Akadémicos 11

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SUPLEMENTO DO SEMANÁRIO REGIÃO DE LEIRIA DE 2006 04 21 NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE Parceria com a ESEL ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DE LEIRIA
0211 Ana Barros Sentada no Mocho “Desvirtuou-se o conceito da Semana Académica” 06 07
2006 04 21 SEXTA–FEIRA JORNAL MENSAL

Director Francisco Rebelo dos Santos

Director executivo

Pedro Costa

Presidente do Conselho

editorial

Graça Fonseca (presidente do conselho directivo da ESEL)

Coordenador Técnico

António José Laranjeira

redacção e colaboradores: Ana Rosa; Ângela Duarte, Cláudia Moiteiro, Cristina Parente; Daniel Borges; Diana Combo; Dejanira Costa: Edite Felgueiras; Fátima Cordeiro; Fatu Buaró; Fernanda Branco; Filipa Gonçalves; Filipe Guerra; Liliana Martins; Mário Ventura; Marta Costa; Miguel Oliveira; Mónica Oliveira; Pedro Santos, Rui Formiga; Sónia

Olaio, Susana Raposo; Tatiana Silva; Telma Freire; Vânia Santos

Paginação:

Paulo Marques

Departamento Comercial

Alda Moreira (Directora);

Propriedade

Empresa Jornalística

Região de Leiria, Lda.

Contribuinte N.º 500 096 805

redacção

Escola Superior de Educação de Leiria

Rua Dr. João Soares, Leiria akademicos@esel.ipleiria.pt

Parceria

Escola Superior de Educação de Leiria

Impressão

Mirandela, SA - Lisboa

Distribuição

Vasp

Cinemador

V de “Viva o Terrorismo”!

Género: Drama

Realização: James McTeigue

Com: Natalie Portman, Hugo Weaving, John Hurt

Ainda antes de concluírem a trilogia Matrix, os irmãos Wachowski delinearam a história do esperado filme, que estreou esta semana.

Baseado numa BD com o mesmo nome, “V de Vingança” situa-se num futuro não muito distante, numa Inglaterra oprimida por um sistema fascista e opressor. O libertador, que seria de esperar existir num ambiente destes, é personificado por um incógnito, de seu nome-código “V” (Weaving), que se diverte a explodir monumentos britânicos, enquanto corre os becos londrinos mascarado de Guy Fawkes. Pelo meio, salva Evey (Portman), uma jovem que acaba por se tornar sua aliada.

Diz quem leu os “comics” originais que o filme se mantém bastante fiel ao espírito. Mas isto não se deve a nenhuma colaboração de Alan Moore, o escritor original; o senhor preferiu até manter distante qualquer ligação com o filme (como o fez anteriormente com a “Liga de Cavalheiros Extraordinários”, também da sua autoria).

Se numa olhadela pelas primeiras imagens somos levados a concluir que isto é mais um “blockbuster”, com “V” a pular telhados e a travar lutas em “bullet-time” com senhores de armas em punho, desenganem-se: as cenas de adrenalina contam-se pelos dedos, não chegando sequer para classificar isto como um filme de acção.

“V de Vingança” é, sim, um drama de ficção político, negro e denso, com o habitual trabalho de polícia em segundo plano para caçar o terrorista. Claro que o “mascarado” é um “tipo porreiro” e cheio de lábia, que nos faz simpatizar com a sua demanda, mesmo sem lhe vermos uma expressão facial que seja durante todo o filme.

Como não podemos contestar nenhum dos valores de produção que estão aqui patentes, nem mesmo a prestação dos actores, na sua maioria ingleses (até Natalie Portman dá uns toques no sotaque “brit”), este podia ser um dos filmes do ano. Mas não o é.

O filme insinua mais do que aquilo que apresenta, e nunca saímos do primeiro patamar. Não é um filme aborrecido, mas desperta uma expectativa que nunca é resolvida no ecrã, e quando o final chega, a sensação de clímax é tão rápida como um orgasmo precoce.

De momento, não existem sugestões melhores no cartaz de cinema (muito menos no de Leiria), por isso, a irem ver, façam-no como se fosse um filme pequeno, quase de grande orçamento, mas sem o ser.

“V” não é um mau filme, mas as altas expectativas podem magoar muitos espectadores ressacados do King Kong.

Vai lá, Vai... uma agenda do mês

Formação

03 a 05 de maio – Leiria

Fórum da Juventude

Esboçar um Futuro – Mercado de Alcobaça Informar os jovens sobre a organização da sua vida profissional.

TeaT ro

03 a 05 de maio – Leiria

azul a Cores − mundo perfeito − Festival de Teatro de Leiria

Uma mulher contrata um homem para a acompanhar até um quarto de hotel e ouvir todos os insultos e desabafos que não pode dizer ao marido que a abandonou. Este é o ponto de partida para Azul a Cores.

5 maio às 21h30

“mulheres simulando sonhos” − Festival de Teatro de Leiria

Trata-se de um espectáculo de tributo às vítimas da mais longa guerra que a História conhece: a guerra dos sexos

Tunas

InsTITuna

27 de maio - IV Fitumis

30 de maio - Feira do Livro

noCTuna

11 maio - Semana Académica de Caldas da Rainha

13 de maio - Dia Aberto (Escola Profissional de Alcobaça)

30 maio - Feira do Livro de Leiria

TaIL

29 de abril a 3 de maio - IV Encontro de Tunas “Sons do Mar” (Terceira, Açores)

inKérito |

01 Hélio mota, GOE, ESTG

DI zem que...

Atenção aos desaparecidos! Após uma noite inteira à procura de um rapaz, um grupo de amigos fala com o grupo da Cruz Vermelha, a fim de encontrar o foragido. A noite passa, e não há rasto do moço. Onde é que ele vem a ser encontrado horas mais tarde?

Caído, inconsciente, na vala junto à estrada nacional.

11 de maio - Semana Académica das Caldas da Rainha

Tum’aCanÉnICa

28 de abril a 3 de maio - Sons do Mar – Terceira, Açores

11 de maio - Semana Académica de Caldas da Rainha

13 de maio - Aniversário da Tum’Acanénica - 11 anos

18 de maio - Gala AEESEL

FoTogra FI a

6 de maio

Segunda maratona fotográfica − Batalha. A maratona tem como objectivo promover as potencialidades naturais e patrimoniais do concelho da Batalha, atraindo assim novos olhares sobre a região.

