programa que Portugal descobriu o Stand-Up…
Eu acho que não foi graças ao programa. As pessoas já têm talento e valor por elas próprias, precisavam é de um espaço para o mostrar. E o «Levanta-te e Ri» apenas deu o espaço, o trabalho é das pessoas.
A boa relação que o programa tem tido até agora com o público é para durar ou é mais uma moda?
Eu nunca fui muito de modas, se é moda é porque está sempre a mudar, e, ou temos capacidade de mudança, ou acabamos sempre por sofrer. Eu gosto de pensar que as pessoas acreditam em mim como pessoa, como actor, como humorista e que pensam que estou sempre a tentar dar o meu melhor. É claro que têm todo o direito de se cansarem de mim, tal como eu tenho o direito de me cansar do que faço. As pessoas não vão gostar sempre daquilo que eu faço e acredito que haja pessoas que não gostem, o que é bom porque é sinal que lhes desperta qualquer coisa. Quando são indiferentes é que é chato. Nunca levo as coisas a brincar, seja ou não pago para isso, faço tudo o melhor que consiga, nunca me desleixo.
Akadémicos JORNAL MENSAL 2005 07 29 SEXTA–FEIRA 07
«Estou nos projectos porque acredito neles»
Marco Horácio: de Leiria a Lisboa
Fernanda Branco, Paulo Marques
Filipe Guerra
Mas também te divertes?
Claro, e muito. O divertimento começa assim que eu entro em palco. Antes de entrar sofro muito e preocupa-me se as pessoas gostam e se eu também gosto. Depois quando lá estou lá dentro... E elas também ajudam, porque recebem-nos bem.
Mais do que reciclar clichés que já existem, como o da loira burra, do homossexual, não achas que se deveria arranjar algo novo?
O problema é que neste momento toda a comédia está centrada nesses clichés, não há hipótese de outro tipo de comédia poder vingar. Os clichés vão existir sempre, nós vivemos num país de clichés: são os políticos, é o jet set... Por vezes dá menos trabalho basearmo-nos naquilo com que é mais fácil gozar.
Era preciso mudar a sociedade para se inventar um outro tipo de humor?
Era preciso mudar um bocado a sociedade, mas acho que a ideia é poder dar às pessoas um tipo de humor alternativo. E nós temos capacidade em Portugal, temos artistas e actores para fazer isso, temos é que lhes dar oportunidade. O que está a acontecer é que as televisões têm mais força; está tudo a enveredar por um facilitismo e, hoje em dia, brinca-se muito com a miséria humana, como é o caso dos reality-shows, de que é exemplo o «Fiel ou Infiel». O público gosta de ver as desgraças dos outros, fica muito chocado mas o que se vê nesse programa acontece
Preferes o teatro?
Prefiro o teatro, mas também prefiro a televisão, só que à minha maneira. Gosto de sentir que o que estou a fazer é novo, é fresco e vai mexer com as pessoas. Senão não faço. É uma opção de vida. Para mim ser actor não é só aparecer em revistas e dar entrevistas, é muito mais que isso, é fazer a diferença e mobilizar
«Eu gosto de pensar que as pessoas acreditam em mim como pessoa, como actor, como humorista e que pensam que estou sempre a tentar dar o meu melhor.»
muito importante. Na universidade parece que é tudo muito arrumadinho, mas chegam cá fora e muitas vezes têm de ser vocês a arrumar. A faculdade é exigente demais para aquilo que dá aos alunos. Porque têm que descobrir por si próprios.
Nunca ponderaste ingressar no IPL?
Não, porque estive um ano estudar em Leiria e na altura não gostei muito. Vivia-se muito para a imagem; senti que a as pessoas tinham uma mentalidade muito pequena. E apesar de ser cidade, era vila. Sempre gostei de estar a par da realidade que se passava lá fora. Lisboa continua a ser um papão para muita gente, não percebo porquê. Também queria afastar-me dos meus pais e ter a minha independência. Depois, entretanto, entrei para o conservatório e deixei-me lá ficar. Gosto muito de Lisboa.
«Não me considero um excelente comediante»
E se não fosses comediante?
Gostava de ter sido professor de educação física. Na altura do 10º ano tirei o curso de monitor de basquetebol e cheguei a dar aulas. Formei uma equipa de iniciados femininos e gostava imenso de lidar com crianças. Se não fosse actor e, se algum dia deixar de ser, garanto-vos que trabalho naquilo que for preciso. Tu não podes depender desta profissão, nem mentalmente, nem monetariamente. É claro que se puder fazer isto o resto da minha vida faço, porque é o que mais adoro, mas não vou depender disto. Encaro isto como uma corrida de fundo, em que é preciso ir com calma. Esta profissão leva trabalho, tempo e persistência. Eu desde que saí do «Levanta-te e Ri» estou a começar do zero, outra vez, e está a dar-me um gozo bestial. As pessoas conhecem uma vertente minha, não conhecem outras que eu quero que conheçam. É um caminho. Tanto te pode pôr lá em cima, como de repente ninguém te conhece. A tua missão é formar e transformar as pessoas. Eu não me considero um excelente comediante, tenho a minha perspectiva. O segredo na comédia é achares que não tens piada. É a minha busca: continuo a trabalhar para ver se um dia tenho o texto genial. E também sou muito insatisfeito. É pensar em dar o meu melhor, espero que as pessoas gostam, se não gostarem… paciência.
me reconhecer, eu andava assim o dia todo. Eu não sei lidar bem com a fama. Tenho a falsa ilusão de que ninguém vê aquilo que eu faço. Acho que o que faço é a minha obrigação, não têm de me agradecer. É pensar que, de repente, há miúdos que me imitam. A responsabilidade aumenta. Devagarinho, e se não nos deixarmos corromper, conseguimos afirmar: o nosso produto é
Qual foi o sítio onde tivesses feito stand-up que mais te Foi no Porto, a 14 médicos cirurgiões. Foi o mais esquisito e um dos melhores que fiz. Comecei a meter-me com eles, a esticar a corda, foi muito divertido. E o mais engraçado é que no final viraram-se para o tipo que me contratou e perguntaram “quem é o gajo?”. Não me conheciam. Isto é que é giro. Correu muito bem e não sabiam quem eu era.
E o pior de que te lembres?
Foi em Coimbra, para o Casino da Figueira da Foz. Era uma inauguração de um centro comercial. Mandaram-me para o meio de um corredor cheio de gente de todos os lados. Comecei a brincar com as pessoas. De repente, juntou-se um grupo de miúdos, com seis anos, e eu com um texto puxadísssimo sobre pornografia. Para não falar o texto substituí palavras por desenhos animados, do tipo Pokémon. Começou por ser complicado, mas depois vai-se estudando o público e tentando a melhor forma de os atingir. Depois, ou reagem ou não reagem, eu gosto de ter piada e de não ter piada, adoro a reacção das pessoas quando digo coisas sem piada.
Achas que os jovens que passam pela universidade estão a ser bem preparados?
Hoje em dia, penso que passa por vocês, acho que têm de fazer mais por vocês próprios do que a universidade faz. A tua formação começa quando tu investes em ti próprio. Saem, por vezes, sem conhecimentos práticos e isso é fundamental. O estágio é
Das tuas personagens qual é a que te dá mais gozo fazer?
Gosto muito do Agente Simões, que é daqueles guardas muito rígidos com a lei, mas se tu lhe ofereces uma sandes deixam passar tudo. Acha que é maior do mundo. As pessoas reagem muito bem. E do Paulo Sensações, que representa a má música e que foi inspirado num gajo que eu vi num festival de música a tocar uma viola de três cordas, e que tinha seis pessoas à frente. Parecia que eram mil.
Perspectivas futuras?
Posso dizer que em Agosto vai rebentar aí uma coisa gira e a partir de Setembro deve haver mais novidades. Para já, dia 4 de Agosto, no Mariparque de Vieira de Leiria, às 21h30, vai decorrer um espectáculo de solidariedade para comprar uma cadeira de rodas a um rapaz que é o Márcio Vieira. Gostava de pedir às pessoas para aparecerem. E orgulho-me bastante porque, nessas coisas, é espantoso que os portugueses, mesmo em tempo de crise, ainda se juntam e ajudam.