Traga a sua máquina e participe. A prova será aberta a 30 participantes, existindo três categorias, a inscrição é gratuita e pode ser feita na Autarquia da Batalha, devendo ser consultado o Regulamento da Maratona. Para mais informações visitar o site www.cm-batalha.pt

e XP os I çÕ es

21 de abril a 11 de maio

“Jóias diferentes para pessoas diferentes”, da autoria de Sandrine Vieira. A mostra vai estar patente na Galeria Livraria Arquivo em Leiria. Sandrine Vieira tem apenas 30 anos. Esta portuguesa nascida em Paris já se aventurou por múltiplos sectores das artes, numa busca incessante de novos conhecimentos e inspiração para o seu trabalho. Desde a sua licenciatura em design gráfico e ilustração (1999) que frequentou cursos e workshops tão diversos como os de fotografia, joalharia, cinema de animação e fusão de vidro.

Quais são as tuas expectativas em relação à XV Semana Académica de Leiria?

Ângela Duarte e sónia olaio

Espero que seja um sucesso, o cartaz é sempre mais ou menos o mesmo... mas estou a pensar ir!

02 Carla Pereira, Enfermagem, ESS

Vai ser divertido! Desde que seja do agrado das pessoas... Não estou a pensar ir todos os dias.

03 andreia santos, CSEM, ESEL

Acho que o cartaz é muito linear. Devia ter mais diversidade... é só hip hop, hip hop... mas também não vou poder ir porque vou estar a trabalhar.

Não estou a pensar ir todos os dias, mas mesmo assim acho que vai ser divertido!

2006 04 21 SEXTA–FEIRA 0 Akadémicos JORNAL MENSAL
Vai lá, Vai... Ficha Técnica
03 02 01
akademicos@esel.ipleiria.pt
04 ana do Paço, Enfermagem, ESS 04
Tatiana silva

O desfile da XV SAL

Mais uma vez, também nesta Semana Académica de Leiria (SAL) que se aproxima, a tradição irá ser cumprida. O desfile da Academia de Leiria realizar-se-á, como sempre tem sido, na quinta-feira, 27 de Abril, tendo início por volta das 14 horas. Quanto ao percurso, ainda não existem certezas. Prevê-se que seja o habitual, no entanto, após a chegada à Fonte Luminosa, o cortejo irá para o jardim situado atrás da Igreja de Santo Agostinho. Boa disposição, energia e muita cerveja são os ingredientes para esta tarde de folia em que caloiros, semi-doutores, doutores, finalistas e veteranos sairão para as ruas de Leiria ao som das músicas e gritos dos seus cursos, para assim se fazerem ouvir até que a voz lhes doa.

Desta forma, os vários cursos da Escola Superior de Tecnologia e Gestão, da Escola Superior de Educação, da Escola Superior de Saúde e do Instituto Superior de Línguas e Administração (ISLA) desfilarão pela cidade vestidos com t-shirts criadas pelos alunos, e que os identificarão consoante a cor do curso.

Também, e tal como tem acontecido em anos anteriores, a maioria dos cursos irá fazer-se acompanhar de um carro alegórico e mostrar a força do espírito académico de Leiria.

Convidam-se assim, todos os cidadãos de Leiria a assistir a este desfile que se prevê que seja um dos pontos mais altos da XV SAL.

Mais tarde, a festa continuará no recinto da SAL, ao som de Rouxinol Faduncho e Big Jovem, ficando a abertura da noite a cargo dos Red House View, a banda vencedora do concurso band_over_leiria promovido pela Associação de Estudantes da Escola Superior de Educação.

Abertura É festejar!...

Aí está mais uma Semana Académica, a que dedicamos quase completamente esta edição, como não podia deixar de fazer o jornal da Academia de Leiria relativamente à mais importante festa da Academia. Mais uma vez, por esse facto, algumas das secções habituais tiveram de ficar de fora, de novo. Para o mês que vem retomaremos o ritmo normal do jornal e estarão, então, de regresso todas essas rubricas.

A Semana Académica é um acontecimento único, que motiva e mobiliza boa parte dos alunos do ensino superior de Leiria. E dizemos boa parte dos alunos porque é só a eles a que o actual figurino da Semana Académica é dirigido. Alinhamos na festa, evidentemente, mas não queríamos deixar de o fazer sem tentar reflectir um pouco sobre esse modelo. Não seria tempo de se caminhar noutro sentido, fazendo o que se faz, mas indo um pouco mais além, tentando envolver todos os outros segmentos da Academia?

É claro que a organização da Semana faz o seu melhor, e trabalha arduamente para que tudo corra bem, e de forma que agrade aos estudantes. Não é isso que está em causa. O que se questiona é se não será o momento de começar a pensar numa evolução do modelo. Talvez seja importante, a propósito, escutar o que nos diz a Ana Barros, ex-estudante que participou na organização de algumas das primeiras semanas académicas. Concorde-se ou não com ela, e ambas as posições são legítimas (além de saudáveis!), não fará mal nenhum discutir o que ela diz. Não é para agora, claro, mas é um pista e um desafio que aqui deixamos.

Para já, desejamos a todos uma excelente Semana Académica! Divirtam-se, com alegria mas também com responsabilidade, porque se há mar e mar e ir e voltar, também há rir e rir… e voltar a rir! Até para o mês que vem!

Está a dar especial semana académica

dizem que...

As cabines que funcionam com WC são o eterno ponto de partida e chegada de muitos, e suscitam uma relação amor/ódio entre os estudantes. De amor, na hora das descargas dos muitos fluidos corporais; e de ódio, pelos odores emanados. O saldo final pode mesmo estragar alguns sapatos, e fazer inveja, pelas dimensões, a muitos parques aquáticos do país.

Uma semana de euforia

Está aí a XV Semana Académica de Leiria, que se realiza entre 23 e 29 de Abril, organizada pelas Associações de Estudantes da ESTG, ESEL e ISLA. Há quinze anos que as semanas académicas de Leiria contam com um cartaz de luxo, e este ano não foge à regra. O segredo está, segundo Maria Inês, presidente da Associação de Estudantes da ESTG, “ir alterando todos os anos os nomes de cartaz, de forma a agradar a todos”.

Este ano volta-se a apostar na música electrónica, com os franceses Rinôçerôse, os misteriosos Dezperados e, para os amantes do tecno, XL Garcia vai voltar a pôr, mais uma vez, todos a dançar. No reggae, os Mercado Negro vão trazer muitas vibrações positivas. Também para os amantes do hip hop, Boss AC faz a festa juntamente com Da Weasel, estes já bem conhecidos e acarinhados pelo público leiriense e não só.

“A Semana Académica de Leiria atrai muitas pessoas de fora, já que o cartaz é publicitado por todo o País. Trata-se de um evento cultural, e, como tal, traz cultura à cidade”, refere Maria Inês. “Temos um problema grave, que é não haver um espaço definido. A Câmara Municipal deu cem por cento de apoio, mas isso, por si só, não chega. Os cidadãos leirienses também têm de o reconhecer como o maior evento de Leiria.”

A presidente da Associação adianta também que na primeira noite, a da Serenata na Sé, não vai haver cerveja: “Quem vai, é para ver e ouvir, é um momento de tradição, e de maior silêncio, tem de haver respeito”.

Ainda por confirmar, está a ideia de fazer a campanha «100% cool», a fim de sensibilizar os estudantes a não levarem o carro para o recinto, se beberem. “A organização e as Associações de Estudantes têm a responsabilidade de alertar os estudantes para os perigos e para os actos que praticam”, salienta Maria Inês.

Responsabilidade tem também a organização no que diz respeito à preparação do recinto, que habitualmente ficava a cargo da câmara: “Se por um lado aumenta o trabalho e a movimentação desta organização, é compensado com um aumento do subsídio da CML que visa suportar estes custos”, avança a presidente da AEESTG.

O outro programa

Mas para quem pensa que a semana académica é só à noite, desengane-se, pois irá haver actividades, as quais, segundo Maria Inês, permitem uma maior interacção entre os estudantes do ensino superior e mesmo com a própria cidade.

Na segunda-feira, haverá o peddy paper nocturno pela cidade de Leiria, que visa desenvolver um maior companheirismo entre caloiros e veteranos. As inscrições podem ser feitas nas associações de estudantes. Na terçafeira, pelas 15horas, ocorrerá a garraiada, que se está a tentar trazer para a cidade de Leiria, pois, como afirma Maria Inês, “ao longo dos últimos anos verificámos pouca adesão a este evento devido ao facto de ser realizado tão longe da cidade. Estamos em conversações com algumas juntas de freguesia do concelho de Leiria mas para já não podemos adiantar com precisão o local”. Na quarta-feira, também pelas 15horas, realizar-se-á um torneio de futebol inter-escolas, no campo de jogos do IPL, assim como uma peça de teatro, pelas 16 horas, no auditório do IPJ de Leiria, levada à cena pela Associação Novo Olhar. A peça tem como tema “Armadilhas do Sexo” e falará de relações sexuais desprotegidas e dependência de drogas. Para terminar em beleza, na quinta-feira, a partir das 14h30, o tão divertido desfile académico, que este ano tem como tema «A Sátira Política».

A presidente afirma ser “uma forma dos estudantes saírem para a rua, passando uma mensagem importante para o exterior, e mostrar como os nossos problemas estão relacionados com a política”.

À parte disso, a rota do desfile vai mudar, este ano, devido às obras no centro da cidade, seguindo em direcção ao Jardim de Santo Agostinho.

O recinto, como tem sido habitual nos últimos anos, situa-se junto ao IC2, com a entrada junto à rotunda do D. Dinis.

Akadémicos JORNAL MENSAL 2006 04 21 SEXTA–FEIRA 0
Ângela duarte e Sónia Olaio dejanira Costa

dizem que...

Querem diversão? Dêem uma saltada à tenda do apoio médico! Todos os anos bastantes estudantes vão até lá, não para ir procurar ajuda, mas simplesmente para a paródia. Oferecem comida e bebida, brincam aos médicos, e chegam a aparecer ex-vítimas para agradecer a ajuda prestada em dias (ou anos) anteriores.

Está a dar especial semana académica

dizem que...

Bilhetes falsos, pulos pelas vedações ou corridas às ofertas do Região de Leiria, são tudo soluções para os mais tesos que não querem perder o espectáculo. O mais concorrido advém da situação geográfica: mesmo ao lado do recinto, instala-se um morro propício aos espectadores sem nota. Recorde batido num concerto dos Blasted Mechanism, onde se relata uma plateia de dezenas de espectadores, que, embora ao longe, assistiram ao concerto de graça!

As Bandas da Semana Académica

Da Weasel

XL Garcia

Na mesma noite, a tenda montada no recinto recebe um DJ reconhecido do panorama nacional. XL Garcia iniciou a sua carreira como DJ após vários convites de colegas de liceu, actuando em «matinées» de sociedades recreativas e liceus.

Unidos, também responsável pelo registo “Sem Cerimónias” dos Mind Da Gap.

A Semana Académica abre em grande com uma das bandas mais criativas da música nacional, que escolheu o português como forma de expressão. Os Da Weasel deram, no entanto, o pontapé de saída da sua carreira em inglês, e de uma forma muito experimentalista. O seu primeiro registo discográfico chegou ao mercado em 1994, uma maqueta com o tema “Da King (Monkey Version)”.

O EP intitulado “More Than 30 Motherf***s”, produziu um dos grandes êxitos da banda, e foi sucedido, no ano seguinte, pelo muito aguardado disco de estreia, “Dou-lhe Com a Alma”, considerado o primeiro álbum hip hop da autoria de uma banda portuguesa, onde se iniciou a transição do inglês para o português como língua dominante.

O “3.º Capítulo” foi a prova de fogo na carreira da banda, no primeiro registo editado pelo grupo para a EMI. Um álbum assumidamente rap e de grande pessimismo, que convenceu o público português com o tão bem sucedido “Todagente”, com o qual ainda hoje são associados.

Em 1999 chegou então às lojas o terceiro álbum de originais do grupo: “Iniciação a Uma Vida Banal – O Manual”. Aclamado pela crítica e adorado pelo público, o disco marcou o regresso em força da “doninha” no seu melhor à actividade discográfica e aos palcos portugueses.

O ano de 2001 foi marcado pela edição do novo álbum de originais intitulado “Podes Fugir Mas Não Te Podes Esconder”, tendo tido como primeiro avanço o single “Tás na Boa”, que constituiu uma excelente amostra do lado mais “a abrir” da música dos Da Weasel.