Acreditas que as pessoas vem cá esta noite pela causa? Não acredito que me venham para ver a mim, nem aos outros artistas. Acho que vêm para ajudar, eu próprio vim para ajudar. Em tempo de crise eu não pagava dez euros para me ver a mim, nem ao Nilton, nem ao Rocha, garanto-vos. Isso deixa-me feliz da vida.
Akadémicos JORNAL MENSAL 2005 07 29 SEXTA–FEIRA 08 Sentado no mocho . Sentou, vai ter k explicar
«Não sei lidar bem com a fama»
“Se eu pudesse acabar os espectáculos e pôr uma barba para ninguém me reconhecer, andava assim o dia todo.”
«Estive um ano estudar em Leiria e na altura não gostei muito. Vivia-se muito para a imagem; senti que a as pessoas tinham uma mentalidade muito pequena. E apesar de ser cidade, era vila.»
Em palco estiveram Nuno Markl e Fernando Alvim (a quem coube a apresentação), Marco Horácio, pela primeira vez a “jogar em casa”, Nilton, Fernando Rocha e os artistas locais Fadinho e Alicate. Bruno Nogueira não pôde comparecer devido a motivos pessoais. Foi uma noite bem animada, com o público sempre em sintonia com os artistas. Sónia Santos, uma das espectadoras invisuais, reflectiu ter sido «uma excelente aposta a escolha de um stand-up comedy».
Uma noite nunca vista
Stand-up Comedy pela ACAPO
“Uma noite nunca vista” foi o nome dado ao espectáculo de Stand-Up Comedy, que teve lugar no Teatro José Lúcio da Silva no dia 14 de Julho, em prol da delegação da ACAPO de Leiria. À saída do espectáculo, Humberto Henriques, presidente da delegação leiriense, dizia estar sem palavras. Balanço final: 729 bilhetes vendidos. «A adesão do público, o entusiasmo, deram-nos ânimo», relatou emocionado Humberto Henriques, elogiando também a colaboração da Câmara Municipal de Leiria, que contribuiu com o empréstimo da sala.
O dinheiro angariado destina-se a um projecto, ainda em
aprovação, que visa criar já em Setembro cursos de pré-formação em três áreas distintas: a informática, a mobilidade e o braille. Também as instalações da ACAPO precisam de ser remodeladas, para que fiquem garantidas condições para que, pelo menos inicialmente, dez alunos possam ingressar nos cursos. As prioridades estão ligadas à aquisição de dez computadores e de dez máquinas de braille. Para além desta iniciativa, têm vindo a ser enviados ofícios às empresas, no sentido de poderem dar um contributo mensal à associação, numa parceria que está a ser desenvolvida com o apoio do Governo Civil de Leiria.
Nilton, o pioneiro da stand-up em Portugal
O Akadémicos não podia deixar escapara oportunidade de entrevistar o pionerira da stand-up comedy, Nilton, uma das estrelas do espectáculo da ACAPO. E ele foi… igual a ele próprio (é um lugar comum, é verdade, mas é o que é…)!
Começaste a escrever na adolescência. Foi nessa altura que pensaste em ser comediante?
As pessoas costumam aprender mais cedo, na primária, eu foi um bocado mais tarde. Personifiquei a síndrome de quem mora no interior e não tem amigos para discutir coisas parvas, por isso comecei a vingar-me numa sebenta e a escrever.
Do Teatro A Barraca para o Casino Estoril, depois para o Teatro Maria Matos, a seguir vem a Rádio Comercial, o Levanta-te e Ri e finalmente a K7 Pirata. Era isto que querias?
Quando comecei não havia circuito stand-up em Portugal. A Barraca surgiu quando fui a Lisboa numa das minhas incursões. Chegava lá e dizia: quero fazer stand-up, quem é que me atura? Então aceitaram fazer lá uma temporada que resultou em três meses e meio. Um dia foi lá o Raul Solnado e o Júlio César, que também são pessoas que se nota que não estão preparadas para o que estão a fazer, porque contrataram-me. Depois deu-me uma maluquice: não há nada de stand-up, vamos lançar um dvd antes que alguém se lembre primeiro que nós...que é uma coisa de que me posso gabar… Isto em 2002, não havia Levanta-te e Ri, não havia nada e as pessoas pensaram que era o melhor que se fazia em Portugal… Depois apareceu o Marco Horácio e deu cabo do meu futuro. Por que não enveredaste pelo humor do clichê?