Em Maio de 2004, foi lançado o sexto trabalho de originais da banda, “Re-Definições”, que contou com as participações de Manuel Cruz, ex-Ornatos Violeta, João Gomes, dos Cool Hipnoise e SpaceBoys, e da jornalista Anabela Mota Ribeiro na leitura do tema que dá título ao álbum. O álbum tornou-se o disco mais bem sucedido da carreira dos Da Weasel, atingindo o estatuto de quádrupla platina, por mais de 60 mil cópias vendidas. No final de 2005, a banda actuou no Olympia de Paris e em Macau, assim como na Madeira, secundada por músicos de orquestra. No arranque de 2006, os Da Weasel foram dados como um dos nomes confirmados para o Rock In Rio Lisboa, notícia que espelha o seu estatuto de banda de primeira divisão em Portugal.

dizem que...

Muitos evitam entrar sequer nos WC-cabina de rua, preferindo “vazar as águas” contra o arbusto mais próximo. Mas há quem procure as cabinas para outros efeitos: conta a Cruz Vermelha que a ronda do recinto passa sempre pela verificação de cada um dos cubículos, onde já vai sendo regra encontrar, altas horas da matina, com o sol a despontar, jovens adormecidos e inundados em camadas de esterco encrostadas.

O destaque conseguido leva-o até uma proposta para a discoteca “Visage”, hoje “Remédio Santo Club” na Costa da Caparica. Era o começo de uma carreira com longos anos de duração, com passagens por clubes como, “Loucuras”, “Zona +” e “A Paulinha”, acabando por ingressar no “Kremlin” em 1993, local onde se centravam todas as atenções.

Um ano depois ruma ao Norte para inaugurar o “Terminal X”, clube que viria a contribuir decisivamente para o revolucionar de mentalidades em relação ao house music. Participou em importantes eventos no já extinto “Cais 447”. Entrou no circuito freelancer ainda em 94, ligando-se à “X-Club” pouco tempo depois, participando em eventos emblemáticos e inesquecíveis tais como “Castelo de Monsaraz”, “Foz Nave”, “Neptunus” e “Olá Love to Dance”. Responsável por compilações de dance music bem sucedidas como “Neptunus”, Solid, “Pure Elements of House” e “Ola Love to Dance”, usou o pseudónimo “BigLouie G” nos seus projectos house até final de 2003. Teve algumas participações além fronteiras – onde se podem destacar cidades como Paris, Bruxelas, Lauzanne, São Paulo, Luxemburgo e várias cidades espanholas. É presença regular na Colômbia onde goza de grande prestígio.

Participou nos festivais “Vilar de Mouros” e “Rock in Rio Lisboa”. Como hobbie escreve crónicas na revista “Portugal Night”.

Boss AC

Mas a verdadeira prova do seu valor chegou em 2005 com o álbum “Ritmo, Amor e Palavras”. Ultimado em Nova Yorque, o disco conta com a participação de artistas como os Da Weasel, De La Soul e Sam The Kid, entre outros. “Ritmo, Amor e Palavras” chegou ao estatuto de disco de ouro no Verão de 2005, com mais de 10 mil cópias vendidas. Em Outubro, o rapper português assegurou a primeira parte da estreia de 50 Cent em Portugal, no Pavilhão Atlântico, em Lisboa.

Red House View

A noite mais “popular” da semana, quinta-feira, abre com os Red House View. São a banda leiriense vencedora do “Band_Over Leiria”, o concurso de bandas de garagem organizado pela Associação de Estudantes da ESEL.

O projecto Red House View nasceu em Outubro de 2005. Embora possam ser considerados uma banda recente, o historial dos vários elementos dos Red House já data de alguns anos.

Esta é a grande estreia ao vivo, depois de dois concertos em bares da região e da actuação no “Band_Over Leiria” e será a prova de fogo para os Red House View.

Rouxinol Faduncho

Com êxitos como “Fado das Barracas”, “Acudam (vai sacudir vai abalar)” e “Dona Maroca”, o álbum de estreia de Rouxinol Faduncho prova que o grande “artista” veio para ficar.

Depois de uma Noite de Tunas, o Hip Hop está de volta. Dia 26 de Abril (quarta-feira), recebe a nova estrela nacional do rap, Boss AC. Foi longo o percurso do artista antes de conseguir concretizar o sonho chamado “Mandachuva”. Depois de várias participações especiais em discos de nomes como Da Weasel e General D, o rapper começou finalmente a ver definidos os traços do seu futuro na música. Em finais de 1997, Boss AC parte para os EUA onde grava as faixas que deram forma ao álbum “Mandachuva”, contando com a ajuda de Troy Hightower, um dos mais requisitados misturadores de hip hop dos Estados

O fadista tem esgotado salas por todo o mundo, com a excepção do estrangeiro, mas especialmente em Portugal. O público português tem confirmado a popularidade desta personagem, e já é frequente ver fãs com boinas tradicionais à Rouxinol.

O ex-emigrante traz-nos uma colectânea com os maiores sucessos de uma longa carreira de sensivelmente um ano, e chamou-lhe, como é apropriado, “Grandes Êxitos do Rouxinol Faduncho”. O álbum já esteve no muito respeitável oitavo lugar dos “tops”.

Esta é a descrição possível de uma das mais caricatas personagens criadas pelo actor e humorista Marco Horácio. Natural de Vieira de Leiria, o apresentador do “Levanta-te e Ri” tem um vasto currículo profissional que abrange áreas como a

dizem

O traje académico teve a favor do estudante! situações menos evidentes: uma capa serviu para circunstantes uma das Semanas Académicas hora de aperto, uma sária “assistência” ao literalmente apanhada, “a boca

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O cartaz

televisão, o cinema, a publicidade, o teatro, a animação, as dobragens e a locução. Marco Horácio é um autêntico homem do espectáculo!

Rinôçérôse

feita pela V2, o seu álbum de estreia, “Installation Sonore”, que confirma toda a subtileza e originalidade do seu som. Confirmada, em 2002, com o sucessor, “Music Kills Me”.

No final do concerto da banda, a tenda dos DJ recebe o não menos conhecido Rui Estevão, animador da Antena 3.

BoiteZuleika

Festa do Avante, entre muitas outras.

A estreia dos Mercado Negro em disco chega finalmente em 2004, antecipado em meados de 2003 por um CD single “Beija-Flor” que se torna um clássico na Antena 3, que o passava em exclusivo.