Penso que cada um faz aquilo com que se identifica. Eu tenho um problema grave, que é não conseguir decorar anedotas, já os meus textos consigo decorar. Cada um faz o que gosta e busca o seu público. A mim disseram-me: tu se fizeres umas piadas mais ou menos deste tipo, que é o que eu faço, aparecem-te duas holandesas por semana com 1,80m. Obviamente que era mentira, mas foi isso que fiz.
Para fazer humor é preciso estar sempre em cima da actualidade?
Eu gosto muito de falar da actualidade, é uma estupidez porque tenho muito mais trabalho. Dá-me para isto. Por enquanto não há falta de público neste tipo de humor,
mas se um dia deixar de haver eu hei-de continuar a fazer a mesma coisa, não vou começar a fazer outras coisas, até porque acho que faço lá falta. Já fiz decoração de interiores, já fui DJ, sei fazer mais coisas, mas enquanto as pessoas não perceberem que eu não sei fazer isto, eu vou continuar a enganá-las.
Tu és mesmo divertido, ou Portugal é um país que propicia o humor?
Isto é um país que é um paraíso para qualquer humorista, sendo que há o meu lado de cidadão, que é pensar: estou-me a rir, estou a ganhar dinheiro, mas eu moro cá. Por alguma razão não tenho filhos…Há muitas vezes em que acho que não tenho piada e é bom eu ser extremamente auto-crítico, tenho é que tentar melhorar... mas não consigo.
Com o estado em que nos encontramos é fácil obter inspiração…
Já estivemos melhor, o Santana foi embora. Não se pode dizer que andem a contribuir muito mas há sempre outras coisas. O próprio português é riquíssimo em material. Eu, quando deixar de ter material para escrever, deixo crescer a unha do dedo mindinho.
Imaginavas-te a fazer uma entrevista ao José Sócrates?
Imaginava, já fiz o convite mas ele recusou porque é uma pessoa inteligente, eu próprio também não vou ao meu programa, por isso é natural que ele também não aceite.
Falando de política, és apartidário?
Eu costumo dizer que penso pela minha cabeça, sou reivindicativo, refilo e barafusto à minha maneira. Normalmente, os artistas estão conotados com a esquerda, eu não, até porque eu acho que já não há esquerda nem direita, há caça ao voto. A história dos partidos só serve para depois terem tacho no fim de alguns anos.
Já te passou pela cabeça formar um partido, um partido do contra?
Não tenho paciência, o meu contra é ir lá votar em branco e fazer uns bonecos no boletim de voto. Também depois de teres a Elsa Raposo como possível candidata à Câmara de Cascais, também eu consigo eleger a minha pessoa num outro círculo qualquer.
O presidente da delegação da ACAPO, Humberto Henriques, não conseguiu esconder o entusiasmo pelo sucesso do espectáculo e foi colhendo muitas gargalhadas com as suas piadas em palco. A solidariedade anda de mãos dadas com o humor e «promete mais para o ano», acrescenta.
Apesar do evento ter sido divulgado por diversos meios de comunicação social, de acordo com Humberto Henriques, o Akadémicos / Região de Leiria foi o único jornal que esteve presente no Teatro José Lúcio da Silva.
Humberto Henriques lembra ainda que muito está por fazer em relação aos cerca de 2000 invisuais do distrito, já que a associação conta apenas 80 associados. O presidente da delegação deixa um recado às Câmaras Municipais para que procedam ao levantamento do número de pessoas que precisam de ajuda neste domínio. «O sigilo dos censos tem tornado difícil encontrá-los», explica o mesmo responsável.
Como seria viveres num país com censura?
Neste momento qualquer um vai à televisão chamar os nomes que quiser a todos os políticos. Na censura a crítica funcionava por sugestão, era muito mais inocente e mais giro. Hoje é muito mais difícil fazer humor. Por outro lado, tínhamos o Salazar e podíamos ser vendidos para o Inter de Milão com o Eusébio.
No K7 Pirata, sentes que as pessoas vão com medo da entrevista?