Em Março de 2004 sai o álbum homónimo, com distribuição no jornal de música Blitz, e o single “Oh Lua” é a música escolhida para promoção, que se tornou um verdadeiro hit de rádios e concertos do grupo.

Dezperados

A 15.ª Semana Académica termina com uma noite bem animada, com os BoiteZuleika, Mercado Negro e Dezperados.

Os BoiteZuleika nasceram em 2000, no Porto, enquanto banda. Desde o primeiro passo até então o grupo foi compondo as canções que agora fazem parte do primeiro CD. Algumas das músicas foram as primeiras experiências de composição dos seus elementos e outras, mais recentes, foram criadas durante o processo normal de crescimento de um colectivo, com entradas e saídas de elementos até à formação actual.

Esta é a grande aposta da organização para este ano. Definir a música dos Rinôçérôse não é tarefa fácil. A sua particularidade consiste em modelar uma sonoridade de cariz dub e house com guitarras eléctricas, indo contra todos os códigos existentes na cultura da música de dança. Ainda para mais, numa altura em que esta era praticamente desconhecida no seu país de origem, a França. Saídos das cinzas de uma banda independente de Montpellier, Jean-Philipe e Patou Carrie resolveram criar música house, utilizando essencialmente guitarras. A banda lança um EP homónimo pela editora Elephant, em 1995. Nesta altura, começam também a tocar ao vivo. Devido a esse facto, a formação é rapidamente alargada para sete elementos, contando agora com três guitarristas, um baixista, um percussionista, um flautista, um manipulador de sintetizadores e um baterista, para além de um vídeo jockey e um dj. Assim, de uma formação reduzida, tornam-se num conjunto extenso que começa a ganhar o apreço da crítica.

dizem que...

académico sempre esestudante! Mesmo nas evidentes: reza a lenda que para preservar das vistas dos das cenas mais célebres das Académicas de Leiria, quando, numa jovem prestou a necesao seu par, tendo sido apanhada, de joelhos, com boca na botija”!

Os ecos das suas prestações ao vivo começam a chegar aos ouvidos das editoras. E em 1996, assinam pela PIAS de França, pela qual lançam, dois anos depois, um novo EP de nome “Le Mobiler”. Tocam, ainda, na primeira parte dos Underworld, em Paris, o que lhes começa a conferir notoriedade no meio.

Finalmente em 1999, editam, desta

A musicalidade da banda tem raízes portuguesas e influências transatlânticas, desde o ritmo quente da bossa-nova e algum africanismo, até à velha escola do rock americano.

A vitória do concurso de Novos Valores da Antena 3, com direito a passagem no SuperBock-Superock 2004 e a gravação do dito álbum, foram elementos motivadores para um grupo já com algumas ideias em relação ao seu percurso.

Assim, acontece entre Outubro de 2004 e Março de 2005 a gravação do seu álbum de estreia. “Éramos Assim” foi a estreia ansiada até pela própria banda, que como é lógico quer crescer.

Mercado Negro

São cabeça de cartaz do fecho da edição da SA. Os Mercado Negro surgiram pela necessidade de Messias querer levar mais longe a sua vontade e sentimento. A primeira aparição pública deu-se em 1999, no lendário Ritz Club. Definem a sua música como “espiritual, interventiva e também festiva”. Não há quem fique indiferente às boas vibrações, às mensagens e ao poder de comunicação da banda. Messias é um verdadeiro “animal de palco”, é a voz, o mentor e líder dos Mercado Negro.

A banda tem marcado presença nos grandes Festivais de Verão como o Festival Galp Energia, Festival Sudoeste, Paredes de Coura, Festival Tejo, Festival Reggae Algarve,

Com identidade desconhecida, guardada por detrás de máscaras, os Dezperados são uma dupla de DJ conhecidos pela sua música “radioactiva”.

A partir do Lux, a música da dupla ganhou protagonismo. Com uma postura inovadora, passam música para as mais diversas estruturas e influências. O lema do grupo reside na base de que “o importante é a música e não a identidade de quem a passa”, daí as máscaras como adereço.

dizem que...

Nota aos mirones de Leiria: “hot-spots” para casais em pleno acto no recinto da SA passam pela área dos WC (tanto dentro como fora), áreas laterais às barracas de “comes e bebes”, e toda a área limítrofe do próprio recinto (estacionamento incluído, dentro e fora de veículos estacionados.) Bónus especial para o “voyeur” que caçar expressões do amor mesmo entre a multidão (casos raros, mas existentes, conta a voz do povo)

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Está a dar especial semana académica

A tarde em que caiu um palco

As semanas académicas ficam sempre marcadas por episódios divertidos ou, por vezes, bizarros. Lembra-se de algum em especial que tenha acontecido durante o seu tempo de estudante?

Caiu um palco... No primeiro dia da SA de 1996, estava na organização nessa altura. Tínhamos um palco principal e um secundário. No secundário actuavam as tunas de Leiria todas as noites. Eram para aí quatro da tarde quando o palco principal caiu. Nessa noite a actuação foi no segundo palco, e enquanto decorriam os concertos veio uma empresa de Lisboa montar um palco. Caiu o palco mas a nós caiu-nos tudo.

Sentado no mocho . Sentou, vai ter k explicar

«O conceito de Semana Académica está completamente desvirtuado»

Soube bem escondermo-nos de um abrasador sol de Abril dentro do bar de Ana Barros. Um espaço conhecido da noite mas que, à luz do dia, ganha outros contornos e faz reparar noutros pormenores. Em volta, um Terreiro vazio, silencioso e desconhecido, emanava uma calma que convidou a uma longa mas descontraída conversa com a nossa entrevistada. Ana Barros foi uma das pioneiras na organização de Semanas Académicas em Leiria, e é também uma das mais críticas vozes ao modelo actual da Semana Académica Leiriense.

Em que ano organizou a Semana Académica (SA)?

Entrei na organização da terceira e da quarta Semanas Académicas. A primeira foi em 1993, no mês de Maio, e a segunda foi no ano seguinte. Nas duas primeiras havia um plano de actividades, com colóquios e aulas abertas e havia um concerto no Terreiro, um concerto de entrada livre.

Qual foi o lugar escolhido?

Foi na Fonte Quente a primeira Semana Académica com um recinto, parecido com o que conhecemos hoje. A quarta foi na Almoinha Grande, onde fazem actualmente a Feira de Maio. Já se trocou variadíssimas vezes de espaço, penso que já estava na altura de termos um espaço para a Semana Académica, só para os alunos.

De quem partiu a ideia?

Isso não sei, mas julgo que das escolas todas. A ESEL tinha um papel muito importante a nível da organização de eventos. Nessa altura havia muitos colóquios que diziam respeito e eram organizados pelos vários cursos. Agora isso perdeu-se tudo. Neste momento a SA é um festival de música.

Houve desfile e serenata?

Sim, houve. Desde a primeira SA. O primeiro desfile acho que teve três carros.

As pessoas iam pelo convívio…

Como conseguiram angariar fundos? Qual foi o orçamento para o evento?

muito ao cartaz, iam pelo convívio. Neste momento isso não existe. Neste momento tens concertos e uma tendadiscoteca. Espírito académico, espírito de Semana Académica, esquece, hoje não há, morreu. O conceito de SA está completamente desvirtuado. Tudo o que tinha a ver com academismo, saiu da Semana Académica. A bênção das pastas, a entrega dos diplomas, o baile de gala… saiu tudo da Semana Académica.

Quanto custava um bilhete?

Um bilhete semanal custava à volta de três contos (15 euros).

Para muitos a semana académica é o ponto alto do ano escolar… Existe um sentimento de orgulho por ter contribuído para tal?

Sim. Pelo menos nas que eu organizei sim. Como proprietária de um bar no Terreiro, acha que a insegurança no neste local tem aumentado?

No meu bar não. Mas há bares com situações complicadas. Nem são os estudantes. Estes estavam habituados a vir para aqui e fazer um bocado o que queriam. Depois vêm outras pessoas e entram em choque. Os preços que são praticadas no Terreiro, a meu ver, são excessivamente baixos e, acabam por chamar gente que não interessa a ninguém. Eu não tenho tido problemas.

D iz E m QUE...

Que expectativas tinha a organização?

Conta o grupo da Cruz Vermelha que, um belo dia, uma jovem curiosa insistia, por brincadeira, querer ser transportada na maca, e ir para dentro da ambulância. Ironia do destino: a jovem acabou por ver o sonho concretizado, horas mais tarde, quando quase atingia um coma alcoólico.

Não dar prejuízo, ter o recinto cheio. E claro, a festa.

Isso foi concretizado. A última que organizei foi a primeira a dar lucro, que entregámos depois à SOL. Nesse ano tivemos um spot na TV a anunciar o evento.

Que dificuldades enfrentaram?

Muitas! Principalmente a nível da organização das tarefas. Tínhamos que fazer tudo! Éramos nós que montávamos as vedações, os standes para os bares… A Câmara não ajudava e não havia empresas a fornecer os serviços.

D iz E m

Quando os assistentes precisam ser assistidos: no ano passado, dois jovens são transportados na ambulância, após terem sido vítimas de spray-mostarda nos olhos. Situação que se resolveria facilmente, não fossem os próprios elementos da Cruz Vermelha começarem a sofrer da mesma mazela que os jovens, só por partilharem o mesmo espaço!

Em relação às que organizei, só posso falar da última, a quinta. Nesse ano entravam as cinco AE, era impensável isso não acontecer. Havia apoios de entidades privadas, Câmara Muni- cipal, Governo Civil. Havia muito apoio dos alunos a nível da compra de bilhetes semanais…

QUE...

Tinha-se

tornado um hábito, as pessoas não ligavam

Ana BARROS

Organizadora das primeiras

Semanas Académicas

2006 04 21 SEXTA–FEIRA 0 Akadémicos JORNAL MENSAL
Ana Barros em entrevista ao Akadémicos Cristina Parente Fotos: Ana Pinto

Um ex-estudante empresária

Ana Barros, 33 anos, frequentou o curso de gestão na ESTG, tendo sido caloira do ano de 90/91. Organizou duas das primeiras Semanas Académicas de Leria. Natural de Espinho, vive, actualmente, em Leiria, onde gere um bar no Terreiro, desde 1997.

Sentado no mocho Sentou, vai ter k explicar

Mas havia muita cooperação entre os estudantes, todos ajudavam. Havia alunos a fazer segurança! Aqui em Leiria não havia meios. Mesmo para fazer o design do cartaz, não havia quem fizesse.

Como vê a evolução e as mudanças que a Semana Académica tem sofrido? O que mais mudou? Na sua opinião está melhor, ou pior?

Eu acho que tem que haver objectivos. Se o objectivo é um festival de música, em vez de ir ao festival da Zambujeira, vou ao festival de música para os estudantes de Leiria, óptimo. Se a ideia é uma queima, uma semana académica, aí estamos a perder qualquer coisa. Desvirtuou-se o conceito. Se vamos comparar o Super Bock Super Rock e a Semana Académica de Leiria, aí o espírito está perdido. É uma opção, mas não concordo.

Acabam os concertos e muita gente vai-se embora. O que me faz pensar que o que os estudantes querem não é isto. No meu tempo, só quando o recinto fechava é que vínhamos embora de lá.

Mal acabam os concertos a única oferta que há é a tenda com os djs, acho que devia haver outras opções. Várias coisas ao mesmo tempo, durante os concertos, funcionar a música nas tendas, para podermos cobrir os vários gostos. Nestas últimas semanas académicas só falta receberes um roteiro à porta, das tantas às tantas, concerto, das tantas às tantas, tenda… Põe-se muitas barracas de cerveja espalhadas pelo recinto, mas que só têm realmente gente durante os concertos. Acho que o conceito tem que ser mais de arraial e menos de discoteca. Mas a discoteca tem que estar lá na mesma, é preciso é criar alternativas! É necessário haver festa por todo o recinto. Por exemplo no desfile, no meu tempo, havia muito o sentimento de bairrismo de rivalidade saudável. Defender o seu curso e a sua escola. Mesmo os estudantes das engenharias, que eram os mais malucos, não davam o braço a torcer e faziam os seus carros. Nós tínhamos prémios para os melhores carros, as melhores indumentárias. Só o desfile tinha montes de actividades. Acho que os estudantes estão cada vez mais afastados da cidade. Enquanto antigamente apareciam muitos alunos ligados a actividades e as escolas não, hoje acontece o inverso. As escolas têm imensos protocolos e actividades, estão abertas à comunidade. Mas os estudantes não. Mesmo na semana académica, os estudantes estão fechados. Quando o Quim Barreiros vinha a Leiria era uma coisa descomunal para a cidade. Agora nem divulgação de jeito há da SA para a cidade. Não podemos excluir estas pessoas.