Há pessoas que vão com medo que eu saiba determinadas coisas, mas felizmente ainda não me partiram os óculos. O programa tem três fases: a primeira é quando ainda não tinha ido para o ar e consegui enganar uma data de pessoas; depois há a fase em que o programa vai para o ar e começam a ver que eu tenho perguntas um bocado chatas e impertinentes, ficam reticentes; e depois há a terceira fase, que é a da consagração, em que conseguimos ter tantos bons convidados, que ajudam a trazer outros. O que é certo é que em Portugal as pessoas não estão habituadas a expor o seu lado mais brincalhão.
Houve alguma recusa que te tenha chateado particularmente?
Sim, a dos políticos. Ainda por cima porque só os queria para fazer uma pergunta, que é “Porquê?”. Vai o convite logo com o guião, normalmente são sessenta perguntas, sessenta porquês. Não percebo porque continuam a recusar.
Akadémicos JORNAL MENSAL 2005 07 29 SEXTA–FEIRA 09 kultos
O rapaz dos óculos azuis
Fernanda Branco
Fernanda Branco
Filipe
Guerra
War Of The Worlds (Guerra Dos Mundos)
Não, não é a Al-Qaeda
Género: Ficção
Realização: Steven Spielberg
Interpretação: Cruise, Dakota Fanning, Tim Robbins
No final dos anos 30 nos EUA viveu-se o evento que fez reflectir sobre o poder dos media e os efeitos que a histeria colectiva pode provocar: uma emissão de rádio baseada num livro de ficção, sob comando de Orson Welles, sobre uma invasão marciana, que espalhava a destruição e o caos. O resultado traduziu-se no pânico real entre ouvintes, que foram apanhados de surpresa.
Duas décadas depois surgiu a primeira adaptação ao cinema, ainda hoje considerada um clássico.
A moda dos filmes-catástrofe vai e vem, e quando Steven Spielberg mostrou interesse em adaptar a obra ao cinema, eis que estreia “O Dia da Independência”, e não ouve espaço para mais uma história na mesma senda. Ainda assim, a ideia ficou na gaveta, até ser solicitada novamente no ano passado (a estrear este ano), tornando-se numa das rodagens mais curtas de sempre para um filme desta dimensão. Mas estamos a falar de um projecto de Spielberg, e logo a expectativa é sempre grande.
A super-estrela Tom Cruise (depois do sucesso da parelha SpielbergCruise em “Relatório Minoritário) é a cabeça de cartaz, enquanto um pai divorciado que tem que olhar pelos filhos durante uns dias. Azar dos azares: máquinas alienígenas escondidas no subsolo terrestre ganham vida, e começam a destruir tudo à sua passagem. A correria começa, enquanto o povo foge pela vida.
É pertinente dizer que esta não é a história de uma invasão extraterrestre; é antes a corrida pela vida de Cruise e dos filhos, numa visão muito intimista à boa maneira de Spielberg. Claro que a catástrofe e as explosões estão todas lá, mas nunca vamos além do olhar que as personagens alcançam. Imaginem a perspectiva de “Sinais”, mas com o orçamento de “O Dia da Independência” e é este o resultado.
A conclusão do filme deverá ser uma das pontas soltas que ficaram por “limar”, talvez por causa de uma produção “em cima do joelho”.
Sem querer estragar a surpresa a ninguém, só se percebe realmente o que se passou graças à voz-off de Morgan Freeman, que abre e encerra o filme.
Mas sejamos sinceros: detalhes à parte, são duas horas memoráveis, numa escalada de terror e acção, com espaço para alguns exercícios de suspense do melhor que se tem visto recentemente. Os efeitos especiais estão na dose certa (os “trypods” alienígenas são, apesar de arcaicos, arrepiantes e imponentes), e se ainda só viram alguns dos trailers, não se fiem, porque estes estão muito contidos, e não mostram (como é mau hábito) tudo o que o filme oferece.
Blogosfera Na Teia da WEB
Desta vez o argumento é a fuga ao calor… Se tiveres alguma sugestão ou se gostarias de ver o teu blogue no Akadémicos, envia-nos um e-mail para akademicos@esel.ipleiria.pt
BLOG DO BIDÉ [http://blogdobide.blogspot.com]
Apresenta-se aqui o blogue que deu origem ao livro “Leituras de Casa de Banho”, num culminar de mais de dois anos de posts sobre «ideias fixas, ideias soltas, teorias de casa de banho, dúvidas existenciais pelo ralo, artigos sanitários, serviço púbico de humor.» E já agora, procurem o livro por aí.
Seis sugestões de compra
Sons e leituras de Verão
Livros
Título: A Mente do Universo
Autor: Ian Stewart e Jack Cohen
Editora: Presença
Num futuro muito distante, a humanidade é apenas uma das formas de vida do universo. No centro da trama está uma religião chamada “Unidade Cósmica”. Esta religião é intolerante para com todos aqueles que não queiram aderir aos seus princípios e vai interessar-se por um mundo oceânico chamado Sem-Lua e habitado por polipóides e suas esposas-do-recife.
Os autores deste romance de ficção científica são dois investigadores que se basearam nas mais recentes descobertas científicas.
Título: O Maçon de Viena
Autor: José Braga Gonçalves
Editora: Prime Books
E se o Marquês de Pombal fosse Maçon? E se a nova cidade de Lisboa tivesse sido construída em código? Se cada um daqueles elementos tivesse um sentido apenas ao alcance da Irmandade? Exagero? São essas as questões que nos coloca José Braga Gonçalves neste romance histórico, em que é feita uma investigação camuflada à vida do Marquês de Pombal. Este é um romance que se pretende polémico, como o seu autor!
Título: Querido Ramón
Autor: Ramona Maneiro
Editora: Dom Quixote
Este é um livro que nasceu a seguir ao êxito do filme “Mar Adentro”. Ramona Maneiro foi a pessoa que ajudou o tetraplégico Ramón Sampedro a encontrar a morte. Neste livro, a autora dá o seu testemunho desta experiência que muito a marcou… E deste amor, feito de provas muito pouco convencionais…
Título: The Night Before and The New Day
Banda: Blind Zero
Editora: Universal Music Portugal
Este disco traz um som renovado dos Blind Zero, mais luminoso que os discos anteriores. São músicas que falam de amor, de desamor e de solidão. Os Blind Zero são formados por Miguel Guedes, Nuxo e Vasco Espinheira, Pedro Guedes, Miguel Ferreira e Pedro Vidal. Este é o seu quinto disco de originais.
Título: Repulsion Box
Banda: Sons and Daughters
Editora: EDEL
Ora bem… Este é o disco de estreia dos “Sons and Daughters”, uma banda escocesa pop. Com uma música herdeira do som de PJ Harvey, eles aí estão, para dar som a este tempo quente.
Título: X & Y
Banda: Coldplay
Editora: EMI
Eis o terceiro álbum destes britânicos. Com grande maturidade e um nível de composição perto da excelência, este disco decerto fará parte da banda sonora do Verão. Não é por acaso que muitos os comparam frequentemente aos U2 ou mesmo aos Pink Floyd, pois as composições e concertos ao vivo trazem magia consigo.
MENINA DO PACOTE DE LEITE [http://ruxa.blogspot.com]
A menina do pacote de leite gosta de beber o leite frio, directamente da embalagem. De louvar a divulgação de eventos culturais de circuito alternativo. Definitivamente alfacinha, este blogue apresenta-se limpo, de linguagem simples, mas com muito sentimento.
PEDRAS SALGADAS
[http://pedrassalgadas.blogspot.com]
Aqui está um blogue que tem um bocadinho de tudo. Política, actualidade, poesia, mas sobretudo um gosto muito requintado do autor que vamos descobrindo na leitura. A não perder.
PRIMEIRO MINISTRO
[http://primeiroministro.blogspot.com]
Era bom que fosse verdade, mas não é o blogue do José Sócrates. Antes fosse, desse modo as cartas que muitos leitores escrevem para o gabinete tinham alguém que as lesse e que pudesse fazer algo para mudar o que anda mal.
ZERO À ESQUERDA [http://esquerdazero.blogspot.com]
“Oportunidades iguais significa que todos terão uma justa hipótese de serem incompetentes”, é a frase que nos saúda no Zero à Esquerda. Escrito a partir de Santarém, este blogue alia à constante má disposição do autor um sentido de humor que acompanha as foto-legendas.