Ninguém usa o traje…

Continua ligada à vida académica?

Não, só quanto vêm cá fazer perguntas… (risos)

Pensa que as noites académicas têm mudado? Há menos sentido de academia, hoje?

Completamente… Não ouço um “FRA” durante toda a semana académica. Usa-se menos o traje. No meu sentido de academia sim, ou então o que existe é uma academia diferente!... No meu conceito de academismo, tens que ter brio na tua escola e no teu curso, tem que haver união e defender o teu curso a 100%. E claro que, depois, por arrasto, vem o traje. Por exemplo os pompons, é natural que as pessoas não queiram usar, não percebem para que serve, não há necessidade de evidenciar que têm mais matrículas. As coisas tornam-se ocas. O código de praxe não é cumprido. Se eu não noto uma academia unida por alma de quem tenho que usar o traje de Leiria?!

Penso que nestes casos o bairrismo é salutar,

tem que ser. Nas matrículas vai toda a gente tirar as naftalinas mas depois o caloiro, que até é de fora de Leiria, não vê ninguém trajado durante meses. Nem se apercebe que o traje de Leiria é diferente.

Anda toda a gente mal trajada, colarinhos abertos e com autênticas mini-saias… O traje devia ser visto como a camisola. Quando o primeiro traje académico foi criado a ideia foi neutralizar as diferenças, desde o pobre ao mais rico. Agora cada vez é menos isso…

Na minha altura tínhamos um departamento académico

d I z E m q UE

Os homens não se medem aos palmos… mas deviam, se forem da Cruz Vermelha! Conta quem viu que um destes assistentes não conseguiu carregar ao colo até à maca, uma vítima inanimada. Talvez os bonecos de testes do curso de socorrismo fossem mais levezinhos, e deixaram mal preparado o rapaz…!

desde o pimba ao tecno. Desde que puseram tendas de circo nas semanas académicas… (risos)… No meu tempo era tudo à chuva e estava sempre cheio. Lembro-me de um concerto dos Xutos, em que tinha pintado o cabelo, apanhei tanta chuva que fiquei com a t-shirt toda vermelha! (risos)… Mas não sou contra as tendas. As bilheteiras, é uma desgraça. Tens sempre uma fila enorme para comprar bilhetes. Eu se fosse comprar bilhetes e visse aquilo, voltava imediatamente para trás. Uma hora na fila para comprar bilhetes para tunas?! Depois é uma segurança ao nível das bilheteiras que não percebo. As barracas, com aqueles buraquinhos, parecem o Banco de Portugal. No meu tempo era uma rulote, com cinco ou seis pessoas a vender bilhetes, quantos mais metêssemos lá dentro, melhor. Para levantar bilhetes semanais não pode fazer perder tempo a pessoas que já pagaram.

Estrangeiros só se houver retorno

Pensa que os cartazes apresentados são a melhor opção para rentabilizar o investimento feito pelas Associações de Estudantes nestas actividades?

Tem-se repetido alguns nomes... Devia-se apostar em coisas diferentes, um ou dois dias deveria ter um nome que fosse buscar muita gente de Leiria, porque isso traz dinheiro. Por exemplo Rui Veloso, Xutos e Pontapés, Quim Barreiros, para garantir o sucesso financeiro. Por exemplo, Rinoçerôse, que eu acho fabulosos, a maioria das pessoas que ouve, e até gosta, não sabe quem eles são. Tem que se trazer grupos que todos sabem quem são ou corres o risco de ir para nichos de mercado.

Neste momento são três as associações de estudantes leirienses envolvidas na organização da SA (AEESTG, AEESEL, AEISLA). Nesse ano, quais foram as responsáveis?

Todas, as cinco, nessa altura tínhamos a Católica. No início entrava ainda a Associação de Estudantes do Seminário Diocesano de Leiria.

O cartaz deste ano tenta uma intervenção a nível internacional com a actuação do grupo francês Rinocerôse. É uma boa aposta a internacionalização?

Já houve antes. É bom, se produzir dividendos. Se corresponder a um grupo que é abrangente segundo o público que tens. Toda a gente diz mal do Quim Barreiros mas ele é sempre um sucesso. Acho que aquilo que os estudantes mais querem é tipo um arraial para se divertirem. Mas claro que também não podes fazer um arraial com preços proibitivos.

d I z E m q UE

Não pretendemos alarmar pais e famílias: os vossos filhos são responsáveis: informam as farmácias que a expansão de entusiasmo tipicamente primaveril é proporcional à expansão da venda de preservativos.

para explicar estas coisas, para divulgar, explicar para que era, e a lógica dos rituais académicos.

Com a experiência que teve, que tipo de conselho dava à actual organização? Diversificar o recinto, haver diversos tipos de música,

Lembro-me que na sexta Semana Académica veio uma banda espanhola, subiram nus ao palco, armados em banda rock. As pessoas não acharam muito piada, eles iam morrendo em cima do palco... (risos)

Akadémicos JORNAL MENSAL 2006 04 21 SEXTA–FEIRA 0

“Quem anda à chuva molha-se”

Este é o slogan que vai dar vida à campanha contra o HIV que vai ter lugar no recinto da Semana Académica.

A fechar

band_over_leiria

Que seja o primeiro de muitos

DI z EM Q u E...

Confirma a Cruz Vermelha a história de uma jovem ter morrido na SA do ano passado por coma alcoólico. Saiu do recinto com a ajuda dos amigos, sem requererem ajuda médica que existia no local. Do Hospital de S. Francisco foi levada para o Hospital de Leiria, acabando por falecer.

A Associação de Estudantes da ESTG, em colaboração com o IPJ de Leiria, têm como objectivo, com esta campanha, uma maior sensibilização por parte dos estudantes e não só. Este slogan, juntamente com a respectiva imagem que consta de um preservativo a fazer de guarda-chuva, irão ser passados no grande ecrã existente no recinto. No mesmo irão ser apresentados, também, os dados relativos ao distrito de Leiria no que diz respeito a taxas de HIV e que de certeza irão surpreender e de certa forma “alertar” os jovens, pois Leiria é a cidade do distrito com maior incidência de casos, sendo uma grande parte de heterossexuais muito jovens. Para além disso, serão distribuídos gratuitamente preservativos durante as noites académicas de forma a consciencializar os jovens, pois o melhor é prevenir, e não esquecer que, quem anda à chuva molha-se mesmo!