Paulo Marques
Akadémicos JORNAL MENSAL 2005 07 29 SEXTA–FEIRA 11
Daniel Louro Fátima Oliveira
CD
kultos
Curso a Curso
Curso de Turismo da ESEL – uma aposta na qualidade
Devido à evolução do mercado de trabalho na região e no País, bem como em função dos naturais ajustes que se impuseram, depois da prática adquirida ao longo de alguns anos do curso, foi introduzida, no ano lectivo 2003/2004, uma significativa reestruturação curricular, com o objectivo de tornar a formação do novo currículo de Turismo mais diversificada, sem nunca esquecer as áreas base: o Ambiente, a Cultura e o Património.
O curso de licenciatura bietápica em Turismo tem por objectivo formar técnicos qualificados que perspectivem e enquadrem o planeamento e o desenvolvimento do turismo nas suas diferentes vertentes e tendências, nomeadamente na sua ligação ao património e à cultura, aos fenómenos religiosos, bem como ao espaço rural e natural, ao termalismo, ao desporto e à saúde e, ainda tendo em conta as modalidades de turismo para populações e grupos sociais específicos (turismo sénior...). Os profissionais que formamos estão em condições de promover o turismo, respondendo aos desafios de organização, gestão e marketing turísticos.
Os diplomados deste curso estarão preparados, em consequência, para exercer funções como: técnicos superiores especializados em turismo; gestores (nomeadamente, na actividade hoteleira e na criação de empresas de serviços ligados ao sector); consultores (na análise e avaliação de projectos, etc.); animadores e organizadores de actividades de desporto e lazer; operadores turísticos (por exemplo, em agências de viagens); relações públicas em empresas ligadas ao sector; técnicos superiores de organismos regionais e locais de turismo, designadamente em autarquias, regiões de turismo ou outras entidades públicas e privadas.
Com efeito, procura-se desenvolver nos nossos alunos o estudo do turismo em termos científicos, dotando-os ainda de elevada capacidade empreendedora, capaz de responder à competitividade e novas condições e circunstâncias em que se desenvolve a actividade turística.
Mirone
Ai o inglês...
No passado 14 de Julho, houve casa cheia no José Lúcio da Silva. E a comédia foi de tal ordem que saltou do palco para os cartazes. É que alguém, por comédia, com certe-
A fechar O
Últimas
Simpósio Internacional de Informática Educativa na ESEL
A Escola Superior de Educação, do Instituto Politécnico de Leiria, receberá a sétima edição do Simpósio Internacional de Informática Educativa.
Este evento decorre alternadamente em Portugal e Espanha e coloca em contacto grupos de investigação internacionais que têm como objectivo partilhar experiências de investigação, assim como aproximar os utilizadores finais dos investigadores, e pessoas envolvidas no desenvolvimento de software educativo.
Este fórum internacional, que adquiriu já um estatuto de referência e ponto de encontro para utilizadores, grupos de I&D e instituições do espaço Iberoamericano, realizar-se-á entre 16 e 18 de Novembro de 2005.
As línguas oficiais do simpósio serão o Português, o Espanhol e o Inglês. Para mais informações e inscrições ver em www.siie05.esel.ipleiria.pt.
Novas licenciaturas, pós-graduações, mestrados e doutoramentos no ISLA
O ISLA abriu novas licenciaturas, pós-graduações, doutoramentos e também um mestrado.
As licenciaturas são em Segurança e Higiene do Trabalho, Design Integrado do Produto, Comunicação e Tecnologia da Informação e Turismo.
Pós-Graduação em Ciências Documentais, Pós-Graduação avançada em Gestão de Recursos Humanos e Pós-Graduação executiva em Project Management and Training.
O mestrado a realizar será em Administração e Políticas
Os doutoramentos do ISLA decorrerão em parceria com as Universidades La Rioja, de Vigo, Leon e da Coruña; sendo eles em Higiene Pessoal e Segurança no Trabalho, Gestão da Comunicação (Relações Públicas, Informação e Publicidade), Ciências da Actividade Física e do Desporto, Psicologia e Ciências da Educação, Gestão de Empresas, Filosofias Modernas, Ecologia e Tecnologia Ambiental, Avaliação e Orientação na Educação, Inovação e Investigação Educativa, Ciências da Educação: a Investigação Educativa no Âmbito Didáctico.
Para mais informações consultar o site www.islaleiria.pt.
Alunas da ESAD ganham prémios em concurso nacional
A ESAD obteve dois prémios no Concurso Nacional de Design Cerâmico “Espaço e Criatividade”, promovido pela RECER, atribuídos na Categoria de Estudante, às alunas Filipa Margarida Afonso Cabaço - 1º prémio, e Dina Raquel Fernandes Malhão - 2º prémio, ambas do 5º ano do curso de Design Tecnologias para Cerâmica.
Novos cursos no IPL
São vários os cursos que o Instituto Politécnico de Leiria oferece anualmente aos alunos e futuros alunos desta instituição. Este ano contará com algumas novidades na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) e na Escola Superior de Tecnologia do Mar (ESTM). Na ESTG o destaque vai para Biomecânica, Informática para a Saúde, Tecnologia Equipamentos de Saúde e Organização e Gestão de Empresas (também em regime nocturno). O curso de Comércio e Marketing deixou de existir, dando origem a dois novos cursos: Comércio Internacional e Marketing. Na Escola Superior de Tecnologia do Mar a novidade é o curso de Marketing Turístico, um marketing mais direccionado para as necessidades da região. Para mais informações sobre estes e os restantes cursos, consulte o site www.ipleiria.pt.
Opinião
Tourada nos media
Este fim-de-semana foi em cheio para os amantes da touramaquia. Dois espectáculos de corrida de touros na televisão. A verdadeira Festa Brava que alguns portugueses gostam de incluir na nossa cultura. E é agora, no Verão, que estes acontecimentos ganham corpo. Já se começam a ver cartazes espalhados pela rua a anunciar a festa portuguesa, onde se podem ver os cavaleiros a lutarem corajosamente contra o touro, numa luta viril, dizem eles, onde o único objectivo é o espectáculo e a divulgação da cultura portuguesa. Mas desde quando matar um animal numa luta desigual é um espectáculo? “Eles” afirmam que não há quem goste mais do touro do que os aficionados? Existe relação amor/ódio mais explicíta que esta? O que mais me impressiona é como certas estações de televisão continuam a transmitir esse mar de sangue e de crueldade para com os animais, e transmitem-no com o argumento de estar a defender as tradições portuguesas. Pois, é assim que as sociedades evoluem. Certas tradições deixam de existir com o evoluir da sociedade e dos seus comportamentos. Ainda bem que evoluímos e já não existe escravatura, já não somos queimados no Terreiro do Paço se alguém nos acusar de bruxaria. No caso da RTP, compreendo um pouco como ainda transmite touradas, pois aquela estação está parada no tempo, agora a TVI... É impressionante como uma estação de televisão marca tão bem a sua opinião, mas o pior é quando a marca no noticiário, onde as notícias deveriam ser as mais objectivas possíveis. Estou a lembrar-me do caso de Barrancos, onde o chamado “Jornal Nacional” resolveu fazer um pequeno especial e deslocou para a pequena vila o “independente jornalista” Amílcar Matos, que nunca conseguiu esconder a sua verdadeira afeição pelos touros, ou melhor, pela morte dos touros. Peço desculpa, estou aqui a falar de coisas que, por vezes, são totalmente antagónicas: objectividade e TVI.
Segundo o site www.animal.org.pt existem outras instituições que promovem activamente as touradas, como é o caso da Rádio Renascença, associações de estudantes e até mesmo a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Curioso é o facto da maior parte das praças de touros serem propriedade das Santas Casas da Misericórdia.
Deixem-me dar um pequeno conselho: por que não apoiar e transmitir as lutas de cães? Ouvi dizer que que existem cada vez mais pessoas que gostam deste tipo de “espectáculo”. E pode ser que tenham até o apoio do Presidente da República, Jorge Sampaio, já que também permitiu o regime de exepção a Barrancos.
Filipe Guerra
M.ª Graça Poças Santos Directora do curso
Filipe Guerra
Foto: ESEL