Desporto do IPL promete

O sector de Desporto do Instituto Politécnico de Leiria (IPL) vai levar a cabo, este ano, a 3.ª Gala de Desporto. A organização pretende inovar, uma vez mais, já que este é um evento que tem vindo a ganhar cada vez mais interesse no seio da academia leiriense. A novidade de 2006 prende-se com o facto dos candidatos passarem a ser nomeados dentro da modalidade a que pertencem, excepção feita ao prémio de Treinador e Equipa do Ano, em que todos os intervenientes se encontram a votação. Após as nomeações, a votação será feita via Internet, com todos os visitantes a poderem votar no seu preferido. Assim sendo, as “urnas” abrem no próximo dia 8 de Maio, pelas 14 horas, e terão o seu término no dia 5 de Junho, às 12.30 horas, sendo que a página oficial desta gala está ainda em construção, pelo que as próximas informações acerca deste evento serão divulgadas através do blog do sector de desporto (http://desporto-ipleiria.blogspot.com).

Cursos superiores para maiores de 23

O Instituto Politécnico de Leiria (IPL) criou uma nova possibilidade de frequentar cursos superiores, a pensar nos maiores de 23 anos. A aptidão para os cursos é verificada através da execução de provas, cujas inscrições para a sua realização decorrem de 10 a 28 de Abril, e estão abertas para todos os indivíduos que tenham completado os 23 anos de idade até ao dia 31 de Dezembro de 2005. Este estudo de aptidão consiste em três provas com fins específicos: uma prova de cultura geral, outra de conhecimentos específicos e, por fim, a realização de uma entrevista como forma de tomar conhecimento do percurso escolar e profissional do candidato. Os interessados deverão dirigir-se ao edifício sede do IPL ou consultar o site da instituição.

Numa noite de casa cheia, foram os Red House View os grandes vencedores da primeira edição do concurso de bandas de garagem, band_over_leiria, organizado pela Associação de Estudantes da Escola Superior de Educação (AEESEL). O espectáculo teve lugar no passado dia 4 de Abril, pelas 22h, no auditório da Delegação de Leiria do Instituto Português da Juventude (IPJ).

O auditório acabou por ser pequeno para o número de espectadores que quiseram assistir às actuações das cinco bandas seleccionadas para a final. Paulo Marques, presidente da AEESEL, afirma que as expectativas foram totalmente superadas: «Se a sala tivesse mais cem lugares tínhamo-los preenchido».

A iniciativa foi saudada por diversas entidades, entre as quais a Câmara Municipal de Leiria, a rádio 94FM e o IPJ.

No final foram então os leirienses Red House View que levaram para casa a oportunidade de actuarem na Semana Académica de Leiria (dia 27 de Abril, quinta-feira). A concurso estiveram também os Acid Roots, Feedback, Boomerang e The Wage.

Sem querer deixar claro se pretende recandidatar-se para o próximo ano, Paulo Marques deixou o pedido para que as próximas direcções continuem com o concurso: «Espero que continuem com o projecto e repitam o sucesso nos próximos anos».

Estudante apaixonado

João Pedrosa tem 20 anos, é da Barosa, Leiria, e é presidente da Associação de Estudantes da Escola Superior de Saúde. Frequenta actualmente o segundo semestre do 2.º ano de Enfermagem (único curso da ESS).

João confessou-nos que esta não foi a sua primeira opção, tencionava seguir Medicina Veterinária, mas não está arrependido por ter ficado em Leiria e adora a sua futura profissão. No ano passado já pertencia à associação de estudantes, como tesoureiro. Este ano resolveu candidatar-se como presidente: “Acredito na Associação e tenho vontade de mudar alguma coisa”.

Desde a tomada de posse que não lhe resta muito tempo para desenvolver outras actividades. “Quando tinha mais tempo nadava. Agora costumo ler, ouvir música, sair com os amigos…”.

Roteiro da Semana Académica

A noite para além do recinto

O recinto da XV Semana Académica de Leiria vai estar ao rubro, à semelhança dos anos anteriores. Mas não é apenas este o único local onde nos podemos dirigir: os bares de Leiria, também influenciados pelo espírito académico vivido nesta semana, vão proporcionar aos jovens estudantes noites de folia.

Então aqui fica a nossa sugestão para o itinerário na Semana Académica.

Nunca fez Erasmus porque considera que “o curso de Enfermagem, em Portugal, tem um plano de formação muito tentador e tem algumas vantagens em relação aos planos de formação do estrangeiro”. No entanto, admite que seria uma experiência muito enriquecedora a nível pessoal.

Ainda este semestre vai realizar estágio curricular em Tomar, nessa altura conta com os que ficam a estagiar em Leiria “para manterem a Associação de Estudantes activa”.

Os seus objectivos passam essencialmente por “fazer ver à sociedade em geral o valor dos enfermeiros”. Pretende também que as pessoas responsáveis tomem consciência dos custos que o curso de Enfermagem comporta, pois para além do material ser dispendioso, há alunos que não são de Leiria e estão em quartos arrendados, e quando vão estagiar noutro sítio têm de manter o quarto em Leiria e arrendar outro no local de estágio. “São situações de dupla deslocação sem qualquer tipo de subsídio de alimentação ou ajudas de custos”. Ao nível da escola, uma das prioridades prende-se com a mudança de instalações, o que ocorrerá em breve. A ESSL deverá, no próximo ano lectivo, começar a funcionar no Morro do Lena, a par com a Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG). “Actualmente abrem muitas vagas e a nível de logística a ESSL não tem capacidade para receber tantos alunos”. João Pedrosa ambiciona que a ESS mantenha a representatividade na Federação Nacional de Associações de Estudantes de Enfermagem (FNAEE), pretende promover a participação dos “colegas” nas actividades académicas e organizar acções de formação em diferentes áreas da saúde.

DI z EM Q u E

Atenção à segurança. Fora rusgas e querelas dignas do “Cidade de Deus”, diz quem viu que cabeçadas também são prato do dia na hora de impôr a ordem entre os demais. Pelo menos já sabemos porque é que os seguranças são quase todos carecas…

2006 04 21 SEXTA–FEIRA 0 Akadémicos JORNAL MENSAL
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Dejanira Costa, Mário Rui Ventura e Rui Formiga Ana Rosa e Marta Costa
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